QUAL A DIFERENÇA DO EGITO ANTIGO PARA A SOCIEDADE ATUAL EGIPCIA:
O Egito de hoje fala árabe e o antigo Egito falava uma língua que simplesmente desapareceu após as sucessivas invasões que a região sofreu.
A religião predominante no Egito hoje é o Islamismo sunita e a religião da época dos faraós era completamente diferente, politeísta, na verdade estava mais para mitologia com todas aquelas divindades, crenças, mitos e práticas bizarras.
O Egito hoje é uma república semi presidencialista multipartidária, na qual o poder executivo é compartilhado entre o presidente e o primeiro-ministro, embora na prática o presidente controle o governo e tenha sido eleito como candidato único há mais de cinquenta anos (a última eleição presidencial ocorreu em setembro de 2005). Já o Egito antigo era governado por monarquias teocráticas. O faraó era considerado a manifestação de deus na terra.
HOJE:
- não é mais um império, é uma república
- não é mais comandado por um faraó (considerado um deus), mas por um presidente da república
- o modelo econômico é diferente...o do Egito antigo era chamado de civilização teocrática do regadio...hoje, a economia egípcia é capitalista.
O Egito antigo era uma grandes potências do mundo antigo, principalmente na área de construção, medicina. (descoberta recentes mostra que eles tinham muitos conhecimentos nessa área)
A base economica do Egito antigo na antiguidade era baseada na religião e na agricultura das margens do Nilo na época da enchentes.
A civilização egípcia foi umas das primeiras grandes civilizações da Humanidade e manteve durante a sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contactos com o estrangeiro tenha sido também uma realidade.
A economia do Antigo Egito assentava na agricultura. Em teoria todas as terras pertenciam ao rei, mas a propriedade privada foi uma realidade.
Quando terminavam as inundações do Nilo surgiam nas aldeias egípcias uma equipa de funcionários que marcava as bordas das terras que poderiam a partir de então ser cultivadas pelos camponeses. A plantação decorria no mês de Outubro, sendo as sementes fornecidas aos agricultores pelo palácio real.
Da Núbia o Egipto exportava o ébano, as plumas de avestruz, as peles de leopardo, incenso, marfim e sobretudo o ouro. Todo o comércio estava baseado na permuta de bens, já que a moeda só surgiu muito mais tarde, na Lídia do século VIII ou VII a.C.
Fonte :
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antigo_Egit…
O Egito Atual não é uma grande potencia!
A economia do Egito baseia-se principalmente na agricultura, media, exportações de petróleo[carece de fontes?] e turismo. Mais de três milhões de egípcios trabalham no exterior, em especial na Arábia Saudita, no golfo Pérsico e na Europa. A construção da barragem de Assuão e do lago Nasser, em 1971, alterou a influência histórica do rio Nilo sobre a agricultura e a ecologia do país. O rápido crescimento populacional, a quantidade limitada de terra cultivável e a dependência do rio Nilo continuam a sobrecarregar os recursos e a economia.
O governo tem lutado para preparar a economia para o novo milênio, por meio de reformas econômicas e investimentos maciços em comunicações e infra-estrutura física. Desde 1979, o Egito recebe em média 2,2 mil milhões de dólares em ajuda dos Estados Unidos. Sua principal fonte de renda, porém, é o turismo, bem como o tráfego do canal de Suez.
O turismo é uma grande fonte de renda para o Egito. Na imagem, um barco tradicional do Nilo, na zona de Zamalek, Cairo.O país dispõe de um mercado de energia desenvolvido e que se baseia no carvão, petróleo, gás natural e hidroelétricas. O nordeste do Sinai possui depósitos de carvão consideráveis, que são explorados à taxa de cerca de 600 000 toneladas ao ano. Produzem-se petróleo e gás nas regiões desérticas a oeste, no golfo de Suez e no delta do Nilo. As reservas egípcias de gás são enormes, estimadas em mais de 1 100 000 metros cúbicos nos anos 1990, e o país exporta GLP.
Após um período de estagnação, a economia começou a melhorar, com a adopção de políticas económicas mais liberais, que se juntaram ao aumento das receitas turísticas e a um mercado de acções em alta. No seu relatório anual, o FMI avaliou o Egito como um dos principais países do mundo a empreender reformas económicas, que incluem um corte dramático das tarifas de importação. Um novo código tributário, promulgado em 2005, reduziu de 40% para 20% o imposto de renda das pessoas jurídicas e permitiu aumentar a arrecadação em 100% em 2006.
A captação de investimento estrangeiro direto (IED) aumentou consideravelmente nos últimos anos, chegando a mais de 6 mil milhões de dólares em 2006, devido às medidas de liberalização econômica. Espera-se que o Egito ultrapasse a África do Sul como maior captador africano de IED em 2007.
Um dos principais obstáculos com que se defronta a economia é a distribuição de renda. Muitos egípcios criticam o governo pelos altos preços de produtos básicos, já que seu padrão de vida e poder aquisitivo permanecem relativamente estagnados.
O PIB do Egito alcançou 107 484 mil milhões de dólares em 2006.[42] Os principais parceiros comerciais do Egipo são os Estados Unidos, a Itália, o Reino Unido e a Alemanha.
O Egito está listado entre as economias dos "Próximos Onze".
Nefertari e sua maravilhosa tumba
A vivacidade das cores impressiona. A decoração parece ter sido terminada na véspera. Seguindo a norma, nenhum grama de tinta foi acrescentado durante o trabalho de restauração: os técnicos italianos que recuperaram essa tumba, a mais espetacular da necrópole tebana, limitaram-se a remover a poeira dos séculos para reavivar as cores originais.
Nefertari foi a mais mimada entre as esposas de Ramsés II. Para ela foram construídos o pequeno templo de Abu Simbel e essa tumba fabulosa, descoberta em 1906. Não se sabe quantos anos tinha quando morreu "a amada de Mut", "a mais bela de todas". De sua múmia só restaram os joelhos. A tumba já fora saqueada na Antiguidade. Sobraram apenas poucos objetos, como fragmentos de joias e um par de sandálias.
Dezoito degraus conduzem até a porta do túmulo. Num primeiro cômodo, quadrado, duas banquetas destinam-se a receber as oferendas. Uma outra escada leva à "sala de ouro" que abriga a sepultura. Quatro pilares inteiramente decorados sustentam o teto, que representa a abóbada celeste. Todo o túmulo de Nefertari é uma sucessão de imagens. Em companhia de diferentes deuses e deusas, a rainha às vezes é representada sob a forma de um pássaro com cabeça humana. Em cada cômodo ela é representada numa posição diferente – em pé, sentada ou ajoelhada – em atitude de veneração às sete vacas sagradas e ao touro. Uma enorme serpente alada amarela e verde junto ao teto e protege com as asas o cartucho de Nefertari (moldura que contém o nome da soberana). Há um detalhe significativo: a pele da rainha não é pintada de amarelo, conforme prescreve a regra no caso da representação de mulheres, mas de rosa vivo.
Nefertari foi a mais mimada entre as esposas de Ramsés II. Para ela foram construídos o pequeno templo de Abu Simbel e essa tumba fabulosa, descoberta em 1906. Não se sabe quantos anos tinha quando morreu "a amada de Mut", "a mais bela de todas". De sua múmia só restaram os joelhos. A tumba já fora saqueada na Antiguidade. Sobraram apenas poucos objetos, como fragmentos de joias e um par de sandálias.
Dezoito degraus conduzem até a porta do túmulo. Num primeiro cômodo, quadrado, duas banquetas destinam-se a receber as oferendas. Uma outra escada leva à "sala de ouro" que abriga a sepultura. Quatro pilares inteiramente decorados sustentam o teto, que representa a abóbada celeste. Todo o túmulo de Nefertari é uma sucessão de imagens. Em companhia de diferentes deuses e deusas, a rainha às vezes é representada sob a forma de um pássaro com cabeça humana. Em cada cômodo ela é representada numa posição diferente – em pé, sentada ou ajoelhada – em atitude de veneração às sete vacas sagradas e ao touro. Uma enorme serpente alada amarela e verde junto ao teto e protege com as asas o cartucho de Nefertari (moldura que contém o nome da soberana). Há um detalhe significativo: a pele da rainha não é pintada de amarelo, conforme prescreve a regra no caso da representação de mulheres, mas de rosa vivo.
A tumba estava ameaçada por infiltrações e movimentos do terreno. O estuque desprendia-se das paredes. Utilizando instrumentos cirúrgicos, foi preciso remover, livrar do sal, reforçar e recolocar no lugar. Nas fissuras, injetou-se uma resina solidificadora. Foram necessários 3 anos de trabalho e mais 2 anos de observação.
Desde o término dos trabalhos, em 1995, a última morada de Nefertari recebe um número limitado de visitantes: apenas 150 pessoas, munidas de uma autorização especial ou de um ingresso caríssimo, são admitidas por dia. Na opinião dos egiptólogos mais radicais, a tumba não pode suportar a respiração de mais de dois visitantes num dia.
Fonte: 'Egito um olhar amoroso' de Robert Solé
Desde o término dos trabalhos, em 1995, a última morada de Nefertari recebe um número limitado de visitantes: apenas 150 pessoas, munidas de uma autorização especial ou de um ingresso caríssimo, são admitidas por dia. Na opinião dos egiptólogos mais radicais, a tumba não pode suportar a respiração de mais de dois visitantes num dia.
Fonte: 'Egito um olhar amoroso' de Robert Solé
Nefertari, a grande esposa de Ramsés II
É difícil, impossível, discernir através das inscrições oficiais os sentimentos de um faraó pela sua grande esposa. Mas quanto a Ramsés II e Nefertari, o faraó honrou sua esposa de maneira excepcional. Mesmo vivido bem mais que ela e outras esposas reais a sucederem, foi Nefertari a única rainha ligada ao reinado de Ramsés II.
Os pais de Nefertari são desconhecidos, ela talvez era de origem relativamente modesta. Seu nome significa "a mais bela" , "a mais perfeita". Casou-se com Ramsés, antes deste suceder a seu pai, Seti I; possuí os títulos que sublinharam o papel essencial da grande esposa real:
soberana do duplo país
aquela que preside o Alto e o Baixo Egito
a senhora de todas as terras
aquela que satisfaz os deuses
Os textos especificam que ela tinha um belo rosto e uma doce voz.
Interpretando as inscrições ao pé da letra, Nefertari teve 4 filhos e duas filhas com Ramsés II. Mas a noção de "filho" e "filha" corresponde muitas vezes a um título.
Nefertari na política
No primeiro ano do reinado de Ramsés ela foi associada a importantes atos e participou dos ritos da coroação. Teve um papel ativo nos grandes rituais do estado, como a Festa de Min e forte influência na política externa.
Os templos de Abu-Simbel
No centro da Núbia, na segunda catarata do Nilo, dois templos foram escavados na margem do rio, 1 300 km ao sul de Pi-Ramsés. A deusa Hathor reina nesse lugar mágico, a soberana do amor celeste. O faraó decidira exaltar o casal régio encarnando-o, de maneira monumental, nos dois templos próximos um do outro. Esses templos foram inaugurados pelo casal, no inverno do ano 24 do reinado.
Ramsés e Nefertari penetraram no grande templo, consagrando a regeneração perpétua do ka do faraó, avançaram na alameda ladeada de pilares representando o rei Osíris, transpuseram as portas que davam acesso às salas secretas e foram até o fundo do santuário, onde reinavam quatro divindades: Ra, Amon, Ptah e o ka de Ramsés.
Ramsés mandou construir esse templo "como obra de eternidade para a grande esposa real Nefertari, a amada de Mut, para todo o sempre, Nefertari, para cujo esplendor o Sol brilha". Sua coroa composta de um sol no meio e de dois chifres e duas altas plumas, que fazem dela a encarnação de todas as deusas criadoras. Na fonte, o uraeus, a cobra fêmea que queima os inimigos e dissipa as forças negativas. Ladeando a rainha, duas deusas, Ísis e Hathor, que a magnetizam depois de lhe terem colocado a coroa.
Ramsés é o esposo do Egito, e Nefertari a mãe, no naus do seu templo, ela identifica-se com Hathor e Ísis, cria as cheias e dá vida a todo o país.
Quando Ramsés celebrou sua primeira festa sed, no fim de 30 anos de reinado, Nefertari não figurou entre as personalidades presentes. Conclui-se que Nefertari havia cruzado as portas do Além.
Outro monumento que canta a glória de Nefertari é a sua morada eterna no Vale das Rainhas. Obra prima da arte egípcia. O túmulo de Nefertari foi o único do vale das Rainhas que escapou à destruição e as degradações. Monumento vasto e inclui várias salas que conduzem à "sala do ouro", onde o corpo de luz da rainha havia sido animado pelos ritos, a fim de servir de suporte aos elementos espirituais do ser.
A morada eterna de Nefertari é um verdadeiro livro de sabedoria, reconstituindo as etapas de uma iniciação feminina. Muito para além da sua existência terrestre, a grande esposa real de Ramsés II lega-nos assim um inestimável testemunho.
Fonte: As Egípcias de Christian Jacq
Nefertari
No primeiro ano do reinado de Ramsés ela foi associada a importantes atos e participou dos ritos da coroação. Teve um papel ativo nos grandes rituais do estado, como a Festa de Min e forte influência na política externa.
Os templos de Abu-Simbel
No centro da Núbia, na segunda catarata do Nilo, dois templos foram escavados na margem do rio, 1 300 km ao sul de Pi-Ramsés. A deusa Hathor reina nesse lugar mágico, a soberana do amor celeste. O faraó decidira exaltar o casal régio encarnando-o, de maneira monumental, nos dois templos próximos um do outro. Esses templos foram inaugurados pelo casal, no inverno do ano 24 do reinado.
Ramsés e Nefertari penetraram no grande templo, consagrando a regeneração perpétua do ka do faraó, avançaram na alameda ladeada de pilares representando o rei Osíris, transpuseram as portas que davam acesso às salas secretas e foram até o fundo do santuário, onde reinavam quatro divindades: Ra, Amon, Ptah e o ka de Ramsés.
Ramsés mandou construir esse templo "como obra de eternidade para a grande esposa real Nefertari, a amada de Mut, para todo o sempre, Nefertari, para cujo esplendor o Sol brilha". Sua coroa composta de um sol no meio e de dois chifres e duas altas plumas, que fazem dela a encarnação de todas as deusas criadoras. Na fonte, o uraeus, a cobra fêmea que queima os inimigos e dissipa as forças negativas. Ladeando a rainha, duas deusas, Ísis e Hathor, que a magnetizam depois de lhe terem colocado a coroa.
Ramsés é o esposo do Egito, e Nefertari a mãe, no naus do seu templo, ela identifica-se com Hathor e Ísis, cria as cheias e dá vida a todo o país.
A morada eterna de Nefertari
Quando Ramsés celebrou sua primeira festa sed, no fim de 30 anos de reinado, Nefertari não figurou entre as personalidades presentes. Conclui-se que Nefertari havia cruzado as portas do Além.
Outro monumento que canta a glória de Nefertari é a sua morada eterna no Vale das Rainhas. Obra prima da arte egípcia. O túmulo de Nefertari foi o único do vale das Rainhas que escapou à destruição e as degradações. Monumento vasto e inclui várias salas que conduzem à "sala do ouro", onde o corpo de luz da rainha havia sido animado pelos ritos, a fim de servir de suporte aos elementos espirituais do ser.
A morada eterna de Nefertari é um verdadeiro livro de sabedoria, reconstituindo as etapas de uma iniciação feminina. Muito para além da sua existência terrestre, a grande esposa real de Ramsés II lega-nos assim um inestimável testemunho.
Fonte: As Egípcias de Christian Jacq
Nefertari
Nefertari foi uma grande rainha egípcia, esposa de Ramsés II faraó do Egito, cujo nome significa a mais bela, a mais perfeita e é muitas vezes seguida pelo epíteto amada de Mut.
Os pais de Nefertari são desconhecidos, pressupõe-se que a sua origem foi uma família humilde.
Ramsés II desposou-a antes de suceder a Seti I e embora este tenha vivido muito mais tempo que ela e tido outras mulheres esta foi sempre designada excepcionalmente como a favorita.
Existem registos da sua presença numa festa em Luxor onde foi apresentada nos seguintes termos: A princesa, rica em louvores, soberana da graça, doce no amor, senhora das duas terras, a perfeita, aquela cujas mãos seguram os sistros, aquela que alegra o seu pai Ámom, a mais amada, a que usa a coroa, a cantora de belo rosto, aquela cuja palavra dá plenitude. Tudo quanto pede se realiza, toda a realidade se cumpre em função do seu desejo e conhecimento, todas as suas palavras despertam alegria nos rostos, ouvir a sua voz permite viver.
Interpretando as escrituras à letra Nefertari teria dado quatro filhos e duas filhas a Ramsés II. Mas, por vezes, a noção de filho corresponde a um titulo. Ao longo do seu reinado, Ramsés II adoptou um número consideravel de filhos régios e filhas régias, o que levou certos egiptólogos a crer que tinha sido um procriador proverbial.
No primeiro ano do seu reinado Nefertari foi associada a actos importantes. Logo após ter participado na coroação do seu esposo Ramsés II ela foi levada a apresentar-se perante ele em Abidos numa cerimónia em que Nebunenef foi nomeado sumo sacerdotede Amon, assegurando assim a fidelidade deste rico e poderoso clero tebano.vê-se nas inscrições egipcias as famosas festas de Min, onde a rainha fazia o ritual das sete voltas em torno do trono do faraó proferindo as formulas mágicas para perpetuar a prosperidade das Duas terras. Este era um ritual sagrado do estado.
Tal como outras rainhas antes, Nefertari exerceu um importante papel nas negociações de paz com os povos vizinhos, nomeadamente com os hititas, correspondendo-se com a sua homóloga a rainha do Hatti.
Nefertari também possue sua câmara funerária em Luxor, uma das mais ricamentes decoradas a qual recentemente esteve fechada para restauração feita por egiptólogos.
A infiltração de água de uma fazenda vizinha comprometia as maravilhosas pinturas do interior da câmara.
O complexo de Abu Simbel é constituído por dois templos. Um maior, dedicado ao faraó Ramsés II e aos deuses Ra-Harakhty, Ptah e Amun, e um menor, dedicado à deusa Hathor, personificada por Nefertari, a mais amada esposa de Ramsés II entre todas que possuía. Ramses teve oito esposas durante seu reinado, mas foi para ela que escreveu poemas de amor, um dos primeiros poemas de amor da história.
Os pais de Nefertari são desconhecidos, pressupõe-se que a sua origem foi uma família humilde.
Ramsés II desposou-a antes de suceder a Seti I e embora este tenha vivido muito mais tempo que ela e tido outras mulheres esta foi sempre designada excepcionalmente como a favorita.
Existem registos da sua presença numa festa em Luxor onde foi apresentada nos seguintes termos: A princesa, rica em louvores, soberana da graça, doce no amor, senhora das duas terras, a perfeita, aquela cujas mãos seguram os sistros, aquela que alegra o seu pai Ámom, a mais amada, a que usa a coroa, a cantora de belo rosto, aquela cuja palavra dá plenitude. Tudo quanto pede se realiza, toda a realidade se cumpre em função do seu desejo e conhecimento, todas as suas palavras despertam alegria nos rostos, ouvir a sua voz permite viver.
Interpretando as escrituras à letra Nefertari teria dado quatro filhos e duas filhas a Ramsés II. Mas, por vezes, a noção de filho corresponde a um titulo. Ao longo do seu reinado, Ramsés II adoptou um número consideravel de filhos régios e filhas régias, o que levou certos egiptólogos a crer que tinha sido um procriador proverbial.
No primeiro ano do seu reinado Nefertari foi associada a actos importantes. Logo após ter participado na coroação do seu esposo Ramsés II ela foi levada a apresentar-se perante ele em Abidos numa cerimónia em que Nebunenef foi nomeado sumo sacerdotede Amon, assegurando assim a fidelidade deste rico e poderoso clero tebano.vê-se nas inscrições egipcias as famosas festas de Min, onde a rainha fazia o ritual das sete voltas em torno do trono do faraó proferindo as formulas mágicas para perpetuar a prosperidade das Duas terras. Este era um ritual sagrado do estado.
Tal como outras rainhas antes, Nefertari exerceu um importante papel nas negociações de paz com os povos vizinhos, nomeadamente com os hititas, correspondendo-se com a sua homóloga a rainha do Hatti.
Nefertari também possue sua câmara funerária em Luxor, uma das mais ricamentes decoradas a qual recentemente esteve fechada para restauração feita por egiptólogos.
A infiltração de água de uma fazenda vizinha comprometia as maravilhosas pinturas do interior da câmara.
O complexo de Abu Simbel é constituído por dois templos. Um maior, dedicado ao faraó Ramsés II e aos deuses Ra-Harakhty, Ptah e Amun, e um menor, dedicado à deusa Hathor, personificada por Nefertari, a mais amada esposa de Ramsés II entre todas que possuía. Ramses teve oito esposas durante seu reinado, mas foi para ela que escreveu poemas de amor, um dos primeiros poemas de amor da história.
Escreve ele em seu poema gravado nas paredes de sua tumba:
" A PRINCESA RICA EM ENCANTOS,
SENHORA DO AFETO, MEIGA DE AMOR, DONA DE DUAS TERRAS.
POETISA DE LINDO SEMBLANTE
A MAIOR NO HAREM DO SENHOR DO PALACIO.
TUDO QUE DIZEIS SERA FEITO PARA VÓS.
TODAS AS COISAS BONITAS DE ACORDO COM VOSSO DESEJO.
TODAS AS VOSSAS PALAVRAS TRAZEM ALEGRIA A FACE.
PORISSO OS HOMENS ADORAM OUVIR TUA VOZ."
(Ramsés II)
Segredos de Nefertari
A escrita dos hieróglifos utiliza imagens em lugar de letras, e sua estrutura é formada por três tipos de caracteres: os figurativos (ou determinativos), pictogramas que são cópia direta dos objetos que representam; os simbólicos, ideogramas que expressam ideias abstratas; e os fonéticos, 24 sinais que podiam formar palavras de duas sílabas (biliterais) ou três (triliterais), cuja pronúncia é hoje desconhecida. Essas palavras eram acompanhadas por um sinal determinativo que atribuía um sentido ao conjunto de símbolos escritos.
O texto e os desenhos reproduzidos aqui estão na parede sul do quarto C da tumba da rainha Nefertari (c. 1290-1254 a.C.). As paredes foram escavadas nas rochas de calcário, revestidas com reboco de gesso, e as pinturas têm cores vibrantes – vermelho, amarelo, verde e azul –, contrastando com o branco e o preto dos fundos e contornos. Cerca de 520 metros quadrados foram pintados contando a história da rainha.
Neste detalhe, Nefertari, principal esposa de Ramsés II, está jogando o Senet, jogo popular na época. Como ela está sem parceiro, egiptólogos especulam que estaria jogando com seu próprio destino. O instrumento que a rainha tem na mão também é um hieróglifo e um instrumento musical, espécie de chocalho, símbolo da deusa Mut, protetora da rainha. Segue em hieróglifos o nome do sistrum, um chocalho ritual, com o seu determinativo, uma imagem da deusa Mut e a transliteração. O texto contém dois grandes hieróglifos determinativos, a imagem da rainha e o jogo que ela tem à sua frente (Senet), que informam o que a rainha está fazendo. Para os egípcios, o tamanho dos símbolos refletia a importância dos personagens, sendo as figuras maiores sempre as dos “donos” das tumbas.
Margaret Marchiori Bakosé professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e autora de O que são os hieróglifos (Brasiliense, 2009) e Fatos e mitos do antigo Egito (EDIPUC, 2009).
A preferida de Ramsés
O texto data da XIX Dinastia (1293-1185 a.C) e foi escrito no 24° ano do governo de Ramsés II (1279-1212 a.C). A tumba está localizada no Vale das Rainhas, em Tebas, na margem esquerda do Rio Nilo. Existem cerca de 90 tumbas escavadas nessa área. Pouco se sabe dessa rainha, exceto que foi sempre a principal. Mãe do primeiro filho de Ramsés II (que teve mais de uma centena de filhos) e de outros cinco (sendo duas meninas), entre eles Merneptah (1212-1202 a.C.), seu sucessor.
Merenptah ou Merneptah foi o quarto faraó da XIX dinastia egípcia do Império Novo. O nome Merenptah significa "Amado de Ptah". Governou entre 1213 e 1203 aC, segundo o egiptólogo alemão Jürgen von Beckerath.
Merenptah foi o 13º filho do faraó Ramsés II e de uma das suas esposas, a rainha Isitnefert. Tornou-se rei devido à morte prematura dos seus irmãos mais velhos, que deveriam suceder o pai; tinha já uma idade avançada (talvez cerca de 60 anos) quando ascendeu ao trono.
No 5º ano do seu reinado os Povos do Mar, vindos da Anatólia, invadiram a Líbia. Este povo foi responsável por ali introduzir as armas de bronze; junto com os Líbios, os Povos do Mar pretendiam invadir o Egito. Merenptah não só abortou esta invasão, como também os derrotou numa batalha que se julga teve lugar na região ocidental do Delta do Nilo.
No ato de generosidade, o faraó forneceu cereais aos Hititas (antigos inimigos do Egito) durante um período de fome motivado por mudanças climáticas na área do Mediterrâneo. Realizou também campanhas militares na Palestina contra as cidades de Ascalon, Gezer e Yenoham, com o objetivo de manter a dominação egípcia sobre aquele território.
Uma estela no seu templo funerário, que descreve as suas vitórias sobre os Líbios e as cidades da Palestina, faz referência ao nome "Israel", naquela que é a mais antiga menção não bíblica a este nome (que deve ser entendido em referência a uma tribo e não a um país). Em parte por causa disto divulgou-se a ideia de que Merenptah seria o "faraó do Êxodo", mas nada sustenta esta teoria.
Não existem provas arqueológicas ou históricas que sustentem a história do Êxodo ou a ideia da escravatura de um povo semita no Egito.
Uma vez que o seu reinado foi curto, Merenptah não teve possibilidade de levar a cabo um vasto programa de obras. No entanto, salienta-se as obras no templo de Ptah em Mênfis (onde também construiu um palácio), bem como o seu templo funerário em Tebas, construído por detrás dos Colossos de Memnon e recorrendo aos materiais do templo funerário de Amen-hotep III.
Sarcófago de Merenptah do Vale dos Reis
Merenptah foi sepultado na tumba número 8 do Vale dos Reis (KV8), uma das maiores desta necrópole. A sua múmia não foi descoberta neste túmulo, mas no "esconderijo" do túmulo de Amen-hotep II.
O Faraó Mernephtah
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Livro: O Faraó Mernephtah é um romance mediúnico espírita inglês, ditado pelo espírito de Conde John Wilmot Rochester para a médium russa Vera Kryzhanovskaia, que conta a vida de Moisés sob a visão de 3 espíritos Thermutis (mãe de Moisés e irmã do faraó, segundo o livro), Pinehas (um mago egípcio) e Necho (soldado do faraó).
Descrição
O livro é divido em dois volumes, o primeiro com as narrativas de Thermutis e Pinehas e o segundo com a de Necho e observações suplementares do espírito autor.
Narrativa de Thermutis
A narrativa de Thermutis conta que Mesu (Messu, nome verdadeiro de Moisés) foi um filho de um amor proibido entre ela e um hebreu, povo tido como indigno na época. Depois de ter o filho ela o dá para a família do pai, até o faraó Ramsés II decretar a matança dos bebês hebeus quando ela pede para que a família que cuidava, dele até então, colocasse ele em uma cesta e ela encenasse o encontro com a cesta para alegar ao faraó Ramsés II que o menino foi dado a ela pelos deuses, salvando assim sua vida. A narrativa para de ser detalhista om a mote de Thrmutis e termina com a morte de Moisés.
Narrativa de Pinehas
A narrativa Pinehas conta a vide dele próprio e as intersecções que esta teve com a vida do profeta Moisés. Pinehas foi um mago iniciado por Enoch, um hebreu amigo de sua mãe, em um templo onde estudou os mistérios egípcios. Mais a frente na narrativa, Pinehas é convencido por Enoch a ajudar Moisés a libertar os hebreus do Faraó Merneptah, quem, segundo o livro, é o faraó citado pela bíblia. Pinehas descreve Moisés como um impostor, porquanto usava as forças da natureza (que ele, Moisés, aprendeu a dominar na Índia, citada por ele como 'A mãe da sabedoria egípcia') para atemorizar a massa egípcia e forçar o faraó a libertar os hebreus. Pinehas conta também que: as pragas egípcias eram todas magias, descritas bem detalhadamentes, feitas por Moisés, que aprendeu a usar profundamente as leis da natureza, e alguns sacerdotes submissos a ele; o sonho de Moisés era ser rei do povo hebreu; Moisés era uma pessoa extremamente obstinada e magnética, porém não hesitava em ferir alguém para cumprir seu plano. A narrativa de Pinehas termina com a morte dele mesmo e descrições de sua vida espiritual.
Narrativa de Necho
Necho, amigo de iniciação de Pinehas, é o único que faz sua narrativa de uma visão totalmente egípcia e sua narrativa conta detalhadamente como o povo egípcio sofreu com as pagras e como as pragas eram apenas mapiluações de leis naturais, como descrito por Pinehas. Necho conta toda a saga de resistência do faraó contra todos os ataques de Moisés, até a sua morte com grande parte do exército egípcio no Mar Vermelho.
Comentários do Conde Rochester
O faraó guerreiro
Filho e neto de generais, ele foi criado para vencer. E venceu. Lutou contra hititas, núbios e assírios e entrou para a história como o mais poderoso soberano do mundo antigo
A entrada da cidade está coberta de cadáveres. Desesperado, o sacerdote local queima resina num fogareiro, num ritual de magia, pedindo socorro aos deuses enquanto chora pelos mortos. Não funciona. O poderoso exército egípcio parece invencível e acaba de romper a machadadas as portas da fortaleza, o último baluarte de resistência de Biblos, a capital do reino de Amurru (no Líbano atual), aliado dos hititas. A conquista de Biblos, em 1285 a.C., é um marco na história do mundo antigo. É o início de uma era. Sob o comando de Ramsés II, o Egito está para se tornar o maior império do mundo antigo. Poderoso e rico, agora o país se tornará uma potência militar, conquistará territórios dos hititas ao norte, dos assírios a leste e dos núbios ao sul, até atingir seu tamanho máximo. Desses territórios trará escravos, mas também novas matérias-primas e tecnologias que transformarão para sempre o modo de vida de seu povo. Será a maior expansão territorial do Egito e também seu apogeu cultural e econômico.
Filho e neto de guerreiros, Ramsés II assumiu o poder com 25 anos, em 1290 a.C., e desde o início de seu reinado o jovem general se lançou em um esforço militar inédito. O Egito já havia sido o maior império do mundo cerca de 200 anos antes e, sob a batuta de Tutmosés III (a quem seu avô, Ramsés I, servira como general), havia controlado a Palestina e a Mesopotâmia. Mas, agora, essas regiões haviam se rebelado, algumas estavam sob domínio hitita e as fronteiras do império ameaçavam ruir. Em sua primeira campanha militar, com apenas 10 anos e ao lado do pai, Sethi I, participou da retomada do litoral do Líbano. “A expansão atribuída a Ramsés começou com Sethi, que saneou a economia, abriu novas minas de ouro e criou as condições para que o filho recuperasse o terreno perdido”, diz a historiadora francesa Bernadette Menu, autora de Ramsés II, o Soberano dos Soberanos.
Na época, naquela região se lutava pelo controle das áreas produtoras de matérias-primas – como a madeira, vinda do Líbano – por mão-de-obra (os derrotados viravam escravos) ou pelo controle das rotas das caravanas comerciais. O acesso a sombra e água fresca também costumava render uma boa briga.
Logo nos primeiros anos de governo, Ramsés II levantou uma rede de fortificações próxima das fronteiras. Engolidas pelo tempo durante dois milênios, algumas dessas cidadelas estão voltando à luz. Em abril deste ano, arqueólogos americanos descobriram 11 fortalezas na península do Sinai, entre o Egito e a Palestina. Segundo o arqueólogo Peter Brand, da Universidade de Mênfis, no Egito, esses sítios estão provando que a intenção de Ramsés não era apenas a de se defender de invasões, mas proporcionar uma espécie de via militar por onde poderia deslocar de forma rápida e segura grandes contingentes de tropas. “As fortalezas contavam com poços de captação e canais de distribuição de água. Encontramos armazéns e vestígios de alimentos como cevada, rabanete, alho e carne de boi, antílope e gazela, além de favas de mel, tâmaras, figos, leite e vinho. E grande quantidade de estábulos, o que também indica o movimento de tropas no local”, afirma Brand.
Outro ponto forte da sanha conquistadora de Ramsés foi a profissionalização do exército. Segundo o historiador francês Pierre Monet, autor de O Egito no Tempo de Ramsés, o faraó foi o responsável pela criação de uma elite militar poderosa, sedenta por guerras, que não via a hora de pegar em armas. “Sob seu reinado, os militares passaram a ganhar como nunca, com os generais recebendo terras no Egito equivalentes ao território conquistado”, afirma Monet. “Com tal rede de fortificações e com soldados bem alimentados e muito bem pagos, era natural que Ramsés tivesse planos mais ambiciosos.”
A grande obra de Ramsés, talvez a maior – a nova capital do Egito, que ele batizou de Pi-Ramsés –, também é fruto dessa ambição. “Um guerreiro deveria estar mais próximo de seus exércitos, por isso Ramsés II mandou construir sua capital próximo ao delta do Nilo, quase na fronteira com a Palestina. Seu novo endereço, na porta de entrada (e, mais importante, de saída) dos cobiçados Líbano e Síria, passou a abrigar toda a corte egípcia e a nata de seus comandantes e generais, enquanto as outras três capitais oficiais existentes, Mênfis, Heliópolis e Tebas, continuaram exercendo o papel de centros políticos e religiosos”, diz Bernardette Menu.
As ruínas de Pi-Ramsés, descobertas no início dos anos 80, revelaram uma imagem mais precisa da fabulosa capital erguida por Ramsés II. A cidade toda decorada em azul-turquesa era muito rica, como relata um antigo papiro datado de cerca de 1200 a.C., assinado por um escriba chamado Pabasa: “A capital é extremamente próspera. Seus campos abundam com todo tipo de produto; seus canais são repletos de peixes e suas pradarias são de pastagens verdejantes”.
Após 15 anos de estudos sobre o conjunto de estruturas de Pi-Ramsés, entretanto, o que mais surpreendeu os arqueólogos foi a estrutura militar montada por seu governante. “Dentro dos muros da cidade havia um sofisticado complexo industrial especializado na produção de armas e carros de guerra. Não sabemos ainda qual era o tamanho do exército de Ramsés, mas agora temos certeza de que foi o maior da Antiguidade”, diz Brand. Segundo ele, artesãos, ferreiros, criadores de animais, todos eram empregados dessa indústria bélica. “Em Pi-Ramsés, eles faziam carros de batalha, leves e fáceis de manejar, além de lanças de cobre, espadas e dardos, armas fundamentais na guerra. É possível que também fossem fabricados barcos.”
Seu exército profissional e eficiente seguia uma rigorosa rotina. Primeiro, as tropas se reuniam nas planícies do delta do rio Nilo, perto de Pi-Ramsés, de onde saíam para suas conquistas. Sete ou oito colunas, com homens vestidos com túnicas de couro reforçadas com pequenas placas de metal, avançavam na linha de frente. Tocadores de clarins seguiam logo atrás. A música repetitiva dava o ritmo da marcha. Os carros puxados por cavalos, que levavam um condutor e um combatente, eram os últimos a passar. Embarcações eram utilizadas como apoio. As tropas se movimentavam por estradas litorâneas e os barcos acompanhavam os deslocamentos para abastecer os soldados de alimentos e bebidas, além de levar armamentos.
Senhor da guerra
Quando botava para funcionar essa azeitada máquina de guerra, Ramsés raramente era derrotado. Foi assim quando cruzou o Sinai e reconquistou Tiro, na costa do Mediterrâneo. Em seguida ocupou a região de Canaã e Amurru, expulsando os povos que habitavam o local. Confiantes, cerca de 30 mil soldados egípcios chegaram, em abril de 1274 a.C., à planície de Beirute, no Líbano. Um dos confrontos mais famosos do mundo antigo, a batalha de Qadesh, estava para começar. A cidade historicamente demarcava os limites entre os impérios egípcio e hitita, que ia do norte da palestina até a atual Turquia.
Foi ali que os dois mais poderosos exércitos daquela época se encontraram. Em menor número – eram cerca de 20 mil –, os hititas atacaram sem avisar (por incrível que pareça, as batalhas do mundo antigo tinham hora e local marcado para ocorrer), pegando os soldados de Ramsés de surpresa. A maioria fugiu. Aqui se revela uma outra face de Ramsés: o marqueteiro. A historiografia egípcia oficial conta que o grande herói em Qadesh foi Ramsés II, que teria lutado do alto de seu cavalo (pasmem!) sozinho contra 20 mil inimigos, voltando são e salvo para casa. É essa história que Ramsés mandou gravar em papiros, tabuletas e monumentos localizados no Vale dos Reis, em Pi-Ramsés e Luxor. “Certamente a batalha não aconteceu como ele conta. Mas o povo acreditou na sua versão, e Ramsés se tornou um deus vivo”, diz Julio Gralha, egiptólogo (historiador especializado no antigo Egito) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Hoje, escavações na região de Qadesh mostram uma realidade obviamente diferente. “O impasse durou 15 anos, consumiu recursos e vidas em escala inédita e, ainda assim, permaneceu o empate”, diz a egiptóloga Bernadette Menu. “Como não podia vencer, Ramsés II inovou e propôs o primeiro tratado de paz de que se tem notícia.” Assinado pelo próprio e pelo soberano hitita Hatusílis III, uma das cópias desse documento, na forma de uma tabuleta de prata, chegou aos dias de hoje. Encontrada em Pi-Ramsés, em 1998, ela está escrita em egípcio – mas o tratado original deve ter sido escrito em acadiano, a língua internacional da época. Segundo o acordo, o Egito concordava em suspender o cerco a Qadesh e devolver o território de Amurru. Em troca, teria legitimado seu direito sobre Ouipi, a região da atual Damasco (Síria), conquistada anos antes, e consolidado seu domínio sobre toda a Palestina, o litoral do Líbano e da Síria, além das províncias de Egom e Moab. “O tratado contém cláusulas de espantosa modernidade: promessa de paz, pacto de não-agressão, extradição de fugitivos e anistia para refugiados”, diz Bernardette. Em um gesto final de garantia da paz, Ramsés, que já possuía uma esposa egípcia, Nefertari, casou-se com a filha do rei hitita, Pudukhepa.
Com a paz estabelecida ao norte, Ramsés voltou suas forças para o sul, além das fronteiras com a Núbia (o atual Sudão). Habitado por um povo simples, mal organizado e desequipado, o país possuía extensas reservas de ouro que atraíam os faraós desde pelo menos 2000 a.C. Ramsés abriu novas áreas de extração e construiu fortificações para comportar um número cada vez maior de trabalhadores, aumentando a presença egípcia no país. Em 1259 a.C., a população se rebelou contra o governo local, aliado dos egípcios. Ramsés II conduziu pessoalmente uma batalha pela retomada da região do Irem, na última grande luta de seu reinado. Os relatos do próprio faraó indicam que a ação militar foi mais parecida com um massacre que com uma guerra. Os núbios praticamente não ofereceram resistência e lutavam apenas com arco e flecha e algumas espadas tomadas dos próprios egípcios.
Paz e prosperidade
Segundo Julio Gralha, as conquistas nos campos de batalha deram um senhor impulso à economia egípcia. “Depois dos militares, vinham os coletores de impostos”, diz Julio. Além dos tributos, Ramsés extrai o que pode das terras conquistadas. Do Líbano vem o cedro. Da Síria, o lápis-lazúli, metais e jóias finas. Da Núbia, o ouro. “Foi o período mais próspero do Egito”, diz Peter Brand, da Universidade de Mênfis.
Até o final de seu reinado de 67 anos, Ramsés usufruiu da paz (que durou cerca de 50 anos) e da grana que conquistou para construir um legado único no que se refere a construções e a documentação de suas obras. Ele cobriu o Egito e a Núbia de monumentos para o culto de seus deuses e de sua própria imagem. Concluiu o Templo de Karnak e ampliou o de Luxor. Ergueu em Deir al-Medinam, próximo a Luxor, o Ramesseum, seu templo funerário. Lá, criou um tipo de universidade, onde reuniu médicos, escribas, astrônomos, arquitetos, geólogos e artistas e construiu uma importante biblioteca. “O reinado de Ramsés II foi o mais bem documentado do antigo Egito e, de certa forma, é um símbolo da civilização egípcia tanto quanto as pirâmides. Ele é o pai do conceito de ‘obras farônicas’, que utilizamos hoje para caracterizar grandes construções realizadas por administradores que querem mostrar serviço”, diz Julio Gralha.
Após a morte de Ramsés II, o Egito nunca mais foi o mesmo. Seu filho Merenptah conseguiu manter as conquistas do pai e a paz nas fronteiras, mas depois de sua morte uma série de usurpações do trono enfraqueceram o poder do faraó. Pouco mais de 150 anos depois de Ramsés II morrer, o Egito experimentava um amargo declínio. Nem a tumba do mais poderoso faraó de todos os tempos escapou da decadência. Assaltada por ladrões menos de dois séculos após sua morte, sobrou dela apenas a múmia do soberano.
Mas seus feitos insuperáveis jamais foram esquecidos. Do historiador grego Heródoto, que visitou o Egito por volta do ano 450 a.C., aos relatos mais modernos, Ramsés II está em todos os documentos que retratam a história da humanidade, desde o Antigo Testamento até os dias de hoje. Os historiadores romanos Plínio e Tácito, por exemplo, falam sobre as incríveis campanhas de Ramsés no Líbano e na Síria. “O fascínio que Ramsés II exerce é tal que hoje, mais de 3 mil anos após sua mumificação, nos dedicamos a reviver seus feitos”, diz o historiador Peter Brand.
Egito eterno
Os traços de uma cultura que sobrevive há quase 5 mil anos
3900 a.C.
Primeiros povoamentos ao longo das margens do rio Nilo, com governantes locais. Os moradores fabricavam cerâmica, exploravam o ouro e criavam animais domésticos
3100 a.C.
O rei Menes une o norte e o sul do país, chamados de Alto e Baixo Egito, que até então eram reinos separados. Nessa época é inventada a escrita, com os hieróglifos
2950 a 2575 a.C.
Construção da capital Mênfis e da primeira pirâmide, em Saqqara. Os egípcios estabelecem contatos estreitos com os povos semitas, seus vizinhos
2600 a.C.
É a época das construções grandiosas. Por volta desse ano, é erguida a pirâmide de Gizé. Nesse período, as pirâmides e as tumbas passam a conter inscrições em hieróglifos
1347 a 1339 a.C.
O faraó Tutankamon governa o Egito até sua precoce morte aos 19 anos
1290 a 1223 a.C.
Reinado de Ramsés II, que governa por 67 anos e morre aos 90 anos de idade, na fase de maior prosperidade do Egito
525 a.C.
Os persas conquistam o Egito e o dominam até o ano 404 a.C.
332 a.C.
Mais uma vez o país é invadido, desta vez pelo macedônico Alexandre, o Grande. Alexandria se torna a nova capital do Egito. Após a morte de Alexandre, um de seus generais, Ptolomeu, passa a ser o novo governante, fundando uma dinastia que governa o Egito por 275 anos
51 a 30 a.C.
Durante seu reinado, Cleópatra, descendente de Ptolomeu, se intitula faraó, tentando retomar o aspecto divino do cargo. Ela governa graças a uma aliança com o ditador romano Júlio César, com quem tem um filho. Após a morte do amante, ela se une a Marco Antônio, um dos generais de César, contra Roma. Marco Antônio é derrotado por Otávio Augusto, Cleópatra comete suicídio e o Egito passa a ser uma província de Roma
30 a.C.
Sob os romanos, são criados conselhos locais no Egito administrados por egípcios. Quase toda a colheita de grãos vai para os romanos, sob a forma de tributo. O país também passa a ser o ponto central da vasta rota comercial romana
395
O Império Romano é dividido em dois: o do Oriente e o do Ocidente, que cairá 80 anos depois. O Egito passa a ser governado pelos bizantinos, a quem cabe a fatia oriental do antigo império
641
O país é invadido pelos muçulmanos e adere à religião de Maomé, que vigora até hoje
969
Fundada a cidade do Cairo, nova capital do Egito, pelos árabes. O país aumenta seu papel como intermediário no comércio entre os países do Mediterrâneo e a Índia, iniciado pelos romanos, e prospera. Cairo torna-se o mais importante centro cultural do mundo islâmico
1517
O Egito cai nas mãos do Império Otomano, maior força militar da época, que conquista também a Síria, mas não perde importância. Cairo é uma cidade tão próspera quanto as opulentas Bagdá e Istambul
1798
Os exércitos de Napoleão Bonaparte invadem o Egito. A principal batalha contra os egípcios-otomanos é travada aos pés da pirâmide de Gizé. Três anos depois, as tropas francesas são expulsas do país
1805
Muhammad Ali toma o poder no Egito. É o fim da dominação otomana no Egito
1822
O francês Jean Champollion decifra os hieróglifos ao estudar uma pedra gravada em 196 a.C. e encontrada pelo exército de Napoleão na cidade de Rosetta em 1799. Como a pedra continha inscrições em grego do mesmo texto escrito com hieróglifos, foi possível compreender o significado das antigas palavras da escrita criadapelos egípcios 5 mil anos antes
1869
Inaugurado o canal de Suez, uma das maiores obras da engenharia mundial, construído para ligar o Mediterrâneo ao mar Vermelho. O canal é uma das maiores vias navais de comércio do mundo. Tem 55 quilômetros de largura e 163 de comprimento
1882
A Grã-Bretanha ocupa o Egito para impedir um golpe de Estado nacionalista. O país passa a fazer parte do Império Britânico
1922
O Egito proclama a independência e adota a monarquia. No mesmo ano, o arqueólogo inglês Howard Carter e sua equipe encontram no Vale dos Reis a tumba de Tutankamon, milagrosamente intacta
1952
Um golpe de Estado contra o rei Farouk leva ao poder o coronel Gamal Abdel Nasser
1967
Durante a Guerra dos Seis Dias, o Egito perde a península do Sinai e a Faixa de Gaza. Em 1973, Egito e Síria atacam Israel para tentar recuperar os territórios perdidos, mas são derrotados
Armado e perigoso
Em cerca de 20 anos de reinado Ramsés II lutou para recuperar a grandeza de seu império. Suas conquistas traçaram as fronteiras do apogeu do Egito
1. Delta do nilo
No ano 2 do governo do Ramsés II, ele repele uma invasão dos chamados povos do mar, formados por etnias do Mediterrâneo, além de líbios e sírios, que habitavam as ilhas do Delta e constantemente ameaçavam invadir o continente. É travado um combate naval facilmente vencido pelo Egito
2. Tiro e biblos
O faraó conduz sua primeira campanha à Síria no ano 4 de seu reinado. A incursão tem o propósito de confirmar sua dominação em Canaã, Tiro e Biblos, que estavam se rebelando contra o Egito
3. Qadesh
No quinto ano sob o comando de Ramsés II, o exército egípcio segue rumo à Síria, para a conquista da cidade de Qadesh, onde ocorre a batalha mais famosa do mundo antigo. Ela dá origem ao primeiro tratado de paz da humanidade
4. Edom e moab
No oitavo ano de seu governo, Ramsés II avança sobre as regiões de Edom e Moab, na atual Jordânia, passando pela Galiléia, e as conquista. Um ano depois, ele domina o norte da Síria
5. Irem
A última batalha do reinado de Ramsés II acontece em 1299 a.C., quando reprime uma revolta na Núbia (atual Sudão), região rica em ouro
Por dentro da egiptomania
Tudo começou com Napoleão (leia quadro na página 28): esfinges, obeliscos e pirâmides se espalharam pela Europa e depois por todo o mundo. Nos anos 50 virou ciência, a egiptomania criada pelo inglês Nicolaus Pevsner. “Trata-se do estudo das causas e efeitos do gosto por tudo que vem do Egito, além da utilização no mundo moderno de invenções egípcias na arquitetura, na decoração e nas artes”, diz o francês Jean-Marcel Humbert, doutor em egiptomania pela Sorbonne e inspetor dos museus no Ministério da Cultura da França.“A egiptomania sempre teve uma conexão profunda com cada época, misturando-se e, por isso, mantendo-se viva até hoje, ao contrário de outras culturas antigas”, afirma Humbert. Para Margaret Bakos, historiadora da PUC de Porto Alegre, autora de Egiptomania, o Egito no Brasil, há outro fator que explica esse fascínio: a eternidade. Os egípcios acreditavam na vida após a morte, que é o mais profundo desejo do ser humano, e eternizaram essa crença em monumentos que estão de pé até hoje. Gostar das pirâmides e colecionar tumbas de mentira é uma maneira de compartilhar esse desejo pela vida eterna”, diz.
Saiba mais
Vista de uma Cidade Antiga na Mesopotâmia |
Nascida sob os domínios de um pais autocrático, numa religião politeísta, cujos deuses eram amados e idolatrados. Naquele instante a chama da verdade se aproximava de seus aposentos.
O rei, possuía um servo fiel e politicamente poderoso, que ostentava um titulo onde poderia substituir o rei em sua ausência, sendo também seu porta voz diante das divindades.
Detentor de conhecimentos ocultos, alquímicos, avançados para a época, podia conversar com as deidades locais.
Em estado de transe profundo, o jovem médico espiritual do rei, realizava rituais nada iluminados em busca de poder, riqueza e do mais alto título da nobreza. Queria perpetuar sua espécie, atraves da continuidade de seu nome.
A garotinha cresceu sem saber a sua verdadeira origem e sem desconfiar de seu destino. Sua mãe, serva do rei, era uma sacerdotisa de Baal, da escuridão e das trevas, cujo objetivo era roubar a alma de seus seguidores para o submundo. Em troca consedia-lhes em vida, desejos - quaisquer fossem. tanto o sacerdote do rei considerado seu fiel servo, quanto a sacerdotisa do deus negro Baal, tramavam algo para obter o poder.
A mulher, em servidão e obediência ao seu senhor, em sacrifício fez um juramento, de que o primeiro filho que tivesse com o rei seria de Baal - o demônio das trevas. Não demorou muito para os planos ocorrerem conforme o planejado. A mulher, engravida do rei e durante a gestação num ritual, doa seu filho como servo do deus da escuridão. Deveria aguardar seu nascimento para que tudo se concretizasse.
A criança teria fama, luxo, riqueza desde o nascimento. Tudo o que quisesse, seria manifestado.
Foi feito um ritual com palavras mágicas e a alma daquele bebê, que se formava no ventre materno estava prometida a Baal.
Quando do nascimento do bebê, momento de alegria para o rei, nasce uma menina linda. Porém um surpresa se fez naquele momento, não era apenas uma menina, mas duas. Gêmeas, idênticas.
Apenas uma seria dada ao rei seu pai.
Neste momento surgiu perante a mãe uma grande dúvida. Qual delas fora prometida ao deus trevososo? A escolha foi feita. A mãe teve que se afastar, levando uma das meninas. Enquanto uma teria uma vida de riquesas, a outra viveria nos arredores do reino, porem comoserva, em meio a plebe.
A filha que ficou com rei, foi criada sob todos os cuidados. Iniciada nos mistérios dos templos. Conhecedora e seguidora das divindades da época, virgem e devota do deus ave, do olho que tudo vê.
A outra filha, sabia de sua semelhança com a filha do rei, estava sendo criada e treinada para tirar seu lugar na hora certa. Observava os modos, os gestos da outra moça. Ouvia os cânticos de luz, sentia a energia que fluía daquele ser e dentro de si uma repulsa surgia cada vez maior. A energia que fluía daquela princesa de luz, vibrava numa frequencia superior.
A media que ambas iam crecendo, embora cada uma sendo educada de froma diferente e longe uma da outra, seus treinamentos se intensificavam, mas de formas opostas.
O sacerdote do rei, insatisfeito com a limitação de seus poderes no reino, queria mais, e não via na princesa escolhida a serva que havia dado com a mãe em servidão a Baal, para que assumisse o trono e o tornasse pleno de poderes. Entendeu assim, quando ela tinha 14 anos de idade que fora dada a menina errada ao rei.
Intensificou o treinamento da outra irmã. A irmã tronada era observada em detalhes, em tudo o que fazia. Tudo estava sendo arquitetato, planejado as escondidas.
Nas festas, ao lado da esposa-real (mulher do rei) a princesa acompanhava tudo de perto, mas também era acompanhada de perto pelos seus observadores. Estava prometida a ser rainha, esposa de seu pai, quando a esposa-real - que não era sua verdadeira mãe, falecesse, ja que se sabia que era acometida de uma doença que logo a levaria da vida.
Assim que subisse ao trono, o sumo sacerdote seria seu conselheiro real, responsável por passar todo o conhecimento da vida e pós-vida àquela jovem neófita.
Porém, o que se observava era que os popósitos daquela jovem mulher princesa, não se afinizavam com os propósitos mesquinhos do sumo-sacerdote. Ela não vibrava na mesma frequência energética que ele. E para ele isso poderia colocar todos seus planos a perder. Seria seu fim. Era extremamente perigoso mantê-la no poder. Com ela assumindo o cargo de matriarca ao lado do rei - seu pai - ele poderia ser destituído de todos os seus poderes. A princesa era dotada de dons essenciais a uma alta-sacerdotisa, treinada e capacitada a ver muito além da materialidade. O Sumo-Sacerdote sabia disso.E sabia que a princesa sentia algo de errado em sua conduta, e notara sua pouca luz. Totalmente contra os princípios que ele mesmo impunha a seus seguidores e discípulos.
A pequena princesa via nele uma nuvem escura que o perseguia onde quer que ele fosse.
O Sumo-sacerdote com semblante fechado resolveu e tramou um plano que seria infalível e indetectável. Trocar as irmãs.
O treinamento na outra irmã já estava sendo feito. Os hábitos da princesa tronada estavam sendo cuidadosamente analisados. Desde seu comportamento atencioso e amoroso com o pai, até a maneira delicada de falar com as outras sacerdotisas. Nada poderia passar despercebido aos olhos atentos de sua irmã gêmea serva de Baal. A princesa excluída, só tinha um pensamento: nunca mais viver na exclusão, na rejeição. Porém a escuridão a perseguia onde quer que fosse, como uma maldição imposta desde antes de seu nascimento e algo assim não dura apenas uma única vida....até que se quebre o ciclo.
A princesa excluída, queria seu lugar de volta e o reconhecimento como esposa-real. Naquela época, quando a esposa do rei morria, automaticamente a primogênita se tornava a esposa real. Na falta da mesma, a próxima filha é quem assumia o cargo. Assim também eram com os homens e seus sucessores. Na ausência de descendentes o cargo passava a outro da família. Era hábito manter o sangue puro, casamentos consanguíneos entre entes da mesma família em primeiro grau. Quando assumia cargos de liderança, a mulher era muito valorizada, respeitada em seu cargo político e religioso. Homens e Mulheres se mantinham em igualdade.
A mãe das gêmeas, também era uma sacerdotisa, uma das esposas do Rei. O que também era muito comum era o governante ter várias esposas, pois sua religião permitia o poligamismo.
A princesa real, era devota do seu ave, uma das divindades mais cultuadas em sua época. Possuia longos cabelos pretos cheios de prequenas tranças, com diversos adornos em dourado. Roupas de um tecido semelhante ao puro linho, frisado que marcava sua cintura. Sandálias também fazia parte de seu vestuário. Em diversas ocasiões a roupa lhe cobria apenas da cintura para baixo mantenho sua silhueta seminua - o que também era habito local devido as intensas temperaturas da região.
A esposa real não estava bem de saúde, algo estava sendo colocado em sua alimentação para que enfraquecesse aos poucos.
Num determinado dia, a princesa real, saindo como de hábito do tempo do deus ave, ela é encaminhada a outra parte do tempo, uma espécie de câmara, onde é informada fazer parte de seu ritual iniciático. Seria uma cerimônia. Uma sacerdotisa desconhecida pela princesa a deixa sobre um local de pedra, semelhante a mármore, acordada e consciente. A guardiã a induz a tomar um liquido, lhe dizendo fazer parte da cerimônia para a tomada do poder para que ela se tornasse a representante da divindade.
Através de uma espécie de concha a princesa ergue a cabeça e toma o liquido. O líquido semelhante ao ópio continha substâncias com propriedades extra-sensoriais que iam muito além do plano físico e melindrosamente arquitetado com um fim nada iluminado.
Ao tocar seu lábios a substância logo começou a fazer seu efeito. A menina entrou num estado de catalepsia. Seu coração desacelreou a tal ponto a parecer que ela estava morta, mas ela podia ver, ouvir e sentir tudo. o que acontecia com seu corpo e ao redor, pore´m nao conseguia se mover. Aliás, nenhum músculo de seu corpo respondia mais...
Naquele momento entrou em pânico. O que estava contecendo? Fazia parte da cerimônia? Quanto tempo duraria aquele estado? O que viria a seguir?
Mas o que viria a seguir era justamente o que ela jamais esqueceria e levaria por vidas e vidas depois de seu tempo...
Seus olhos estavam semi cerrados, mas ela conseguia ainda ver algo ali, naquela sala cerimonial... logo o pânico que sentira a princípio de trasformava em terror quando avistou a sua frente uma outra moça, a sua imagem e semelhança. vestida com suas roupas e adereços. Dentro de si, a princesa inerte perguntava incessantemente: O que estava acontecendo? Quem era aquela moça igual a ela... foi quando como que lendo seus pensamentos a a irmã da princesa lhe disse chegando bem próximo de seu rosto com ar indiferente dizendo com uma voz inesquecível: Isso mesmo, agora eu sou você!
O terror da princesa aumentou, pois naquele momento nada fazia sentido. Porque aquilo estava acontecendo? E logo lhe veio a resposta por meio de uma voz feminina dentro da sala: - Seus propósitos são muito iluminados para os planos que temos para o reino. E se o rei se opuser a nova lei, os dias dele serão tão abreviados quanto os seus e sua esposa.
Logo a princesa percebeu que tudo era um plano. A rainha também estava sendo arrancada de sua vida aos poucos. A princesa usurpadora simplesmente saiu do recinto, assumindo a personalidade da irmã traída.
Obsecados em compreender de onde vinha a sabedoria da pequena princesa real e levados por propósitos abomináveis de poder absoluto, pelo desejo do conhecimento alquímico e quântico, a compreensão do funcionamento da anatomia humana principalmente o cérebro e suas particularidades, engajaram naquele momento num ritual para poder usurpar da princesa também seus poderes compreendidos por eles como extra-físicos.
A princesa, desde pequena mostrara sinais de que tinha sido escolhida pelos deuses. Materializar objetos, abrir portais dimensionais, telepatia aguçada com seres físicos e não físicos. Sua habilidade de conversar com os deuses era algo sobre-humano e desejado. Ali naquela câmara a princesa seria usada como experiência para a descoberta de como funcionava seus poderes e e sua obtenção e leva-lo para a outra vida.
E foi feito.
Aprisionaram sua alma em seu corpo e não a deixariam escapar através de encantamentos que os antigos usavam em suas seitas obscuras. O que se segue agora é a descrição de um ritual, uma recordação vivida de como tudo foi feito.
A jovem princesa inerte foi levada a se deitar num outro ambiente e deitada sobre uma superficie de pedra e frio. Seu corpo foi despido e lavado co perfumes e logo ela percebeu que estava participando por um ritual comum... a mumificação e que aquela era uma câmara mortuária.
O corpo quente, quase sem batimentos não a isentava das dores terríveis que se seguiriam a seguir. Murmuravam palavras do livro dos mortos, e la ainda que de olhos fechados viu um portal se abrir e dele sai seres malignos e deformados que ficariam a espreita observando a hora de agir. Como se fossem guardiões escuros e sombrios.
O ritual seguia. A princesa entendeu o que estava para acontecer. Ainda de olhos fechados podia sentir tudo o que estava acontecendo com seu corpo. A jovem princesa seria mumificada... VIVA.
O objetivo era manter seu corpo vivo e mant~e-la com o sangue quente equanto lentamente seu corpo era levado á morte. mas por quê?
era uma crença. Aos poucos a mulher realizava o ritual de mumificação. Órgãos eram retirados. A jovem princesa podia sentir tudo e mesmo depois de exalar seu ultimo suspiro, continuava ali, deitada sobre seu corpo já falecido, porém presa dentro daquela casca humana ja morta. Suas víceras foram colocadas em pequenos potes e e viu colocarem um tipo de ferro e retirar a massa encefalica atraves da cavidade nasal.
Logo se viu em outro ambiente, presa ao seu corpo, ja enfaixado e mumificado. Continuava se sentindo inerte, era como se o efeito da substância nunca passasse e ela sentia que não podia se mexer ainda. As dores continuavam como ferroadas e nunca cessavam. O pânico não findava. O ambiente era escuro. Sons e vultos de seres dos mais variados generos e com deformidades tomavam conta dela ali deitada. Apenas um feixe de luz iluminava de forma deficiente o ambiente, o suficiente para notar ao redor que era feito todo de grandes blocos, e que fora lacrado por fora. também era possivel perceber a atmosfera sombria a qual seu espírito estava preso por conta do ritual a que a submeteram.
Os seres tomavam conta de seu corpo para que ela não escapasse e para que suas suplicas nao fossem ouvidas. Guardiões de Almas. A sensação de paralisia adormecera com ela por milênios até a retomada de seu poder quando enfim a lembrança retornaria. A traição jamais seria esquecida.
Do outro lado da moeda, a princesa usurpadora por um tempo conseguiu enganar o rei. A rainha definhou antes do tempo ja esperado, tornando a princesa usurpadora, a esposa real, então rainha.
O rei, logo notou que aquela nao era a filha que vira crescer e a quem acompanhava o desenvolvimento espiritual. O rei olhava para aquela moça e nao via mais sua alma. Em pouco tempo teve também sua vida ceifada pela propria filha - ainda que legítima, de personalidade deformada. A então rainha, seduziu-o com um golpe certeiro de punhal acertou sua jugular. O rei apenas teve tempo de perguntar: Quem é você? Por quê...? Um silêncio sufocante se fez.
O final da história.... o reino estava passando por uma derrocada, povos de outras tribos planejavam assumir o poder. E aquela moça fora criada para assumir o poder juntamente ao lado de seu criador, o até então sumo sacerdote, aliado aos povos inimigos. A queda do rei morto por alguém de sua confiança, a traição vil e sem justificativa, desencadeou uma guerra interna, as tribos contra o império do outro lado do rio que cercava a região foram determinantes para uma grande revolução histórica que se seguiu. Uma revolução político-religiosa.
O rei e tudo que lembrava seus feitos e nomes foram destruidos e sobre as suas construções monumentais derrubadas foram construidos novos monumentos em homenagem ao novo rei. Seu corpo desapareceu no subterrâneo dos templos assim como o de sua princesa amada virando areia e pó sob as novas construções. Sua história pouco se sabe permanecendo muito dela oculta sob os escombros daquela velha cidade, sobre a qual foi erguido um novo império, com sucessores vindos do noroeste aliados áqueles que abriram os portões da cidade.
A rainha usurpadora e o sacerdote assumiram plenos poderes politicos e religiosos cujos propósitos duvidosos também não demorariam para cair por terra. Não há mal que dure para sempre...Ainda hoje existem escrituras sobre este imperio derubado por conta da traição. Mas o que se conta nas escrituras que vemos não é bem a história real... muita coisa foi deturpada.
Esta não é uma simples história, é uma recordação de uma dor que foi curada milênios depois. Várias almas foram ascencionadas e libertas e levadas para a luz. Perdoadas as criaturas em aprendizado e libertadas para sua evolução
Neste momento surgiu perante a mãe uma grande dúvida. Qual delas fora prometida ao deus trevososo? A escolha foi feita. A mãe teve que se afastar, levando uma das meninas. Enquanto uma teria uma vida de riquesas, a outra viveria nos arredores do reino, porem comoserva, em meio a plebe.
A filha que ficou com rei, foi criada sob todos os cuidados. Iniciada nos mistérios dos templos. Conhecedora e seguidora das divindades da época, virgem e devota do deus ave, do olho que tudo vê.
A outra filha, sabia de sua semelhança com a filha do rei, estava sendo criada e treinada para tirar seu lugar na hora certa. Observava os modos, os gestos da outra moça. Ouvia os cânticos de luz, sentia a energia que fluía daquele ser e dentro de si uma repulsa surgia cada vez maior. A energia que fluía daquela princesa de luz, vibrava numa frequencia superior.
A media que ambas iam crecendo, embora cada uma sendo educada de froma diferente e longe uma da outra, seus treinamentos se intensificavam, mas de formas opostas.
O sacerdote do rei, insatisfeito com a limitação de seus poderes no reino, queria mais, e não via na princesa escolhida a serva que havia dado com a mãe em servidão a Baal, para que assumisse o trono e o tornasse pleno de poderes. Entendeu assim, quando ela tinha 14 anos de idade que fora dada a menina errada ao rei.
Intensificou o treinamento da outra irmã. A irmã tronada era observada em detalhes, em tudo o que fazia. Tudo estava sendo arquitetato, planejado as escondidas.
Nas festas, ao lado da esposa-real (mulher do rei) a princesa acompanhava tudo de perto, mas também era acompanhada de perto pelos seus observadores. Estava prometida a ser rainha, esposa de seu pai, quando a esposa-real - que não era sua verdadeira mãe, falecesse, ja que se sabia que era acometida de uma doença que logo a levaria da vida.
Assim que subisse ao trono, o sumo sacerdote seria seu conselheiro real, responsável por passar todo o conhecimento da vida e pós-vida àquela jovem neófita.
Porém, o que se observava era que os popósitos daquela jovem mulher princesa, não se afinizavam com os propósitos mesquinhos do sumo-sacerdote. Ela não vibrava na mesma frequência energética que ele. E para ele isso poderia colocar todos seus planos a perder. Seria seu fim. Era extremamente perigoso mantê-la no poder. Com ela assumindo o cargo de matriarca ao lado do rei - seu pai - ele poderia ser destituído de todos os seus poderes. A princesa era dotada de dons essenciais a uma alta-sacerdotisa, treinada e capacitada a ver muito além da materialidade. O Sumo-Sacerdote sabia disso.E sabia que a princesa sentia algo de errado em sua conduta, e notara sua pouca luz. Totalmente contra os princípios que ele mesmo impunha a seus seguidores e discípulos.
A pequena princesa via nele uma nuvem escura que o perseguia onde quer que ele fosse.
O Sumo-sacerdote com semblante fechado resolveu e tramou um plano que seria infalível e indetectável. Trocar as irmãs.
O treinamento na outra irmã já estava sendo feito. Os hábitos da princesa tronada estavam sendo cuidadosamente analisados. Desde seu comportamento atencioso e amoroso com o pai, até a maneira delicada de falar com as outras sacerdotisas. Nada poderia passar despercebido aos olhos atentos de sua irmã gêmea serva de Baal. A princesa excluída, só tinha um pensamento: nunca mais viver na exclusão, na rejeição. Porém a escuridão a perseguia onde quer que fosse, como uma maldição imposta desde antes de seu nascimento e algo assim não dura apenas uma única vida....até que se quebre o ciclo.
A mãe das gêmeas, também era uma sacerdotisa, uma das esposas do Rei. O que também era muito comum era o governante ter várias esposas, pois sua religião permitia o poligamismo.
A princesa real, era devota do seu ave, uma das divindades mais cultuadas em sua época. Possuia longos cabelos pretos cheios de prequenas tranças, com diversos adornos em dourado. Roupas de um tecido semelhante ao puro linho, frisado que marcava sua cintura. Sandálias também fazia parte de seu vestuário. Em diversas ocasiões a roupa lhe cobria apenas da cintura para baixo mantenho sua silhueta seminua - o que também era habito local devido as intensas temperaturas da região.
A esposa real não estava bem de saúde, algo estava sendo colocado em sua alimentação para que enfraquecesse aos poucos.
Num determinado dia, a princesa real, saindo como de hábito do tempo do deus ave, ela é encaminhada a outra parte do tempo, uma espécie de câmara, onde é informada fazer parte de seu ritual iniciático. Seria uma cerimônia. Uma sacerdotisa desconhecida pela princesa a deixa sobre um local de pedra, semelhante a mármore, acordada e consciente. A guardiã a induz a tomar um liquido, lhe dizendo fazer parte da cerimônia para a tomada do poder para que ela se tornasse a representante da divindade.
Através de uma espécie de concha a princesa ergue a cabeça e toma o liquido. O líquido semelhante ao ópio continha substâncias com propriedades extra-sensoriais que iam muito além do plano físico e melindrosamente arquitetado com um fim nada iluminado.
Ao tocar seu lábios a substância logo começou a fazer seu efeito. A menina entrou num estado de catalepsia. Seu coração desacelreou a tal ponto a parecer que ela estava morta, mas ela podia ver, ouvir e sentir tudo. o que acontecia com seu corpo e ao redor, pore´m nao conseguia se mover. Aliás, nenhum músculo de seu corpo respondia mais...
Naquele momento entrou em pânico. O que estava contecendo? Fazia parte da cerimônia? Quanto tempo duraria aquele estado? O que viria a seguir?
Mas o que viria a seguir era justamente o que ela jamais esqueceria e levaria por vidas e vidas depois de seu tempo...
Seus olhos estavam semi cerrados, mas ela conseguia ainda ver algo ali, naquela sala cerimonial... logo o pânico que sentira a princípio de trasformava em terror quando avistou a sua frente uma outra moça, a sua imagem e semelhança. vestida com suas roupas e adereços. Dentro de si, a princesa inerte perguntava incessantemente: O que estava acontecendo? Quem era aquela moça igual a ela... foi quando como que lendo seus pensamentos a a irmã da princesa lhe disse chegando bem próximo de seu rosto com ar indiferente dizendo com uma voz inesquecível: Isso mesmo, agora eu sou você!
O terror da princesa aumentou, pois naquele momento nada fazia sentido. Porque aquilo estava acontecendo? E logo lhe veio a resposta por meio de uma voz feminina dentro da sala: - Seus propósitos são muito iluminados para os planos que temos para o reino. E se o rei se opuser a nova lei, os dias dele serão tão abreviados quanto os seus e sua esposa.
Logo a princesa percebeu que tudo era um plano. A rainha também estava sendo arrancada de sua vida aos poucos. A princesa usurpadora simplesmente saiu do recinto, assumindo a personalidade da irmã traída.
Obsecados em compreender de onde vinha a sabedoria da pequena princesa real e levados por propósitos abomináveis de poder absoluto, pelo desejo do conhecimento alquímico e quântico, a compreensão do funcionamento da anatomia humana principalmente o cérebro e suas particularidades, engajaram naquele momento num ritual para poder usurpar da princesa também seus poderes compreendidos por eles como extra-físicos.
A princesa, desde pequena mostrara sinais de que tinha sido escolhida pelos deuses. Materializar objetos, abrir portais dimensionais, telepatia aguçada com seres físicos e não físicos. Sua habilidade de conversar com os deuses era algo sobre-humano e desejado. Ali naquela câmara a princesa seria usada como experiência para a descoberta de como funcionava seus poderes e e sua obtenção e leva-lo para a outra vida.
E foi feito.
Aprisionaram sua alma em seu corpo e não a deixariam escapar através de encantamentos que os antigos usavam em suas seitas obscuras. O que se segue agora é a descrição de um ritual, uma recordação vivida de como tudo foi feito.
A jovem princesa inerte foi levada a se deitar num outro ambiente e deitada sobre uma superficie de pedra e frio. Seu corpo foi despido e lavado co perfumes e logo ela percebeu que estava participando por um ritual comum... a mumificação e que aquela era uma câmara mortuária.
O corpo quente, quase sem batimentos não a isentava das dores terríveis que se seguiriam a seguir. Murmuravam palavras do livro dos mortos, e la ainda que de olhos fechados viu um portal se abrir e dele sai seres malignos e deformados que ficariam a espreita observando a hora de agir. Como se fossem guardiões escuros e sombrios.
O ritual seguia. A princesa entendeu o que estava para acontecer. Ainda de olhos fechados podia sentir tudo o que estava acontecendo com seu corpo. A jovem princesa seria mumificada... VIVA.
O objetivo era manter seu corpo vivo e mant~e-la com o sangue quente equanto lentamente seu corpo era levado á morte. mas por quê?
era uma crença. Aos poucos a mulher realizava o ritual de mumificação. Órgãos eram retirados. A jovem princesa podia sentir tudo e mesmo depois de exalar seu ultimo suspiro, continuava ali, deitada sobre seu corpo já falecido, porém presa dentro daquela casca humana ja morta. Suas víceras foram colocadas em pequenos potes e e viu colocarem um tipo de ferro e retirar a massa encefalica atraves da cavidade nasal.
Logo se viu em outro ambiente, presa ao seu corpo, ja enfaixado e mumificado. Continuava se sentindo inerte, era como se o efeito da substância nunca passasse e ela sentia que não podia se mexer ainda. As dores continuavam como ferroadas e nunca cessavam. O pânico não findava. O ambiente era escuro. Sons e vultos de seres dos mais variados generos e com deformidades tomavam conta dela ali deitada. Apenas um feixe de luz iluminava de forma deficiente o ambiente, o suficiente para notar ao redor que era feito todo de grandes blocos, e que fora lacrado por fora. também era possivel perceber a atmosfera sombria a qual seu espírito estava preso por conta do ritual a que a submeteram.
Os seres tomavam conta de seu corpo para que ela não escapasse e para que suas suplicas nao fossem ouvidas. Guardiões de Almas. A sensação de paralisia adormecera com ela por milênios até a retomada de seu poder quando enfim a lembrança retornaria. A traição jamais seria esquecida.
Do outro lado da moeda, a princesa usurpadora por um tempo conseguiu enganar o rei. A rainha definhou antes do tempo ja esperado, tornando a princesa usurpadora, a esposa real, então rainha.
O rei, logo notou que aquela nao era a filha que vira crescer e a quem acompanhava o desenvolvimento espiritual. O rei olhava para aquela moça e nao via mais sua alma. Em pouco tempo teve também sua vida ceifada pela propria filha - ainda que legítima, de personalidade deformada. A então rainha, seduziu-o com um golpe certeiro de punhal acertou sua jugular. O rei apenas teve tempo de perguntar: Quem é você? Por quê...? Um silêncio sufocante se fez.
O final da história.... o reino estava passando por uma derrocada, povos de outras tribos planejavam assumir o poder. E aquela moça fora criada para assumir o poder juntamente ao lado de seu criador, o até então sumo sacerdote, aliado aos povos inimigos. A queda do rei morto por alguém de sua confiança, a traição vil e sem justificativa, desencadeou uma guerra interna, as tribos contra o império do outro lado do rio que cercava a região foram determinantes para uma grande revolução histórica que se seguiu. Uma revolução político-religiosa.
O rei e tudo que lembrava seus feitos e nomes foram destruidos e sobre as suas construções monumentais derrubadas foram construidos novos monumentos em homenagem ao novo rei. Seu corpo desapareceu no subterrâneo dos templos assim como o de sua princesa amada virando areia e pó sob as novas construções. Sua história pouco se sabe permanecendo muito dela oculta sob os escombros daquela velha cidade, sobre a qual foi erguido um novo império, com sucessores vindos do noroeste aliados áqueles que abriram os portões da cidade.
A rainha usurpadora e o sacerdote assumiram plenos poderes politicos e religiosos cujos propósitos duvidosos também não demorariam para cair por terra. Não há mal que dure para sempre...Ainda hoje existem escrituras sobre este imperio derubado por conta da traição. Mas o que se conta nas escrituras que vemos não é bem a história real... muita coisa foi deturpada.
Esta não é uma simples história, é uma recordação de uma dor que foi curada milênios depois. Várias almas foram ascencionadas e libertas e levadas para a luz. Perdoadas as criaturas em aprendizado e libertadas para sua evolução
Cleópatra Thea Filopator, mais conhecida como apenas Cleópatra, é certamente, uma das figuras mais célebres da Antiguidade Clássica e, em geral, de toda a história. Essa personagem cativou a imaginação de milhões de pessoas em todas as épocas, tanto pela aura exótica que acompanhou a sua figura como rainha do Egito, bem como pelo seu relacionamento com Júlio César e Marco Antônio.
Essa fascinação com a última governante do período helenístico da terra dos faraós, se reflete também no mundo da artes, sendo Cleópatra retratada em muitas pinturas e esculturas. Uma das obras mais marcantes está preservada no Louvre, e é o trabalho de um seguidor misterioso de Leonardo da Vinci, um discípulo que os historiadores chamam de Giampietrino.
Essa fascinação com a última governante do período helenístico da terra dos faraós, se reflete também no mundo da artes, sendo Cleópatra retratada em muitas pinturas e esculturas. Uma das obras mais marcantes está preservada no Louvre, e é o trabalho de um seguidor misterioso de Leonardo da Vinci, um discípulo que os historiadores chamam de Giampietrino.
Apesar dos poucos dados disponíveis sobre sua pessoa, agora os especialistas acreditam ter identificado este artista como sendo o pintor Giovanni Pietro Rizzoli, um lombardo cujas obras mostram a influência inconfundível do gênio florentino. No entanto, ao longo de décadas, a verdadeira identidade do artista permaneceu um enigma indecifrável para os pesquisadores.
Aparentemente, a pintura que ele fez com Cleópatra como protagonista, e que agora descansa nos fundos do Museu de Paris, foi feita em 1538, curiosamente, ela também retrata um episódio envolto em mistérios.
A cena captada por Giampietrino não é outra senão a do suicídio de Cleópatra, um evento que tem sido objeto de controvérsia nos textos históricos que falam sobre a morte da sedutora representante da dinastia ptolemaica.
Aparentemente, a pintura que ele fez com Cleópatra como protagonista, e que agora descansa nos fundos do Museu de Paris, foi feita em 1538, curiosamente, ela também retrata um episódio envolto em mistérios.
A cena captada por Giampietrino não é outra senão a do suicídio de Cleópatra, um evento que tem sido objeto de controvérsia nos textos históricos que falam sobre a morte da sedutora representante da dinastia ptolemaica.
Fontes romanas nos contam que a rainha egípcia se suicidou quando ela percebeu as intenções de Augusto de levá-la como prisioneira para Roma. De acordo com Estrabão, autor do texto mais antigo sobre o assunto, na época circulavam duas versões: a primeira alegava que Cleópatra tinha se untado com uma unguento tóxico; a segunda, dizia que ela morreu por causa do veneno de uma cobra egípcia que lhe mordera um peito.
No entanto, apenas alguns anos mais tarde, já circulavam diferentes versões do acontecido: por exemplo, dez anos após o desaparecimento de Cleópatra, poetas romanos falavam que foram duas víboras, e não apenas uma, as responsáveis por dar fim à vida da rainha egípcia.
As versões só aumentaram com o passar dos tempos, sendo que muitos autores descartaram a versão das cobras, defendendo em vez dela, a de que foi Augusto quem matou Cleópatra. Mais recentemente, no entanto, historiadores como o alemão Christoph Schaeffer sugerem que, possivelmente, a rainha do Nilo foi envenenada tomando uma bebida feita da mistura de plantas tóxicas.
No entanto, apenas alguns anos mais tarde, já circulavam diferentes versões do acontecido: por exemplo, dez anos após o desaparecimento de Cleópatra, poetas romanos falavam que foram duas víboras, e não apenas uma, as responsáveis por dar fim à vida da rainha egípcia.
As versões só aumentaram com o passar dos tempos, sendo que muitos autores descartaram a versão das cobras, defendendo em vez dela, a de que foi Augusto quem matou Cleópatra. Mais recentemente, no entanto, historiadores como o alemão Christoph Schaeffer sugerem que, possivelmente, a rainha do Nilo foi envenenada tomando uma bebida feita da mistura de plantas tóxicas.
Seja como for, ao analisarmos as várias representações artísticas que foram feitas do fato ao longo da história, não há dúvida de que a hipótese que mais cativou os artistas foi a da serpente. Precisamente a usada por Giampetrino em sua pintura.
Além do seguidor de Leonardo da Vinci, muitos outros artistas se deixaram seduzir pela inquietante imagem de uma Cleópatra dando fim a existência por meio da mordida de uma víbora em um dos seios. Entre eles, por exemplo, se destacam as pinturas dos italianos Guido Reni e Benedetto Genari e a do historicista austríaco Hans Makart.
11 fatos sobre o Antigo Egito que provavelmente você desconhece
1 – Cleópatra não era egípcia
Junto com Tutancâmon, talvez nenhuma figura associada com o Egito Antigo seja mais famosa do que Cleópatra VII. Nascida em Alexandria, Cleópatra era, na verdade, parte de uma longa linhagem de gregos macedônios originalmente descendentes de Ptolomeu I, um dos generais de confiança de Alexandre, o Grande. A dinastia ptolomaica governou o Egito de 323 a 30 a.C, sendo que a maioria de seus líderes permaneceu em grande parte grega em sua cultura e sensibilidade. Cleópatra era famosa por ser um dos primeiros membros da dinastia ptolemaica que realmente falava a língua egípcia.
2 – Os antigos egípcios fizeram um dos primeiros tratados de paz da história
Por mais de dois séculos, os egípcios lutaram contra o império hitita pelo controle das terras do que é hoje a moderna Síria. O conflito deu origem a confrontos sangrentos como a Batalha de Kadesh, em 1274 a.C. Lá pela época do faraó Ramsés II, nenhum dos lados tinha conseguido subjugar o outro. Os egípcios e os hititas passaram a enfrentar ameaças de outros povos, então, em 1259 a.C, Ramsés II e o rei hitita Hatusil III negociaram um famoso tratado de paz. O acordo punha fim ao conflito e decretava que os dois reinos ajudariam um ao outro em caso de uma invasão por terceiros. O tratado egípcio-hitita é agora reconhecido como um dos primeiros acordos de paz da história. Uma cópia dele pode até mesmo ser vista na entrada para a Câmara do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque.
3 – Os antigos egípcios tinham paixão por jogos de tabuleiro
Depois de um longo dia de trabalho ao longo do rio Nilo, os egípcios muitas vezes relaxavam jogando jogos de tabuleiro. Existiam vários jogos diferentes, incluindo "Mehen" e "Cães e Chacais", porém, o mais popular talvez tenha sido um jogo de azar conhecido como "Senet." A idade desse passatempo remonta tão longe quanto 3500 a.C. Ele era jogado em uma placa longa com 30 quadrados pintados nela. Cada jogador tinha um conjunto de peças que eram movidas ao longo da placa de acordo com o número indicado por quatro plaquinhas de madeira. Os historiadores ainda se debatem sobre as regras exatas do Senet, mas há pouca dúvida sobre a popularidade do jogo. Pinturas retratam a rainha Nefertari jogando Senet e faraós, como Tutancâmon, tinham tabuleiros do jogo enterrados com eles em suas tumbas.
4 – As mulheres egípcias tinham uma ampla gama de direitos e liberdades
Embora possam ter sido publicamente e socialmente vistas como inferiores aos homens, as mulheres egípcias desfrutavam de uma grande dose de independência jurídica e financeira. Elas podiam comprar e vender bens, atuar como membros de um júri, fazer testamentos e até mesmo assinar contratos legais. As mulheres do Antigo Egito não costumavam trabalhar fora de casa, mas quando o faziam, elas geralmente recebiam um salário equivalente ao dos homens, quando realizavam o mesmo trabalho. Ao contrário das mulheres da Grécia antiga, que eram efetivamente propriedade de seus maridos, as mulheres egípcias também tinham o direito de se divorciar e de se casar novamente. Os casais egípcios são conhecidos por negociar um antigo acordo pré-nupcial. Esses contratos listavam todos os bens e riquezas que a mulher havia trazido para o casamento e garantiam que ela seria compensada, no caso de um divórcio.
5 – Os trabalhadores do Antigo Egito organizavam greves
Mesmo considerando o faraó uma espécie de deus vivo, os trabalhadores egípcios não tinham medo de protestar por melhores condições de trabalho. O exemplo mais famoso vem do século XII a.C, no Império Novo, durante o reinado do faraó Ramsés III. Quando os trabalhadores envolvidos na construção da necrópole real em Deir el-Medina não receberam seu pagamento habitual de grãos, eles organizaram uma das primeiras greves registradas da história. Os operários simplesmente entravam nos templos mortuários próximos e lá ficavam sentados, se recusando a sair até que suas queixas fossem ouvidas. A estratégia funcionou; eles acabaram recebendo os salários atrasados.
6 – Os faraós geralmente eram gordos
A arte egípcia geralmente retrata os faraós como tendo corpos esculturais, mas é provável que não tenha sido bem assim. A dieta egípcia de cerveja, vinho, pão e mel, era rica em açúcar, e estudos mostram que ela pode ter feito um estrago nas cinturas reais do Antigo Egito. Exames em múmias indicaram que muitos governantes egípcios eram doentes, acima do peso e que muitos deles sofriam de diabetes. Um exemplo notável é a lendária rainha Hatshepsut, que viveu no século XV a.C, seu sarcófago a retrata como esbelta e atlética, mas os historiadores acreditam que ela era, na verdade, gorda e com pouco cabelo.
7 – As pirâmides não foram construídas por escravos
A vida de um construtor de pirâmides certamente não era fácil. Os esqueletos dos trabalhadores dessas construções mostram comumente sinais de artrite e de outras doenças laborais, mas as evidências sugerem que os túmulos dos faraós foram construídos não por escravos, mas por trabalhadores pagos. Essa antiga massa de trabalho da construção era formada por artesãos qualificados e por trabalhadores temporários que pegavam no pesado. Alguns deles parecem ter tido muito orgulho por seu ofício. Desenhos encontrados perto dos monumentos sugerem que muitas vezes os trabalhadores davam nomes humorísticos aos seus grupos, como os "Bêbados de Miquerinos" ou os "Amigos de Khufu." A ideia de que escravos construíram as pirâmides ao estalo de um chicote, foi evocada pela primeira vez pelo historiador grego Heródoto, no século V a.C, mas a maioria dos historiadores modernos a rejeita, considerando-a um mito. Contudo, os antigos egípcios certamente não eram contrários a manter escravos, tudo indica que eles eram usados principalmente nas lavouras e como servos domésticos.
8 – Tutancâmon pode ter sido morto por um hipopótamo
Pouco se sabe sobre a vida do faraó menino Tutancâmon, mas alguns historiadores acreditam que sabem como ele morreu. Tomografias do corpo do jovem monarca mostram que ele foi embalsamado sem o seu coração ou sem a sua parede torácica. Esse desvio drástico da prática tradicional do sepultamento egípcio, sugere que ele pode ter sofrido uma lesão horrível antes de sua morte. De acordo com um punhado de egiptólogos, uma das causas mais prováveis para esta ferida teria sido a mordida de um hipopótamo. As evidências indicam que os egípcios caçavam esse animais por esporte, e estátuas encontradas na tumba de Tutancâmon o retratam no ato de atirar uma lança. Se o faraó menino, de fato apreciava caçar hipopótamos, então talvez, sua morte tenha sido o resultado de uma caçada que deu errado.
9 – Alguns médicos egípcios se especializavam em certos campos da medicina
Um antigo médico geralmente era pau para toda obra, mas existem provas de que os médicos egípcios, por vezes, se focavam no tratamento de apenas uma parte do corpo humano. Essa forma inicial de especialização médica foi observada pela primeira vez em 450 a.C pelo viajante e historiador Heródoto. Descrevendo a medicina egípcia, ele escreveu: "Cada médico é curandeiro de uma doença e não mais ... alguns dos olhos, alguns dos dentes, outros do que se refere à barriga." Esses especialistas egípcios tinham nomes específicos. Dentistas eram conhecidos como "os médicos dos dentes", já o termo para proctologista se traduz literalmente como "pastor do ânus."
10 – Os antigos egípcios criavam e adestravam animais de estimação
Os egípcios viam os animais como encarnações dos deuses e foram uma das primeiras civilizações a manter animais de estimação. Eles gostavam particularmente de gatos, que eram associados com a deusa Bastet, mas também reverenciavam os falcões, íbis, cachorros, leões e babuínos. Esses animais ocupavam um lugar especial no lar egípcio e muitas vezes eram mumificados e enterrados com seus donos depois de terem morrido. Outras criaturas eram especialmente treinadas para trabalhar como animais auxiliares. Policiais egípcios, por exemplo, eram conhecidos por usar cães e macacos treinados para ajudá-los quando em patrulha.
11 – Egípcios de ambos os sexos usavam maquiagem
A vaidade é tão antiga quanto a civilização e os antigos egípcios não eram exceção. Tanto homens como mulheres eram conhecidos por usar grandes quantidades de maquiagem, que segundo a crença, dava-lhes a proteção dos deuses Hórus e Rá. Esses cosméticos eram feitos por moagem de minérios como malaquita e galena em uma substância chamada Kohl. Em seguida, eram aplicados ao redor dos olhos com utensílios feitos de madeira, osso e marfim. As mulheres também enfeitavam suas bochechas com tinta vermelha e usavam henna para colorir as mãos e unhas; ambos os sexos usavam perfumes feitos a partir de óleos, mirra e canela. Os egípcios acreditavam que sua maquiagem tinha poderes mágicos de cura e não estavam totalmente errados: pesquisas comprovaram que os cosméticos à base de chumbo usados ao longo do Nilo, realmente ajudavam a evitar infecções oculares.
É verdade, atualmente, muitas cidades da antiguidade se encontram submersas. No entanto, não estão lá porque tinham incríveis seres aquáticos ou tesouros escondidos, mas sim porque algum desastre natural as colocou nesse lugar.
representação artística de Cleópatra, por Fointanebleu
Alexandria, do Egito (Textos compilados por Carlos Fernandes / nov-2002)
A cidade
O reino egípcio dos Ptolomeus teve sua origem na fundação de Alexandria, um centro urbano no que era antes uma aldeia de pescadores.
A cidade foi fundada (332 a. C.) pelo conquistador macedônico Alexandre Magno (356-323 a. C.) para ser a principal cidade portuária da Antigüidade.
Ao chegar ao Egito, Alexandre logo tratou de fundar esse novo porto, cujo enorme potencial previu.
Batizada como Alexandria, como muitas das outras cidades fundadas pelo conquistador macedônico, essa cidade em breve se tornou uma das maiores de todo o mundo grego.
Ao norte possuía dois bons ancoradouros que davam para o Mar Mediterrâneo.
O porto foi construído com um imponente quebra-mar que chegava até a ilha de Faros, onde foi erguido um famoso farol para orientar o tráfego marítimo, o Farol de Alexandria, e ficou conhecido como uma das sete maravilhas do mundo antigo. Esse porto tinha capacidade para abrigar as grandes embarcações que se tornaram típicas da época helenística, o que permitiu a Alexandria exportar sua produção excedente para o resto do país e estender o comércio a outras regiões, tornando-se assim a principal base marítima de todo o Mediterrâneo.
Foi para lá que Ptolomeu I Sóter (304-283 a. C.) transferiu sua capital, antes localizada em Menphis, antiga e tradicional cidade do Baixo Egito. Cortada por uma avenida principal excepcionalmente ampla, sua área urbana ocupava um território retangular com 6,4 km de comprimento por 1,2 de largura, e sua população por volta de 200 a. C., chegava a meio milhão de habitantes. Estes eram em sua maioria colonos gregos e macedônios, que tinham organização autônoma de privilégios excepcionais.
A numerosa comunidade judaica também tinha sua própria administração.
Mas a cidade abrigava igualmente dezenas de milhares de egípcios e indivíduos de várias outras raças. Tratava-se de um centro urbano cosmopolita, em escala ainda maior do que Siracusa.
Na nova capital os Ptolomeus construíram muitos palácios e instituições públicas, e a cidade atingiu o nível de centro científico e literário por pelo menos durante o meio milênio seguinte, fato que se prolongou durante os primeiros anos da dominação romana.
Muitos dos belos edifícios de Alexandria tornaram-se célebres, como o Museu e a Biblioteca, que juntamente com outras instituições atenienses mais antigas figuravam entre os mais importantes centros culturais da época. Havia também os palácios dos Ptolomeus e o templo de Serápis, a divindade que fora introduzida par atender os reclamos nacionais e cujo culto propagara-se rapidamente, assim como o de Ísis, pelo mundo helenístico.
No entanto não parecia uma cidade que fizesse parte do território egípcio.
Apesar dos canais que a ligavam a o lago Marcótis e ao sul, parecia um superestrutura acrescentada ao país, e era comum as pessoas falarem em viajar de Alexandria para o Egito. A antiga e grande cidade de Alexandria, hoje terceiro núcleo urbano do país em população, com cerca de 3,5 milhões habitantes e principal porto do norte do Egito, fica localizada no delta do rio Nilo, fundada numa colina que separa o lago Mariotis do mar Mediterrâneo.
Nesta cidade sempre existiram dois portos, dos quais o ocidental é o principal centro comercial, com instalações como a alfândega e inúmeros armazéns. A fundação da cidade de Constantinopla contribuiu para a decadência da metrópole egípcia.
Com os muçulmanos, essa decadência de Alexandria foi acelerada, sobretudo a medida do crescimento da cidade do Cairo, hoje com aproximadamente 7,0 milhões de habitantes.
A história da grande Biblioteca
Chamada de A grande Biblioteca para distinguí-la da pequena biblioteca de Serapis, foi inaugurada por Ptolomeu Sóter II (309-247 a. C.), o Filadelfo, segundo rei (282-247 a. C.) dessa dinastia, com o propósito de firmar a manutenção da civilizacão grega no interior da conservadora civilizacão egípcia.
Provavelmente idealizada a partir da chegada de Demétrio Falero (350-283 a. C.), levado a Alexandria (295 a. C.) para este fim e atendendo a um projeto elaborado por Ptolomeu Sóter I (367-283 a. C.) cuja obra ficou completa com a construção de sua conexão com o Museu, a obra máxima de seu sucesor, Ptolomeu Filadelfo.
Como Estrabão (63 a. C. -24) não fez menção da biblioteca em sua descrição dos edificios do porto, possivelmente se encontrava em outra parte da cidade, além do mais, sua conexão com o Museu, parece localizá-la no Brucheião, a noroeste da cidade.
A formação do acervo foi constituída de várias formas, segundo muitos relatos tradicionais para aquisição dos livros, geralmente na forma de rolos. Por exemplo, os barcos que entravam no porto eram forçados a entregar algum manuscrito que transportavam.
A rivalidade entre Alexandría e Pérgamo chegou em tal nível que a exportação de papiro foi proibida com o fim de perjudicar a cidade italiana. Esta rivalidade levou ao desenvolvimento de envelhecimento artificial de papiros para falsificação de cópias como originais, para aumento do acervo.
Demétrio Falero (350-283 a. C.) mencionou o número de 200.000 rolos de papiro, para uma meta de 500.000. Calímaco (294-224 a. C.) criador do primeiro catálogo sistematizado da biblioteca, os Pinakes, contabilizou em 490.000 rollos e, mais tarde, Aulo Gélio (120-175) e Amiano Marcelio ( 330 - 395) em 700.000 rollos.
Paolo Orósio ( 370-417), por outro lado, mencionou 400.000. João Tzetzes (1110-1181), comentarista bizantino, concluiu que o acervo estaria dividido, com 42.800 manuscritos em Serapis e 490.000 no Museu. Autores modernos falam em milhões de originais.
Depois da catalogação das obras por Calímaco e Apolônio de Rodes, o primeiro bibliotecário de fato (234 a.C.) foi Zenódoto (325-234 a. C.), seguido (234-194 a. C.) por Eratóstenes (276-194 a. C.), (194-180 a. C.) Aristófanes de Bizâncio (257-180 a. C.) e (180-131 a.C.) Aristarco de Samotrácia (217-131a. C.), todos nomes de famosos estudiosos daquele período da civilização.
A inclusão nesta lista do gramático Calímaco (294-224 a. C.) e do gramático e poeta épico Apolônio de Rodes (295-215 a. C.) é pouco convincente e parece cronologicamente impossível, a não ser como colaboradores iniciais na fundação da instituição e organização do acervo inicial.
O trabalho dos bibliotecários consistiu na clasificacão, catalogação e edição das obras da literatura grega e exerceram uma profunda e permanente influência não só pela forma dos livros, de suas subdivisões e sua disposição, como também pela transmissão de textos em todas as fases da história da literatura. Depois de Aristarco a importância da biblioteca decaiu. Júlio César (100-44 a. C.) viu-se impelido (47 a. C.) a queimar sua frota para impedir que caísse em mãos dos Egípcios.
O fogo se extendeu aos documentos e o arsenal naval e acredita-se destruiu cerca de 400.000 rolos de papiros. É mais provável, segundo o relato de Orósio, que isto não ocorreu na próprio biblioteca, e sim, depois que os rolos tivessem sido transportados de lá para porto para serem embarcardos para Roma. Sêneca (4 a. C.-65) e Aulo Gélio (120-175) também escreveram sobre essa ocorrência, porém só da queima dos manuscritos, este último apresentando-a como completa.
Menos cuidadosamente os historiadores Plutarco (46-119) e Dio Cássio escreveram sobre a queima da biblioteca, porém o assunto não foi tratado pelos historiadores Cícero (106-43 a. C.) nem por Estrabão (63 a. C.-24). O prejuízo foi parcialmente reparado (41 a. C.) por Marco Antônio (83-30 a. C.) e Cleópatra VII (69-30 a. C.), com o aporte de 200.000 volumes provenientes da biblioteca de Pérgamo. Sob o imperador romano Aureliano (215-275), uma grande parte do Brucheion foi destruída (272) e é possível que a biblioteca tenha desaparecido nessa época.
A mais generalizada versão da destruição da biblioteca é a que aconteceu quando Alexandria foi capturada pelos muçulmanos (642), que sob o argumento de que os escritos gregos não eram necesários e não necessitavam ser preservados, porque estavam em desacordo com os ensinamentos de Alá e, portanto, eram perniciosos e deveriam ser destruídos.
A versão de que teriam sido usados como lenha, hoje está descartada, pois o gesto não seria coerente com os costumes muçulmanos e, além disso, segundo alguns historiadores essa versão ganhou corpo cerca de um século depois da captura da cidade, aumentando as possibilidades de que a monumental biblioteca tenha sido destruída muito antes da invasão muçulmana. Segundo a lenda, no entanto, a biblioteca foi destruída pelo fogo em três ocasiões, sendo a primeira (272) por ordem do imperador romano Aureliano (215-275), depois (391), quando o imperador Teodósio I (347-395) arrasou-a, juntamente com outros edifícios pagãos, e finalmente (640) pelos muçulmanos, sob a chefia do califa Omar I (581-644).
Saliente-se ainda que existe uma suposição de que a pequena biblioteca de Serapis, com pouco mais de 40 mil volumes, foi destruída quando o Templo de Serapis foi demolido (391) por ordem do cristão radical Teófilo (335-412), nomeado (385) patriarca de Alexandria, durante sua violenta campanha de destruição de todos os templos e santuários não-cristãos daquela cidade, com o apoio do imperador FlávioTeodósio (347-395), após a proclamação (380) do Cristianismo como Religião do Estado.
Essa loucura destruidora já teria sido responsável, então, pela demolição dos templos de Mitríade e de Dionísio, porém não há uma informação definitiva dos acontecimentos em relação à biblioteca.
Saliente-se ainda que Hipatia (370-415), a última grande matemática da Escola de Alexandria, a bela filha de Téon de Alexandria (335-395), foi assassinada por uma multidão de monges cristãos, incitada por Cirilo (376-444), sobrinho e e sucessor de Teófilo como patriarca de Alexandria, que depois seria canonizado pela Igreja Católica.
Após o seu assassinato, numerosos pesquisadores e filósofos trocaram Alexandria pela Índia e pela Pérsia, e a cidade deixou de ser o grande centro de ensino das ciências do Mundo Antigo.
O Antigo Egito manteve-se como uma das civilizações mais avançadas do mundo por cerca de 3.000 anos e criou uma cultura tão rica que gerou o seu próprio campo de estudo: a egiptologia. A arte, a arquitetura e a religião egípcia tornaram-se objetos duradouros da nossa fascinação e ainda há muita coisa que nós não sabemos sobre os famosos construtores das pirâmides. Desde o primeiro tratado de paz que se tem notícia até a paixão dos faraós por antigos jogos de tabuleiro, nessa postagem descobriremos 11 fatos surpreendentes sobre o presente do Nilo.
1 – Cleópatra não era egípcia
Junto com Tutancâmon, talvez nenhuma figura associada com o Egito Antigo seja mais famosa do que Cleópatra VII. Nascida em Alexandria, Cleópatra era, na verdade, parte de uma longa linhagem de gregos macedônios originalmente descendentes de Ptolomeu I, um dos generais de confiança de Alexandre, o Grande. A dinastia ptolomaica governou o Egito de 323 a 30 a.C, sendo que a maioria de seus líderes permaneceu em grande parte grega em sua cultura e sensibilidade. Cleópatra era famosa por ser um dos primeiros membros da dinastia ptolemaica que realmente falava a língua egípcia.
2 – Os antigos egípcios fizeram um dos primeiros tratados de paz da história
Por mais de dois séculos, os egípcios lutaram contra o império hitita pelo controle das terras do que é hoje a moderna Síria. O conflito deu origem a confrontos sangrentos como a Batalha de Kadesh, em 1274 a.C. Lá pela época do faraó Ramsés II, nenhum dos lados tinha conseguido subjugar o outro. Os egípcios e os hititas passaram a enfrentar ameaças de outros povos, então, em 1259 a.C, Ramsés II e o rei hitita Hatusil III negociaram um famoso tratado de paz. O acordo punha fim ao conflito e decretava que os dois reinos ajudariam um ao outro em caso de uma invasão por terceiros. O tratado egípcio-hitita é agora reconhecido como um dos primeiros acordos de paz da história. Uma cópia dele pode até mesmo ser vista na entrada para a Câmara do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque.
3 – Os antigos egípcios tinham paixão por jogos de tabuleiro
Depois de um longo dia de trabalho ao longo do rio Nilo, os egípcios muitas vezes relaxavam jogando jogos de tabuleiro. Existiam vários jogos diferentes, incluindo "Mehen" e "Cães e Chacais", porém, o mais popular talvez tenha sido um jogo de azar conhecido como "Senet." A idade desse passatempo remonta tão longe quanto 3500 a.C. Ele era jogado em uma placa longa com 30 quadrados pintados nela. Cada jogador tinha um conjunto de peças que eram movidas ao longo da placa de acordo com o número indicado por quatro plaquinhas de madeira. Os historiadores ainda se debatem sobre as regras exatas do Senet, mas há pouca dúvida sobre a popularidade do jogo. Pinturas retratam a rainha Nefertari jogando Senet e faraós, como Tutancâmon, tinham tabuleiros do jogo enterrados com eles em suas tumbas.
4 – As mulheres egípcias tinham uma ampla gama de direitos e liberdades
Embora possam ter sido publicamente e socialmente vistas como inferiores aos homens, as mulheres egípcias desfrutavam de uma grande dose de independência jurídica e financeira. Elas podiam comprar e vender bens, atuar como membros de um júri, fazer testamentos e até mesmo assinar contratos legais. As mulheres do Antigo Egito não costumavam trabalhar fora de casa, mas quando o faziam, elas geralmente recebiam um salário equivalente ao dos homens, quando realizavam o mesmo trabalho. Ao contrário das mulheres da Grécia antiga, que eram efetivamente propriedade de seus maridos, as mulheres egípcias também tinham o direito de se divorciar e de se casar novamente. Os casais egípcios são conhecidos por negociar um antigo acordo pré-nupcial. Esses contratos listavam todos os bens e riquezas que a mulher havia trazido para o casamento e garantiam que ela seria compensada, no caso de um divórcio.
5 – Os trabalhadores do Antigo Egito organizavam greves
Mesmo considerando o faraó uma espécie de deus vivo, os trabalhadores egípcios não tinham medo de protestar por melhores condições de trabalho. O exemplo mais famoso vem do século XII a.C, no Império Novo, durante o reinado do faraó Ramsés III. Quando os trabalhadores envolvidos na construção da necrópole real em Deir el-Medina não receberam seu pagamento habitual de grãos, eles organizaram uma das primeiras greves registradas da história. Os operários simplesmente entravam nos templos mortuários próximos e lá ficavam sentados, se recusando a sair até que suas queixas fossem ouvidas. A estratégia funcionou; eles acabaram recebendo os salários atrasados.
6 – Os faraós geralmente eram gordos
A arte egípcia geralmente retrata os faraós como tendo corpos esculturais, mas é provável que não tenha sido bem assim. A dieta egípcia de cerveja, vinho, pão e mel, era rica em açúcar, e estudos mostram que ela pode ter feito um estrago nas cinturas reais do Antigo Egito. Exames em múmias indicaram que muitos governantes egípcios eram doentes, acima do peso e que muitos deles sofriam de diabetes. Um exemplo notável é a lendária rainha Hatshepsut, que viveu no século XV a.C, seu sarcófago a retrata como esbelta e atlética, mas os historiadores acreditam que ela era, na verdade, gorda e com pouco cabelo.
7 – As pirâmides não foram construídas por escravos
A vida de um construtor de pirâmides certamente não era fácil. Os esqueletos dos trabalhadores dessas construções mostram comumente sinais de artrite e de outras doenças laborais, mas as evidências sugerem que os túmulos dos faraós foram construídos não por escravos, mas por trabalhadores pagos. Essa antiga massa de trabalho da construção era formada por artesãos qualificados e por trabalhadores temporários que pegavam no pesado. Alguns deles parecem ter tido muito orgulho por seu ofício. Desenhos encontrados perto dos monumentos sugerem que muitas vezes os trabalhadores davam nomes humorísticos aos seus grupos, como os "Bêbados de Miquerinos" ou os "Amigos de Khufu." A ideia de que escravos construíram as pirâmides ao estalo de um chicote, foi evocada pela primeira vez pelo historiador grego Heródoto, no século V a.C, mas a maioria dos historiadores modernos a rejeita, considerando-a um mito. Contudo, os antigos egípcios certamente não eram contrários a manter escravos, tudo indica que eles eram usados principalmente nas lavouras e como servos domésticos.
8 – Tutancâmon pode ter sido morto por um hipopótamo
Pouco se sabe sobre a vida do faraó menino Tutancâmon, mas alguns historiadores acreditam que sabem como ele morreu. Tomografias do corpo do jovem monarca mostram que ele foi embalsamado sem o seu coração ou sem a sua parede torácica. Esse desvio drástico da prática tradicional do sepultamento egípcio, sugere que ele pode ter sofrido uma lesão horrível antes de sua morte. De acordo com um punhado de egiptólogos, uma das causas mais prováveis para esta ferida teria sido a mordida de um hipopótamo. As evidências indicam que os egípcios caçavam esse animais por esporte, e estátuas encontradas na tumba de Tutancâmon o retratam no ato de atirar uma lança. Se o faraó menino, de fato apreciava caçar hipopótamos, então talvez, sua morte tenha sido o resultado de uma caçada que deu errado.
9 – Alguns médicos egípcios se especializavam em certos campos da medicina
Um antigo médico geralmente era pau para toda obra, mas existem provas de que os médicos egípcios, por vezes, se focavam no tratamento de apenas uma parte do corpo humano. Essa forma inicial de especialização médica foi observada pela primeira vez em 450 a.C pelo viajante e historiador Heródoto. Descrevendo a medicina egípcia, ele escreveu: "Cada médico é curandeiro de uma doença e não mais ... alguns dos olhos, alguns dos dentes, outros do que se refere à barriga." Esses especialistas egípcios tinham nomes específicos. Dentistas eram conhecidos como "os médicos dos dentes", já o termo para proctologista se traduz literalmente como "pastor do ânus."
10 – Os antigos egípcios criavam e adestravam animais de estimação
Os egípcios viam os animais como encarnações dos deuses e foram uma das primeiras civilizações a manter animais de estimação. Eles gostavam particularmente de gatos, que eram associados com a deusa Bastet, mas também reverenciavam os falcões, íbis, cachorros, leões e babuínos. Esses animais ocupavam um lugar especial no lar egípcio e muitas vezes eram mumificados e enterrados com seus donos depois de terem morrido. Outras criaturas eram especialmente treinadas para trabalhar como animais auxiliares. Policiais egípcios, por exemplo, eram conhecidos por usar cães e macacos treinados para ajudá-los quando em patrulha.
11 – Egípcios de ambos os sexos usavam maquiagem
A vaidade é tão antiga quanto a civilização e os antigos egípcios não eram exceção. Tanto homens como mulheres eram conhecidos por usar grandes quantidades de maquiagem, que segundo a crença, dava-lhes a proteção dos deuses Hórus e Rá. Esses cosméticos eram feitos por moagem de minérios como malaquita e galena em uma substância chamada Kohl. Em seguida, eram aplicados ao redor dos olhos com utensílios feitos de madeira, osso e marfim. As mulheres também enfeitavam suas bochechas com tinta vermelha e usavam henna para colorir as mãos e unhas; ambos os sexos usavam perfumes feitos a partir de óleos, mirra e canela. Os egípcios acreditavam que sua maquiagem tinha poderes mágicos de cura e não estavam totalmente errados: pesquisas comprovaram que os cosméticos à base de chumbo usados ao longo do Nilo, realmente ajudavam a evitar infecções oculares.
10 – A beleza de Cleópatra
Cleópatra , a última monarca do Antigo Egito, sempre foi uma figura cultural famosa por sua beleza sedutora. Esta ideia foi perpetuada por todo mundo, de Shakespeare ao filme do diretor Joseph L. Mankiewicz. No entanto, moedas romanas mostram Cleópatra com características masculinas: um nariz grande, um queixo protuberante e lábios finos , o que convenhamos, não é o arquétipo de beleza em nenhuma cultura. Por outro lado, ela não era carente de neurônios; fontes contemporâneas mostram Cleópatra como carismática e inteligente, ao invés de possuir a beleza física.
Ler sobre os antigos egípcios com suas pirâmides, múmias e deuses imponentes, pode levar à conclusão de que eles estavam obcecados com a morte. Na verdade, nada poderia estar mais longe da verdade. O grande trabalho que os egípcios tinham em enterrar os mortos era uma maneira de glorificar a vida. Por exemplo, muitas das ilustrações que adornam o interior dos túmulos são celebrações da agricultura, caça e pesca. Claramente os egípcios eram obcecados com a vida, não com a morte.
Muitas pessoas acreditam que os egípcios estavam em contato com alienígenas. Elas alegam que as pirâmides são realizações sobre-humanas e que alguns murais retratam realmente extraterrestres. Isto é simplesmente um insulto para o legado dos antigos egípcios. Embora a Grande Pirâmide de Gizé seja matematicamente impressionante, a sua construção não foi além da engenhosidade dos astrônomos, estudiosos e arquitetos da época.
7 – Totalmente estudado
Muitos acreditam que tudo sobre o Egito Antigo já foi descoberto e que a egiptologia é um assunto morto e enterrado. Isto é simplesmente incorreto. Descobertas fascinantes ainda estão sendo feitas diariamente sobre o Egito Antigo, lançando nova luz sobre sua civilização. Por exemplo, a "barca solar" da gravura acima.
As pessoas parecem supor que os antigos egípcios inventaram os hieróglifos. No entanto, hieróglifos primitivos provavelmente eram trazidos para o Egito por invasores da Ásia Ocidental. Outro mito, alimentado pelas imagens de cobras e pernas sem corpo, é que os hieróglifos eram uma linguagem de maldições e encantamentos mágicos. Na realidade, a maior parte dos hieróglifos foram usados para inscrições inócuas ou representações históricas. Maldições são raramente encontradas em túmulos.
Hieróglifos cobrem o interior de muitos túmulos egípcios antigos e palácios. Mas ao contrário do mito, as pirâmides são relativamente sem decoração. De fato, até recentemente, pensava-se que a pirâmide de Gizé não tinham decoração alguma por dentro. Esta suposição foi quebrada quando hieróglifos foram encontrados atrás de uma porta secreta na Grande Pirâmide, há alguns meses. Além disso, as pirâmides não eram todas da cor da pedra calcária de 4000 anos atrás; algumas seções, como pilares interiores, eram pintadas de vermelho ou branco. Esta pintura básica e a escrita escondida, ainda deixam as pirâmides extremamente austeras, é sua arquitetura que eleva as pirâmides como os edifícios de pedra mais antigos e populares do mundo.
Quando os faraós morriam, seus servos não eram mortos e enterrados com eles como popularmente se acredita, mas há algumas exceções. Dois faraós da Primeira Dinastia do Egito são conhecidos por terem tido seus servos sepultados com eles. A tendência humana de generalizar, levou ao mito de que esta era uma prática comum entre todos os outros 300 faraós que reinaram no Egito Antigo.
A ideia de que escravos construíram as pirâmides no Egito, tem circulado desde que historiador grego Heródoto espalhou o boato no século 5 A.C. Ele foi desmentido quando túmulos contendo os restos mortais dos construtores das pirâmides foram encontrados ao lado das pirâmides de Gizé. Ser enterrado ao lado dos divinos faraós seria a maior honra, nunca concedida a escravos. Além disso, um grande número de ossos de gado escavados em Gizé, mostram que a carne bovina, uma iguaria no Egito Antigo, era um alimento básico dos construtores. Os construtores das pirâmides eram, evidentemente, altamente qualificados artesãos egípcios, e não escravos como Hollywood ou talvez a Bíblia fazem as pessoas pensarem.
Este surge na sequência do último mito e é obviamente uma questão delicada. Infelizmente para aqueles que seguem a Bíblia como um relato literal da história, não há nenhuma evidência para sugerir que os israelitas foram escravizados no Egito Antigo. Sabemos muito sobre os antigos egípcios de seus registros completos, mas eles nunca mencionam manter uma raça de escravos, eles nunca mencionam as dez pragas e não há nenhuma informação arqueológica que mostra milhões de hebreus habitando o Egito ou o deserto. Além disso, a fuga de milhões de escravos teria destruído a economia egípcia, mas ela foi próspera durante todo o segundo milênio A.C, quando o êxodo supostamente aconteceu.
A maldição que atingiu aqueles que abriram o túmulo do faraó Tutancâmon é tida como um fato comprovado, mas é pura ficção. O mito é que uma maldição lançada por Tutancâmon matou o patrocinador Lorde Carnarvon e outros membros da expedição. Embora alguns creiam em teorias de fungos perigosos e gases acumulados no interior da tumba, a morte não precisa de uma explicação especial. Apenas 8 dos 58 presentes na descoberta da tumba morreram dentro de uma dúzia de anos. O líder da expedição de Carter, o alvo mais óbvio para uma maldição, viveu por mais 16 anos. A maldição é um excelente exemplo do impulso das pessoas a acreditar em uma história emocionante em vez de nos fatos.
ESPECIAL: NEFERTARI A GRANDE ESPOSA DE RAMSES II, O GRANDE
É difícil, impossível, discernir através das inscrições oficiais os sentimentos de um faraó pela sua grande esposa. Mas quanto a Ramsés II e Nefertari, o faraó honrou sua esposa de maneira excepcional. Mesmo vivido bem mais que ela e outras esposas reais a sucederem, foi Nefertari a única rainha ligada ao reinado de Ramsés II.
Os pais de Nefertari são desconhecidos, ela talvez era de origem relativamente modesta. Seu nome significa "a mais bela" , "a mais perfeita". Casou-se com Ramsés, antes deste suceder a seu pai, Seti I; possuí os títulos que sublinharam o papel essencial da grande esposa real:
soberana do duplo país
aquela que preside o Alto e o Baixo Egito
a senhora de todas as terras
aquela que satisfaz os deuses
Os textos especificam que ela tinha um belo rosto e uma doce voz.
Interpretando as inscrições ao pé da letra, Nefertari teve 4 filhos e duas filhas com Ramsés II. Mas a noção de "filho" e "filha" corresponde muitas vezes a um título.
A escrita dos hieróglifos utiliza imagens em lugar de letras, e sua estrutura é formada por três tipos de caracteres: os figurativos (ou determinativos), pictogramas que são cópia direta dos objetos que representam; os simbólicos, ideogramas que expressam ideias abstratas; e os fonéticos, 24 sinais que podiam formar palavras de duas sílabas (biliterais) ou três (triliterais), cuja pronúncia é hoje desconhecida. Essas palavras eram acompanhadas por um sinal determinativo que atribuía um sentido ao conjunto de símbolos escritos.
O texto e os desenhos reproduzidos aqui estão na parede sul do quarto C da tumba da rainha Nefertari (c. 1290-1254 a.C.). As paredes foram escavadas nas rochas de calcário, revestidas com reboco de gesso, e as pinturas têm cores vibrantes – vermelho, amarelo, verde e azul –, contrastando com o branco e o preto dos fundos e contornos. Cerca de 520 metros quadrados foram pintados contando a história da rainha.
Neste detalhe, Nefertari, principal esposa de Ramsés II, está jogando o Senet, jogo popular na época. Como ela está sem parceiro, egiptólogos especulam que estaria jogando com seu próprio destino. O instrumento que a rainha tem na mão também é um hieróglifo e um instrumento musical, espécie de chocalho, símbolo da deusa Mut, protetora da rainha. Segue em hieróglifos o nome do sistrum, um chocalho ritual, com o seu determinativo, uma imagem da deusa Mut e a transliteração. O texto contém dois grandes hieróglifos determinativos, a imagem da rainha e o jogo que ela tem à sua frente (Senet), que informam o que a rainha está fazendo. Para os egípcios, o tamanho dos símbolos refletia a importância dos personagens, sendo as figuras maiores sempre as dos “donos” das tumbas.
Margaret Marchiori Bakosé professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e autora de O que são os hieróglifos (Brasiliense, 2009) e Fatos e mitos do antigo Egito (EDIPUC, 2009).
A preferida de Ramsés
O texto data da XIX Dinastia (1293-1185 a.C) e foi escrito no 24° ano do governo de Ramsés II (1279-1212 a.C). A tumba está localizada no Vale das Rainhas, em Tebas, na margem esquerda do Rio Nilo. Existem cerca de 90 tumbas escavadas nessa área. Pouco se sabe dessa rainha, exceto que foi sempre a principal. Mãe do primeiro filho de Ramsés II (que teve mais de uma centena de filhos) e de outros cinco (sendo duas meninas), entre eles Merneptah (1212-1202 a.C.), seu sucessor.
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Cleópatra , a última monarca do Antigo Egito, sempre foi uma figura cultural famosa por sua beleza sedutora. Esta ideia foi perpetuada por todo mundo, de Shakespeare ao filme do diretor Joseph L. Mankiewicz. No entanto, moedas romanas mostram Cleópatra com características masculinas: um nariz grande, um queixo protuberante e lábios finos , o que convenhamos, não é o arquétipo de beleza em nenhuma cultura. Por outro lado, ela não era carente de neurônios; fontes contemporâneas mostram Cleópatra como carismática e inteligente, ao invés de possuir a beleza física.
9 – Obsessão com a morte
Ler sobre os antigos egípcios com suas pirâmides, múmias e deuses imponentes, pode levar à conclusão de que eles estavam obcecados com a morte. Na verdade, nada poderia estar mais longe da verdade. O grande trabalho que os egípcios tinham em enterrar os mortos era uma maneira de glorificar a vida. Por exemplo, muitas das ilustrações que adornam o interior dos túmulos são celebrações da agricultura, caça e pesca. Claramente os egípcios eram obcecados com a vida, não com a morte.
8 – Contato com alienígenas
Muitas pessoas acreditam que os egípcios estavam em contato com alienígenas. Elas alegam que as pirâmides são realizações sobre-humanas e que alguns murais retratam realmente extraterrestres. Isto é simplesmente um insulto para o legado dos antigos egípcios. Embora a Grande Pirâmide de Gizé seja matematicamente impressionante, a sua construção não foi além da engenhosidade dos astrônomos, estudiosos e arquitetos da época.
7 – Totalmente estudado
Muitos acreditam que tudo sobre o Egito Antigo já foi descoberto e que a egiptologia é um assunto morto e enterrado. Isto é simplesmente incorreto. Descobertas fascinantes ainda estão sendo feitas diariamente sobre o Egito Antigo, lançando nova luz sobre sua civilização. Por exemplo, a "barca solar" da gravura acima.
6 – Hieróglifos
As pessoas parecem supor que os antigos egípcios inventaram os hieróglifos. No entanto, hieróglifos primitivos provavelmente eram trazidos para o Egito por invasores da Ásia Ocidental. Outro mito, alimentado pelas imagens de cobras e pernas sem corpo, é que os hieróglifos eram uma linguagem de maldições e encantamentos mágicos. Na realidade, a maior parte dos hieróglifos foram usados para inscrições inócuas ou representações históricas. Maldições são raramente encontradas em túmulos.
5 – Pirâmides decoradas
Hieróglifos cobrem o interior de muitos túmulos egípcios antigos e palácios. Mas ao contrário do mito, as pirâmides são relativamente sem decoração. De fato, até recentemente, pensava-se que a pirâmide de Gizé não tinham decoração alguma por dentro. Esta suposição foi quebrada quando hieróglifos foram encontrados atrás de uma porta secreta na Grande Pirâmide, há alguns meses. Além disso, as pirâmides não eram todas da cor da pedra calcária de 4000 anos atrás; algumas seções, como pilares interiores, eram pintadas de vermelho ou branco. Esta pintura básica e a escrita escondida, ainda deixam as pirâmides extremamente austeras, é sua arquitetura que eleva as pirâmides como os edifícios de pedra mais antigos e populares do mundo.
4 – Faraós matavam seus servos
Quando os faraós morriam, seus servos não eram mortos e enterrados com eles como popularmente se acredita, mas há algumas exceções. Dois faraós da Primeira Dinastia do Egito são conhecidos por terem tido seus servos sepultados com eles. A tendência humana de generalizar, levou ao mito de que esta era uma prática comum entre todos os outros 300 faraós que reinaram no Egito Antigo.
3 – Escravos construíram as pirâmides
A ideia de que escravos construíram as pirâmides no Egito, tem circulado desde que historiador grego Heródoto espalhou o boato no século 5 A.C. Ele foi desmentido quando túmulos contendo os restos mortais dos construtores das pirâmides foram encontrados ao lado das pirâmides de Gizé. Ser enterrado ao lado dos divinos faraós seria a maior honra, nunca concedida a escravos. Além disso, um grande número de ossos de gado escavados em Gizé, mostram que a carne bovina, uma iguaria no Egito Antigo, era um alimento básico dos construtores. Os construtores das pirâmides eram, evidentemente, altamente qualificados artesãos egípcios, e não escravos como Hollywood ou talvez a Bíblia fazem as pessoas pensarem.
2 – A escravidão dos israelitas
Este surge na sequência do último mito e é obviamente uma questão delicada. Infelizmente para aqueles que seguem a Bíblia como um relato literal da história, não há nenhuma evidência para sugerir que os israelitas foram escravizados no Egito Antigo. Sabemos muito sobre os antigos egípcios de seus registros completos, mas eles nunca mencionam manter uma raça de escravos, eles nunca mencionam as dez pragas e não há nenhuma informação arqueológica que mostra milhões de hebreus habitando o Egito ou o deserto. Além disso, a fuga de milhões de escravos teria destruído a economia egípcia, mas ela foi próspera durante todo o segundo milênio A.C, quando o êxodo supostamente aconteceu.
1 – A maldição dos faraós
A maldição que atingiu aqueles que abriram o túmulo do faraó Tutancâmon é tida como um fato comprovado, mas é pura ficção. O mito é que uma maldição lançada por Tutancâmon matou o patrocinador Lorde Carnarvon e outros membros da expedição. Embora alguns creiam em teorias de fungos perigosos e gases acumulados no interior da tumba, a morte não precisa de uma explicação especial. Apenas 8 dos 58 presentes na descoberta da tumba morreram dentro de uma dúzia de anos. O líder da expedição de Carter, o alvo mais óbvio para uma maldição, viveu por mais 16 anos. A maldição é um excelente exemplo do impulso das pessoas a acreditar em uma história emocionante em vez de nos fatos.
ESPECIAL: NEFERTARI A GRANDE ESPOSA DE RAMSES II, O GRANDE
Nefertari e sua maravilhosa tumba
A vivacidade das cores impressiona. A decoração parece ter sido terminada na véspera. Seguindo a norma, nenhum grama de tinta foi acrescentado durante o trabalho de restauração: os técnicos italianos que recuperaram essa tumba, a mais espetacular da necrópole tebana, limitaram-se a remover a poeira dos séculos para reavivar as cores originais.
Nefertari foi a mais mimada entre as esposas de Ramsés II. Para ela foram construídos o pequeno templo de Abu Simbel e essa tumba fabulosa, descoberta em 1906. Não se sabe quantos anos tinha quando morreu "a amada de Mut", "a mais bela de todas". De sua múmia só restaram os joelhos. A tumba já fora saqueada na Antiguidade. Sobraram apenas poucos objetos, como fragmentos de joias e um par de sandálias.
Dezoito degraus conduzem até a porta do túmulo. Num primeiro cômodo, quadrado, duas banquetas destinam-se a receber as oferendas. Uma outra escada leva à "sala de ouro" que abriga a sepultura. Quatro pilares inteiramente decorados sustentam o teto, que representa a abóbada celeste. Todo o túmulo de Nefertari é uma sucessão de imagens. Em companhia de diferentes deuses e deusas, a rainha às vezes é representada sob a forma de um pássaro com cabeça humana. Em cada cômodo ela é representada numa posição diferente – em pé, sentada ou ajoelhada – em atitude de veneração às sete vacas sagradas e ao touro. Uma enorme serpente alada amarela e verde junto ao teto e protege com as asas o cartucho de Nefertari (moldura que contém o nome da soberana). Há um detalhe significativo: a pele da rainha não é pintada de amarelo, conforme prescreve a regra no caso da representação de mulheres, mas de rosa vivo.
Nefertari foi a mais mimada entre as esposas de Ramsés II. Para ela foram construídos o pequeno templo de Abu Simbel e essa tumba fabulosa, descoberta em 1906. Não se sabe quantos anos tinha quando morreu "a amada de Mut", "a mais bela de todas". De sua múmia só restaram os joelhos. A tumba já fora saqueada na Antiguidade. Sobraram apenas poucos objetos, como fragmentos de joias e um par de sandálias.
Dezoito degraus conduzem até a porta do túmulo. Num primeiro cômodo, quadrado, duas banquetas destinam-se a receber as oferendas. Uma outra escada leva à "sala de ouro" que abriga a sepultura. Quatro pilares inteiramente decorados sustentam o teto, que representa a abóbada celeste. Todo o túmulo de Nefertari é uma sucessão de imagens. Em companhia de diferentes deuses e deusas, a rainha às vezes é representada sob a forma de um pássaro com cabeça humana. Em cada cômodo ela é representada numa posição diferente – em pé, sentada ou ajoelhada – em atitude de veneração às sete vacas sagradas e ao touro. Uma enorme serpente alada amarela e verde junto ao teto e protege com as asas o cartucho de Nefertari (moldura que contém o nome da soberana). Há um detalhe significativo: a pele da rainha não é pintada de amarelo, conforme prescreve a regra no caso da representação de mulheres, mas de rosa vivo.
A tumba estava ameaçada por infiltrações e movimentos do terreno. O estuque desprendia-se das paredes. Utilizando instrumentos cirúrgicos, foi preciso remover, livrar do sal, reforçar e recolocar no lugar. Nas fissuras, injetou-se uma resina solidificadora. Foram necessários 3 anos de trabalho e mais 2 anos de observação.
Desde o término dos trabalhos, em 1995, a última morada de Nefertari recebe um número limitado de visitantes: apenas 150 pessoas, munidas de uma autorização especial ou de um ingresso caríssimo, são admitidas por dia. Na opinião dos egiptólogos mais radicais, a tumba não pode suportar a respiração de mais de dois visitantes num dia.
Fonte: 'Egito um olhar amoroso' de Robert Solé
Desde o término dos trabalhos, em 1995, a última morada de Nefertari recebe um número limitado de visitantes: apenas 150 pessoas, munidas de uma autorização especial ou de um ingresso caríssimo, são admitidas por dia. Na opinião dos egiptólogos mais radicais, a tumba não pode suportar a respiração de mais de dois visitantes num dia.
Fonte: 'Egito um olhar amoroso' de Robert Solé
Nefertari, a grande esposa de Ramsés II
É difícil, impossível, discernir através das inscrições oficiais os sentimentos de um faraó pela sua grande esposa. Mas quanto a Ramsés II e Nefertari, o faraó honrou sua esposa de maneira excepcional. Mesmo vivido bem mais que ela e outras esposas reais a sucederem, foi Nefertari a única rainha ligada ao reinado de Ramsés II.
Os pais de Nefertari são desconhecidos, ela talvez era de origem relativamente modesta. Seu nome significa "a mais bela" , "a mais perfeita". Casou-se com Ramsés, antes deste suceder a seu pai, Seti I; possuí os títulos que sublinharam o papel essencial da grande esposa real:
soberana do duplo país
aquela que preside o Alto e o Baixo Egito
a senhora de todas as terras
aquela que satisfaz os deuses
Os textos especificam que ela tinha um belo rosto e uma doce voz.
Interpretando as inscrições ao pé da letra, Nefertari teve 4 filhos e duas filhas com Ramsés II. Mas a noção de "filho" e "filha" corresponde muitas vezes a um título.
Nefertari na política
No primeiro ano do reinado de Ramsés ela foi associada a importantes atos e participou dos ritos da coroação. Teve um papel ativo nos grandes rituais do estado, como a Festa de Min e forte influência na política externa.
Os templos de Abu-Simbel
No centro da Núbia, na segunda catarata do Nilo, dois templos foram escavados na margem do rio, 1 300 km ao sul de Pi-Ramsés. A deusa Hathor reina nesse lugar mágico, a soberana do amor celeste. O faraó decidira exaltar o casal régio encarnando-o, de maneira monumental, nos dois templos próximos um do outro. Esses templos foram inaugurados pelo casal, no inverno do ano 24 do reinado.
Ramsés e Nefertari penetraram no grande templo, consagrando a regeneração perpétua do ka do faraó, avançaram na alameda ladeada de pilares representando o rei Osíris, transpuseram as portas que davam acesso às salas secretas e foram até o fundo do santuário, onde reinavam quatro divindades: Ra, Amon, Ptah e o ka de Ramsés.
Ramsés mandou construir esse templo "como obra de eternidade para a grande esposa real Nefertari, a amada de Mut, para todo o sempre, Nefertari, para cujo esplendor o Sol brilha". Sua coroa composta de um sol no meio e de dois chifres e duas altas plumas, que fazem dela a encarnação de todas as deusas criadoras. Na fonte, o uraeus, a cobra fêmea que queima os inimigos e dissipa as forças negativas. Ladeando a rainha, duas deusas, Ísis e Hathor, que a magnetizam depois de lhe terem colocado a coroa.
Ramsés é o esposo do Egito, e Nefertari a mãe, no naus do seu templo, ela identifica-se com Hathor e Ísis, cria as cheias e dá vida a todo o país.
Quando Ramsés celebrou sua primeira festa sed, no fim de 30 anos de reinado, Nefertari não figurou entre as personalidades presentes. Conclui-se que Nefertari havia cruzado as portas do Além.
Outro monumento que canta a glória de Nefertari é a sua morada eterna no Vale das Rainhas. Obra prima da arte egípcia. O túmulo de Nefertari foi o único do vale das Rainhas que escapou à destruição e as degradações. Monumento vasto e inclui várias salas que conduzem à "sala do ouro", onde o corpo de luz da rainha havia sido animado pelos ritos, a fim de servir de suporte aos elementos espirituais do ser.
A morada eterna de Nefertari é um verdadeiro livro de sabedoria, reconstituindo as etapas de uma iniciação feminina. Muito para além da sua existência terrestre, a grande esposa real de Ramsés II lega-nos assim um inestimável testemunho.
Fonte: As Egípcias de Christian Jacq
Nefertari
No primeiro ano do reinado de Ramsés ela foi associada a importantes atos e participou dos ritos da coroação. Teve um papel ativo nos grandes rituais do estado, como a Festa de Min e forte influência na política externa.
Os templos de Abu-Simbel
No centro da Núbia, na segunda catarata do Nilo, dois templos foram escavados na margem do rio, 1 300 km ao sul de Pi-Ramsés. A deusa Hathor reina nesse lugar mágico, a soberana do amor celeste. O faraó decidira exaltar o casal régio encarnando-o, de maneira monumental, nos dois templos próximos um do outro. Esses templos foram inaugurados pelo casal, no inverno do ano 24 do reinado.
Ramsés e Nefertari penetraram no grande templo, consagrando a regeneração perpétua do ka do faraó, avançaram na alameda ladeada de pilares representando o rei Osíris, transpuseram as portas que davam acesso às salas secretas e foram até o fundo do santuário, onde reinavam quatro divindades: Ra, Amon, Ptah e o ka de Ramsés.
Ramsés mandou construir esse templo "como obra de eternidade para a grande esposa real Nefertari, a amada de Mut, para todo o sempre, Nefertari, para cujo esplendor o Sol brilha". Sua coroa composta de um sol no meio e de dois chifres e duas altas plumas, que fazem dela a encarnação de todas as deusas criadoras. Na fonte, o uraeus, a cobra fêmea que queima os inimigos e dissipa as forças negativas. Ladeando a rainha, duas deusas, Ísis e Hathor, que a magnetizam depois de lhe terem colocado a coroa.
Ramsés é o esposo do Egito, e Nefertari a mãe, no naus do seu templo, ela identifica-se com Hathor e Ísis, cria as cheias e dá vida a todo o país.
A morada eterna de Nefertari
Quando Ramsés celebrou sua primeira festa sed, no fim de 30 anos de reinado, Nefertari não figurou entre as personalidades presentes. Conclui-se que Nefertari havia cruzado as portas do Além.
Outro monumento que canta a glória de Nefertari é a sua morada eterna no Vale das Rainhas. Obra prima da arte egípcia. O túmulo de Nefertari foi o único do vale das Rainhas que escapou à destruição e as degradações. Monumento vasto e inclui várias salas que conduzem à "sala do ouro", onde o corpo de luz da rainha havia sido animado pelos ritos, a fim de servir de suporte aos elementos espirituais do ser.
A morada eterna de Nefertari é um verdadeiro livro de sabedoria, reconstituindo as etapas de uma iniciação feminina. Muito para além da sua existência terrestre, a grande esposa real de Ramsés II lega-nos assim um inestimável testemunho.
Fonte: As Egípcias de Christian Jacq
Nefertari
Nefertari foi uma grande rainha egípcia, esposa de Ramsés II faraó do Egito, cujo nome significa a mais bela, a mais perfeita e é muitas vezes seguida pelo epíteto amada de Mut.
Os pais de Nefertari são desconhecidos, pressupõe-se que a sua origem foi uma família humilde.
Ramsés II desposou-a antes de suceder a Seti I e embora este tenha vivido muito mais tempo que ela e tido outras mulheres esta foi sempre designada excepcionalmente como a favorita.
Existem registos da sua presença numa festa em Luxor onde foi apresentada nos seguintes termos: A princesa, rica em louvores, soberana da graça, doce no amor, senhora das duas terras, a perfeita, aquela cujas mãos seguram os sistros, aquela que alegra o seu pai Ámom, a mais amada, a que usa a coroa, a cantora de belo rosto, aquela cuja palavra dá plenitude. Tudo quanto pede se realiza, toda a realidade se cumpre em função do seu desejo e conhecimento, todas as suas palavras despertam alegria nos rostos, ouvir a sua voz permite viver.
Interpretando as escrituras à letra Nefertari teria dado quatro filhos e duas filhas a Ramsés II. Mas, por vezes, a noção de filho corresponde a um titulo. Ao longo do seu reinado, Ramsés II adoptou um número consideravel de filhos régios e filhas régias, o que levou certos egiptólogos a crer que tinha sido um procriador proverbial.
No primeiro ano do seu reinado Nefertari foi associada a actos importantes. Logo após ter participado na coroação do seu esposo Ramsés II ela foi levada a apresentar-se perante ele em Abidos numa cerimónia em que Nebunenef foi nomeado sumo sacerdotede Amon, assegurando assim a fidelidade deste rico e poderoso clero tebano.vê-se nas inscrições egipcias as famosas festas de Min, onde a rainha fazia o ritual das sete voltas em torno do trono do faraó proferindo as formulas mágicas para perpetuar a prosperidade das Duas terras. Este era um ritual sagrado do estado.
Tal como outras rainhas antes, Nefertari exerceu um importante papel nas negociações de paz com os povos vizinhos, nomeadamente com os hititas, correspondendo-se com a sua homóloga a rainha do Hatti.
Nefertari também possue sua câmara funerária em Luxor, uma das mais ricamentes decoradas a qual recentemente esteve fechada para restauração feita por egiptólogos.
A infiltração de água de uma fazenda vizinha comprometia as maravilhosas pinturas do interior da câmara.
O complexo de Abu Simbel é constituído por dois templos. Um maior, dedicado ao faraó Ramsés II e aos deuses Ra-Harakhty, Ptah e Amun, e um menor, dedicado à deusa Hathor, personificada por Nefertari, a mais amada esposa de Ramsés II entre todas que possuía. Ramses teve oito esposas durante seu reinado, mas foi para ela que escreveu poemas de amor, um dos primeiros poemas de amor da história.
Os pais de Nefertari são desconhecidos, pressupõe-se que a sua origem foi uma família humilde.
Ramsés II desposou-a antes de suceder a Seti I e embora este tenha vivido muito mais tempo que ela e tido outras mulheres esta foi sempre designada excepcionalmente como a favorita.
Existem registos da sua presença numa festa em Luxor onde foi apresentada nos seguintes termos: A princesa, rica em louvores, soberana da graça, doce no amor, senhora das duas terras, a perfeita, aquela cujas mãos seguram os sistros, aquela que alegra o seu pai Ámom, a mais amada, a que usa a coroa, a cantora de belo rosto, aquela cuja palavra dá plenitude. Tudo quanto pede se realiza, toda a realidade se cumpre em função do seu desejo e conhecimento, todas as suas palavras despertam alegria nos rostos, ouvir a sua voz permite viver.
Interpretando as escrituras à letra Nefertari teria dado quatro filhos e duas filhas a Ramsés II. Mas, por vezes, a noção de filho corresponde a um titulo. Ao longo do seu reinado, Ramsés II adoptou um número consideravel de filhos régios e filhas régias, o que levou certos egiptólogos a crer que tinha sido um procriador proverbial.
No primeiro ano do seu reinado Nefertari foi associada a actos importantes. Logo após ter participado na coroação do seu esposo Ramsés II ela foi levada a apresentar-se perante ele em Abidos numa cerimónia em que Nebunenef foi nomeado sumo sacerdotede Amon, assegurando assim a fidelidade deste rico e poderoso clero tebano.vê-se nas inscrições egipcias as famosas festas de Min, onde a rainha fazia o ritual das sete voltas em torno do trono do faraó proferindo as formulas mágicas para perpetuar a prosperidade das Duas terras. Este era um ritual sagrado do estado.
Tal como outras rainhas antes, Nefertari exerceu um importante papel nas negociações de paz com os povos vizinhos, nomeadamente com os hititas, correspondendo-se com a sua homóloga a rainha do Hatti.
Nefertari também possue sua câmara funerária em Luxor, uma das mais ricamentes decoradas a qual recentemente esteve fechada para restauração feita por egiptólogos.
A infiltração de água de uma fazenda vizinha comprometia as maravilhosas pinturas do interior da câmara.
O complexo de Abu Simbel é constituído por dois templos. Um maior, dedicado ao faraó Ramsés II e aos deuses Ra-Harakhty, Ptah e Amun, e um menor, dedicado à deusa Hathor, personificada por Nefertari, a mais amada esposa de Ramsés II entre todas que possuía. Ramses teve oito esposas durante seu reinado, mas foi para ela que escreveu poemas de amor, um dos primeiros poemas de amor da história.
Escreve ele em seu poema gravado nas paredes de sua tumba:
" A PRINCESA RICA EM ENCANTOS,
SENHORA DO AFETO, MEIGA DE AMOR, DONA DE DUAS TERRAS.
POETISA DE LINDO SEMBLANTE
A MAIOR NO HAREM DO SENHOR DO PALACIO.
TUDO QUE DIZEIS SERA FEITO PARA VÓS.
TODAS AS COISAS BONITAS DE ACORDO COM VOSSO DESEJO.
TODAS AS VOSSAS PALAVRAS TRAZEM ALEGRIA A FACE.
PORISSO OS HOMENS ADORAM OUVIR TUA VOZ."
(Ramsés II)
Segredos de Nefertari
A escrita dos hieróglifos utiliza imagens em lugar de letras, e sua estrutura é formada por três tipos de caracteres: os figurativos (ou determinativos), pictogramas que são cópia direta dos objetos que representam; os simbólicos, ideogramas que expressam ideias abstratas; e os fonéticos, 24 sinais que podiam formar palavras de duas sílabas (biliterais) ou três (triliterais), cuja pronúncia é hoje desconhecida. Essas palavras eram acompanhadas por um sinal determinativo que atribuía um sentido ao conjunto de símbolos escritos.
O texto e os desenhos reproduzidos aqui estão na parede sul do quarto C da tumba da rainha Nefertari (c. 1290-1254 a.C.). As paredes foram escavadas nas rochas de calcário, revestidas com reboco de gesso, e as pinturas têm cores vibrantes – vermelho, amarelo, verde e azul –, contrastando com o branco e o preto dos fundos e contornos. Cerca de 520 metros quadrados foram pintados contando a história da rainha.
Neste detalhe, Nefertari, principal esposa de Ramsés II, está jogando o Senet, jogo popular na época. Como ela está sem parceiro, egiptólogos especulam que estaria jogando com seu próprio destino. O instrumento que a rainha tem na mão também é um hieróglifo e um instrumento musical, espécie de chocalho, símbolo da deusa Mut, protetora da rainha. Segue em hieróglifos o nome do sistrum, um chocalho ritual, com o seu determinativo, uma imagem da deusa Mut e a transliteração. O texto contém dois grandes hieróglifos determinativos, a imagem da rainha e o jogo que ela tem à sua frente (Senet), que informam o que a rainha está fazendo. Para os egípcios, o tamanho dos símbolos refletia a importância dos personagens, sendo as figuras maiores sempre as dos “donos” das tumbas.
Margaret Marchiori Bakosé professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e autora de O que são os hieróglifos (Brasiliense, 2009) e Fatos e mitos do antigo Egito (EDIPUC, 2009).
A preferida de Ramsés
O texto data da XIX Dinastia (1293-1185 a.C) e foi escrito no 24° ano do governo de Ramsés II (1279-1212 a.C). A tumba está localizada no Vale das Rainhas, em Tebas, na margem esquerda do Rio Nilo. Existem cerca de 90 tumbas escavadas nessa área. Pouco se sabe dessa rainha, exceto que foi sempre a principal. Mãe do primeiro filho de Ramsés II (que teve mais de uma centena de filhos) e de outros cinco (sendo duas meninas), entre eles Merneptah (1212-1202 a.C.), seu sucessor.
É verdade, atualmente, muitas cidades da antiguidade se encontram submersas. No entanto, não estão lá porque tinham incríveis seres aquáticos ou tesouros escondidos, mas sim porque algum desastre natural as colocou nesse lugar.
Pavlopetri
Conhecida como a cidade submersa mais antiga, ela afundou no ano de 1.000 a.C., aproximadamente, devido a terremotos. É possível ver de baixo d’água suas ruas e estruturas, algo que não vemos em outras cidades submersas.
Porto Real
Era um lugar rico por conta de suas gigantes plantações, que davam uma vida farta a alguns produtores, além ter sido um dos locais favoritos dos piratas por ter as melhores bebidas, mulheres e festas Em 1692 ficou de baixo d’água devido a um terremoto de enormes proporções, que afundou a cidade na areia e matou mais de 2 mil pessoas.
Dwarka, India
A atual cidade Dwarka é uma das mais antigas cidades da Índia. A antiga foi propositalmente construída nas margens do rio, mas foi abandonada e finalmente submergiu em suas águas. Os hindus seguem pensando que a cidade é mitológica e afundou após a morte de Krishna.
As pirâmides de Yonaguni-Jima, Japão
Devido a suas formas quase perfeitas, não se sabe ao certo se essas pirâmides são naturais ou feitas pelo homem. Se realmente foi obra do ser humano, foi construída provavelmente no ano de 10 mil a.C, quando o nível do mar era muito mais baixo.
As Villas de Ontario, Canadá
Diferentemente das anteriores, a Vila de Ontário, no Canadá, não surgiu durante as civilizações antigas. As vilas submergiram por conta da construção de uma via marítima que desviou água sobre elas. Isso geralmente acontece quando o curso de um rio é desviado ou se constroem novas estradas marítimas. Essas vilas são notáveis por estarem muito bem conservadas debaixo d’água.
O Reino Dian, China
Durante anos, moradores da área disseram ver figuras de uma cidade fantasma quando a água estava calma, mas foi recentemente, em 2001, que um grupo de arqueólogos descobriu os restos de uma cidade submersa. A medição de tempo feita a partir do teste de carbono, que determinou que a cidade foi construída há 1750 anos e afundou quando uma parte de sua estrutura se rompeu e caiu no lago.
Alexandria, Egito
A terra da Cleópatra foi um lugar poderoso, encontrado somente em 1998 por um grupo de arqueólogos que se aventurou nas profundidades oceânicas. As esfinges e monumentos ainda se encontram em pé e a cidade submergiu por conta de terremotos sofridos na área.
Cidade do Leão, China
A área foi inundada intencionalmente para a construção de uma represa, nos anos 50. A cidade foi construída durante a Dinastia Han entre os anos 25 e 200 d.C. É quase incompreensível o motivo dos chineses terem afundado uma cidade tão bonita, mas é certo que desde então ela se tornou uma grande atração turística.
ANTIGO EGITO
No Egito Antigo a sociedade era dividida em classes sociais, parecido com hoje. As pessoas mais importantes são o faraó (quer era como um rei) e sua família, depois os sacerdotes, mais abaixo estavam os nobres, depois os militares, depois os agricultores, depois comerciantes e artesãos, e por ultimo os escravos.
Um dos fatos mais conhecidos do Egito Antigo é o fato que eles acreditavam que um pessoa nunca morria e achavam que depois de algum tempo o morto iria encarnar outra vez no mesmo corpo. Por isso eles embalsamavam-se e se mumificavam-se. Além de construírem enormes monumentos para serem enterrados dentro deles.
Eles construíram vários templos dedicados a seus incontáveis deuses. Os templos eram grande fonte de dinheiro para o Estado. Todas as atividades econômicas eram controladas pelo Estado.
O Egito Antigo deixou no mundo varias herança muito importantes como, aritmética, engenharia, medicina, o relógio do sol, técnicas agricultas, geometria e filosofia.
O Egito Antigo tem mais de 3000 anos de historia. Ele foi unificado por Menés aproximadamente, em 3200a.C. E foi dominado pelos romanos em 30a.C. Mas quando Cleopatra reinava no Egito, o Egito não era mais importante e poderoso como era antigamente.
A historia do Egito é dividida basicamente em 6 partes: Época Tanica, Antigo Império, Médio Império, Novo Império, Baixo Império e Época Ptolemaica. Em algumas épocas o Egito foi invadido por outros povos, essas épocas são chamadas de Período Intermediário. A historia do Egito pode ser dividida também em dinastias, ou seja famílias diferentes que governaram o Egito. O filho primogênito virava faraó quando seu pai morria. O novo Faraó se cassava com sua irmã pra continuar o reinado nas mãos da família.
A Época Tanita foi de 3200 até 2575 a.C. Foi o começo do Egito, foi quando Menés unificou o país, se tornando, então o primeiro faraó do Egito. Ele criou a cidade de Menfis para ser a capital do Egito. Na Época Tanita não houve nenhum grande faraó, além de Menés, o Egito estava só começando a se formar.
A Época Tanita foi de 3200 até 2575 a.C. Foi o começo do Egito, foi quando Menés unificou o país, se tornando, então o primeiro faraó do Egito. Ele criou a cidade de Menfis para ser a capital do Egito. Na Época Tanita não houve nenhum grande faraó, além de Menés, o Egito estava só começando a se formar.
O Antigo Império (Antigo Império, 1° Período Intermediário) foi de 2575 até 2040 a.C. Foi nessa época que os reis foram considerados filhos de Rá (O deus Sol). Essa época foi conhecida como a época das pirâmides. O primeiro a criar uma pirâmide foi o rei Djezer e seu arquiteto Imhotep, em Sakara. Mais tarde um outro faraó, Snefer, inspirado nessa pirâmide construiu três pirâmides, porque só a ultima tinha condições de abrigar a múmia do rei. O filho (Kufu ou Keops), o neto(Quefrem) e o bisneto(Mikerinos) de Snefer construíram as magnificas pirâmides de Gizé. A família da 5ª dinastia talvez tenha sido a família mais poderosa de toda a historia do Egito
O Médio Império (Médio Império, 2° Período Intermediário) foi de 2040 a.C. até 1550 a.C. No começo dessa época Mentuhotep II reunificou o Egito. Cresceu muito o culto à Osiris. Além do números de pessoas que se mumificavam crescia bastante, graças ao aumento de pessoas de classe media. Os reis apesar de serem vistos como deuses não eram os únicos com poder, os senhores locais também tinham grande poder. Depois o Egito ficou enfraquecido e foram invadidos pelos Hiscos, eles tinham uma coisa que o Egito não tinha, bigas puxadas a cavalo.
O Novo Império (Novo Império 3° Período Intermediário) foi de 1550a.C. até 712a.C. Os Hiscos foram, expulsos do Egito pelo rei Ahmose. Foi nessa época que Tebas foi reconhecida como capital política e religiosa.
Nessa época é que existiu o faraós mais famosos, como Hatchepsut, Akenaton, Ramsés, O Grande, entre outros. A Rainha Hatchepsut governou o Egito mesmo sendo uma mulher, e não foi um mal governo. Ela construiu maravilhosos monumentos que são muito conhecidos hoje em dia. Mas depois de morta seu nome foi apagado. Os egípcios não gostava da idéia de terem sidos governados por uma mulher. Ramsés, O Grande além de ter sido um grande guerreiro foi um grande construtor, foi ele que construiu os templos em Abu Simbel. Ele é até citado na bíblia, na historia de Moisés ele seria o faraó que se recusou a soltar o "povo de Moisés". Akenaton foi um grande revolucionário, ele implantou o monoteísmo, fazendo todos acreditarem apenas em Aton o deus Sol. Ele também mudou a capital do Egito de Tebas para El-amarna. Mas depois seu filho, Tutankamon voltou a antiga capital do Egito. Tutankamon se tornou famoso por sua tumba encontrada intacta. Ele tinha 9 anos quando virou faraó e morreu ao 18.
Já no Baixo Império, que foi de 712 à 332a.C., o Egito estava em grande declínio. Os povos vizinhos descobriram um metal bem mais forte que bronze, o ferro. O Egito não tinha nenhuma fonte de ferro, com isso ficou difícil de lutar com os países vizinhos. Nisso ele perdeu grande parte de seu poder.
A Época Ptolemaica foi de 332a.C. à 30a.C. Nessa época reinaram uma família de faraós gregos. Começou com Alexandre, O Grande. Foi ele construiu a famosa cidade de Alexandria. Os outros Ptolomaicos, não foram muito famosos, a não ser a rainha mais conhecida do mundo, Cleopatra. Ela foi a ultima faraó do Egito. Ela se juntou à Julio Cesar. Depois se juntou-se à Marco Antonio. Teve filho dos dois. Mas morreu sendo picada por uma naja. Ela preferiu morrer que ser pega pelos romanos. Nisso os romanos tomaram conta do Egito e o governaram por 600 anos, até a conquista árabe.
Egito Antigo
Período pré-dinástico
O mais antigo indivíduo "mumificado" data de cerca de 3300 a.C., embora não seja uma verdadeira múmia. O corpo está patente no Museu Britânico e recebeu a alcunha de "Ginger" por ter cabelo ruivo. O Ginger foi enterrado nas areias quentes do deserto, talvez com algumas pedras empilhadas sobre o cadáver para evitar que este fosse comido por chacais. As condições quentes e secas dissecaram o corpo, evitando que os músculos e os tecidos moles se decompusessem. O Ginger foi enterrado com alguns recipientes de cerâmica, que teriam contido comida e bebida para sustentar o morto na longa viagem até ao outro mundo. Não existem registos escritos sobre a religião ou deuses do tempo, e não se sabe se era intenção dos entigos egípcios que o corpo fosse preservado. Sabe-se apenas que quando começou a 1ª Dinastia já os egípcios tinham os seus costumes estabelecidos.
Período Arcaico
O mais antigo faraó da 1ª Dinastia que se conhece foi Menes. Conhecemos o seu nome porque está escrito numa paleta usada para a maquiagem (só os homens usavam maquiagem). As práticas funerárias dos camponeses teriam sido as mesmas dos tempos pré-dinásticos, mas os faraós mereciam algo melhor. Para eles inventou-se a tumba em Mastaba (esta palavra provém da palavra egípcia moderna para "banco", porque à distância se assemelham a um banco de lama). Numa tumba em mastaba, era escavada uma câmara profunda, que era depois revestida com pedra, tijolos de lama ou madeira. Na superfície, a lama era empilhada e ficava marcando o local uma forma semelhante a um croquete. Embora isto resultasse numa tumba muito maior, também resultava numa tumba muito mais fresca. O cadáver tinha tempo para se decompor e apodrecer. E este fato iria preocupar os sacerdotes primitivos, que tinham teorias muito claras acerca do Ka e do Ba do falecido. O Ka era aquilo a que hoje chamaríamos o espírito, e era uma parte essencial da pessoa, quer ainda viva, quer depois de morta, se bem que só depois da morte o Ka passasse a ser encarado como uma entidade. O Ba da alma é mais semelhante a um fantasma. Era a parte da alma que vagueava pela terra, composta pelo Ka e pelos restos físicos do corpo. A ausência de portas nas tumbas (ou, pelo menos, a ausência de portas reais em contraponto às que eram pintadas nas paredes) pode indicar que os antigos egípcios pensavam que o Ba podia atravessar material sólido. Numa tentativa de preservar os corpos dos faraós falecidos, eles eram envolvidos em ligaduras e enrolados em posição fetal, mas nada podia evitar que se decompusessem.
Antigo Império
Por volta da 4ª Dinastia, a arte do embalsamamento teve o seu início. Mas antes, uma nota de cautela sobre embalsamamento, mumificação e preservação:
Embalsamar e mumificar, na essência, são a mesma coisa. Embalsamar (do latim in balsamum, que significa "pôr em bálsamo", que é uma mistura de resinas aromáticas) é muito semelhante ao processo de mumificação no sentido em que os cadáveres são untados com unguentos, óleos e resinas. A palavra múmia provém de um mal-entendido acerca do processo. Os corpos mal embalsamados (do Período tardio) são com frequência negros e muito quebradiços, e pensou-se que tinham sido preservados por imersão em betume, sendo que a palavra árabe para betume é mumiya.
Existem muitas técnicas modernas para embalsamar um corpo, mas nenhuma estava disponível no tempo dos antigos egípcios (congelamento, salmoura, etc.). O único método que conheciam era a secagem do corpo na areia quente, o que deixava o corpo bastante diferente de um corpo vivo e o transformava num local não muito apropriado para o Ka. Essa também não era uma maneira muito referente para tratar o faraó. Mas a resposta para estes problemas veio do Nilo.
O Nilo tem cheias anuais. Sem ele, o Egito não seria mais do que um deserto atravessado por um rio. As inundações trouxeram às margens do rio a argila indispensável para tornar as terras férteis. Além disso, quando a cheia recua deixa ficar atrás de si poças de água que secam ao sol e que, quando evaporam por completo, deixam o solo coberto por uma substância cristalina branca, chamada natro. Uma análise moderna desta substância revela-a uma mistura de bicarbonato de sódio e sulfato de sódio ou carbonato de sódio com cloreto de sódio (sal). A qualidade mais notável desta substância é a sua elevada hidroscopia. Atrai e absorve humidade. Além disso, também é um pouco antisséptica. No Reino Antigo já se conheciam as propriedades antissépticas do natro, e os órgãos internos da rainha Hetepheres foram retirados do corpo e colocados numa solução de natro (de cerca de 3%), mas quando a caixa foi aberta continha apenas lama. As primeiras tentativas de mumificação foram falhanços completos, e isto era reconhecido pelos embalsamadores, que trataram de preservar a forma do corpo, o que fizeram envolvendo-o em ligaduras embebidas em resina. Tornaram-se tão bons nesta arte que um exemplar da 5ª dinastia, um músico da corte chamado Waty, ainda mostra detalhes de verrugas, calos, rugas e características faciais.
A moda seguinte nas tradições funerárias começou com uma Mastaba glorificada. O arquiteto desta edificação construiu seis Mastabas quadradas, cada uma um pouco menor que a anterior, empilhadas umas sobre as outras. O arquiteto deste edifício revolucionário foi Imhotep e o faraó para quem o túmulo foi construído chamou-se Zoser (ou Djoser). Zoser pode ter sido o primeiro faraó da 3ª dinastia, mas este fato não está confirmado. O desenho de Imhotep é atualmente conhecido como pirâmide de degraus, e é encarado como protótipo para as pirâmides posteriores. Imhotep deve ter sido um homem fora do comum. Numa terra onde o faraó era a personificação viva de Deus, a grandeza do arquiteto foi reconhecida mesmo no seu próprio tempo (algo a que muitos gênios não tiveram o prazer de assistir) e foi-lhe atribuído o título de "Chanceler do Rei do Baixo Egito, Primeiro Depois do Rei do Alto Egito, Administrador do Grande Palácio, Nobre Hereditário, Sumo-Sacerdote de Heliópolis, Chefe Construtor, Escultor e Fazedor de Vasos". É um título e peras para qualquer época.
Um parênteses sobre o Baixo e o Alto Egito. O Baixo Egito situa-se a norte e corresponde à zona onde o Delta do Nilo deságua no Mar Mediterrâneo, e o Alto Egito situa-se a sul, desde o Deserto da Líbia até pouco depois de Abu Simbel. A razão para esta designação aparentemente invertida é que o Egito é o "Presente do Nilo" e como tal tudo é medido em relação ao rio. O Nilo entra no Egito no topo, e segue para baixo, até sair através do fértil delta, para o Mediterrâneo, no Baixo Egito.
Depois da primeira, várias outras pirâmides de degraus foram construídas, e algumas foram abandonadas antes de estarem concluídas. Um exemplo notável é o da pirâmide torta. Com cerca de metade do edifício construído parece que os construtores recearam que não iriam conseguir manter o ângulo a que estavam construindo, e decidiram mudá-lo para outro menos inclinado. O resultado foi uma pirâmide estranha, com o topo subitamente encurtado.
Há sinais de que cerca de 2675 a.C., o Egito começou a importar madeira do Líbano.
Cerca do ano 2575 a.C., o faraó Khufu (mais conhecido como Queóps) põe a sua marca na paisagem. Foi para ele que a maior e a mais famosa de todas as pirâmides foi construíuda; a Grande Pirâmide de Gizé. Esta pirâmide, quando se olha para o grupo de pirâmides do planalto de Gizé, não parece ser a maior. Isto é assim porque aquela que parece mais alta foi construída em terreno mais elevado; na realidade, é 10 metros mais pequena.
O faraó Khufu também foi responsável pelo envio de expedições à Núbia em busca de escravos e outros valores. É pouco provável que estas pessoas tivessem sido utilizadas na construção dos monumentos, pelo menos não de imediato, porque não existiriam em quantidade suficiente. A Grande Pirâmide deve ter levado muitos anos a ser construída. Uma teoria popular e convincente diz que os camponeses do Egito teriam construído, eles mesmos, todos os templos e monumentos durante as cheias. Esta teoria é atraente por muitos motivos. Quando o Nilo enche, o povo do Egito não teria tido onde viver. As enchentes do Nilo chegam até à beira do deserto e as suas enchentes teriam inundado todas as áreas de cultivo e habitação. Se houvesse trabalho na construção dos monumentos durante a época das enchentes, então os agricultores teriam a possibilidade de alimentar e abrigar as suas famílias. Claro que tudo isso teria sido pago com bens provenientes dos impostos que os agricultores teriam pago durante a época das colheitas, mas essa era a natureza do governo. Esta idéia também explica como foi possível que o país se tivesse tornado, e mantido, estável durante várias centenas de anos.
A construção de pirâmides continuou durante algum tempo. De fato, conhecem-se 80 localidades de pirâmides, embora nem todas permaneçam de pé.
Ainda no Antigo Império, o Egipto controlava as importações de cobre do Sinai, especiarias e marfim da Mesopotâmia, vinho e azeite de Creta, ouro da Núbia e madeira de Biblos.
Primeiro Período Intermediário
Isto leva-nos pelas 5ª e 6ª dinastias, até ao Primeiro Período Intermediário. Há poucos registros da época, uma vez que se trata de um período muito agitado.
Império Médio
O faraó Amenemhat I pôs fim a este período agitado, voltou a unificar o país e mudou a capital para o Egito do Norte (o Baixo Egito. Sesóstris I (filho de Amenemhat I) co-reinou com ele até ao seu assassinato. Sesóstris I foi capaz de tomar imediatamente o controlo sem deixar que o país voltasse a resvalar para a agitação. Sesóstris I continuou a travar guerra com a Núbia.
Em 1878 a.C., o faraó Senusret III tornou-se rei. Prosseguiu as campanhas militares na Núbia e foi o primeiro a tentar estender o poder do Egito até à Síria.
Mais tarde, Amenemhat III chegou ao poder. É visto como o maior monarca do Reino Médio e fez muito em benefício do Egito. Governou durante 45 anos.
Muitas das maiores ações dos reis da 12ª dinastia tiveram lugar fora do vale do Nilo. Tal como antes, houve muitas expedições à Núbia, Síria e ao Deserto do Oriente, em busca de valores a minar e de madeira para transportar para o Egito. Para além disso, estabeleceu-se comércio com a Creta minóica.
Durante o Reino Médio, a fase seguinte em desenho funerário foram as tumbas escavadas na rocha. Os melhores exemplos destas tumbas podem ver-se no Vale dos Reis. Ainda se construíam grandes templos em áreas mais visíveis.
A 13ª dinastia é incluída frequentemente no Reino Médio, se bem que o período parece ter sido um tempo de confusão e de príncipes estrangeiros provenientes da Ásia, conhecidos por Hicsos, que se aproveitaram da instabilidade política no Delta do Nilo para obter o controlo da área e mais tarde estender o seu poder para sul. Os Hyksos trouxeram consigo a carruagem de guerra puxada a cavalo. Os egípcios não levaram muito tempo a reconhecer o poder desta carruagem e a começar, eles próprios, a usá-la.
Seja como for, esta quebra no controle central marca o início do Segundo Período Intermediário.
Segundo Período Intermediário
Foram os membros da 17ª dinastia que puseram fim à 13ª dinastia. Queriam manter a cultura e tradições do Reino Médio e por isso expulsaram os Hicsos.
Novo Império
A 18ª Dinastia anuncia o início do Novo Império. Neste Novo Reino, a forma dos caixões mudou da forma retangular do Império Médio para a familiar forma de múmia, com cabeça e ombros arredondados. A princípio, eram decorados com penas esculpidas ou pintadas, mas mais tarde passaram a ser pintados com uma representação do falecido. Também eram sobrepostos como bonecas russas: um caixão externo de grandes dimensões continha um outro mais pequeno, que por sua vez continha um terceiro quase moldado ao corpo. Cada um dos caixões interiores era decorado de forma mais elaborada que o imediatamente exterior. Datam desta época a maioria das múmias que chegaram até nós.
As técnicas de mumificação foram sendo gradualmente aperfeiçoadas com o uso de natrão cristalino. Todos os tecidos moles, como o cérebro e os órgãos internos, eram removidos, após o que as cavidades eram lavadas e enchidas com natrão, e o corpo enterrado numa pilha de natrão. Os intestinos, pulmões, fígado e estômago eram preservados separadamente e armazenados em vasos protegidos pelos quatro filhos de Horus: Duamutef (estômago), Qebhsenuef (intestinos), Hapy (pulmões) e Imsety (fígado). Tanto era o poder destes vasos que mesmo quando os órgãos passaram a regressar ao corpo após a preservação (21ª dinastia), os vasos continuaram a ser fornecidos.
Vários faraós conseguiram estender o domínio egípcio até mais longe do que quaisquer dos seus antecessores, retomando o controle da Núbia e estendendo o seu poder para norte até ao Alto Eufrates e às terras dos Hititas e dos Mitanni.
É uma época de grande riqueza e poder para o Egito. Ao tempo de Amenófis III (1417 a.C. - 1379 a.C.), o Egito tornara-se tão rico que deixou de procurar aumentar o seu poder, e passou a descansar no seu trono coberto de ouro núbio.
Sucedeu-lhe o seu filho, Amenófis IV, que mudou de nome para Akhenaton. Mudou a capital para uma nova cidade que construiu e a que chamou Akhetaten. Aqui, com a sua nova esposa Nefertiti, concentrou-se em construir a sua nova religião e ignorou o mundo fora do Egito. Este fato permitiu que várias facções clandestinas, descontentes com o seu novo mundo, crescessem. Uma nova religião era algo que nunca antes tinha acontecido no Egito. Antes, tinham chegado novos deuses, que foram absorvidos na cultura egípcia, mas a nenhum deus novo foi permitido substituir os deuses antigos. Akhenaton, por seu lado, criou uma religião monoteísta, o Aton. A adoração de todos os outros deuses foi banida, e foi esta a causa da maior parte da agitação interna. Foi tembém introduzida uma nova cultura artística, mais naturalista, e totalmente revolucionária relativamente à tradição do friso estilizado que tinha dominado a arte egípcia ao longo de 1700 anos.
TutankhamonPara o fim do seu reinado de 17 anos, tomou como vice-regente o seu irmão Smenkhkare. O vice-reinado durou apenas dois anos. Quando Akhenaton morreu, alguns dos velhos deuses ressurgiram. Na verdade, nunca chegaram a desaparecer: o seu culto tinha apenas passado à clandestinidade. Smenkhkare morreu depois de poucos meses de reinado solitário, e seguindo à sua morte, foi coroado um jovem que não estava preparado para as pressões de governar um país tão grande. Por isso, eram os seus conselheiros que tomavam as decisões. O seu nome de batismo foi Tutankhaton mas, com o ressurgimento de Amon, foi rebatizado Tutankhamon.
Um dos conselheiros mais influentes de Tutankhamon era o General Horemheb. O faraó morreu ainda adolescente, e sucedeu-lhe Ay, o qual é possível que tenha casado com a viúva de Tutankhamon a fim de reforçar o seu direito ao trono. É possível que Horemheb tenha feito de Ay monarca para servir de rei de transição até que ele próprio estivesse pronto para assumir o poder. Seja como for, quando Ay morreu foi Horemheb quem o substituiu, dando início a um novo período de governo positivo. O novo faraó tratou de estabilizar internamente o país e de restaurar o prestígio que ele tinha antes do reinado de Akhenaton.
A 19ª dinastia foi fundada por Ramsés I. Ramsés I reinou durante pouco tempo, e foi Seti I (também conhecido como Sethos I) que lhe sucedeu. Seti I continuou o bom trabalho de Horemheb na restauração do poder, controlo e respeito do Egito. Também foi responsável pela creação do fantástico templo de Ábidos. Seti I e o seu filho, Ramsés II, são os únicos dois faraós que se sabe terem sido circuncisados. Ramsés II prosseguiu o trabalho do seu pai e creou muitos outros templos magníficos. Percy Bysshe Shelley escreveu um poema em torno dele, chamado Ozymandias.
O reinado de Ramsés II é frequentemente citado como a data mais provável do êxodo dos Israelitas do Egito. No entanto, não existem registos na história do Egito de nenhum dos acontecimentos descritos na Bíblia, e também não existem provas arqueológicas que os corroborem.
A Ramsés II sucedeu Ramsés III, que travou algumas batalhas e deu lugar a uma série de reinados curtos, todos sob a direção de faraós chamados Ramses.
Depois da morte de Ramsés XI, os sacerdotes, na pessoa de Herihor, tomaram por fim o controle do Egito das mãos dos faraós. O país foi de novo dividido em dois, com Herihor a controlar o Alto Egito e Smendes a controlar o Baixo Egito. Foram estes os novos governantes, da 21ª Dinastia. Estes reis também foram conhecidos como Tanitas, já que a capital do Império ficava em Tânis. O seu reinado não parece ter tido nenhum outro marco, e foram subjugados sem luta aparente pelos reis líbios da 22ª Dinastia.
Período Líbio
O Egito tinha laços antigos com a Líbia, e o primeiro rei da nova dinastia serviu como general o último governante da 21ª dinastia. Sabe-se que ele nomeou o seu próprio filho para a posição de Alto Sacerdote de Amun, posto que anteriormente era hereditário. A raridade e aglomeração dos registros escritos deste período sugerem que se tratou de uma época instável. Parece ter havido muitos grupos subversivos, o que acabou por levar ao aparecimento da 23ª dinastia, que se desenrolou simultaneamente e em concorrência com a 22ª. Depois da retirada dos egípcios do Sudão, um príncipe núbio tomou o controlo da Baixa Núbia. A este príncipe sucedeu Piankhi, e foi este rei que tomou a decisão de atacar o norte, num esforço de esmagar o seu ononente, que governava na região do Delta do Nilo. Alcançou conquistas até Mênfis. A dado ponto o oponente de Piankhi, Tefnakhte, aceitou submeter-se-lhe, mas foi-lhe permitido que permanecesse no poder no Baixo Egito, onde fundou a curta 24ª Dinastia.
Período Tardio
Mênfis e a região do Delta tornaram-se alvo de muitos ataques dos assírios até que Psammetichus conseguiu reunificar sob o seu controlo o Médio e o Baixo Egito, criando a 26ª dinastia e iniciando o Período Tardio. Em 656 a.C. tinha conseguido estender o seu controlo por todo o Egito. A dado ponto, sentiu-se suficientemente forte para cortar todos os laços com a Assíria, e o controle assírio desapareceu. Este período é também conhecido como uma époda de esplendor renovado no Egito. Durante o reinado de Apries, foi enviado um exército para ajudar os líbios a eliminar a colónia grega de Cyrene. A desastrosa derrota deste exército deu origem a uma guerra civil que resultou na ascensão de Amosis II ao trono. Não se sabe muito acerca do seu reinado, à exceção das notas gregas sobre o seu interesse primordial nas questões domésticas do Egito e na promoção de boas relações com os vizinhos. Amosis morreu em 526 a.C. e um ano mais tarde, em 525 a.C., o Egito caiu perante o poderio persa. Cambises tornou-se então o primeiro rei da 27ª Dinastia.CLEÓPATRA
Cleópatra VII Thea Filopator (Alexandria, Dezembro de 70 a.C. ou Janeiro de 69 a.C. - 12 de Agosto? de 30 a.C.) foi a última faraó e rainha da dinastia ptolomaica (oriunda da Macedónia) que dominou o Egito após os gregos terem invadido aquele país. Era filha de Ptolomeu XII e de mãe desconhecida. O nome Cleópatra é grego e significa "Glória do pai"; o seu nome completo, "Cleópatra Thea Filopator" significa "A Deusa Cleópatra, Amada de Seu Pai".
É uma das mulheres mais conhecidas da história da humanidade e um dos governantes mais famosos do Antigo Egipto, sendo conhecida apenas por Cleópatra, ainda que tivessem existido outras Cleópatras a precedê-la, que permanecem desconhecidas do grande público. Nunca foi a detentora única do poder no seu país - de facto co-governou sempre com um homem ao seu lado: o seu pai, o seu irmão (com quem casaria mais tarde) e, depois, com o seu filho. Contudo, em todos estes casos, os seus companheiros eram apenas reis titularmente, mantendo ela a autoridade de facto.
Genealogia
Cleópatra nasceu em 69 a.C., possivelmente em Alexandria, cidade situada no Delta do Nilo que nos séculos anteriores ao nascimento de Cristo desempenhou o papel de metrópole cultural, artística e económica do Mediterrâneo Oriental. Embora fosse egípcia por nascimento, pertencia a uma dinastia de origem macedónia que se tinha estabelecido no Egipto em 305 a.C., quando Ptolemeu, um dos generais de Alexandre Magno, tomou o título de rei. Era filha do rei Ptolemeu XII Auleta e de mãe desconhecida; tem sido proposto que a sua mãe seria a rainha Cleópatra V ou então uma das várias amantes do pai. Apesar da origem estrangeira da dinastia à qual pertencia, Cleópatra foi o única da sua dinastia a dominar a língua egípcia.
Sabe-se pouco sobre a infância e adolescência de Cleópatra, tendo provavelmente a jovem recebido uma educação esmerada. Para além do egípcio, afirma-se que Cleópatra falava sete ou oito línguas, entre as quais o grego, o arameu, o etíope, a língua dos Medas, o hebraico e o latim.
Cleópatra foi também testemunha do reinado atribulado do pai. Ptolemeu XII, filho ilegítimo de Ptolemeu IX Latiro, era impopular entre a população de Alexandria e tinha-se mantido no poder graças ao apoio de Roma, pelo qual teve que pagar vastas somas de dinheiro, conseguidas através de pesados tributos impostos ao povo. Recebeu o epíteto de "Auleta" que significa "tocador de flauta" numa alusão ao seu gosto pela música, que parecia colocar antes das tarefas governativas. Em 58 a.C. o pai de Cleópatra refugiou-se em Roma, tendo a sua filha Berenice IV sido eleita como nova soberana, mas esta foi assassinada em 55 a.C., quando Ptolemeu XII regressou ao Egipto. Outra filha de Ptolemeu XII, Cleópatra VI, desaparece em circunstâncias misteriosas, possivelemtente mandada assassinar por Berenice IV.
Chegada ao trono
Antes de falecer em 51 a.C. Ptolemeu nomeou os seus filhos Cleópatra e Ptolemeu XIII como novos soberanos do Egipto. Seguindo o costume da sua dinastia, Cleópatra casou com o irmão que teria cerca de quinze anos de idade.
Os monarcas estavam cercados por homens da corte que ambicionavam o poder e que exerciam um domínio sobre o irmão de Cleópatra: Teódoto, preceptor de Ptolemeu XIII, o eunuco Potino e o oficial do exército Aquilas.
Desde o início Cleópatra compreendeu que Roma era a nova potência do Mediterrâneo e que caso desejasse manter-se no poder deveria manter relações amigáveis com ela.
Em 49 a.C. Cleópatra fornece ao filho do triúnvuro Pompeio, Cneu Pompeio, 60 barcos para se juntarem à frota que lutava contra Júlio César. Perante o comportamento da rainha, os conselheiros insinuaram que Cleópatra pretendia governar sozinha e colocaram o povo de Alexandria contra Cleópatra, que foi obrigada a fugir para o sul do Egipto e depois para a Síria.
Cleóptra e Júlio César
A queda de Pompeu
A rainha não se dá por vencida e consegue juntar um pequeno exército de mercenários, tendo regressado ao Egipto para lutar contra o irmão. Entretanto a situação internacional altera-se quando a 9 de Agosto de 48 Pompeu é vencido por César na Batalha de Farsália, na Tessália. Após a derrota procura refúgio em Alexandria, tendo Ptolemeu XIII declarado que aceitava recebê-lo.
Contudo, o verdadeiro plano do rei consistiu em ordenar a morte de Ptolemeu, julgando que desta forma agradaria a César. O assassino de Pompeio, um romano ao serviço de Ptolemeu XIII, corta-lhe a cabeça, que o rei apresentou a César. No entanto, esta atitude foi um erro, dado que César ficou horrorizado com o acto bárbaro. Apesar de inimigos políticos, Pompeu tinha casado com a filha de César, que morreu dando à luz um filho. César toma Alexandria e decide resolver o conflito entre Ptolemeu XIII e Cleópatra.
O encontro com César
Afastada do palácio real, Cleópatra deseja encontrar-se com César. É então que se desenrola o famoso episódio do tapete relato pelas fontes antigas.
Conta Plutarco, num episódio lendário da sua biografia dos Césares, que Cleópatra marcou um encontro com Júlio César, quando este chegou ao Egipto, no inverno de 48 a.C. - 49 a.C., a fim de lhe dar um presente, que consistia num tapete. Este, ao ser desenrolado, mostrou que a própria rainha estava em seu interior (Cleópatra tinha sido enrolada no tapete pelo seu servo Apolodoro).
Cleópatra teria então argumentado que tinha ficado encantada com as histórias amorosas de César, tendo ficado desejosa de o conhecer. Tornou-se, assim, seu amante, o que ajudou a estabelecer o seu poder no país.
Numa tentativa de solucionar a crise César procurou que o testamento de Ptolemeu XII fosse respeitado e confirmou Cleópatra e Ptolemeu XIII como co-regentes do Egipto. Para além disso, propos que os irmãos mais novos de Cleópatra, Arsínoe e Ptolemeu XIV, deixassem o Egipto e se tornassem soberanos de Chipre.
Contudo, Arsínoe era ambiciosa e conseguiu que o exército a declasse rainha do Egipto. Arsínoe mandou matar o oficial Aquilas que começava a fazer-lhe oposição e em breve o seu irmão Ptolemeu XIII juntou-se à sua causa. Em 47 a.C. o exército egípcio seria derrotado por César. Arsínoe foi feita prisioneira e Ptolemeu XIII afogou-se no Nilo quando tentava escapar.
Em Junho de 47 a.C. Cleópatra deu à luz Ptolomeu XV Caesar, conhecido como "Cesarião" (pequeno César). Embora César tenha reconhecido a paternidade da criança, a historiografia moderna coloca em causa esta paternidade. César recusou-se contudo a torná-lo seu herdeiro, honra que coube a Octaviano.
Por sugestão de César Cleópatra casa com o seu irmão Ptolemeu XIV, tendo César partido para Roma. O Egipto manteve-se independente, mas sob a protecção de Roma que aí deixou três legiões romanas.
Cleópatra em Roma
Em 46 a.C., a convite de César, Cleópatra instala-se em Roma, com o filho e Ptolemeu XIV, fixando residência nos jardins do Janículo, mesmo próxima da esposa de César, Calpúrnia.
Teria sido em Roma que Cleópatra elaborou o seu plano de hegemonia do Mediterrâneo. Sabe-se pouco da presença de Cleópatra em Roma, a não ser que a sua presença teria gerado desprezo na população. Em sua honra César ordenou que fosse colocada uma estátua de ouro de Cleópatra no templo da deusa Venus Genetrix, vista como antepassada da família de César.
Pouco depois do assassinato de César, Cleópatra voltou para o Egipto onde Ptolomeu XIV morre em circunstâncias misteriosas. Há quem suponha que a própria Cleópatra o tenha mandado envenenar. Cesarião passou a ser seu co-regente.
Cleópatra e Marco António
representação artística de Cleópatra, por Fointanebleu
Em 42 a.C., Marco António, um dos triúnviros que governava Roma após o vazio governativo causado pela morte de César, convocou-a a encontrar-se com ele em Tarso para responder a questões relacionadas com a sua lealdade. Cleópatra chegou com grande pompa e circunstância, o que encantou António. Passaram juntos o inverno de 42 a.C. a 41 a.C. em Alexandria. Ficou grávida pela segunda vez, desta vez com gémeos que tomariam o nome de Cleópatra Selene e Alexandre Helios.
Quatro anos depois, em 37 a.C., António visitou de novo Alexandria, quando se encontrava numa expedição contra os Partos. Recomeçou então a sua relação com Cleópatra, passando a viver em Alexandria. É possível que se tenha casado com Cleópatra segundo o rito egípcio (uma carta, citada por Suetónio leva a crer nessa hipótese), ainda que nessa altura estivesse casado com Octávia, irmã do triúnviro Octávio. Cleópatra deu então à luz outro filho, Ptolomeu Filadelfo. Durante as Doações de Alexandria, no final de 34 a.C., a seguir à conquista da Arménia, Cleópatra e Cesarion foram coroados co-regentes do Egipto e Chipre; Alexandre Helios foi coroado governante da Arménia, Média e Pártia; Cleópatra Selene foi coroada governante da Cirenaica e Líbia. Ptolomeu Filadelfo tornou-se o governante da Fenícia, Síria e Cilícia. Cleópatra recebeu também o título de Rainha dos Reis.
O Senado romano declarou-lhes guerra em 31 a.C.. Após serem derrotados por Otávio na batalha naval de Actium, ambos cometeram suicídio, tendo Cleópatra se deixado picar por uma serpente, em Alexandria, no ano 30 a.C., e toda a região do Egipto se tornou numa província romana.
Cleópatra na arte e cultura
A história de Cleópatra tem servido de inspiração aos artistas ao longo dos tempos.
Pintura
A cena da morte de Cleópatra foi o assunto de numerosos quadros e desenhos, entre os quais se encontram os de nomes como Reginald Arthur, Augustin Hirschvogel, Guido Cagnacci, Johann Liss, John William Waterhouse e Jean-André Rixens.
Literatura
Entre as principais obras literárias inspiradas na vida de Cleópatra encontram-se as peças de teatro Cléopâtre captive de Étienne Jodelle, António e Cleópatra de William Shakespeare, Cleópatra de Sá de Miranda e Caesar and Cleopatra de George Bernard Shaw. Esta última obra, publicada em 1901, foi colocada em cena em 1946 em Londres, tendo sido protagonizada por Vivien Leigh.
Na prosa saliente-se Une nuit de Cléopâtre do escritor francês Théophile Gautier e Cleopatra de H. Rider Haggard.
Na banda desenhada Asterix e Cleópatra René Goscinny e Albert Uderzo retrataram a rainha como uma figura sedutora, mas caprichosa.
Cinema
Desde os começos da sétima arte que Cleópatra tem servido como tema de filmes. A primeira actriz a representar o papel de Cleópatra no cinema foi a francesa Jeanne d'Alcy num filme de dois minutos de Georges Méliès gravado em 1899. Este filme foi considerado como desaparecido durante muito tempo, mais foi redescoberto em 2005; nele é possível ver a profanação do túmulo da rainha, a sua múmia a ser queimada, surgindo do fumo produzido uma Cleópatra imortal.
Dois outros filmes da era do cinema mudo utilizam como tema Cleópatra e o seu encontro com Marco António: Marcantonio e Cleopatra (1913) do realizador italiano Enrico Guazzoni e Cleopatra (1917) do realizador americano J.Gordon Edwards. Este último filme foi protagonizado por Theda Bara, uma das primeiras vamps do cinema.
Um dos primeiros filmes do cinema falado a retratar a rainha foi Cleopatra (1934), realizado por Cecil B. DeMille e protagonizado por Claudette Colbert.
O filme mais conhecido sobre Cleópatra é sem duvida o de 1963 realizado por Joseph L. Mankiewicz, que foi protagonizado pela actriz Elizabeth Taylor, com Rex Harrison no papel de Júlio César e Richard Burton no de Marco António. A grandiosidade dos cenários e o carisma de Elizabeth Taylor (que recebeu 44 milhões de dólares para fazer o papel, algo inédito na época), bem como as vicissitudes da vida privada desta (apaixonada por Richard Burton na altura) muito fizeram para popularizar a rainha lágida junto do grande público.
Cleópatra
Cleópatra, a famosa rainha egípcia, nasceu na cidade de Alexandria, em janeiro do ano 70 a.C. ou em meados de Dezembro de 69 a.C., filha de Ptolomeu XII, descendente da dinastia iniciada pelo general Ptolomeu, que liderou o Egito depois da submissão deste país ao poder do rei Alexandre III da Macedônia, e de Cleópatra V, a qual muitos afirmam ter sido amante de Ptolomeu. Seu nome, em grego, tem o sentido de “glória do pai”.
Cleópatra VII tornou-se a governante egípcia mais célebre, tanto que as outras Cleópatras que reinaram foram apagadas da história por sua passagem marcante pela História do Egito. Ela foi a única de sua linhagem a ter o conhecimento profundo do idioma egípcio, além de dominar também o grego, o arameu, o etíope, a línguagem dos Medas, o hebraico e o latim. Quase nada se preservou sobre sua infância e adolescência, mas pode-se afirmar que ela teve uma formação primorosa, adquirindo assim a cultura intelectual que lhe permitiria posteriormente dominar ilustres figuras que marcaram o contexto no qual ela viveu, garantindo desta forma a independência de seu país.
Não se sabe se ela realmente era tão bela como dizem, ou se nela se destacavam mais os dotes intelectuais e a estratégia diplomática, como registra a História. Parece que ela também publicou obras sobre pesos e medidas, substâncias cosméticas e elementos de magia. O pai de Cleópatra era igualmente bastardo, alcançando a liderança de seu povo apenas porque não havia mais ninguém na linha sucessória direta. Incapaz de manter seu reino sozinho, ele se aliou à potência da época, Roma, mas mesmo assim seus erros causaram a revolta do povo, e ele deixou seu país em fuga, deixando o governo nas mãos da primogênita Berenice.
Retornando ao Egito, dois anos depois, encontrou a resistência de sua filha e não hesitou em matá-la, abrindo assim caminho para Cleópatra, que após sua morte é indicada, junto ao irmão, Ptolomeu XIII, para ocupar o trono. Como a lei exige que ela esteja unida a alguém em matrimônio, ela se casa com o próprio irmão mais novo. Várias disputas se instauram entre ambos; enquanto Ptolomeu se une a Pompeu, governante de Roma, permanecendo na Alexandria, Cleópatra instala-se com suas forças armadas em Pelúsio.
Enquanto isso, Júlio César vence Pompeu, em junho de 48 a.C. O romano derrotado segue para o Egito à procura de apoio de seu tutelado, mas é morto neste país. César desembarca neste momento em Alexandria, flagrando os irmãos em confronto acirrado. Ptolomeu morre um ano depois, afogado no Rio Nilo, aparentemente em virtude de uma batalha na qual se defrontou com Júlio César, depois de vários embates entre egípcios e romanos, durante os quais a famosa Biblioteca de Alexandria foi destruída em um incêndio provocado pelas forças de Roma. Pouco depois o romano já tinha sob seu jugo o povo egípcio.
Nesta época César e Cleópatra já eram amantes, mas mesmo assim ele a força a contrair matrimônio com seu irmão caçula, de apenas 6 anos de idade, Ptolomeu XIV, a quem foi entregue o trono. Júlio retorna para sua terra natal depois de engravidar a rainha. O fruto desta união nasce no dia 27 de junho de 47 a.C., e é chamado de Ptolomeu César. Um ano depois ela parte com a família para Roma, onde permanece ao lado de Júlio por um ano e meio. Embora ele a trate como uma rainha, impondo sua presença a um povo insatisfeito, ela não vê seu desejo de se casar com o amante concretizado. A revolta popular cresce e César é morto em 15 de março de 44 a.C. Não sendo contemplada pelo testamento do amado e sentindo sua vida e a de seu filho em risco, ela volta para o Egito.
Roma era governada por um triunvirato, regime no qual três homens se associam no governo de um país, com direitos iguais. Sentindo-se ameaçada por Roma, Cleópatra seduz Marco Antônio, outro integrante do Triunvirato. Ele cede aos seus encantos e os dois permanecem juntos por um ano, até a rainha engravidar de gêmeos. Antes do nascimento, porém, ele é obrigado a voltar para seu país, pois sua esposa integrava então uma conspiração contra o sucessor de César, Otávio. Quatro anos depois ele volta para o Egito e tem um novo filho com a amante. Cleópatra é intitulada “Rainha dos Reis”, título legado a seus filhos.
A união de ambos e a força de suas pretensões incomodam Otávio, que declara Marco traidor de Roma. Em fins de 32 a.C. ele inicia um confronto com o Egito, durante o qual Cleópatra e Marco Antônio se unem contra os romanos, mas não conseguem resistir às investidas do adversário. Eles tentam furar o bloqueio romano, mas são vencidos na batalha de Accio. A rainha dissimula a derrota e retorna para a Alexandria como se fosse a vencedora do conflito, enquanto Marco foge para a Ilha de Faros, envergonhado com o revés militar. Entre idas e vindas, os amantes se unem novamente e seguem seus planos como se os romanos não pudessem mais voltar para o Egito.
Mas o inimigo volta, Cleópatra tenta um acordo, mas não obtém resposta, pois Otávio ambiciona reinar sozinho sobre o Egito. Marco Antônio tenta reagir, mas seus soldados o abandonam. Inquieta com a reação do amado, Cleópatra foge e se tranca em um sepulcro. Marco acredita nos boatos que disseminam a informação de que ela estaria morta, e se suicida no instante em que o assessor da rainha o comunicaria que ela estava viva. Ele é conduzido até a amada e morre ao seu lado. Logo depois Cleópatra, então com 39 anos, também morre, entrando para a história e convertendo-se em um grande mito.
Cleópatra VII tornou-se a governante egípcia mais célebre, tanto que as outras Cleópatras que reinaram foram apagadas da história por sua passagem marcante pela História do Egito. Ela foi a única de sua linhagem a ter o conhecimento profundo do idioma egípcio, além de dominar também o grego, o arameu, o etíope, a línguagem dos Medas, o hebraico e o latim. Quase nada se preservou sobre sua infância e adolescência, mas pode-se afirmar que ela teve uma formação primorosa, adquirindo assim a cultura intelectual que lhe permitiria posteriormente dominar ilustres figuras que marcaram o contexto no qual ela viveu, garantindo desta forma a independência de seu país.
Não se sabe se ela realmente era tão bela como dizem, ou se nela se destacavam mais os dotes intelectuais e a estratégia diplomática, como registra a História. Parece que ela também publicou obras sobre pesos e medidas, substâncias cosméticas e elementos de magia. O pai de Cleópatra era igualmente bastardo, alcançando a liderança de seu povo apenas porque não havia mais ninguém na linha sucessória direta. Incapaz de manter seu reino sozinho, ele se aliou à potência da época, Roma, mas mesmo assim seus erros causaram a revolta do povo, e ele deixou seu país em fuga, deixando o governo nas mãos da primogênita Berenice.
Retornando ao Egito, dois anos depois, encontrou a resistência de sua filha e não hesitou em matá-la, abrindo assim caminho para Cleópatra, que após sua morte é indicada, junto ao irmão, Ptolomeu XIII, para ocupar o trono. Como a lei exige que ela esteja unida a alguém em matrimônio, ela se casa com o próprio irmão mais novo. Várias disputas se instauram entre ambos; enquanto Ptolomeu se une a Pompeu, governante de Roma, permanecendo na Alexandria, Cleópatra instala-se com suas forças armadas em Pelúsio.
Enquanto isso, Júlio César vence Pompeu, em junho de 48 a.C. O romano derrotado segue para o Egito à procura de apoio de seu tutelado, mas é morto neste país. César desembarca neste momento em Alexandria, flagrando os irmãos em confronto acirrado. Ptolomeu morre um ano depois, afogado no Rio Nilo, aparentemente em virtude de uma batalha na qual se defrontou com Júlio César, depois de vários embates entre egípcios e romanos, durante os quais a famosa Biblioteca de Alexandria foi destruída em um incêndio provocado pelas forças de Roma. Pouco depois o romano já tinha sob seu jugo o povo egípcio.
Nesta época César e Cleópatra já eram amantes, mas mesmo assim ele a força a contrair matrimônio com seu irmão caçula, de apenas 6 anos de idade, Ptolomeu XIV, a quem foi entregue o trono. Júlio retorna para sua terra natal depois de engravidar a rainha. O fruto desta união nasce no dia 27 de junho de 47 a.C., e é chamado de Ptolomeu César. Um ano depois ela parte com a família para Roma, onde permanece ao lado de Júlio por um ano e meio. Embora ele a trate como uma rainha, impondo sua presença a um povo insatisfeito, ela não vê seu desejo de se casar com o amante concretizado. A revolta popular cresce e César é morto em 15 de março de 44 a.C. Não sendo contemplada pelo testamento do amado e sentindo sua vida e a de seu filho em risco, ela volta para o Egito.
Roma era governada por um triunvirato, regime no qual três homens se associam no governo de um país, com direitos iguais. Sentindo-se ameaçada por Roma, Cleópatra seduz Marco Antônio, outro integrante do Triunvirato. Ele cede aos seus encantos e os dois permanecem juntos por um ano, até a rainha engravidar de gêmeos. Antes do nascimento, porém, ele é obrigado a voltar para seu país, pois sua esposa integrava então uma conspiração contra o sucessor de César, Otávio. Quatro anos depois ele volta para o Egito e tem um novo filho com a amante. Cleópatra é intitulada “Rainha dos Reis”, título legado a seus filhos.
A união de ambos e a força de suas pretensões incomodam Otávio, que declara Marco traidor de Roma. Em fins de 32 a.C. ele inicia um confronto com o Egito, durante o qual Cleópatra e Marco Antônio se unem contra os romanos, mas não conseguem resistir às investidas do adversário. Eles tentam furar o bloqueio romano, mas são vencidos na batalha de Accio. A rainha dissimula a derrota e retorna para a Alexandria como se fosse a vencedora do conflito, enquanto Marco foge para a Ilha de Faros, envergonhado com o revés militar. Entre idas e vindas, os amantes se unem novamente e seguem seus planos como se os romanos não pudessem mais voltar para o Egito.
Mas o inimigo volta, Cleópatra tenta um acordo, mas não obtém resposta, pois Otávio ambiciona reinar sozinho sobre o Egito. Marco Antônio tenta reagir, mas seus soldados o abandonam. Inquieta com a reação do amado, Cleópatra foge e se tranca em um sepulcro. Marco acredita nos boatos que disseminam a informação de que ela estaria morta, e se suicida no instante em que o assessor da rainha o comunicaria que ela estava viva. Ele é conduzido até a amada e morre ao seu lado. Logo depois Cleópatra, então com 39 anos, também morre, entrando para a história e convertendo-se em um grande mito.
Alexandria, do Egito (Textos compilados por Carlos Fernandes / nov-2002)
A cidade
O reino egípcio dos Ptolomeus teve sua origem na fundação de Alexandria, um centro urbano no que era antes uma aldeia de pescadores.
A cidade foi fundada (332 a. C.) pelo conquistador macedônico Alexandre Magno (356-323 a. C.) para ser a principal cidade portuária da Antigüidade.
Ao chegar ao Egito, Alexandre logo tratou de fundar esse novo porto, cujo enorme potencial previu.
Batizada como Alexandria, como muitas das outras cidades fundadas pelo conquistador macedônico, essa cidade em breve se tornou uma das maiores de todo o mundo grego.
Ao norte possuía dois bons ancoradouros que davam para o Mar Mediterrâneo.
O porto foi construído com um imponente quebra-mar que chegava até a ilha de Faros, onde foi erguido um famoso farol para orientar o tráfego marítimo, o Farol de Alexandria, e ficou conhecido como uma das sete maravilhas do mundo antigo. Esse porto tinha capacidade para abrigar as grandes embarcações que se tornaram típicas da época helenística, o que permitiu a Alexandria exportar sua produção excedente para o resto do país e estender o comércio a outras regiões, tornando-se assim a principal base marítima de todo o Mediterrâneo.
Foi para lá que Ptolomeu I Sóter (304-283 a. C.) transferiu sua capital, antes localizada em Menphis, antiga e tradicional cidade do Baixo Egito. Cortada por uma avenida principal excepcionalmente ampla, sua área urbana ocupava um território retangular com 6,4 km de comprimento por 1,2 de largura, e sua população por volta de 200 a. C., chegava a meio milhão de habitantes. Estes eram em sua maioria colonos gregos e macedônios, que tinham organização autônoma de privilégios excepcionais.
A numerosa comunidade judaica também tinha sua própria administração.
Mas a cidade abrigava igualmente dezenas de milhares de egípcios e indivíduos de várias outras raças. Tratava-se de um centro urbano cosmopolita, em escala ainda maior do que Siracusa.
Na nova capital os Ptolomeus construíram muitos palácios e instituições públicas, e a cidade atingiu o nível de centro científico e literário por pelo menos durante o meio milênio seguinte, fato que se prolongou durante os primeiros anos da dominação romana.
Muitos dos belos edifícios de Alexandria tornaram-se célebres, como o Museu e a Biblioteca, que juntamente com outras instituições atenienses mais antigas figuravam entre os mais importantes centros culturais da época. Havia também os palácios dos Ptolomeus e o templo de Serápis, a divindade que fora introduzida par atender os reclamos nacionais e cujo culto propagara-se rapidamente, assim como o de Ísis, pelo mundo helenístico.
No entanto não parecia uma cidade que fizesse parte do território egípcio.
Apesar dos canais que a ligavam a o lago Marcótis e ao sul, parecia um superestrutura acrescentada ao país, e era comum as pessoas falarem em viajar de Alexandria para o Egito. A antiga e grande cidade de Alexandria, hoje terceiro núcleo urbano do país em população, com cerca de 3,5 milhões habitantes e principal porto do norte do Egito, fica localizada no delta do rio Nilo, fundada numa colina que separa o lago Mariotis do mar Mediterrâneo.
Nesta cidade sempre existiram dois portos, dos quais o ocidental é o principal centro comercial, com instalações como a alfândega e inúmeros armazéns. A fundação da cidade de Constantinopla contribuiu para a decadência da metrópole egípcia.
Com os muçulmanos, essa decadência de Alexandria foi acelerada, sobretudo a medida do crescimento da cidade do Cairo, hoje com aproximadamente 7,0 milhões de habitantes.
A história da grande Biblioteca
Chamada de A grande Biblioteca para distinguí-la da pequena biblioteca de Serapis, foi inaugurada por Ptolomeu Sóter II (309-247 a. C.), o Filadelfo, segundo rei (282-247 a. C.) dessa dinastia, com o propósito de firmar a manutenção da civilizacão grega no interior da conservadora civilizacão egípcia.
Provavelmente idealizada a partir da chegada de Demétrio Falero (350-283 a. C.), levado a Alexandria (295 a. C.) para este fim e atendendo a um projeto elaborado por Ptolomeu Sóter I (367-283 a. C.) cuja obra ficou completa com a construção de sua conexão com o Museu, a obra máxima de seu sucesor, Ptolomeu Filadelfo.
Como Estrabão (63 a. C. -24) não fez menção da biblioteca em sua descrição dos edificios do porto, possivelmente se encontrava em outra parte da cidade, além do mais, sua conexão com o Museu, parece localizá-la no Brucheião, a noroeste da cidade.
A formação do acervo foi constituída de várias formas, segundo muitos relatos tradicionais para aquisição dos livros, geralmente na forma de rolos. Por exemplo, os barcos que entravam no porto eram forçados a entregar algum manuscrito que transportavam.
A rivalidade entre Alexandría e Pérgamo chegou em tal nível que a exportação de papiro foi proibida com o fim de perjudicar a cidade italiana. Esta rivalidade levou ao desenvolvimento de envelhecimento artificial de papiros para falsificação de cópias como originais, para aumento do acervo.
Demétrio Falero (350-283 a. C.) mencionou o número de 200.000 rolos de papiro, para uma meta de 500.000. Calímaco (294-224 a. C.) criador do primeiro catálogo sistematizado da biblioteca, os Pinakes, contabilizou em 490.000 rollos e, mais tarde, Aulo Gélio (120-175) e Amiano Marcelio ( 330 - 395) em 700.000 rollos.
Paolo Orósio ( 370-417), por outro lado, mencionou 400.000. João Tzetzes (1110-1181), comentarista bizantino, concluiu que o acervo estaria dividido, com 42.800 manuscritos em Serapis e 490.000 no Museu. Autores modernos falam em milhões de originais.
Depois da catalogação das obras por Calímaco e Apolônio de Rodes, o primeiro bibliotecário de fato (234 a.C.) foi Zenódoto (325-234 a. C.), seguido (234-194 a. C.) por Eratóstenes (276-194 a. C.), (194-180 a. C.) Aristófanes de Bizâncio (257-180 a. C.) e (180-131 a.C.) Aristarco de Samotrácia (217-131a. C.), todos nomes de famosos estudiosos daquele período da civilização.
A inclusão nesta lista do gramático Calímaco (294-224 a. C.) e do gramático e poeta épico Apolônio de Rodes (295-215 a. C.) é pouco convincente e parece cronologicamente impossível, a não ser como colaboradores iniciais na fundação da instituição e organização do acervo inicial.
O trabalho dos bibliotecários consistiu na clasificacão, catalogação e edição das obras da literatura grega e exerceram uma profunda e permanente influência não só pela forma dos livros, de suas subdivisões e sua disposição, como também pela transmissão de textos em todas as fases da história da literatura. Depois de Aristarco a importância da biblioteca decaiu. Júlio César (100-44 a. C.) viu-se impelido (47 a. C.) a queimar sua frota para impedir que caísse em mãos dos Egípcios.
O fogo se extendeu aos documentos e o arsenal naval e acredita-se destruiu cerca de 400.000 rolos de papiros. É mais provável, segundo o relato de Orósio, que isto não ocorreu na próprio biblioteca, e sim, depois que os rolos tivessem sido transportados de lá para porto para serem embarcardos para Roma. Sêneca (4 a. C.-65) e Aulo Gélio (120-175) também escreveram sobre essa ocorrência, porém só da queima dos manuscritos, este último apresentando-a como completa.
Menos cuidadosamente os historiadores Plutarco (46-119) e Dio Cássio escreveram sobre a queima da biblioteca, porém o assunto não foi tratado pelos historiadores Cícero (106-43 a. C.) nem por Estrabão (63 a. C.-24). O prejuízo foi parcialmente reparado (41 a. C.) por Marco Antônio (83-30 a. C.) e Cleópatra VII (69-30 a. C.), com o aporte de 200.000 volumes provenientes da biblioteca de Pérgamo. Sob o imperador romano Aureliano (215-275), uma grande parte do Brucheion foi destruída (272) e é possível que a biblioteca tenha desaparecido nessa época.
A mais generalizada versão da destruição da biblioteca é a que aconteceu quando Alexandria foi capturada pelos muçulmanos (642), que sob o argumento de que os escritos gregos não eram necesários e não necessitavam ser preservados, porque estavam em desacordo com os ensinamentos de Alá e, portanto, eram perniciosos e deveriam ser destruídos.
A versão de que teriam sido usados como lenha, hoje está descartada, pois o gesto não seria coerente com os costumes muçulmanos e, além disso, segundo alguns historiadores essa versão ganhou corpo cerca de um século depois da captura da cidade, aumentando as possibilidades de que a monumental biblioteca tenha sido destruída muito antes da invasão muçulmana. Segundo a lenda, no entanto, a biblioteca foi destruída pelo fogo em três ocasiões, sendo a primeira (272) por ordem do imperador romano Aureliano (215-275), depois (391), quando o imperador Teodósio I (347-395) arrasou-a, juntamente com outros edifícios pagãos, e finalmente (640) pelos muçulmanos, sob a chefia do califa Omar I (581-644).
Saliente-se ainda que existe uma suposição de que a pequena biblioteca de Serapis, com pouco mais de 40 mil volumes, foi destruída quando o Templo de Serapis foi demolido (391) por ordem do cristão radical Teófilo (335-412), nomeado (385) patriarca de Alexandria, durante sua violenta campanha de destruição de todos os templos e santuários não-cristãos daquela cidade, com o apoio do imperador FlávioTeodósio (347-395), após a proclamação (380) do Cristianismo como Religião do Estado.
Essa loucura destruidora já teria sido responsável, então, pela demolição dos templos de Mitríade e de Dionísio, porém não há uma informação definitiva dos acontecimentos em relação à biblioteca.
Saliente-se ainda que Hipatia (370-415), a última grande matemática da Escola de Alexandria, a bela filha de Téon de Alexandria (335-395), foi assassinada por uma multidão de monges cristãos, incitada por Cirilo (376-444), sobrinho e e sucessor de Teófilo como patriarca de Alexandria, que depois seria canonizado pela Igreja Católica.
Após o seu assassinato, numerosos pesquisadores e filósofos trocaram Alexandria pela Índia e pela Pérsia, e a cidade deixou de ser o grande centro de ensino das ciências do Mundo Antigo.
BABILÔNIA
Soldados Americanos em frente da reconstrução das ruínas da Babilônia (2003)
Babilônia (Babilónia) se refere à capital da antiga Suméria e Acad, na Mesopotâmia. No moderno Iraque, localiza-se a aproximadamente 110 km ao Sul deBagdád. O nome vem do grego Babel, que significa "confusão". Essa palavra semítica é uma tradução do sumério Kadmirra.
Foi provavelmente fundada por volta de 3800 a.C. Teve um papel significativo na história da Mesopotâmia. Iniciou sua era de império sob o amoritaHamurabi, por volta de 1730 a.C., e manteve-se assim por pouco mais de mil anos.
Os Arameus, assírios e os Caldeus lutaram durante séculos pelo controle da Babilônia. O rei assírio Assurbanipal venceu a luta em 648 a.C., e foi sucedido por Nabucodonosor II.
Liderados por Nabucodonosor (que também construiu os Jardins Suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo), os babilônios destruíram Jerusalém em 587 A.C., levando os judeus ao exílio babilônico. O rei persa Ciro, o Grande, derrotou os babilônicos em 539 A.C., e libertou os judeus de seu exílio.
Na cultura hebraica, a Babilônia se tornou um inimigo arquétipo do povo de Deus. Várias referências à Babilônia ocorrem na Bíblia. No Novo Testamento, especialmente no livro Apocalipse, referências à Babilônia são comumente interpretadas por algumas religiões cristas como referências a Roma, como metáfora do poder do Império Romano. Outras denominações cristãs, fazem outras leituras.
Arte da Babilônia
Os jardins suspensos da Babilónia, como imaginados por Martin Heemskerck.
A arte da Babilônia desenvolveu-se no reino antigo do Oriente Próximo; sua capital era Babilônia, cujas ruínas estão próximas da cidade de Al Hillah, noIraque. Provavelmente, a cidade foi fundada no quarto milênio a.C., tornando-se o centro de um vasto império no século 18 a.C., sob o reinado de Hamurabi. O povo babilônio mais antigo era herdeiro direto da civilização suméria, que inspirou a arte da sua primeira dinastia. A partir do século 17 a.C., a Babilônia foi dominada por outros povos e de 722 a 626 a.C. esteve sob o controle da Assíria. A Babilônia atingiu seu período de apogeu e prestígio depois de ter colaborado para a derrota dos assírios.
Nabucodonosor II, cujo reinado se estendeu de 605 a 562 a.C., reconstruiu a capital como uma das maiores cidades da Antiguidade e foi, provavelmente, o responsável pelos famosos jardins suspensos da Babilônia, dispostos de forma engenhosa em terraços elevados, irrigados por canais provenientes do rio Eufrates. A melhor visão do esplendor da arquitetura babilônica pode ser obtida através da Porta de Ishtar (575 a.C.) uma luxuosa estrutura de tijolosesmaltados reconstruída no Museu Staatliche, na antiga Berlim OrientalSUMÉRIA
A Suméria (ou Shumeria, ou Shinar; na bíblia, Sinar; egípcio Sangar; ki-en-gir na língua nativa), geralmente considerada a civilização mais antiga da humanidade, localizava-se na parte sul da Mesopotâmia (o Iraque da atualidade), apropriadamente posicionada em terrenos conhecidos por sua fertilidade, entre os rios Tigre e Eufrates. Evidências arqueológicas datam o início da civilização suméria em cerca de 5000 a.C. Entre 3500 e 3000 a.C. houve um florescimento cultural, e a Suméria exerceu influência sobre as áreas circunvizinhas, culminando na dinastia de Ágade, fundada em aproximadamente 2340 a.C. por Sargão I. Sendo que este, ao que tudo indica, seria de etnia e língua semitas. Depois de 2000 a.C. a Suméria entrou em declínio, sendo absorvida pela Babilônia e pela Assíria.
Duas importantes criações atribuídas aos sumérios são a escrita cuneiforme, que provavelmente antecede todas as outras formas de escrita, tendo sido originalmente usada por volta de 3500 a.C.; e as cidades-estados - a mais conhecida delas sendo, provavelmente, a cidade de Ur, construída por Ur-Nammu, o fundador da terceira dinastia Ur, por volta de 2000 a.C.
História
O termo "sumério" é na verdade um exônimo aplicado (e, provavelmente, cunhado) pelos acádios. Os sumérios autodescreveram-se como sag-gi-ga (o povo de cabeças negras) e chamaram sua terra Ki-en-gi, o lugar dos senhores civilizados. A palavra acadiana Shumer possivelmente representa esse nome num dialeto diferente. A respeito dos sumérios, donos de língua, cultura (e, provavelmente, aparência) diferentes da dos seus vizinhos semíticos e sucessores, acredita-se que foram invasores ou migrantes, apesar de que seja difícil determinar exatamente quando esses eventos ocorreram ou mesmo suas origens geográficas. Alguns arqueólogos afirmam que os sumérios procediam, de fato, das planícies mesopotâmicas. Outros sugerem que o termo 'suméria' deveria se restringir à língua sumeriana, baseando-se no fato de que não havia grupos étnicos 'sumérios' avulsos. O próprio termo 'sumério' é geralmente usado para se referir a uma língua isolada no campo da Lingüística, já que ela não pertence a nenhuma família lingüística conhecida - ao contrário do acádio, por exemplo, que pertence ao hamito-semítico, ou às chamadas línguas afro-asiáticas.
A origem e a história antiga dos sumérios ainda são pouco conhecidas. Sabe-se que no final do período neolítico, os povos sumerianos, vindos do planalto doIrã, fixaram-se na Caldéia e fundaram diversas cidades autônomas, verdadeiros Estados independentes, como Ur, Uruk, Nipur e Lagash. A primeira cidade que conseguiu estabelecer controle sobre a totalidade da Suméria foi Kish. Mais tarde, Kish, Ur e Erech travaram renhida luta pela hegemonia na região suméria.
Após um período de domínio dos reis elamitas (que viviam no sudoeste do atual Irã), os sumérios voltaram a gozar de independência. As cidades de Lagash,Umma, Eridu, Uruk e principalmente Ur tiveram seus momentos de glória.
Pouco depois os acádios - grupos de nômades vindos do deserto da Síria - começaram a penetrar nos territórios ao norte das regiões sumérias, terminando por dominar as cidades-estados desta região por volta de 2550 a.C.. Mesmo antes da conquista, porém, já ocorria uma síntese entre as culturas suméria e acádia, que se acentuou com a unificação dos dois povos. Os ocupantes assimilaram a cultura dos vencidos, embora, em muitos aspectos, as duas culturas mantivessem diferenças entre si, como por exemplo - e mais evidentemente - no campo religioso.
Civilização Acadiana
Mais tarde, por volta de 2369 a.C., Sargão, o Velho, patési da cidade de Ágade, unificou a maioria das cidades-templos. O grande rei acádio, guerreiro e conquistador, tornou-se conhecido como "soberano dos quatro cantos da terra". Apesar da unificação, as estruturas políticas da Suméria continuaram existindo. Os reis das cidades-estados sumerianas foram mantidos no poder e reconheciam-se como tributários dos conquistadores acadianos.
O império criado por Sargão desmoronou após um século de existência, em conseqüência de revoltas internas e dos ataques dos guti, nômades originários dos montes Zagros, no Alto do Tigre, que investiam contra as regiões urbanizadas, porque a sedentarização das populações do Oriente Médio lhes dificultava a caça e o pastoreio. Por volta de 2150 a.C., os guti conquistaram a civilização sumério-acadiana.Depois disso, a história da Mesopotâmia parecia se repetir. A unidade política dos sumério-acadianos era destruída pelos guti, que, por sua vez, eram vencidos por revoltas internas dos sumério-acadianos.
Renascença Sumeriana
O domínio intermitente dos guti durou um século, sendo substituído no século seguinte (cerca de 2100 a.C.–1950 a.C.) por uma dinastia proveniente da cidade-estado de Ur. Expulsos os guti, Ur-Nammur reunificou a região sobre o controle dos sumérios. Foi um rei enérgico, que construiu os famosos ziguratese promoveu a compilação das leis do direito sumeriano. Os reis de Ur não somente restabeleceram a soberania suméria, mas também conquistaram a Acádia. Nesse período, chamado de renascença sumeriana, essa civilização atingiu seu apogeu, mas esse foi o último ato de manifestação do poder político da Suméria.
Declínio
Uma vez que os estados locais cresceram em força bruta os sumérios começaram a perder sua hegemonia política sobre a maioria das partes daMesopotâmia.
Atormentados pelos ataques de tribos elamitas e amoritas, o império ruiu. Nesta época, os sumérios desapareceram da história, mas a influência de sua cultura nas civilizações subseqüentes da Mesopotâmia teve longo alcance. Os amoritas fundaram a Babilônia. Os hurrianos da Armênia estabeleceram o império deMitanni na parte norte da Mesopotâmia por volta de 2000 a.C., enquanto os babilônios controlavam o sul. Ambos os grupos defendiam-se dos egípcios e dos hititas. Esses últimos derrotaram Mitani, mas foram expulsos pelos babilônios. Os cassitas, entretanto, venceram os babilônios em 1400 a.C.. Os cassitas foram depois vencidos pelos elamitas por volta de 1150 a.C..
Administração e Política
Os sumérios habitaram várias cidades-estados, cada uma erigida em torno de seus respectivos templos, dedicados ao deus a cuja proteção a cidade competia. Estas cidades, grandes centros mercantis, eram governadas por déspotas locais denominados patésis, supremo-sacerdotes e chefes militares absolutos, auxiliados por uma aristocracia, constituída por burocratas e sacerdotes. O patési controlava a construção de diques, canais de irrigação, templos eceleiros, impondo e administrando os tributos a que toda população estava sujeita. As cidades-estados sumerianas, tradicionalmente, eram cidades-templos. Isto porque os sumérios acreditavam que os deuses haviam fundado as cidades para que fossem centros de cultos. Mais tarde, segundo a religião, os deuses limitavam-se a comunicar os soberanos as plantas das cidades e dos santuários. A ligação dos patésis aos ritos da cidade era extremamente íntima.
Os templos estavam ligados ao poder estatal e suas riquezas eram usufruídas pelos soberanos, considerados intermediários entre os deuses e os homens. Junto com os tempos das cidades, homenageando o seu deus patrono, não raramente eram erguidos zigurates - pirâmides de tijolos maciços cozidos ao sol, que serviam de santuários e acesso aos deuses quando desciam até seu povo.
Dentre cidades mais importantes do território sumério estavam Eridu, Kish, Lagash, Uruk, Ur e Nippur. Com o desenvolvimento dessas cidades, a tentativa de supremacia duma sobre a outra tornou-se inevitável. O resultado foi um milênio de embates quase incessantes sobre o direito de uso de água, rotas de comércio e tributos a tribos nômades
Agricultura e Caça
Os sumérios mantinham uma produção de cevada, grão-de-bico, lentilha, milhete, trigo, nabo, tâmara, cebola, alho, alface, alho-poró e mostarda. Eles também criavam gado, carneiro, cabra e porco. Além disso usavam bois como opção principal no trabalho de carga e burros como animal de transporte. Os sumérios pescavam peixes e caçavam aves galináceas.
A agricultura suméria dependia muito da irrigação, sendo efectuada através do uso de canais, barragens, diques e reservatórios. Os canais requeriam reparos freqüentes e a remoção contínua de lodo. O governo ordenava a determinados cidadãos a tarefa de trabalhar nos canais, apesar de os ricos poderem ser dispensados.
Com o uso de canais os fazendeiros irrigavam seus campos e então drenavam a água. Depois deixavam que os bois macerassem a terra e matassem as ervas daninhas. O passo seguinte era dragar os campos com picaretas. Depois de secar, eles os aravam, gradavam e varriam três vezes, pulverizando-os depois com um alvião.
Os sumérios ceifavam durante a fase seca do outono em equipes de três pessoas, consistindo de um ceifador, um enfardador e um feixador. Os fazendeiros usavam um tipo de colheitadeira arcaica para separar a cabeça dos cereais de seus respectivos talos, para então usar um tipo de trenó de triagem, que separava o grão dos cereais. Em seguida peneiravam a mistura de grãos e debulhos.
Arquitetura
Artigo Principal: Arte da Suméria
A planície Tigre-Eufrates carecia de minerais e árvores. As edificações sumérias compreendiam estruturas planoconvexas feitas de tijolos de barro, desprovidas de argamassa ou cimento. Uma vez que tijolos planoconvexos são de composição relativamente instável, os pedreiros sumerianos adicionavam uma mão extra de tijolos, postos perpendicularmente a cada poucas fileiras. Aí então preenchiam as lacunas com betume, engaço, cana e cizânias. Construções feitas com tijolos de barro, entretanto, acabam se deteriorando, de forma que eram periodicamente destruídas, niveladas e reconstruídas no mesmo lugar. Essa constante reconstrução gradualmente elevou o nível das cidades, de modo que se ergueram acima da planície à sua volta. Os aterros resultantes (chamados em inglês de tell) são encontrados através do antigo Oriente Próximo. O tipo mais famoso e impressionante dentre as edificações sumérias chama-se zigurate, uma construção de largas, amplas plataformas sobrepostas em cujo topo encontravam-se templos. Esse maciço edifício de celsa estatura pode ter sido a inspiração para a Torre de Babel bíblica. Selos cilíndricos sumerianos também descrevem casas construídas com cana, similares àquelas construídas pelos árabes das terras baixas da parte sul do Iraque até anos recentes.
Por outro lado, templos sumérios e palácios fizeram uso de materiais e técnicas mais avançadas como reforços (suporte para os tijolos), recessos (quinas),pilastras e pregos de argila.
Cultura
O historiador Alan Marcus diz que "os sumérios ostentavam uma perspectiva circunspecta sobre a vida."
Um sumério escreveu: "Lágrimas, lamento, angústia e depressão residem dentro de mim. Tolhe-me o sofrimento. O perverso destino me aprisiona e faz com que cesse a vida minha. Sou banhado por uma doença maligna."
Um outro escreveu: "Por que me contam entre os ignorantes? A comida encontra-se em todo lugar, e ainda assim minha comida a fome proporciona. Durante o dia a partilha era orçada; e o orçamento de minha partilha, prejudicada."
Apesar de que as mulheres poderiam alcançar um status mais elevado na Suméria do que em outras civilizações, a cultura permanecia predominantemente masculina.
Economia e Comércio
Empreendedores e criativos, os sumérios estabeleceram relações comerciais com vários povos da costa do Mediterrâneo e do Vale do Indo.
Descobertas de obsidiana em locais longínquos da Anatólia e no Afeganistão remontam a Dilmun (hoje Bahrain, um principado no Golfo Pérsico), e váriosselos inscritos na grafia dos povos do Vale do Indo sugerem uma rede consideravelmente extensa de comércio antigo, centrado nos limites do Golfo Pérsico.
A Epopéia de Gilgamesh refere-se ao comércio, com terras longínquas, de mercadorias como madeira, já que esse item representava um material escasso na Mesopotâmia. O cedro do Líbano era especialmente apreciado.
Os sumérios usavam escravos, embora esses não representassem a maior parte da economia. Mulheres escravas trabalhavam como tecelãs, prensadoras,moleiras e carregadoras.
A cerâmica sumérica decorava vasos com pinturas em óleo de cedro. Os ceramistas utilizavam furadeiras arqueadas para produzir o fogo necessário ao cozimento da cerâmica. Os pedreiros e ourives sumérios não só conheciam como faziam uso de marfim, ouro, prata, galena e lápis-lazúli.
Medicina
Como em qualquer sociedade pré-moderna, os sumérios possuíam um conhecimento limitado de diagnose e tratamento médicos. Laxantes, purgantes ediuréticos formavam a maioria dos remédios daquele povo. Determinadas cirurgias também eram postas em prática.
Os sumérios manufaturavam salitre, conseguido a partir da urina, do cal, de cinzas e do sal. Eles combinavam esses materiais com leite, pele de cobra, casco de tartaruga, cássia, murta, timo, salgueiro, figo, pêra, abeto e/ou tâmara. A partir daí, misturavam esses agentes com vinho, usando o resultado obtido de duas formas: ou passando o produto como se fosse uma pasta, ou então misturavam-no com cerveja, consumindo o remédio por via oral.
Os sumérios explicavam a doença como uma conseqüência do aprisionamento, e conseqüente tentativa de escape, de um demônio dentro do corpo humano. O objetivo do remédio era persuadir o demônio a acreditar na idéia de que continuar residindo naquele corpo seria uma experiência desagradável. Comumente os sumérios colocavam um carneiro ou cabra próximo ao doente, esperando atrair o demônio para dentro do corpo do animal, que, então, seria morto. No caso de não haver ovelhas à disposição, tentavam a sorte com uma estátua, que, se conseguisse transferir o demônio para dentro de si, seria coberta de betume.
Características Militares
As cidades sumérias eram defendidas por muralhas. Os sumérios engajavam-se em guerras de sítio entre suas cidades, e as muralhas de tijolos de barro obviamente não podiam deter os inimigos, que já conheciam o material.
O exército sumério consistia, em sua maior parte, na infantaria. A infantaria leve carregava machados de guerra, adagas e lanças. A infantaria de linha de frentetambém usava capacetes de cobre, capas de feltro e saias (kilts) de couro.
Os sumérios inventaram a carruagem, à qual atavam onagros (burros selvagens). Essas carroças antigas não funcionavam tão bem em combate quanto os modelos construídos a posteriori, e alguns sugeriram que as carroças serviam primeiramente como meio de transporte, embora o time de guerra sumério carregasse machados de guerra e lanças. A carroça, ou carruagem, suméria constituía de um dispositivo quatro-rodas manejado por uma equipe de duas pessoas e ligado a quatro onagros. A carroça era composta por cestas entretecidas, e as rodas possuíam um sólido design triplo.
Os sumérios usavam fundas e arcos simples (só mais tarde a humanidade inventaria o arco composto.)
Religião
Artigo Principal: Mitologia Suméria
Tratar dum assunto tal como a "Religião Suméria" pode ser complicado, uma vez que as práticas e crenças adotadas por aquele povo variaram largamente através do tempo e distância, cada cidade possuindo sua própria visão mitológica e/ou teológica.
Entre as principais figuras mitológicas adoradas pelos sumérios, é possível citar An (ou Anu), deus do céu; Nammu, a deusa-mãe; Inanna, a deusa do amor e da guerra (equivalente à deusa Ishtar dos acádios); e Enlil, o deus do vento. Cada um dos deuses sumérios (em sua própria língua, dingir - no plural, dingir-dingir ou dingir-a-ne-ne) era associado a cidades diferentes, e a importância religiosa a eles atribuída intensificava-se ou esmorecia dependendo do poder político da cidade associada. Segundo a tradição suméria, os deuses criaram o ser humano a partir do barro com o propósito de serem servidos por suas novas criaturas. Quando estavam zangados ou frustrados, os deuses expressavam seus sentimentos através de terremotos ou catástrofes naturais: a essência primordial da religião suméria baseava-se, portanto, na crença de que toda a humanidade estava à mercê dos deuses.
Os sumérios acreditavam que o universo consistia num disco plano fechado por uma cúpula de latão. Já a vida após a morte envolvia uma descida ao vilsubmundo, onde se passava a eternidade numa existência deplorável, em uma espécie de inferno.
Os templos sumérios consistiam de uma nave central com corredores em ambos os lados, flanqueados por aposentos para os sacerdotes. Numa das pontas do corredor achavam-se um púlpito e uma plataforma construída com tijolos de barro, usada para sacrifícios animais e vegetais.
Granéis e depósitos geralmente se localizavam na proximidade dos templos. Mais tarde, os sumérios começaram a construir seus templos no topo de colinas artificiais, terraplanadas e multifacetadas: esses templos especiais chamavam-se zigurates!
Tecnologia
Exemplos da tecnologia suméria incluem: serras, couro, cinzéis, martelos, braçadeiras, brocas, pregos, alfinetes, anéis, enxadas, machados, facas, lanças,flechas, espadas, cola, adagas, odres de água, caixas, arreios, barcos, armaduras, aljaves, bainhas, botas, sandálias e arpões.
Os sumérios possuíam três tipos de barco:
- os barcos de pele, feitos a partir de cana e peles de animais.
- os barcos a vela, caracterizados por serem feitos com betume, sendo à prova d'água.
- os barcos a remo (com remos feitos de madeira), às vezes usados para subir a correnteza, sendo puxados a partir de ambas as margens do rio por pessoas e animais.
Astronomia
Os sumérios são geralmente considerados os inventores da astronomia, o estudo da observação dos astros. Nas ruínas das cidades sumérias escavadas porarqueólogos desde o principio do século XX, foram encontradas muitas centenas de inscrições e textos deste povo sobre suas observações celestes. Entre estas inscrições existem listas especificas de constelações e posicionamento de planetas no espaço, bem como informações e manuais de observação.
Existem textos especificos sobre o sistema solar e o movimento dos planetas em torno do sol, na sua ordem correta. Muitas destas inscrições, cuja idade ultrapassa os 4.500 anos de idade, estão agora conservadas no Museu do Antigo Oriente Próximo[1] (Vorderasiatisches Museum), uma conjunto de 14 salas na ala sul do Museu Pérgamo (Pergamonmuseum).
Língua e Escrita
Papiro
A língua suméria é uma língua isolada, o que significa que não está diretamente relacionada a nenhuma outra língua conhecida, apesar das várias tentativas equivocadas de provar ligações com outros idiomas. A língua suméria é aglutinante, ou seja, os morfemas (as menores unidades com sentido da língua) se justapõem para formar palavras.
Credita-se aos sumérios a invenção do sistema cuneiforme de escrita (caracteres em forma de cunha), que foi utilizada por toda a Mesopotâmia e povos vizinhos. Os próprios acádios, após invadirem e conquistarem a Suméria, adotaram o sistema cuneiforme daquele povo para materializar a própria língua (similarmente ao que há hoje entre o português e o inglês, por exemplo, onde ambos usam o mesmo alfabeto para representar idiomas diferentes).
A escrita cuneiforme começou como um sistema pictográfico, onde o objeto representado expressava uma idéia. Um barco marcado por determinados sinais, por exemplo, poderia significar que ele estava carregado ou vazio. Com o tempo, os cuneiformes passaram a ser escritos em tabuinhas de argila, nos quais os símbolos sumérios eram desenhados com um caniço afiado chamado estilete. As impressões deixadas pelo estilete tinha forma de cunha, razão pela qual sua escrita terminou sendo chamada de cuneiforme.
Um corpo extremamente vasto (muitas centenas de milhares) de textos na língua suméria sobreviveu, sendo que a maioria está gravada nas tabuinhas de argila citadas no parágrafo anterior. A escrita suméria está grafada em cuneiforme e é a mais antiga língua humana escrita conhecida. Os tipos de textos sumérios conhecidos incluem cartas pessoais e de negócios e/ou transações comerciais, receitas, vocabulários, leis, hinos e rezas, encantamentos de magia e textos científicos incluindo matemática, astronomia e medicina. Inscrições monumentais e textos sobre diversos objetos, como estátuas ou tijolos, também são bastante comuns. Muitos textos sobrevivem em múltiplas cópias pelo fato de terem sido transcritos repetidamente por escribas "estagiários". A escola deEdubba (termo sumério que significa "Casa de Tabuinhas"), por exemplo, era um dos centros de aprendizagem onde arquivos e escritos literários eram guardados (ou seja, grafados) em tabuinhas de argila. Edubba foi um dos primeiros centros acadêmicos e um dos primeiros receptáculos de sabedoria de que se tem conhecimento.
A compreensão dos textos sumérios hoje em dia pode ser problemática até mesmo para especialistas. Os textos mais antigos são os mais difíceis, pois não mostram a estrutura gramatical da língua de forma sólida
Legado
Os sumérios talvez sejam mais lembrados devido às suas muitas invenções. Muitas autoridades lhes dão crédito pelas invenções da roda e do torno de oleiro. Seu sistema de escrita cuneiforme foi o primeiro sistema de escrita de que se tem evidência, pré-datando os hieróglifos egípcios em pelo menos 75 anos. Os sumérios estavam entre os primeiros astrônomos, possuindo a primeira visão heliocêntrica de que se tem conhecimento (a próxima apareceria por volta de 1.500 a.C. por parte dos Vedas na Índia). Afirmavam também que sistema solar constituía-se de 5 planetas (apenas 5 planetas podiam ser vistos a olho nu).
Desenvolveram também conceitos matemáticos usando sistemas numéricos baseados em 6 e 10. Através desse sistema, inventaram o relógio com 60 segundos, 60 minutos e 12 horas, além do calendário de 12 meses que usamos atualmente. Também construíram sistemas legais e administrativos com cortes judiciais, prisões e as primeiras cidades-estados. A invenção da escrita possibilitou aos sumérios o armazenamento do conhecimento e a possibilidade de transferi-lo a outros. Isso levou à criação de escolas, à educação e oficialização da matemática, religião, burocracia, divisão de trabalho e sistema de classes sociais.
Também os sumérios inventaram a carroça e, possivelmente, as formações militares. Inventaram a cerveja. O mais importante de tudo, talvez, seja o fato de que, de acordo com muitos acadêmicos, os sumérios foram os primeiros a domesticar tanto plantas como animais. No caso do primeiro termo, através de plantações sistemáticas e da colheita de uma descendência de grama mutante, conhecida atualmente como einkorn, e de sementes de milho e de trigo. Com relação ao segundo termo (i. é, os animais), os sumérios os domesticaram através do confinamento e da procriação de carneiros ancestrais (similares à cabra montês e ao gado selvagem (búfalos)). Foi a primeira vez que essas espécies foram cultivadas e criadas em larga escala.
Essas invenções e inovações facilmente colocam os sumérios entre uma das culturas mais criativas de toda a antiguidade, e mesmo da história.
Cronologia
Nota: Na seqüência abaixo, todos os anos são a.C..
- 5000 - Desenvolvimento primitivo da Suméria
- 4000 - Desenvolvimento da alta civilização
- 3500 - Sumérios se estabelecem na Mesopotâmia. Construção do templo em Tell Uqair, que durou de 3.500 a 1.900 a.C.
- 3300 - Escrita suméria em tabuinhas de argila (escrita pictórica ou pictorial)
- 3250 - A escrita suméria evolui para a cuneiforme; a roda é usada na Mesopotâmia
- 3000 - Rivalidades políticas e militares. Construção do Templo Branco em Uruk (de pé até 2.750 a.C.)
- 2750 - O lendário Gilgamesh reina sobre Uruk; Enmebaragesi & Agga reinam sobre Kish
- 2600 - A rainha Shudu-ad é enterrada nos Túmulo Reais de Ur
- 2550 - Mesalim reina sobre Kish
- 2500 - Rei de Ur, primeiro rei a possuir registros escritos na Suméria; Lugalannemudu de Abab unifica cidades-estados
- 2475 - Ur-Nanshe reina sobre Lagash, Meskalamdug reina sobre Ur. Conflitos militares entre Lagash & Umma perduram por um longo tempo
- 2375 - Lugalzaggisi (ou Lugalzagesi) de Umma unifica a Suméria por um curto período de tempo
- 2350 a 2340 - Sargão, o Acádio derrota Umma e Lugalzaggisi, conquistando a Suméria e a Acádia, criando um império de superioridade política e econômica
- 2250 - Revivificação de cidades-estados; inventa-se o arco-composto, cujas flechas são capazes de penetrar armaduras de couro e possuem o dobro do alcance concedido por arcos comuns.
- 2230 - Invasão gútia quebra a unidade acádio-sumeriana.
- 2217 - Shar-kali-sharri, rei da Acádia, perde o Elam, invade Gútio e é assassinado
- 2200 - A Acádia entra em colapso devido às invasões do norte. Data-se daqui o mais antigo documento do Egito escrito em papiro
- 2175 - Gudea reina sobre Lagash
- 2148 - La'arab, rei de Gútio, conquista a Acádia vindo do leste e invade a Suméria
- 2133 - Utu-hegal reina em Uruk
- 2120 - Utu-hegal, rei de Uruk, expulsa os Gútios; Abraão deixa a cidade de Ur (há discordâncias. Conf. 2000)
- 2112 - Nova unificação da Suméria e Acádia, desta vez por Ur-Nammu de Ur. O novo governante deixa textos legais à posteridade, conhecidos porAs Leis de Ur-Nammu
- 2100 - Construção do zigurate em Ur
- 2047 - No Egito, Mentuhotep II completa a reunificação, dando início ao Reino, ou Império, Médio
2030 - Nova quebra da unidade acádio-sumeriana, desta vez pelos elamitas - 2020 - Ishbi-Erra, governante amorita de Isin, tenta unificar novamente o território
- 2000 - Os indo-europeus deixam a área do Mar Negro em direção ao Oriente Médio numa das maiores correntes migratórias da história da humanidade. Desenvolvimento da civilização minóica em Creta, na Grécia. Os cítios vêm da Ásia Central e invadem a Ásia Ocidental a cavalo. Amoritas nômades invadem a Mesopotâmia pelo norte e oeste e estabelecem-se num vilarejo chamado Babilônia. A população mundial gira em torno de 27 milhões. Os hititas migram do vale do Danúbio para a península da Anatólia. O Egito conquista a Baixa Núbia. Diz-se que Abraão deixa a cidade de Ur e marcha à Palestina (alguns datam o acontecimento em 2120). Período patriarcal de Israel. A civilização de Harappa na Índia desfalece. Desenvolvimento dos primeiros centros de cerimônia no Peru. Era Micênica na Grécia. Marduk é adorado como o deus capital da Babilônia. Creta começa a usar navios com quilhas e costeletas.
Foi nessa época também, que ocorreu o pior El Niñoda história, tão poderoso que consegui afetar algo que rarissimamente chega a essas regiões matando milhares dos habitantes dessa região
- 1934 - Leis de Lipit-Ishtar
- 1900 - Leis de Eshnuna da Babilônia; Antigo Período Assírio; Império Babilônico
- 1860 - Desenvolvimento do alfabeto semítico primitivo
- 1850 - Armas de cobre são endurecidas com o uso de martelos
- 1800 - Os hititas expulsam os assírios da Anatólia; migração ariana da parte sul da Rússia em direção ao Oriente Próximo
- 1795 - Rim-Sin de Larsa derrota Isin, obtendo controle sobre a Suméria e a Acádia
- 1792 - Hamurabi sobre ao trono da Babilônia
- 1770 - É feito o Código de Hamurabi, um dos mais antigos conjuntos de leis da humanidade
- 1760 - Hamurabi derrota Larsa, obtendo controle sobre toda a Suméria e a Acádia
- 1720 - Invasores hicsos expulsam habitantes egípcios do Baixo Egito; mudança no rio Eufrates, e conseqüente colapso da vida em Nippur, além de outras cidades sumérias
- 1700 - José lidera o povo hebreu Egito adentro; popularização da arte minoana em Creta. Mais tarde, os palácios de Cnossos e Faistos são destruídos pelo fogo. Os gregos usam armaduras de bronze, espadas cortantes e lanças inviscerantes
- 1600 a 1595 - Invasões e razias hititas quebram a unidade acádio-sumeriana. A suméria como se conhecia é extinta
Memórias do ColiseuGladiadores em combate
O Coliseu foi o principal palco das lutas entre
gladiadores na Roma Antiga.Capturado nos confins da Germânia, durante guerras travadas entre os romanos e meu povo, fui transformado em escravo e, como todos aqueles que possuíam qualidades reconhecidas na arte da guerra, fui transportado para uma localidade onde eram realizados os combates entre gladiadores. No mercado de escravos dessa cidade, uma reprodução em menor escala da grandiosa Roma, com prédios assemelhados ao Fórum, aos templos dedicados aos deuses romanos, as termas e, ainda, uma réplica do Coliseu, fui vendido a uma escola de gladiadores, para iniciar treinamentos.Apesar de ser forte (o que foi comprovado a partir de meus dentes, que davam aos compradores de escravos a noção clara de que a ossatura de cada cativo era reforçada) e de ter experiência em combate, fui submetido a rigoroso treinamento físico e, ao mesmo tempo, introduzido às armas utilizadas regularmente em combates travados entre gladiadores.Não era o único homem a vivenciar essa experiência, além de mim pude contar outros trinta escravos sendo preparados para lutar nas arenas, apenas na escola onde eu estava. Vinham de diferentes regiões anexadas ao Império, alguns da Ásia Menor, outros da Gália, vários africanos e mesmo alguns bretões e dois francos. Todos tinham em comum uma grande habilidade no manejo de escudos, arcos e flechas, espadas e outros armamentos, além do que, eram todos muito fortes.Durante o período inicial de treinamento usávamos armas de madeira para que não machucássemos nossos oponentes, todos membros de uma mesma escola ou equipe. Com o auxílio de um experiente gladiador, vencedor de várias batalhas, inclusive no Coliseu, aprendemos diversas técnicas e pudemos aprimorar nossa forma física para que pudéssemos estrear o mais rapidamente possível em um dos vários torneios organizados pelo Império ou pelos ricos políticos e comerciantes das maiores cidades romanas.
Imagens e equipamentos recuperados por pesquisadores permitiram que
modernamente pudéssemos reconstituir as batalhas campais entre os
gladiadores. Além disso, há documentos escritos que narram esses eventos.Recordo-me, com clareza que, nas semanas que antecediam as lutas de gladiadores, eram espalhados cartazes pelas ruas principais das cidades divulgando o acontecimento. Na maior parte desses eventos não se cobrava ingressos, por isso mesmo, muitas pessoas começaram a perceber que os políticos queriam, com isso, ganhar apoio do povo, especialmente dos plebeus.Como nesse período era regular a distribuição de alimentos pelo Império, muitas pessoas começaram a relacionar os acontecimentos e nomearam o livre acesso aos jogos romanos (além das lutas de gladiadores também existiam as corridas de bigas e os eventos com animais selvagens como leões, tigres, panteras, elefantes,...) e a cessão gratuita de alimentos como "política do pão e circo".Outra peculiaridade das batalhas entre gladiadores refere-se ao fato de que existiam várias armas e equipamentos de defesa, como as espadas, o tridente, a rede, a lança, facas, escudos, capacetes, armaduras de proteção do peitoral,...Alguns gladiadores acabavam se especializando na utilização de determinados tipos de armas e, em determinados casos, acabavam derrotados e mortos por conta de suas escolhas já que nem sempre tínhamos a opção da escolha das armas com as quais enfrentaríamos nossos oponentes e, quando isso acontecia, os lutadores muito especializados se tornavam presas fáceis por não possuírem um manejo rápido e eficiente das demais armas.Era comum que ocorressem apostas entre as pessoas que freqüentavam as arenas. Elas apostavam nos lutadores ou nas equipes que eram colocadas frente a frente para lutar nos jogos.Os gladiadores lutavam, na maior parte das vezes, sozinhos contra seus oponentes. Entretanto, algumas vezes eram organizados confrontos entre equipes formadas por duplas, trios, quartetos ou mesmo por um maior números de integrantes.
A imagem acima nos mostra as armas dos gladiadores, como as adagas (dagger), lanças
(spear), redes (net), tridentes (trident), cordas, espadas, capacetes (helmet), protetores
de joelho e tornozelo (greaves), protetores dos braços (chain mail) e os escudos (shields).Nas lutas o objetivo maior era sobreviver. Isso significava que, na prática, tínhamos que vencer a luta e, ao derrotar nosso oponente, executá-lo a pedido do público. Sempre que um lutador ficava de pé, em triunfo diante de seu adversário, ele olhava para o público a espera do sinal que definia se o derrotado merecia viver ou morrer. Esse sinal consistia num gesto em que os polegares eram colocados para cima ou para baixo. Caso a maioria colocasse os polegares para cima, significava que o derrotado merecia viver, pois fora um lutador bravo, valente e dedicado no combate. Se o público apontasse o polegar para baixo o derrotado deveria ser executado, pois fora fraco, fugira do combate ou fora dominado amplamente pelo seu oponente.O público só poderia ser contrariado se sua opinião se confrontasse com a do imperador romano, quando o mesmo estivesse presente no Coliseu.Diga-se de passagem, que o Coliseu, por si só, era um verdadeiro colosso. A primeira vez em que estive no maior de todos os palcos reservados aos gladiadores, me surpreendi com a quantidade de pessoas que podiam se acomodar em suas arquibancadas, cerca de cinqüenta mil!
Além das lutas de gladiadores, as arenas eram utilizadas para sacrificar os inimigos do império em confrontos desiguais com feras selvagens como leões, tigres e panteras. Os gladiadores entravam nas arenas tendo a sua disposição uma arma e um equipamento de proteção, como podemos observar na miniatura a esquerda.Algumas áreas eram cobertas por lonas para proteger os espectadores do calor excessivo ou ainda do frio e da chuva. A arena, coberta de terra, era na verdade de madeira e, logo abaixo do local onde estávamos travando nossos combates, ficavam as feras que seriam utilizadas em outros espetáculos. Diziam que o sangue que escorria dos gladiadores derrotados atiçava os famintos animais para que eles perseguissem os oponentes do Império, entre os quais, nessa época (séculos I e II d.C.), se destacavam os cristãos.Quanto a mim, posso lhes garantir que, depois de muitos anos pelejando por arenas mal-cuidadas ou ainda tendo a possibilidade de enfrentar grandes e poderosos oponentes no Coliseu, me tornei um grande vencedor, recebendo como prêmio desde jantares fabulosos, muito vinho, mulheres lindíssimas e a confiança de meu dono para que me tornasse instrutor de novos gladiadores, até alcançar o prêmio máximo dado a qualquer um de nós, a liberdade...
Obs.: Para maiores informações assista aos filmes "Gladiador" e "Spartacus" e confira os artigos sobre esses filmes, disponíveis na coluna Cinema e Educação do Planeta Educação.
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