terça-feira, 20 de setembro de 2016


Antigo Egito



 
 
 
Pirâmides de Guiza (ou Gizé),[1] um dos monumentos mais emblemáticos do Antigo Egito.
Mapa do Egito antigo, mostrando grandes cidades e sítios (c. 3150 a.C. e 30 a.C.).Antigo Egito (português brasileiro) ou Egipto (português europeu) é a expressão que define a civilização da Antiguidade que se desenvolveu no canto nordeste do continente africano. A nação do antigo Egipto tinha como fronteira a norte o Mar Mediterrâneo, a oeste o deserto da Líbia, a leste o deserto da Arábia e a sul a primeira catarata do rio Nilo.
A história do Antigo Egipto inicia-se em cerca de 3150 a.C., altura em que se verificou a unificação dos reinos do Alto e do Baixo Egipto, e termina em 30 a.C. quando o Egipto, já então sob dominação estrangeira, se transformou numa província do Império Romano, após a derrota da rainha Cleópatra VII na Batalha de Ácio. Durante a sua longa história o Egipto conheceria três grandes períodos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, intercalados por três períodos de decadência. Um desses períodos de prosperidade, designado como Império Novo, correspondeu a uma era cosmopolita durante a qual o Egipto dominou, graças às campanhas militares do faraó Tutmés III, uma área que se estendia desde Curgos (na Núbia, entre a quarta e quinta cataratas do rio Nilo) até ao rio Eufrates.
A civilização egípcia foi umas das primeiras grandes civilizações da Humanidade e manteve durante a sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contactos com o estrangeiro tenha sido também uma realidade.

História

As duas faces da Paleta de Narmer (reprodução exposta no Royal Ontario Museum, Canadá).Em tempos recuados o Egipto foi uma savana. Quando se inicia o Neolítico, por volta de 6000 a.C., o território já tinha adquirido as características áridas que o caracterizam actualmente. As principais culturais do Neolítico no Egipto estão documentadas no Faium e em El-Omari (norte) e em Tasa e Mostagueda (sul).
O período pré-dinástico (período anterior às dinastias históricas) vê nascer no Alto Egipto três culturas: a badariense, a amratiense e gerzeense. Esta última civilização acabará por se estender a todo o Egipto. Nesta época produzem-se instrumentos de cobre e pedra, assim como uma cerâmica vermelha decorada com motivos geométricos e animais estilizados.
Teria sido Narmer, um rei do Alto Egipto, quem unificou as duas regiões por volta de 3100 a.C. Uma placa de xisto, conhecida como a Paleta de Narmer, comemora este evento. Um dos lados desta placa mostra Narmer usando a coroa do Alto Egipto (a coroa branca), enquanto que o outro lado mostra-o com a coroa do Baixo Egipto (a coroa vermelha) num cortejo triunfal. Narmer é identificado por alguns egiptólogos com Menés, nome pelo qual é designado o primeiro rei do Egipto na lista de Maneton.

 Época Tinita


Estela do rei Djet, I dinastia.A Época Tinita corresponde às duas primeiras dinastias egípcias. De acordo com a informação transmitida por Maneton, o Papiro Real de Turim e a Lista Real de Abido o primeiro rei do Egipto unificado foi Menés, que alguns egiptólogos identificam com Narmer e outros com Aha.
Segundo Maneton estas dinastias tiveram como capital a cidade de Tis, cuja localização é até hoje desconhecida, embora se saiba que estaria no Alto Egipto. Porém, como revela a investigação, a capital do Egipto teria sido movida a certa altura para Mênfis.
Durante a I dinastia assistiu-se ao desenvolvimento da escrita hieroglífica. Os soberanos da Época Tinita dinastias lançaram as bases para a futura grandeza do Egipto, combatendo os Núbios (a sul), os Líbios (a oeste) e os Beduínos (a leste), populações que tinham como principal objectivo fixar-se no Egipto.
As manifestações artísticas deste período revelam já uma grande perfeição e o culto dos mortos e a mumificação já eram praticados. O culto da maior parte das divindades egípcias também se encontrado atestado.

 Império Antigo e Primeiro Período Intermediário

Este período iniciou-se com a III dinastia, existindo algumas dúvidas quanto a quem terá sido o seu primeiro rei, se Sanakht ou Djoser (este último terá sido filho ou irmão do último rei da II dinastia).

A III dinastia manteve a capital em Mênfis, cidade que se transformou num grande centro económico e cultural.
Estátua de Menkaura, feita de alabastro, localizada no Museu de Belas Artes de Boston.O rei Djoser apoiou-se na sua acção governativa no vizir (uma espécie de "primeiro-ministro") Imhotep. Para além de vizir, Imhotep foi também arquitecto e muito mais tarde foi transformado em deus, considerado filho da divindade Ptah. Foi ele quem projectou a construção da denominada "pirâmide em degraus" em Sakara (embora do ponto de vista geométrico não se trata de uma pirâmide), necrópole na qual se situam a maioria dos túmulos reais do Império Antigo. Esta "pirâmide", com 61 metros e que resultou da sobreposição de seis mastabas, seria o primeiro passo na evolução de uma arquitectura cada vez mais grandiosa que atinge o seu apogeu durante a IV dinastia, com as Pirâmides de Guiza. Estava integrada num conjunto mais amplo, um santuário onde os sacerdotes realizavam os ritos funerários para o rei defunto.
A IV dinastia teve em Seneferu o seu primeiro rei que conduziu campanhas militares contra os habituais inimigos dos egípcios (Núbios, Líbios e Beduínos). Destas lutas resultou o domínio do Egipto sobre a Baixa Núbia. O segundo rei desta dinastia, Khufu, (Quéops) ordenou a construção da maior das três pirâmides de Guiza (Gizé), que possui cerca de 2,3 milhões de blocos de pedras e 146, 5 metros de altura (actualmente possui apenas 139 metros de altura). A construção das pirâmides encontrava-se dependente de um clima de paz e estabilidade. Ao contrário de uma ideia feita, que já se encontrava presente nos autores da Antiguidade, estas pirâmides não foram construídas por escravos, mas por trabalhadores desocupados durante o período de cheias do Nilo. Segundo as concepções da época, o rei era um intermediário entre os deuses e os seres humanos; assim participar na construção das pirâmides que abrigariam o corpo do rei era considerado como um acto de piedosa religiosa.
Na V dinastia ocorre a afirmação do clero de Heliópolis, cidade próxima de Mênfis, passando os reis a considerarem-se filhos do deus Rá. Este deus adquiriu grande importância e para ele foram construídos estruturas arquitectónicas conhecidas como templos solares, dos quais apenas foram descobertos dois, o de Userkaf e de Niuserré.
A VI dinastia, composta por sete soberanos (entre os quais possivelmente a primeira mulher a comandar o Egipto, Nitócris [4]) é geralmente considerada a última dinastia do Império Antigo. Durante a parte final da dinastia, e particularmente durante o longo reinado de Pepi II (que teria durado 94 anos), assiste-se a uma decadência do poder real. Os administradores das províncias, os nomarcas, tinham-se tornado bastante poderosos e independentes do poder central.
O Primeiro Período Intermediário assistiu à afirmação de duas dinastias rivais, a de Heracleópolis Magna (Baixo Egipto) e a de Tebas (Alto Egipto). As mudanças climáticas a que o território foi sujeito neste período, que tornaram o clima mais seco, provocaram fracas colheitas e a fome.

Imperio medio

Cabeça de esfinge de Amenemhat III em alabastro (Museu do Louvre).Mentuhotep II, rei de Tebas, conseguiu reunificar o Egipto, fixando a capital em Tebas. Amenemhat I (ou Amenemés), inicia a XII dinastia, transladando a capital para Iti-taui (nome que significa "aquela que conquista o duplo país"), a sul de Mênfis. Constrói também fortalezas no delta e na região a oeste cujo objectivo era evitar os ataques estrangeiros. Progressivamente, os nomarcas perderam a sua autonomia local e submetera-se ao poder dos reis.
O sucessor de Amenemhat I, Senuseret I (Sesóstris), associado ao trono ainda durante a vida do seu pai, teve como preocupação assegurar o controlo das minas da Núbia. Amenemhat III, sexto rei da XII dinastia, ordenou a realização de grandes trabalhos na área do oásis do Faium, que se tornaria um importante centro agrícola. Em Hawara, perto deste óasis, Amenemhat mandou construir um grande templo funerário, que Heródoto considerava mais belo que as grandes pirâmides e que está hoje perdido devido à sua destruição. O último soberano desta dinastia foi uma mulher, Sebekneferu, a primeira mulher cujo governo do Egipto é atestado com segurança.
O Egipto do Império Médio manteve relações diplomáticas com Fenícia e com Creta, tendo também realizado expedições comerciais ao Punt.
A XIII dinastia, com dezessete faraós - o que revela uma certa instabilidade política - assistiu à tomada das fortalezas do sul do Nilo pela Núbia. Por volta de 1800 a.C. povos do Médio Oriente fixam-se na região oriental do Delta. Em consequência desta invasão os soberanos egípcios deixam o delta, a caminho do sul do país.

 Segundo Período Intermediário


Os egípcios referiam-se aos povos semitas que se fixaram no delta como Heka-khasut, "chefes de terras estrangeiras". Estes povos são conhecidos pelo seu nome grego, Hicsos. Os Hicsos eram povos oriundos da região da Síria que progressivamente usurparam o poder, tomando o título de faraós. Dominaram o Egipto a partir da sua capital, Aváris, no nordeste do delta. A XV e XVI dinastias da história do Antigo Egipto foram constituídas por Hicsos.
Os Hicsos introduziram elementos novos na civilização egípcia como o cavalo, os carros de guerra, novos métodos de fiação e tecelagem e novos instrumentos musicais.
A XVII dinastia, sediada em Tebas, era uma dinastia nacional, contemporânea à dos Hicsos. Se de início se tornam vassalos dos Hicsos, aos poucos começam a expulsá-los.

Império Novo

Este artigo ou secção contém uma lista de fontes ou uma única fonte no fim do texto, mas estas não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a verificabilidade. (desde julho de 2009)
Por favor, melhore este artigo introduzindo notas de rodapé citando as fontes, inserindo-as no corpo do texto quando necessário.
Mapa da extensão territorial máxima do Antigo Egito (século XV a.C.).Ahmés (ou Amósis), primeiro rei da XVIII dinastia, conclui a tarefa de expulsão dos Hicsos, dando início ao Império Novo. A reunificação do país foi realizada a partir da cidade de Tebas, que seria a capital do Egipto durante a maior parte deste período. Ahmés esforçou-se por melhorar a economia, tendo as fronteiras do país sido alargadas para oeste e para o sul. Este rei iniciou uma política expansionista e militarista que seria continuada pelos seus sucessores. Durante a XVIII Dinastia o Antigo Egipto controlaria territórios que compreendem o que é hoje o Sudão, bem como a região da Palestina e da Síria, até ao rio Eufrates.
Tutmés III, quinto rei desta dinastia, foi talvez o melhor representante desta tendência imperalista, com as suas dezassete campanhas militares na região da Síria-Palestina. Hatchepsut, a sua madrasta, tinha governado o Egipto na sua menoridade. Hatchepsut tinha sido esposa e meia-irmã de Tutmés II, pai de Tutmés III. De início a rainha opta por governar na qualidade de representante de Tutmés III, mas em poucos anos decide adoptar títulos reservados aos faraós (como "Senhora dos Dois Países"), mandando erguer dois obeliscos em Karnak (acto reservado aos faraós). Para legitimar o seu governo, Hatchepsut apresentou-se como filha de Amon, deus que se teria unido à sua mãe. Foram duas década marcadas em geral pela paz, com o envio de uma expedição ao Punt. Após a morte de Hatchepsut, Tutmés III dedicou-se a apagar as inscrições que continham o nome da madrasta. Foi sucedido pelo seu filho Amen-hotep II, que foi por sua vez sucedido por Tutmés IV. Amen-hotep III governou durante quarenta anos, numa era que seria marcada pela paz, prosperidade e pelo florescer das artes.
As quatro colossais estátuas de Ramsés II na entrada do templo de Abu Simbel.O seu filho, Amen-hotep IV, inicia uma revolução religiosa encaminhada no sentido do "monoteísmo", na qual o culto deveria ser reservado a Aton, o disco solar. Este faraó, cuja esposa foi a famosa Nefertiti, alterou o seu nome para Akhenaton ("O Esplendor de Aton") e abandonando Tebas, fixa-se numa nova capital mandada por si edificar, Akhetaton ("Horizonte de Áton"), a actual Amarna (por esta razão este conturbado período é designado como o "período de Amarna"). Os sucessores de Akhenaton, entre os quais o "faraó-menino" Tutankhamon, conhecido pelos tesouros do seu túmulo, abandonaram estas concepções religiosas, retornando às antigas.
Ramsés II, terceiro rei da XIX dinastia, entrou em guerra com os Hititas da Ásia Menor por causa do controlo da Síria. Na Batalha de Kadesh nenhuma das partes se consagrou vencedora, apesar das fontes egípcias apresentarem o episódio como uma vitória do país. O conflito foi terminado com um tratado de paz, o primeiro de que há conhecimento na história da humanidade. Os Egípcios e os Hititas dividem o controlo daquela região e Ramsés casa com uma das filhas do rei hitita. Foi também Ramsés II que ordenou a construção dos templos de Abu Simbel. Para aproximar-se de seus inimigos e dos territórios que pretendia dominar, Ramsés II mandou construir uma nova capital, perto do delta do Nilo. Esta magnífica cidade, a que Ramsés deu o nome de Pi-Ramsés, tinha uma incrível estrutura militar, com um grande quartel-general que abrigava, inclusive, cavalos para a guerra e um complexo industrial bélico que produzia todo o tipo de armas e também carros de batalha. Ramsés II também dispunha de uma rede de fortalezas e um exército profissional bem pago. Ramsés III, da XX dinastia, teve de combater a invasão dos Povos do Mar e dos Líbios, que conduziram o Egipto a um novo período de decadência. Os últimos reis da XX dinastia tiveram um papel apagado.

Terceiro Período Intermediário e Época Baixa

Por volta de 730 a.C., líbios vindos do oeste fragmentaram a unidade política do país.Durante o Terceiro Período Intermediário o Egipto é dominado por algumas dinastias de origem estrangeira. A partir da cidade de Tânis a XXI dinastia governou apenas o Delta, enquanto que no sul existia uma dinastia paralela composta pelos sumo sacerdotes de Amon. Os membros da XXII e XXIII dinastias são de origem líbia, embora já tivessem adoptado a cultura egípcia. No século VIII a.C., a região da Alta Núbia, o Kush, conquista o Egipto, onde instala um dinastia, a XXV.
Os Assírios acabariam por derrotar a dinastia núbia, impondo como rei Psametek I (primeiro soberano da XXVI dinastia), um princípe da cidade de Sais, no Delta. Contudo, Psametek acabará por se rebelar contra os Assírios, tendo reunificado o país. O último rei da XXVI dinastia, Psametek III, seria derrotado pelos Persas de Cambises II que ocupam o Egipto a partir de 525 a.C. e constituem a XXVII dinastia.
A invasão de Cambises ficou conhecida pela estratégia aplicada pelos persas: sabendo que os Egípcios tinham verdadeiro culto e temor aos gatos, Cambises colocou, a frente de cada linha de invasão, balaios repletos de gatos, que fizeram com que a população recuasse e não resistisse tanto à invasão.

Dinastia ptolomaica

Em 332 a.C., Alexandre, o Grande conquistou o Egito com pouca resistência por parte dos Persas e foi saudada pelo egípcios como um libertador. A administração criada pelos sucessores de Alexandre, a Ptolomaica, foi baseada no modelo egípcio e teve como base a nova cidade de Alexandria. A cidade foi feita para mostrar o poder e o prestígio do Estado grego, e tornou-se um lugar de aprendizado e cultura, centrada na famosa Biblioteca de Alexandria.[5] O Farol de Alexandria iluminava o caminho dos muitos navios que passavam no mar mediterrâneo para estabelecer comércio com a cidade.
Um dos retratos de Fayum, uma das tentativas de unir as culturas egípcia e romana.A cultura grega não suplantou a cultura egípcia nativa, os Ptolomaicos mativeram as tradições egípcias em um esforço para garantir a lealdade da população. Eles construíram novos templos em estilo egípcio, apoiaram os tradicionais cultos e portaram-se como faraós. Algumas tradições foram fundidas, como aconteceu entre os deuses gregos e egípcios que foram sincretizados dando origem a outros deuses, como Serápis. Apesar dos esforços para apaziguar os egípcios, os Ptolomaicos foram contestadas por uma rebelião do povo nativo, por amargas rivalidades familiares, e por uma poderosa máfia de Alexandria, que tinha se constituído depois da morte de Ptolomeu IV.[6] A continuação das revoltas egípcias, políticos ambiciosos e poderosos oponentes sírios fizeram com que a situação ficasse instável, levando Roma a enviar forças para garantir que o país fosse uma província do seu império.[7]

Época Greco-romana

Em 404 a.C. os Egípcios conseguiram reconquistar o poder, mas os Persas tomam de novo o país em 343 a.C. Em 332 a.C. Alexandre Magno conquista o Egipto; quando morre, em 323 a.C., Ptolemeu, um dos seus generais, torna-se governador e em 305 a.C. rei. Ptolemeu, de origem macedónia, dá origem à dinastia dos Lágidas que governa o Egipto nos próximos três séculos. A última representante desta dinastia foi a famosa rainha Cleópatra VII, derrotada em 31 a.C. pelos Romanos na Batalha de Ácio. Em 30 a.C. o Egipto transformou-se numa província de Roma, administrada por um prefeito de origem equestre. Enquanto província, o Egipto teve uma importância fundamental para Roma, pois era do seu território que vinha o cereal do império.

Geografia

Imagem de satélite (SPOT) do Rio Nilo.O território no qual se desenvolveu a civilização do Antigo Egipto corresponde, em termos tradicionais, à região situada entre a primeira catarata do rio Nilo, em Assuão, e o Delta do Nilo. O Sinai, situado a leste do Delta do Nilo, funcionou como via de acesso ao corredor sírio-palestiniano, designação atribuída à faixa de terra que ligava o Egipto à Mesopotâmia. A oeste do Delta, surge o deserto da Líbia (ou deserto ocidental), onde se encontram vários oásis dos quais se destacam o de Siuá, Kharga, Farafra, Dakhla e Bahareia. O deserto da Árabia (ou deserto oriental), estende-se até ao Mar Vermelho. A sul da primeira catarata situava-se a Núbia, cuja cultura e habitantes já eram vistos como estrangeiros. Em diversos momentos, o Egipto ultrapassou a primeira catarata e tomou posse de territórios Núbios, onde obtinha diversas matérias-primas.
O território do Antigo Egipto não deve ser por isso confundido com o território da moderna República Árabe do Egipto, dado que esta se estende para sul da primeira catarata do Nilo até ao paralelo 22ºN e inclui partes dos deserto da Líbia e do deserto da Arábia, bem como a península do Sinai.[8]
Esta civilização desenvolveu-se graças à existência do rio Nilo, sem o qual o Egipto não seria diferente dos desertos que o cercam. Neste sentido, é bem conhecida a frase do historiador grego Heródoto (que visitou o Egipto em meados do século V a.C.), segundo a qual o Egipto era uma dádiva do Nilo, retomando o historiador uma afirmação anterior de Hecateu de Mileto.
Os dois afluentes principais do rio Nilo são o Nilo Branco (que nasce no Lago Vitória) e o Nilo Azul (oriundo dos planaltos da Etiópia). O Nilo corre de sul para norte, desaguando no Mar Mediterrâneo, com uma extensão aproximada de 6695 quilómetros. Todos os anos as inundações do rio, que se iniciavam no Egipto na segunda metade de Julho e terminavam em meados de Outubro, depositavam nas margens uma terra negra que fertilizava o solo e que permitiu a prática da agricultura (actualmente o fenómeno das inundações do Nilo já não existe no Egipto graças à construção da barragem de Assuão). Os Egípcios dependiam portanto deste rio e das inundações para a sua sobrevivência. Para além disso, o Nilo era a principal via de transporte, quer de pessoas, quer de materiais. Apesar da dependência do Nilo, o Antigo Egipto não deve ser considerado apenas um dom de condições geográficas especiais, como afirmou Heródoto, que talvez quisesse, com esta afirmação, explicar por que o Egipto já era uma grande civilização enquanto os gregos ainda viviam em aldeias isoladas. O ponto fundamental é que o Antigo Egipto também só existiu graças ao seu sistema de governo centralizado, que organizava a enorme mão-de-obra constituída pela massa de camponeses, e ao engenho de seus construtores, que, desde épocas remotas, edificaram barragens e canais de irrigação para tirar o máximo proveito das águas do Nilo.

Vale do rio Nilo

Vista aérea de um trecho do rio Nilo próximo a Luxor.O rio Nilo era a fonte de vida do povo egípcio, que vivia basicamente da agricultura.
No período das cheias, as fortes chuvas sazonais (junho a setembro), faziam o Rio Nilo transbordar, encobrindo grandes extensões de terras que o margeavam, mas também, este fenômeno fertilizava o solo ao depositar matéria orgânica (fertilizante de primeira qualidade) neste.
Além de fertilização do solo, o rio trazia grande quantidade de peixes e dava chances a milhares de barcos que navegavam sobre as águas fluviais.
Para o povo egípcio era uma verdadeira bênção dos deuses. Aliás, o próprio rio era tido como sagrado. O historiador antigo Herotodo fez conhecida a frase "o Egito é uma dádiva do Nilo" - ideia essa que causa a ilusão de que a prosperidade alcançada por esse povo se devia unicamente às condições naturais. Mas para o Egipto, o Nilo não era apenas um presente da natureza. Havia necessidade da inteligência, do trabalho, da aplicação e da organização dos homens. Após as cheias, as margens do rio ficavam cobertar por húmus - adubo natural, que dava ao solo a fertilidade necessária para o plantio. No tempo da estiagem, num trabalho de união de forças e de conjunto, os egípcios aproveitaram as águas do rio para levar a irrigação até terras mais distantes ou construir diques para controlar as cheias, protegendo o vale contra essas catástrofes terríveis. No período das cheias, os camponeses eram encaminhados para as cidades, onde realizavam outros trabalhos que não a agricultura.Com as cheias, desapareciam as divisas das propriedades agrícolas. Assim, todos os anos era necessário o trabalho do homem para medir, calcular, e isso ocasionou o desenvolvimento da geometria e da matemática.

 Embarcações no rio Nilo

Embarcação egípcia retratada no Túmulo de Menna.A área cultivada e habitada do Egipto é longa e muito estreita, e o Nilo percorre-a toda. Por isso,nos tempos em que não existiam estradas de ferro nem automóveis, o meio mais fácil e mais rápido de viajar e transportar cargas pesadas era através de embarcações de diversos tamanhos. Quando se tornava necessário efectuar uma viagem, os egípcios pensavam imediatamente em barcos. Até acreditavam que o Deus do sol, Rá , navegava através do céu, todos os dias,num barco do Nilo. O Nilo corre de sul para norte, mas o vento sopra, geralmente, no Egipto, de norte para sul. Portanto, um viajante que navegasse para norte, teria a corrente a seu favor. Isto facilitava o emprego dos remos,quase não precisaria servir-se das velas. Na viagem de regresso, o vento ajudá-lo-ia, de modo que poderia utilizar as velas. Mas, se o vento parasse, ver-se-ia em dificuldades para remar contra a corrente.
Os barcos eram dirigidos por meio de remos especiais à proa. Os tamanhos das embarcações iam desde os pequenos barcos de junco até os grandes barcos mercantes de guerra. As barcaças elegantes fabricadas para o rei, e para os nobres, ou para transportar estátuas de deuses, eram pintadas com cores alegres e enfeitadas com ouro. Tinham confortáveis cabines e velas de cores berrantes.

 O Alto Egipto e o Baixo Egipto

Mapa do Antigo Egipto.No Antigo Egipto distinguiam-se duas grandes regiões: o Alto Egipto e o Baixo Egipto.
O Alto Egipto (Ta-chemau) era a estreita faixa de terra com cerca de 900 quilómetros de extensão que tradicionalmente começava em Assuão e terminava na antiga cidade Mênfis (perto da moderna Cairo).
O Baixo Egipto (Ta-mehu) correspondia à região do Delta, a norte de Mênfis, onde o Nilo se dividia emvários braços. Território plano favorável à caça e à pesca, foi aqui onde mais se fizeram sentir os contactos com o estrangeiro, sobretudo nos últimos séculos da história do Antigo Egipto. Também, por vezes, se distingue na geografia egípcia uma região conhecida como o Médio Egipto, que é o território a norte de Qena até à região do Faium.

 Os nomes do Egipto

Os antigos Egípcios usaram vários nomes para se referirem à sua terra. O mais comum era Kemet, "a Terra Negra", que se aplicava especificamente ao território nas margens do Nilo e que aludia à terra negra trazida pelo rio todos os anos. Decheret, "a Terra Vermelha", referia-se aos desertos com as suas areias escaldantes, onde os egípcios só penetravam para enterrar os seus mortos ou para explorarem as pedras preciosas. Também poderiam chamá-la Taui ( "as Duas Terras", ou seja, o Alto e o Baixo Egipto), Ta-meri ("Terra Amada") ou Ta-netjeru ("A Terra dos Deuses"). Na Bíblia o Egipto é denominado Misraim. A actual palavra Egipto deriva do grego Aigyptos (pronunciado Aiguptos), que se acredita derivar por sua vez do egípcio Hetkaptah, "a mansão da alma de Ptah". Os habitantes actuais do Egipto dão o nome Misr ao seu país.

Demografia


Os Antigos Egípcios foram o resultado de uma mistura das várias populações que se fixaram no Egipto ao longo dos tempos, oriundas do nordeste africano, da África Negra e da área semítica.
Representação do povo hebreu no Antigo Egito por Edward Poynter (1867).A questão relativa à etnia dos antigos Egípcios é por vezes geradora de controvérsia, embora à luz dos últimos conhecimentos da ciência falar de raças humanas revela-se um anacronismo. Até meados do século XX, por influência de uma visão eurocêntrica, considerava-se os antigos Egípcios praticamente como brancos; a partir dos anos 1950 do século XX as teorias do "afro-centrismo", segundo as quais os Egípcios eram negros, afirmaram-se em alguns círculos.[9] Importa também referir que as representações artísticas são frequentemente idealizações que não permitem retirar conclusões neste domínio.
Os Egípcios tinham consciência da sua alteridade: nas representações artísticas dos túmulos os habitantes do vale do Nilo surgem com roupas de linho branco, enquanto que os seus vizinhos líbios e semitas com roupas de lã.
A língua dos Egípcios (hoje uma língua morta) é um ramo da família das línguas afro-asiáticas (camito-semíticas). Esta língua é conhecida graças à descoberta e decifração da Pedra de Roseta, onde se encontra inscrito um decreto de Ptolomeu V Epifânio (205-180 a.C.) em duas línguas (egípcio e grego) e em três escritas (caracteres hieroglíficos, escrita demótica e alfabeto grego). Em 1822 o francês Jean-François Champollion decifrou a escrita hieroglífica e a demótica que se encontravam na pedra, permitindo assim o acesso aos textos do Antigo Egipto e o começo da Egiptologia.
O número de habitantes do Antigo Egipto oscilou segundo as épocas. Durante o período pré-dinástico (4500-3000 a.C.) a população rondaria os centenas de milhares; durante o Império Antigo (século XVII a XII a.C.) situar-se-ia nos dois milhões, atingindo os quatro milhões por altura do Império Novo. Quando o Egipto se tornou uma província romana a população deveria ser cerca de sete milhões. Esta população habitava nas terras agrícolas situadas nas margens do Nilo, sendo escassas as populações que viviam no deserto. Ao contrário das civilizações da Mesopotâmia, o Antigo Egipto não desenvolveu uma importante rede urbana.

 Governo

O topo da pirâmide política e social do Antigo Egipto era ocupado pelo rei ou faraó. O rei vivo era encarado como uma personificação do deus Hórus, enquanto que o rei morto que o tinha antecedido era associado a Osíris, pai de Hórus, independentemente de existir uma relação familiar entre soberanos. De uma maneira geral não se desenvolveu um culto em torno da pessoa do rei, com excepção de alguns monarcas do Império Novo. A partir da V dinastia os reis apresentam-se também como filhos de Rá, o deus solar. Durante o Primeiro Período Intermediário a imagem divina do rei enfraqueceu-se, tendo a mesma sido restaurada a partir da XII dinastia para atingir o seu apogeu na XVIII dinastia.
Em teoria o rei era dono de tudo, inclusive dos seus súbditos. Era o comandante supremo do exército, funcionando também como a máxima autoridade judicial: os Egípcios poderiam recorrer de uma decisão judicial ao rei. Era igualmente o sumo-sacerdote do Egipto, o elo entre os homens e os deuses. Como não era fisicamente possível ao rei estar presentar em todos os templos egípcios para celebrar os cultos, este delegava o seu poder religioso aos sacerdotes que conduziam as cerimónias em seu nome.
O faraó era geralmente representado usando símbolos da realeza e de poder.Embora existissem estas concepções "absolutistas" da figura do rei, este convivia com limitações ao seu poder, oriundas de conselheiros, funcionários, dos nobres, das famílias ricas, do clero e dos soldados, meios nos quais se teciam as intrigas políticas que poderiam conduzir ao assassinato de um rei e ao início de uma nova dinastia.
Para além do seu nome de nascimento, os reis egípcios tinham outros nomes. A partir da V dinastia a titulatura do reis incluía cinco nomes reais: nome de Hórus, nome das Duas Senhoras, nome de Hórus de Ouro, prenome e nome; estes dois últimos nomes eram inscritos no interior de uma cartela.
Os reis do Antigo Egipto são habitualmente denominados como "faraós", mas esta palavra, que deriva de per-aá, não foi a mais usada no Egipto para se referir ao monarca; os Egípcios usavam termos como nesu (rei) ou neb (senhor). O termo per aá, que significa "grande morada", aplicava-se de início ao palácio real; só a partir da XVIII dinastia é que o termo foi também usado para se referir à pessoa do rei e em larga medida por influência dos povos estrangeiros.
A rainha era denominada hemet nesut, "esposa do rei"; tinha em geral uma origem real, sendo por vezes irmã do rei, mas filha de outra mãe. Durante a época do Império Novo algumas rainhas consortes desempenharam um importante papel político junto dos esposos, como Ahmés-Nefertari, Tié ou Nefertiti. Habitualmente o filho mais velho da rainha principal sucedia ao pai.
O rei era detentor de uma estética própria, resultado do uso de certas roupas e de determinadas insígnias que lhe estavam reservadas. No queixo colocava uma barba postiça, delgada e rectangular (que a própria Hatchepsut, apesar de ser uma mulher, apresenta em algumas representações artísticas) e na cabeça usava um pano, o "nemes", à frente do qual encontrava-se uma serpente denominada uraeus que se acreditava poder repelir os seus inimigos. O soberano possuía várias coroas, vistas como objectos detentores de uma energia própria, sendo as mais importantes a coroa branca do Alto Egipto (hedjet) e a coroa vermelha do Baixo Egipto (decheret), que combinadas formavam o pschent ou coroa dupla. Para além das coroas, existiam os ceptros, dos quais se destacam o hekat (uma espécie de báculo) e o nekhakha (um látego). O faraó poderia ser simbolicamente representado como uma esfinge, e era associado a animais como a pantera, o leão e o boi.
A figura política mais importante ao seguir ao rei era o tjati, cargo habitualmente traduzido como "vizir", que constitui um erro, visto que os vizires só surgem muito mais tarde e entre as dinastias islâmicas. O detentor do cargo, que surgiu a partir da IV dinastia, possuía poderes judiciais, supervisionava os grandes projectos de construção e aconselhava o rei. Em alguns períodos da história egípcia existiram dois tjati, um para o Alto Egipto e outro para o Baixo Egipto. O tjati era tido em grande consideração pela população, que se referia a ele como o "amigo do Egipto".
O Antigo Egipto dividia-se em nomos ou províncias (em egípcio, sepat). Durante a maior parte da história egípcia existiram 42 nomos, 20 no Baixo Egipto e 22 no Alto Egipto. À frente de cada nomo encontrava-se um governador (nomarca), cargo de início obtido por nomeação para passar a ser hereditário. Estes governadores, que em determinados períodos da história egípcia governavam um estado dentro do estado, cumprem as ordens do rei, conduzem os trabalhos públicos e aplicam a justiça.

 Economia


Detalhe de pintura mural no túmulo do funcionário Sennedjem (XIX dinastia), c. 1200 a.C.A economia do Antigo Egipto assentava na agricultura. Em teoria todas as terras pertenciam ao rei, mas a propriedade privada foi uma realidade. Os documentos revelam que a partir da IV dinastia afirmou-se uma tendência para a privatização do solo, resultado de doações de terras por parte do rei aos funcionários ou da aquisição desta por parte dos mesmos. Por altura da V dinastia os templos possuíam também grandes propriedades.
Quando terminavam as inundações do Nilo surgiam nas aldeias egípcias uma equipa de funcionários que marcava as bordas das terras que poderiam a partir de então ser cultivadas pelos camponeses. A plantação decorria no mês de Outubro, sendo as sementes fornecidas aos agricultores pelo palácio real. As culturas mais importantes eram o trigo (tipo emmer) e cevada, que permitiam fazer o pão e a cerveja, alimentos que eram a base da alimentação egípcia.
Pintura mural de um túmulo retratando trabalhadores arando os campos, a colheita das culturas e a debulha de cereais sob a direção de um supervisor.Os agricultores lavravam a terra com um arado puxado por bois, abriam canais e levantavam diques. A época das colheitas ocorria em Abril, altura em que as espigas eram levadas para a eira, onde as patas dos bois as debulhavam. Uma vez separados os grãos da palha, estes eram colocados em sacas que eram enviadas para os celeiros reais. Estes celeiros armazenavam as colheitas que eram distribuídas pelos funcionários e pela população em geral.
A população que não trabalhava nos campos dedicava-se a várias tarefas como a produção de pão e mel, a fabricação de cerveja, a olaria e a tecelagem. A pesca era praticada ao anzol ou com rede.
O subsolo do Antigo Egipto era rico em materiais de construção, bem como em pedras preciosas. Entre os primeiros destacavam-se os granitos cor de rosa das pedreiras do Assuão, o alabastro das proximidades de Amarna, o pórfiro e os basaltos. As pedras preciosas eram extraídas do Sinai (turquesa e malaquite) e dos desertos do leste e do oeste (quartzo, feldspato verde, ametista e ágata).
Desde a época do Império Antigo que o Egipto tinha contactos comerciais com a região siro-palestinense (Biblos), de onde vinha a madeira, escassa e necessária no Egipto para fabricar o mobiliário e caixões. Da Núbia o Egipto exportava o ébano, as plumas de avestruz, as peles de leopardo, incenso, marfim e sobretudo o ouro. Todo o comércio estava baseado na permuta de bens, já que a moeda só surgiu muito mais tarde, na Lídia do século VIII ou VII a.C.

Sociedade


Estátua de um escriba sentado (IV dinastia, c. 2620-2500 a.C.)A sociedade do Antigo Egipto apresentava uma estrutura fortemente hierarquizada. Em termos gerais podem distinguir-se três níveis com uma importância decrescente: o nível composto pelo faraó, nobres e altos funcionários; o nível constituído por outros funcionários, por escribas, altos sacerdotes e generais; e por último, o nível composto pelos agricultores, artesãos e sacerdotes, onde se enquadrava a larga maioria da população.
No período mais antigo da história egípcia os altos cargos da administração permaneciam dentro da família real. Apenas mais tarde é que os cargos passaram para uma elite e tornaram-se hereditários. A possibilidade de ascender a um cargo em função de mérito também existiu. A hereditariedade nas ocupações era característica do Antigo Egipto: esperava-se que um filho seguisse a profissão do pai.
Apesar de ser praticamente igual ao homem do ponto de vista legal, a mulher no Antigo Egipto estava relegada a uma posição secundária. Os seus papéis principais eram os de esposa, mãe ou amante. Encontraram-se em geral excluídas dos cargos de administração e do governo, com excepção de algumas rainhas que governaram o Egipto como último recurso (enquanto regentes na menoridade do faraó ou em casos em que o faraó não teve filhos do sexo masculino).
Uma importante esfera de acção da mulher era a religiosa. Durante a Época Baixa o cargo de adoradora divina de Amon em Tebas implicou uma certa dose de poder e riqueza; porém, as mulheres que ocuparam este cargo foram em geral filhas ou esposas do faraó.
Um casal com o seu filho (IV Dinastia).O casamento era monogâmico e não era sancionado pela religião. Não existia uma cerimónia de casamento, nem um registro deste. Aparentemente bastava um casal afirmar que queria coabitar para que a união fosse aceite. Os homens casavam por volta dos dezesseis, dezoito anos e as mulheres por volta dos doze, catorze anos. A infidelidade feminina era mal vista e poderia ser motivo de divórcio. Os homem com uma posição económica mais elevada poderia ter, para além da esposa legítima (nebet-per, "a senhora da casa"), várias concubinas, o que era visto como um sinal de riqueza. A harmonia familiar era bastante valorizada pelos Egípcios: vários textos da literatura sapiencial recomendam o homem a tratar bem a sua esposa e a ter vários filhos.

Na corte faráonica existiram casos de bigamia e de poligamia, onde o rei, para além da esposa principal, mantinha várias esposas secundárias e amantes. Um dos casos mais conhecidos foi o de Ramsés II, que para além de ter tido como esposa principal Nefertari, teve outras mulheres; destas uniões teriam mesmo resultado 150 filhos.
Homens e mulheres usavam adornos, como pulseiras, anéis e brincos. Estes adornos continham pedras preciosas e frequentemente amuletos, dado que os Egípcios eram um povo supersticioso, que acreditava por exemplo na existência de dias nefastos. Os dois sexos usavam também maquilhagem, que não cumpria apenas funções estéticas, mas também higiénicas. As pinturas para os olhos eram de cor verde (malaquite) e negra. Óleos e cremes eram aplicados sobre o cabelo e a pele como forma de hidratação num clima seco e quente. Alguns egípcios rapavam completamente o cabelo (para evitar piolhos) e usavam perucas.
A escravatura não teve no Antigo Egipto a dimensão que alcançou em outras civilizações da Antiguidade, como na Grécia ou em Roma. Foi bastante expressiva no Império Novo, em resultado das campanhas militares egípcias na Ásia, das quais resultaram muitos prisioneiros. Os escravos poderiam trabalhar no exército, no palácio real e nos templos. As suas condições de vida não eram muito diferentes das dos trabalhadores livres; podiam arrendar terras e casar com mulheres livres. Um escravo poderia ser libertado a qualquer momento, bastando para tal uma declaração do dono perante testemunhas.

Hierarquia social


No topo da pirâmide vem o faraó, com poderes ilimitados. Isso porquê ele era visto como pessoa sagrada, divina, e aceito como filho de deuses ou como o próprio deus. É o que se chama de governo teocrático, isto é, governo em nome de deuses.
Faraó era um rei todo-poderoso, proprietário de todo o território. Os campos, os desertos, as minas, os rios, os homens, as mulheres, o gado e todos os animais – tudo lhe pertencia. Ele era ao mesmo tempo rei, juiz, sacerdote, tesoureiro, general. Era ele que decidia e dirigia tudo, mas, não podendo estar em todos os lugares, distribuía obrigações para centenas de funcionários que o auxiliavam na administração do Egito. A sagrada figura do faraó era elemento básico para a unidade de todo o Egito. O povo via no faraó a sua própria sobrevivência e a esperança na felicidade.
Sacerdotes tinham enorme prestígio e poder, tanto espiritual como material, pois administrava as riquezas e os bens dos grandes e ricos templos. Eram também os sábios do Egito, guardadores do segredos das ciências e dos mistérios religiosos com seus inúmeros deuses.
O faraó representava a própria vida do Egito, sendo o top da hierarquia da nação. Era o deus vivo, adorado e reverenciado. Na foto estátua de Tutmés III, no Museu Egípcio do Cairo.Altos funcionários, o mais importante era o Tjati (eronêamente confudido com o titulo persa de vizir), responsável pela administração do imperio. Ele controlava a arrecadação de impostos, chefiava a policia, fiscalizava as construções e as obras públicas, alem de presidir o mais alto tribunal de justiça e ser o comandante-em-chefe das tropas.
Nomarcas eram administradores das províncias ou nomos. Assumiam funções importantes em suas províncias, como as de juizes e chefe político e militar, mas estavam subordinados ao poder de faraó.
Soldados defendiam o reino e auxiliavam na manutenção de paz. Eram respeitados pelo faraó e pela sociedade. Tinham direito a vários benefícios, o que lhes garantia prestigio e riquezas.
Escribas, provenientes das famílias ricas e poderosas, aprendiam a ler e a escrever e se dedicavam a registrar, documentar e contabilizar documentos e atividades da vida no Egito.
Artesãos e os comerciantes. Os artesãos trabalhavam especialmente para os reis, para a nobreza e para os templos. Faziam belas peças de adorno, utensílios, estatuetas, máscaras funerárias. Travalhavam muito bem com madeira, cobre, bronze, ferro, ouro e marfim. Já os comerciantes se dedicavam ao comércio em nome dos reis e nobres ou em nome próprio, comprando, vendendo ou trocando produtos com outros povos, como cretenses, fenícios, povos da Somália, da Síria, da Núbia, entre tantos outros. O comércio forçou a construção de grandes barcos cargueiros.
Camponeses formavam a maior parte da população. Os trabalhos dos campos eram organizados e controlados pelos funcionários do faraó, pois todas terras eram do governo. As enchentes, os trabalhos de irrigação, semeadura, colheita, armazenamento dos grãos originavam trabalhos pesados e mal remunerados. O pagamento geralmente era feito com uma pequena parte dos produtos colhidos e apenas o suficiente para sobreviverem. Viviam em cabanas humildes e vestiam-se de maneira muito simples. Os camponeses prestavam serviços também nas terras dos nobres e nos templos. O Egito era essencialmente agrícola, pois não sobrava terra e vegetação suficiente para criar muitos rebanhos. À custa da pobreza dos camponeses eram cultivados cevada, trigo, lentilhas, árvores frutíferas e videiras. Faziam pão, cerveja e vinho. O Nilo oferecia peixes em abundância.
Escravos eram, na maioria, perseguidos entre os vencidos nas guerras.

 Mulheres


A situação das mulheres no Egito é claramente resumida no papel que lhes é atribuído na decoração mais antiga de túmulos. No cimo da hierarquia está a esposa, ou, por vezes, a mãe, do proprietário do túmulo, vestida de forma simples mas elegante, sentada comodamente com o marido a uma mesa de oferendas, numa estátua de grupo ou numa porta falsa. Por vezes, ela acompanha o marido quando este observa cenas de trabalho, mas é com mais frequencia representada quando o casal apresenta oferendas, podendo esta distinção indicar que o lugar dela era em casa. No outro extremo encontram-se cenas ou estatuetas de ervas e de mulheres ocupadas em trabalho servis, fazendo pão e cerveja, fiando ou tecendo. Também estas são atividades sedentárias, provavelmente levadas a cabo nos aposentos domésticos de uma casa ou propriedade. A cor da pele das mulheres, amarela, indica, entre outras coisas, uma menor exposição ao sol do que o vermelho dos homens e, por isso, uma existência mais fechada - como acontece com burocratas masculinos de sucesso.
É possível que não fosse seguro às mulheres aventurarem-se a sair. Num texto póstumo, Ramsés III afirma: "Tornei possível à mulher egípcia seguir o seu caminho, podendo as suas viagens prolongar-se até onde ela quiser, sem que qualquer outra pessoa a assalte na estrada", o que implica não ter sido sempre este o caso.
Detalhe de pintura mural do túmulo de Nebamun que mostra dançarinas e uma instrumentista. Museu Britânico, c. 1350 a.C.Nos túmulos mais antigos as mulheres estão ausentes dos trabalhos mais importantes e das diversões mais agradáveis, mas também não têm de realizar as tarefas mais duras. Os homens, por exemplo, fazem vinho, o que é mais árduo do que fazer cerveja. Para além das cenas de tocadoras de instrumentos e de dançarinas muito acrobáticas, o papel das mulheres nos períodos mais antigos parece ter sido muito modesto, embora isso possa ser devido a não podermos interpretar integralmente as fontes. No Império Novo as mulheres passaram a ter uma importância muito maior, o seu vestuário a ser mais esmerado e o conteúdo erótico das cenas em que são representadas mais definido, se bem que ainda muito codificado. O período tardio regressa praticamente ao antigo decoro.
As mulheres não tinham quaisquer títulos importantes e, à exceção de alguns membros da família real e das rainhas reinantes, tinham pouco poder político. O título que detinham mais vulgarmente era o de "senhora da casa", termo de respeito que talvez signifique pouco mais do que "Srª Dona". Quase todas eram analfabetas e, portanto, excluídas da burocracia - a que é, de qualquer modo, pouco provável que tivessem aspirado - e da maior parte das áreas intelectuais da cultura. Fato sintomático do atrás referido é o de a idade a sensatez serem qualidades respeitadas nos homens, representados como estadistas idosos e corpulentos, mas não as mulheres. Nas representações dos túmulos não se distingue sequer a mãe de um homem da sua mulher, sendo ambas figuras jovens. O modo como são representadas as mulheres é, obviamente, parte da interpretação que os homens faziam delas e evidência um estado de coisas ideal. Na realidade, a influência das mulheres talvez não fosse tão circunscrita e podem ter desempenhado papéis muito mais variados do que as provas parecem sugerir.
As estruturas familiares, por exemplo, parecem extremamente simplificadas. As normas da decoração de túmulos e estelas não deixam qualquer espaço para a viúva ou viúvo, o divorciado, os homossexuais ou para qualquer desvio em relação à monogamia - e, no entanto, sabe-se que todos eles ocorreram. Há uma história que conta o romance entre um rei e um oficial do exército e há episódios homossexuais no mito de Hórus e de Seth. Nos Impérios Antigo e Médio havia alguma poligamia e o rei podia ter muitas mulheres, embora apenas uma - para além da mãe, se ainda fosse viva - tivesse o título de "grande esposa do rei".

 Cultura  Religião


Pendente em ouro de Osorkon II (XXII dinastia). O deus Osíris (ao centro) acompanhado pelo seu filho Hórus e esposa, Ísis, formando uma tríade.Não existiu propriamente uma religião entre os Egípcios, no sentido contemporâneo da palavra (a própria palavra "religião" não existia na língua egípcia).
A cultura egípcia era impregnada de religiosidade e a versão oficial da história egípcia era de caráter religioso. Em períodos mais recentes, até a própria economia se organizava à volta dos templos - o que não significa, necessariamente, que se tivesse tornado mais religiosa, já que os templos não eram, possivelmente, muito diferentes de outros senhorios. fosse como fosse, o que é claro é que o padrão de secularização, que temos tendência a tomar por certo no desenvolvimento das sociedades, não estava presente. A instituição central da monarquia acabou por perder o seu carisma, mas noutros aspectos tornou-se, de forma nítida, em vários aspectos: o oficial, de que sabemos bastante, a esfera funerária, que está também bem representada, e as práticas cotidianas da maioria da população, separadas, em larga medida, do culto oficial e mal conhecidas.
A religião egípcia é tradicionalmente classificada como uma religião politeísta, conhecendo-se mais de duas mil divindades. Tratava-se de uma religião nacional, sem aspirações universais, que não era detentora de uma escritura sagrada. O mais importante na religiosidade egípcia não eram as crenças, mas o culto às divindades; assim, a religião egípcia preocupava-se mais com a ortopraxia do que com a ortodoxia. Alguns deuses eram adorados localmente, enquanto que outros assumiam um carácter nacional, sobretudo quando estava associados com determinada dinastia.
O Livro dos Mortos, um conjunto de textos que ajudavam o morto na sua viagem pelo mundo subterrâneo.Os deuses eram ordenados e hierarquizados em grupos. O agrupamento básico era em três deuses, em geral um casal e o seu filho ou filha (tríade). Assim, por exemplo, a tríade da cidade de Tebas era composta por Amon, Mut e Khonsu. Os agrupamentos de divindades mais importantes foram a Enéade de Heliópolis e a Ogdóade de Hermópolis, que eram acompanhados por um relato sobre a criação do mundo.

As representações dos deuses poderiam ser antropomórficas (forma humana), zoomórficas (forma de animal) ou uma combinação de ambas. Contudo, os Egípcios em momento algum acreditaram, por exemplo, que o deus Hórus, muitas vezes representado com um homem com cabeça de falção, tivesse de facto aquele aspecto. A associação dos deuses com determinados animais relacionava-se com a atribuição ao deus de uma característica desse animal (no caso de Hórus a rapidez do falcão).
Estátua Ka, uma espécie de alma que os egípcios acreditavam que existia, tanto nos homens, como nos deuses.Os templos no Antigo Egipto eram a morada da divindade na terra. Ao contrário dos templos religiosos de hoje em dia, eles não eram acessíveis às pessoas comuns: apenas poderiam penetrar nas suas regiões mais sagradas, o faraó e os sacerdotes. Cada templo era dedicado a uma divindade e dentro dele achava-se a estátua dessa divindade guardada no naos; diariamente a estátua era lavada, perfumada, maquilhada e alimentada pelos sacerdotes. Em determinadas alturas do ano, a estátua saía do templo numa procissão, à qual a população assistia; durante o percurso actuavam músicos e cantores.
Os Egípcios acreditaram numa vida para além da morte. Em princípio esta vida estava apenas acessível ao rei, mas após o Primeiro Período Intermediário esta concepção alargou-se a toda a população. Para aceder a esta vida era essencial que o corpo do defunto fosse preservado, razão pela qual se praticou a mumificação.
Segundo crenças egípcias, para se conseguir a vida eterna, o morto deveria mostrar que não tinha pecados. Então, seu coração era colocado numa balança, tendo de se equilibrar com a "pena da verdade". Caso tivesse sucesso, o morto seria julgado puro. Caso não, seria levado à destruição eterna.

 Morte e cerimônias fúnebres


Máscara funerária de Tutancâmon (Museu Egípcio do Cairo).Os egípicios acreditavam que o ser humano era formado por Ka (o corpo) e por Rá (a alma). Para eles, no momento da morte, a alma (Rá) deixava o corpo (Ká), mas ela podia continuar a viver no reino de Osíris ou de Amon-Rá. Isso seria possível somente se fosse conservado o corpo que devia sustentá-la. Daí vinha a importância de embalsamar ou mumificar o corpo para impedir que o mesmo se descompusesse. Para assegurar a sobrevivência da alma, caso a múmia fosse destruída, colocava-se no túmulo estatuetas do morto.
O processo de mumificação acontecia da seguinte maneira: o sacerdote abria o corpo do morto ao meio tirando seus órgãos moles (os órgãos que apodrecem rápido). Depois cortava o nariz de forma que pudesse retirar o cérebro com um gancho especializado. O sacerdote colocava dentro do corpo do morto alguns medicamentos. Após todo o ritual, o sacerdote amarrava uma espécie de pano que ajudava a conservar o corpo.
Anúbis era o deus egípcio associado a mumificação e rituais fúnebres; aqui, ele atende a uma múmia.Dentro das pirâmides ficavam os bens do morto. Os egípcios colocavam nas pirâmides tudo que eles achavam que poderiam reutilizar na outra vida (móveis, jóias, etc). O túmulo era como uma habitação de um vivo, com móveis e provisões de alimentos. As pinturas das paredes representavam cenas do morto à mesma, na caça e na pesca. Eles acreditavam nos poderes mágicos dessas pinturas, pois achavam que a alma do morto se sentia feliz e serena ao contemplá-las. A alma do morto comparecia ao Tribunal de Osíris, onde era julgada por suas obras, para ver se podia ser admitida no reino de Osíris.
Os antigos egípcios também acreditavam que os túmulos eram moradias de eternidade. Para melhor proteger os corpos, as múmias eram colocadas em sarcófagos bem fechados. Os faraós, os nobres, os ricos e alguns sacerdotes construíam grandes túmulos de pedras para garantir a proteção dos corpos contra ladrões e profanadores, aqueles que invadem lugares sagrados ou câmaras funerárias. Eram feitos para garantir a longa espera no tempo até que a alma voltasse para a vida. Assim foram construídas mastabas, pirâmides e hipogeus ricamente adorados.

Ciência

Uma página do Papiro Ebers, uma espécie de enciclopédia médica egípcia.Não se pode falar em ciência no Antigo Egipto (e em geral na Antiguidade) tendo como referência o conceito actual. O conhecimento entre os antigos Egípcios estava associado aos escribas, às classes sacerdotais e aos templos. Numa parte destes encontravam-se as "Casas de Vida" (Per Ankh), nome dado a uma área do templo que funcionava como biblioteca e arquivo, onde também se ministravam conhecimentos e se copiavam os textos de carácter médico, astronómico e matemático. Tendo em vista que a religião era um dos pontos no qual assentava a civilização do Antigo Egipto, a sua influência estende-se e mistura-se com a esfera do saber, que não surgia como autónoma.
A medicina foi a disciplina que mais se desenvolveu entre os egípcios, sendo famosa na Antiguidade, em particular entre os Gregos. A classe médica dividia-se entre médicos do povo e médicos reais; alguns médicos trabalhavam como clínicos gerais, enquanto que outros eram especialistas em determinada área. As escolas médicas mais famosas eram as das cidades de Heliópolis e a de Sais. Os remédios eram compostos por vários elementos, na maioria oriundos do reino vegetal, mas recorria-se também a elementos que do ponto de vista contemporâneo parecem estranhos, como os excrementos dos animais, o sangue de lagarto, dente de porco ou pó de natrão. Eram aplicados sob a forma de poção, pílula ou em cataplasma.
No campo das matemáticas, os egípcios utilizavam um sistema de cálculo baseado na mão (cinco dedos). A partir daqui vinham as dezenas, dando origem à numeração decimal que se tornaria a base da aritmética egípcia. Calcularam a superfície dos rectângulos e o volume da esfera, dando a pi o valor de 3,14. Conhece-se hoje em dia esta matemática graças ao Papiro Rhind e ao Papiro de Moscovo.

 Literatura

A Pedra de Roseta, artefato que permitiu aos linguistas traduzir os hieróglifos egípcios[10]De uma forma geral, as obras literárias do Antigo Egipto eram anónimas; a literatura do Antigo Egipto inclui textos de carácter religioso (como os hinos às divindades), mas igualmente obras de natureza mais secular, como textos sapienciais, contos e poesia amorosa.
Datam da época do Império Antigo os primeiros textos de literatura sapiencial, um género que consistia numa reflexão dos "sábios" (vizires, escribas) sobre a vida, pretendendo transmitir determinados ensinamentos e apelando à prática de certas virtudes (moderação, justiça, o respeito aos pais…); deste género destaca-se o Ensinamento de Ptah-hotep, que em trinta e seis máximas expõe as reflexões do seu autor (um vizir) sobre as relações humanas.
Do Primeiro Período Intermediário salienta-se a Profecia de Ipuver, onde autor aborda a decadência política e moral do Egipto durante esta era.
Do Império Médio destacam-se os contos, como as Aventuras de Sinué e o Conto do Náufrago. A primeira obra foi provavelmente o texto literário mais popular entre os egípcios, tendo em conta a grande quantidade de cópias do texto que se conhecem. Relata as aventuras do herói homónimo que foge do Egipto para a região da Síria-Palestina antes de regressar ao seu país, onde é acolhido na corte de Senuseret III. Para alguns investigadores algumas destas histórias de aventuras podem ter influenciado a literatura árabe, em concreto os relatos sobre as aventuras do marinheiro Simbad.
Durante o Império Novo surge a poesia amorosa, com temas de paixão e erotismo presente nos textos do Papiro Cester Beatty I, do Papiro Harris 500 e num fragmento do Papiro de Turim. Akhenaton cultiva a literatura religiosa, com hinos dedicados a Aton. Prossegue a tradição da literatura sapiencial, com o Ensinamento de Anii e o Ensinamento de Amenemope.

Arte


Busto de Nefertiti.A arte do Antigo Egipto esteve fundamentalmente ao serviço da religião e da realeza. Esta arte obedeceu a cânones precisos ao longo dos seus três mil anos de existência, sendo desvalorizada a inovação.
Uma das regras mais importantes seguidas pelos artistas era a lei da frontalidade, segundo a qual na figura humana o tronco era representado de frente, enquanto que a cabeça, pernas, pés e olhos de perfil.
Do Império Antigo notabilizaram-se as pirâmides, mas também deve ser realçado o baixo-relevo e a pintura que já na época possuíam um elevado grau de perfeição. O Império Novo corresponde à era mais brilhante da arte, fruto da riqueza do Egipto durante este período. São desta época os templos de Karnak e Luxor e os túmulos escavados nas falésias do Vale dos Reis.
Durante o período de Amarna, que corresponde às inovações religiosas de Akhenaton, os artistas rompem com as antigas convenções e aproximam-se de uma arte que almeja o realismo, com representações de afecto entre membros da família real. O próprio Akhenaton é mostrado de uma forma diferente, com o crânio alongado e uma silhueta efeminada; não se sabe ao certo se esta particularidade na representação do faraó seria uma nova tendência artística ou o resultado de algum tipo de deformação congénita de Akhenaton. Foi no "atelier" do escultor de Akhenaton, Tutmés, que foi encontrado em 1912 o famoso busto de Nefertiti, uma obra inacabada.
As formas da arte figurativa egípcia - escultura, relevo e pintura - adquiriram caráter inconfundível por volta do início do período dinástico. Ao mesmo tempo que o nível das formas de arte decorativa e funcional, tais como obras de pintura de motivos, manufatura de vasos de pedra, escultura de marfim, mobiliário e trabalho em metal, era muito elevado, a arquitetura evoluía rapidamente de então em diante, continuando a desnvolver-se com o domínio de novos materiais e a introdução de novas formas. Desde o início, as obras de arte de vários gêneros constituem o mais importante legado do antigo Egito, legado este extraordinariamente homogêneo. As alterações na arte ao longo dos diferentes períodos refletem as alterações na sociedade clarificam-nas, embora a arte procure a sua inspiração mais noutra arte do que no mundo. A arte egípcia é superficialmente abordável, mas a outro nível, é muito estranha à arte ocidental.
Muito poucas obras egípcias foram criadas como "arte pela arte". Todas tinham uma função, ou como objetos de uso diário, ou, o que é mais comum entre os que se conservam, num contexto religioso ou funerário. Tem-se dito, por vezes, que não deviam ser designadas por "arte", mas não existe necessariamente contradição entre o caráter artístico de um objeto e a sua função. Poder-se-ia dizer que a qualidade artística de um objeto é o elemento estético adicional ao seu carater funcional. O estatuto da arte eípcia como "arte" no espírito dos egípcios era de grau diferente do da arte ocidental aos olhos dos ocidentais, mas não existe diferença fundamentais em espécie. De fato, os gêneros egípcios e ocidentais assemelham-se extraordinariamente. No Egito, tal como na sociedade ocidental, a arte é um importante foco de prestígio.

Estátua de Menkauré e Khamerernebti II, no Museu de Belas Artes de Boston.A escultura foi marcada pela escolha de materiais resistentes, como o basalto,o pórfiro, xisto, diorito e o granito. Algumas estátuas serviram um objectivo político, sendo colocadas diante dos templos para que o povo as visse, mas tinha sobretudo um objectivo religioso. Exprimem de uma maneira geral uma posição fixa, com os braços colados ao corpo (as estátuas egípcias influenciaram as estátuas gregas mais antigas sobre jovens, conhecidas como kouros). As estátuas que se achavam nos túmulos eram consideradas como uma espécie de corpo de substituição; o ka e o ba deveriam reconhecer o rosto onde habitavam, não sendo por isso relevante representar os defeitos do corpo. Algumas estátuas atingiam proporções grandiosas, como a Esfinge do planalto de Guiza e os Colossos de Memnon. Saliente-se ainda a invenção da "estátua-cubo" pelos Egípcios, na qual apenas a cabeça emerge do bloco de pedra.
A óbvia semelhança estilística entre a escultura, o relevo e a pintura baseiam-se, em parte, em técnicas que lhes são comuns. ondem existir razões mais fundamentais para os rígidos exitos da escultura, uma vez que esta característica se encontra quase tão espalhada pelo mundo como a representação a duas dimensões, sem perspectiva, mas tais razões não são claras. Qualquer que seja a resposta a esta pergunta mais geral, a continuidade e o desenvolvimento paralelo das duas formas são notáveis.
Quase todas as estátuas mais importantes representam uma figura que olha em frente, numa linha perpendicular ao plano dos ombros e cujos membros estão restringidos dentro dos mesmos planos. A maior parte das vezes encontra-se em repouso, sem estar ocupada em nenhuma atividade. A interação orgânica das partes do corpo quse não é indicada, de modo que as estátuas se assemelham a um "diagrama" a duas dimenões, formando um algomerado de partes separadas. A analogia sugere que este pode ser um aspecto básico da representação e não um elemento de estilo. Parte da semelhança entre os gêneros é devida à dependência da escultura em relação ao desenho, numa versão modificada da representação egípcia normal, a duas dimensões.
As principais exceções à geometria rígida são as cabeças que olham para cima, talvez para ver o sol, ou para baixo, como as estátuas de escribas, para olharem para um papiro desenrolado no colo. As figuras ajoelhadas, têm, por vezes, os músculos das pernas refletidos mostrando, ao que parece, que a sua pese é um gesto momentâneo da deferência. Pormenores como este, e leves indicações da coerência orgânica do corpo, são restritos às melhores obras, em que a rigidez normal é tomada como certa e suavizada, provavelmente por razões estéticas. Existem também algumas obras pequenas, sobretudo de madeira e de finais de 18ª dinastia, que se afastam das regras, representando rotações e contraposto, e mantendo apenas vestígios dos conjuntos normais de eixos de definição. Estas são importantes porque mostram que as formas estritas não eram as únicas de que os Egípcios dispunham.
Pintura de Nefertari no seu túmulo.Nas artes parietais, o baixo-relevo e a pintura andam frequentemente associados. Durante o Império Médio o baixo-relevo surge pintado, enquanto que no Império Novo a pintura tornou-se uma arte autónoma. Os temas mais frequentes da pintura são os retratos de família, as batalhas, os deuses e as paisagens. A cor desempenhava nela uma função informativa: os corpos masculinos são pintados a vermelho-acastanhado e os femininos a amarelo.
É interessante notar que, quando homens comuns são retratados perto de divindades como o faraó, seus olhos são pintados para os lados, e não para a frente, uma vez que a figura sagrada do deus não poderia ser encarada de frente.
Em duas e em três dimensões, a base do trabalho do artista era o desenho preparatório. utilizavam-se grelhas quadradas e conjuntos de linhas de orientação, de modo a assegurar uma representação exata. Para o corpo humano, as grelhas baseavam-se, até à 26ª dinastia, num quadrado do tamanho do punho da figura a desenhar, que se relaciona proporcionalmente com todas as outras partes do corpo. Em teoria, a grelha tinha de ser desenhada de novo para cada figura de tamanho diferente, mas, na prática, as figuras de menos importância eram talvez, muitas vezes, desenhadas livremente. Os desenhos preliminares eram inscritos dentro das grelhas e transformados no produto final por um processo de correção e laboração, em váras fases. É evidente que os artistas trabalhavam em grupos, sendo, provavelmente, especializados em tarefas que realizavam.

Arquitetura

Templo de Abu Simbel, um dos maiores exemplos da arquitetura do Egito antigo.A arquitetura do Egito antigo inclui algumas das estruturas mais famosas do mundo: a região dos Grandes Pirâmides de Gizé e os templos em Tebas. Vários projetos foram organizados, contruídos e financiados pelo Estado para fins religiosos e comemorativos, mas também para reforçar o poder do faraó. Os antigos egípcios eram contrutores qualificados, usando ferramentas simples mas eficazes e instrumentos de observação, os arquitetos egípcios podiam construir grandes estruturas de pedra com exactidão e precisão.[11]
As habitações da elite e de outras classes sociais egípcias foram construídas com materiais perecíveis, tais como tijolos barro e madeira e, consequentemente, não sobreviveram ao tempo. Camponeses viviam em casas simples, enquanto os palácios da elite eram estruturas mais elaboradas. Os poucos palácios sobreviventes do Império Novo, como aqueles em Malkata e Amarna, mostram paredes e pisos ricamente decorados com cenas de pessoas, animais, sacerdotes e desenhos geométricos.[12] Estruturas importantes, como templos e túmulos, destinados a durar para sempre, foram construídas de pedra, em vez de tijolos.

Pirâmides


A Grande Esfinge e as pirâmides de Gizé, erguidas durante o Império Antigo.No antigo Egito foram construídas centenas de pirâmides. As três grandes estão incluídas entre as Sete Maravilhas do Mundo antigo. Até hoje as pirâmides oferecem alguns mistérios para a nossa mente. Assim a moderna engenharia não conseguiu ainda explicar como foi, naquela época, conseguiu-se trazer blocos de pedras de 2 a 10 ou mais toneladas vindas de longe até o deserto onde se encontram as pirâmides. Mais complicado ainda se torna explicar como conseguiram carregar pedras sobre pedras até uma altura de 146 metros (a altura da grande pirâmide de Quéops). Outro segredo é explicar porquê as pirâmides foram construídas tendo seus lados rigorosamente voltados para os quatro pontos cardeais. Atualmente, milhares de pessoas no mundo inteiro acreditam num misterioso poder de concentração de energia e conservação dentro das pirâmides. Assim, não se estragariam determinadas coisas perecíveis que fossem colocadas no seu interior, na posição ocupada pela câmara do rei.
Para isso, com auxílio de uma bússola, é preciso orientar as bases de uma pirâmide na posição dos pontos cardeais. Acredita-se, também, em curas ou melhoras de saúde através do uso de uma pirâmide de cor azul (frequencia de cor com propriedades curativas) para isso, a pirâmide usada deve ter o mesmo ângulo da construção da pirâmide original, localizada no Egito e durante a aplicação no local doente, ela deve estar voltada para o norte geografico.

Templos

Templo de Luxor.Os templos egípcios não eram como as igrejas de hoje. Eram grandiosos, de dimensões enormes, com um portão imponente e amplos pátios abertos. Eram sustentados por gigantescas colunas. Ao fundo ficava a estátua do deus local e nas laterais um pequeno número de outros deuses. Nas fachadas, estátuas colossais dos faraós que mandaram construir os templos. No interior dos templos viviam numerosos sacerdotes, com cabeça raspada e vestidos com um túnica. Do antigo Egito sobraram as ruínas de dois grandiosos templos, os de Lúxor e Karnak.

O legado do Antigo Egipto

O Dr. Zahi Hawass é o atual secretário geral do Conselho Supremo de Antiquidades do Egito.Apesar da civilização egípcia ter terminado há dois mil anos, parte do seu legado continua vivo no mundo actual.
Os Egípcios possuíam um calendário de 365 dias e doze meses e já dividiam o dia em vinte e quatro horas. Algumas palavras da língua portuguesa, como alquimia, química, adobe, saco, papel, gazela e girafa, têm origens na língua egípcia. De igual forma, certas expressões, como "anos de vacas magras", são também de origem egípcia. As crianças do Antigo Egipto já brincavam a "macaca", tal como o fazem as crianças de hoje em dia, e os adultos apreciavam um jogo de tabuleiro, conhecido como Senet.
A nível arquitectónico, estão presentes no mundo contemporâneo certos elementos da arquitectura do Antigo Egipto como o obelisco, que os Egípcios consideravam como um raio do sol petrificado. Ele está presente em várias cidades mundiais, como Buenos Aires ou no Monumento de Washington nos Estados Unidos da América. Outras cidades possuem mesmo obeliscos que foram trazidos do Antigo Egipto (Place de la Concorde em Paris, Praça de São Pedro no Vaticano…). A construção piramidal, associada ao Antigo Egipto, encontra-se também em edifícios como a Pirâmide do Louvre de Paris ou o Luxor Hotel de Las Vegas.

Alguns símbolos da alquimia são de origem egípcia, como a serpente ouroboros e a ave fénix. O papiro dos egípcios foi o antepassado do papel dos nossos dias.
Mas será porventura no domínio da religião e da espiritualidade que o legado do Antigo Egipto está mais presente. Embora já não se veja na experiência religiosa de Akhenaton um monoteísmo puro nascido antes do monoteísmo dos Hebreus, não deixa de ser curiosa a semelhança entre versos do Grande Hino a Aton escrito por Akhenaton com o salmo 104 da Bíblia. Os Egípcios acreditavam na necessidade de levar uma vida pautada por uma conduta ética de modo a assegurar uma vida no Além, um conceito presente em várias religiões dos nossos dias. O relato da morte e ressureição do deus Osíris, lembra a própria morte e ressureição de Jesus Cristo, no qual assenta o cristianismo. A Igreja Copta, que reúne a maioria dos cristãos do Egipto, usa como símbolo a cruz ansata ou ankh, símbolo da vida no Antigo Egipto. Segundo Heródoto, os sacerdotes egípcios praticavam a circuncisão e dedicavam alguns dias do ano ao jejum, dois elementos que estão presente em religiões como o judaísmo e o islão. Para além disso, os movimentos esotéricos e ocultistas tem também o Antigo Egipto como referência, apropriando-se de elementos e símbolos desta civilização.
Pirâmides do Egito
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A pirâmide quadrada de Djoser.

Pirâmides de Gizé.

A grande Pirâmide de Gizé.
As chamadas pirâmides do Egito, denominadas como pirâmides de Gizé, localizam-se no planalto de Gizé, na margem esquerda do rio Nilo, próximo à cidade do Cairo, no Egito. São as únicas remanescentes das Sete maravilhas do mundo antigo. Constituem-se em estruturas monumentais construídas em pedra e, como o nome também indica, apresentam uma base retangular e quatro faces triangulares (por vezes trapezoidais, nas pirâmides egípcias mais antigas, denominadas como mastabas) que convergem para um vértice. No total foram identificadas cerca de 80 pirâmides em todo o país, embora a sua maior parte esteja reduzida a montículos de terra. As pirâmides no planalto de Gizé foram erguidas pelo faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos há cerca de 2700 a.C., desde o início do Antigo Reinado até perto do Período Ptolomaico. A época em que atingiram o seu apogeu iniciou-se com a III Dinastia e terminou na VI Dinastia (2686 - 2345 a.C.). Primitivamente não se constituíam em estruturas isoladas, mas sim integradas num complexo arquitectônico de vastas dimensões.

 Evolução

A construção das pirâmides sofreu uma evolução, desde o monte de areia de forma retangular que cobria a sepultura do faraó, na fase pré-dinástica, passando pela mastaba, uma forma de túmulo conhecida no início da era dinástica. Foi Djoser, fundador da III dinastia, quem mandou edificar uma mastaba inteiramente de pedra. Tinha 61 metros de altura e 6 degraus em toda a volta, com 109 metros de comprimento norte-sul e 125 metros de leste a oeste. As pirâmides têm uma estrutura subterrânea complexa, composta de corredores e salas onde a sala funerária é escavada no solo. Depois da IV dinastia, as pirâmides entram na sua fase clássica com a construção da ampla necrópole de Gizé.
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Pirâmide de Quéops A Pirâmide de Quéops, também conhecida como a Grande Pirâmide, é o monumento mais pesado que já foi construído pelo homem. Possui aproximadamente 2,3 milhões de blocos de rocha, cada um pesando em média 2,5 toneladas. Com mais de 146 metros de altura, só foi ultrapassada em altura no século XVI pela torre da Catedral de Beauvais que foi terminada em 1569, tendo ruído 4 anos depois em 1573. A altura da pirâmide de Quéops só veio a ser novamente ultrapassada no século XIX, quando foram terminadas as torres das catedrais de Rouen - com 148 m – de Colônia - com 157 m - e de Ulm - com que tem 161 m. E principalmente com a inauguração da Torre Eiffel em 1889, com 300 m de altura. Durante séculos a humanidade vem se perguntando como essas enormes construções foram erguidas, como blocos de granito de 50 toneladas foram trazidos de Assuã, como foram erguidos a essa altura. Uma coisa é certa, dois recursos eram abundantes, mão de obra e tempo. De acordo com o historiador grego Heródoto, apenas a preparação do platô de Gizé levou uma década e a construção da pirâmide mais duas, tendo por volta de 100.000 homens trabalhado na construção da Grande Pirâmide. Como Heródoto esteve no Egito dois mil ano depois da construção das pirâmides seus dados não eram totalmente aceitos. Recentemente, os estudos do piramidologista alemão Kurt Mendelssohn levaram a conclusão de que por volta de 80.000 homens trabalharam na construção da Grande Pirâmide, sendo que 10.000 empregados permanentemente e 70.000 homens sem qualificação empregados durante as cheias do Nilo. O próprio Mendelssohn mostrou que diversas pirâmides eram construídas simultaneamente, dessa forma, o número de pessoas utilizadas pode ter chegado a 150.000, valores próximos aos descritos por Heródoto. Sem dúvida uma enorme quantidade de trabalhadores, sobretudo em relação à população egípicia de 5.000 anos atrás. Outra característica impressionante é a precisão "topográfica" dessas construções. Na Pirâmide de Quéops, a base não apresenta variação de nível superior a 2,5 cm e os lados da base variação de comprimento superior a 20 cm. Igualmente precisa é a orientação das faces da pirâmide aos quatro pontos cardeais e a inclinação das faces a 51° 52’ com a horizontal. Pirâmide de Quéfren: A Pirâmide de Quéfren mede, nos dias de hoje, 143 metros de altura. Suas paredes erguem-se menos íngremes que as da grande Pirâmide de Quéops. O faraó Quéfren era irmão do faraó Quéops e quarto rei da IV dinastia, ele reinou entre 2520 e 2494 a.C, ordenou que fosse construída sua pirâmide que hoje é, em tamanho, a segunda maior pirâmide do Antigo Egipto. Majestosa e imponente, foi revestida de pedra calcária e granito vermelho e foi denominada pelos antigos egípcios como a Grande Quéfren ou A Grande Pirâmide. Próximo de onde foi erguida a pirâmide de Quéfren havia um conjunto rochoso, que foi aproveitado para que nele se esculpisse a famosa Esfinge, monumento que representa o faraó sentado em seu trono. A luz do sol do meio-dia ainda a faz brilhar de forma deslumbrante. Na base também foi preservada parte da camada próximo ao chão, que era a única em granito vermelho de toda a pirâmide. A pirâmide tem duas entradas, e ambas têm cerca de doze metros a leste do ponto central de sua face norte. A primeira se encontra mais ou menos a quinze metros de altura em relação ao solo, ao passo que a outra foi escavada diretamente nele e também abaixo da primeira. Da entrada superior encontra-se um corredor inclinado, baixo e estreito, que desce pela estrutura da pirâmide até penetrar na rocha, tornando-se então horizontal seguindo até o centro do monumento onde se encontra uma câmara funerária. O teto, o piso, as paredes de toda a seção inclinada do corredor e uma pequena parte da seção horizontal, foram recobertos de granito vermelho. Bem próximo de onde termina o revestimento de granito foram talhadas canaletas verticais nas paredes que serviam para receber uma porta levadiça, também de granito, cujos restos ainda permanecem naquele local. Toda a câmara mortuária foi esculpida na rocha. A restrição ficou mesmo por conta do teto em ponta que é formado por lajes de pedra calcária assentadas no mesmo ângulo das faces do monumento. A câmara mede catorze metros e dezessete centímetros leste/oeste, 5 metros de largura e 6 metros e 85 centímetros de altura. Existem cavidades retangulares de aproximadamente trinta centímetros de profundidade junto ao topo das paredes norte e sul. Foram encontrados no interior da pirâmide um sarcófago com dois metros e 43 centímetros de comprimento por um metro de largura e 68 centímetros de profundidade, mas o corpo mumificado do rei não estava nele. Ele foi encontrado por arqueólogos, em 1818, foi encontrado também um ataúde mas este estava quebrado em dois pedaços. Na entrada inferior encontra-se um corredor, cavado no substrato rochoso que segue um trajeto igual ao corredor superior até tornar-se horizontal, proporcionando um trajeto bem curto ascendendo abruptamente para surgir no solo da seção horizontal do corredor superior. Neste corredor inferior as paredes não se encontram revestidas de granito, mas existe uma porta levadiça de granito vermelho. Na seção plana, onde está a parede leste, se encontra uma reentrância; no lado oposto, uma passagem em declive desemboca em uma câmara que mede 10 metros e 43 centímetros de comprimento por 3 metros de largura e 2 metros e 56 centímetros de altura. Pirâmide de Miquerinos: Reinou poucos anos e não houve tempo para concluir um monumento bem acabado como o de seu pai. Grande parte do trabalho foi terminada às pressas, usou-se material de qualidade inferior e até mesmo algumas partes foram deixadas inacabadas. Era comum que sucessores de um faraó, fossem ou não seus filhos, terminassem a obra de seu antecessor. Assim, os estudiosos supõem que Shepseskaf, filho e sucessor de Miquerinos, tenham completado algumas das edificações de tijolo do complexo piramidal e uma inscrição encontrada no templo funerário atesta isso. Cada lado da base desse monumento mede 108 metros e 66 centímetros, perfazendo uma área ocupada de 11 mil e 807 metros quadrados, enquanto que sua altura era, originalmente, de 66 metros e 44 centímetros, sendo que hoje essa dimensão está reduzida a 62 metros e 18 centímetros. As 16 carreiras inferiores da pirâmide são revestidas de granito vermelho, polido em algumas delas e em estado bruto em outras, e as demais de pedra calcária polida. Os antigos egípcios deram-lhe o nome de Neter Men-kau-Re, divino é Miquerinos, ou Neteret, a divina. Os subterrâneos da pirâmide parecem demonstrar que houve uma mudança de planos durante sua construção. Inicialmente cavou-se um corredor descendente (1) através da rocha, o qual levava a uma câmara mortuária retangular (2). Ao se decidir por um novo projeto, o piso dessa câmara foi aprofundado e um segundo corredor (3) foi perfurado por baixo do primeiro. Os estudiosos supõem que a causa da mudança tenha sido a decisão de aumentar o tamanho do monumento, tornando-se necessário, portanto, construir o corredor em posição mais baixa, para que se preservasse a entrada na face norte da pirâmide aproximadamente a uma mesma altura com relação ao solo no que diz respeito àquilo que havia sido planejado no projeto original. O segundo corredor é revestido de granito até o ponto em que penetra no substrato rochoso. No ponto em que se inicia sua seção horizontal, ele é ampliado, formando uma antecâmara que apresenta as paredes de pedra decoradas com painéis esculpidos em relevo. Bloqueando a passagem da antecâmara para a câmara mortuária existem três portas levadiças de granito, as quais se encaixam em canaletas verticais talhadas nas paredes. Supõe-se que tais portas eram baixadas por meio de cordas que corriam sobre cilindros de madeira fixados no topo de cada canaleta. Por sob todo esse conjunto existem ainda outras duas câmaras e uma rampa que as acessa partindo em declive do centro do piso da câmara mortuária original e terminando numa curta passagem horizontal. A primeira de tais câmaras (4) fica à direita da passagem e a ela se chega por um lance de escada. É um recinto retangular com quatro cubículos fundos em sua parede leste e dois na parede norte, tudo cavado na rocha. Os arqueólogos afirmam que os primeiros quatro recintos destinavam-se a receber as quatro vísceras do faraó, em seus respectivos vasos canopos, enquanto que os demais se destinavam a receber as coroas reais. A segunda câmara (5) está situada no outro extremo da passagem horizontal e visava substituir a câmara mortuária original. O seu piso, paredes e teto são totalmente de granito, sendo que esse último é arredondado, formando uma espécie de abóbada. Nesse local foi encontrado um sarcófago vazio, que se perderam quando o navio que o transportava naufragou na costa espanhola. Era retangular, feito de basalto e suas faces externas estavam esculpidas com painéis decorativos. Os alicerces do templo do vale eram de pedra, mas sua estrutura era quase que totalmente de tijolo cru. A calçada que o unia ao templo mortuário era formada por um aterro de pedra, sobre o qual se construiu um corredor de tijolos revestido, tanto por dentro quanto por fora, de argamassa branca e coberta com barrotes de madeira. No templo mortuário os alicerces e a parte interna de algumas das paredes eram de pedra calcária local. Em alguns trechos existem pisos de granito e paredes revestidas do mesmo material, mas uma grande parte da construção foi completada apenas com tijolo cru. Estudiosos avaliaram que alguns dos blocos de pedra calcária das paredes do templo mortuário chegam a pesar 220 toneladas, enquanto que as pedras graníticas mais pesadas do seu revestimento, todas transportadas de Assuã, localidade distante cerca de 804 quilômetros de Gizé, devem ter peso excedente a 30 toneladas. Os arqueólogos encontraram, ao escavarem os templos do vale e mortuário, um grande número de estátuas e estatuetas, a maioria das quais representa o faraó Miquerinos sozinho ou como membro de um grupo. No templo do vale, por exemplo, foram encontrados quatro lindos conjuntos esculpidos em ardósia, representando o rei, a deusa Hátor e uma divindade protetora de um dos nomos em que se dividia o país. Na ilustração que se vê ao lado, o rei, usando a coroa do Alto Egito, a barba postiça e a veste real, aparece entre Hátor e a divindade local que simbolizava o sétimo nomo do Alto Egito. Acredita-se que a intenção fosse a de esculpir 22 conjuntos semelhantes, um para cada nomo existente, mostrando o rei ao lado de cada um dos deuses ou deusas protetores do respectivo nomo, o que não chegou, provavelmente, a ser realizado. Outras obras de arte encontradas foram uma estátua de ardósia representando o faraó e a rainha principal, Khamerernebty II, e quinze estátuas inacabadas do rei. Estimativas, feitas com base nos fragmentos de esculturas descobertos no complexo piramidal de Miquerinos, levam a crer que lá existiriam entre 100 e 200 estátuas separadas. Ao sul do monumento estão enfileiradas três pirâmides subsidiárias que, ao que tudo indica, jamais foram concluídas. A maior, e cuja construção mais avançou, é revestida parcialmente de granito. As outras duas não chegaram até a fase do acabamento. Junto à face leste de cada uma delas há um pequeno templo funerário. Edificados com tijolo, provavelmente foram erguidos por Shepseskaf após a morte do pai. Não existem indícios de a quem pertenciam tais pirâmides. Pelo tamanho, é provável que a maior se destinasse ao sepultamento da rainha Khamerernebty II. Em outra foi encontrado um pequeno sarcófago de granito, contendo alguns ossos humanos aparentemente de uma mulher moça, o que leva a supor que teria sido o túmulo de uma princesa ou rainha jovem.
Vale dos Reis


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Imagem de satélite mostrando a localização do Vale dos Reis na curva do Nilo.O Vale dos Reis, ou Wadi el-Muluk (وادي الملوك) em língua árabe, é um grande vale montanhoso no Egito onde, por um período de aproximadamente 500 anos foram construídos tumbas para os Faraós e nobres importantes do Antigo Egito (entre a XVIII e a XX dinastias).

O Vale dos Reis localiza-se na margem ocidental do Nilo, oposto a Tebas (atualmente Luxor). Está separado em duas zonas, vale ocidental (West Valley) e vale oriental (East Valley), com os mais importantes túmulos no vale oriental.

Com as descobertas de 2005 e 2008, o Vale contém agora 67 tumbas e câmaras, variando em tamanho desde uma simples câmara aberta na rocha até um complexo com mais de 120 câmaras. As tumbas reais são normalmente decoradas com cenas da mitologia egípcia que testemunham as crenças e os rituais funerários dos períodos de sua construção. A maioria das tumbas foram violadas e saqueadas na antigüidade, mas algumas (como a KV62) permaneceram intactas até a sua descoberta dando idéia da opulência e do poder dos governantes de sua época.

A área tem sido o foco de explorações arqueológicas desde o final do século XVII, e suas tumbas e sarcófagos continuam a estimular pesquisas. Nos tempos modernos, o Vale se tornou famoso pela descoberta da tumba de Tutankhamon, com o seu rumor sobre a maldição do Faraó, que é um dos mais famosos sítios arqueológicos do mundo. Em 1979, esta tumba se tornou Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO, juntamente com o resto da Necrópole Tebana[1].

Escavações, explorações, pesquisas e conservações ainda continuam a ser feitas no Vale, que é, atualmente, um centro de turismo com muitas de suas tumbas abertas ao público. Inscrições deixadas nas paredes de várias tumbas indicam, também, que o Vale dos Reis já era uma atração turística desde o Período Romano, em que o Egito fazia parte do Império Romano

Mapa do Vale



A maioria das tumbas estão no vale leste, e é onde há maior movimentação turística.




KV1 – Tumba de Ramsés VII.[3]

KV2 – Tumba de Ramsés IV.[5]

KV3 – Tumba de um filho de nome desconhecido do Ramsés III.[6]

KV4 – Tumba de Ramsés XI.[7]

KV5 – Recentemente descoberta, é a tumba dos filhos do grande Ramsés II. Com 120 salas descobertas e ainda sendo escavada, é provavelmente a maior tumba do vale.[8]

KV6 – Tumba de Ramsés IX.[9]

KV7 – Tumba de Ramsés II.[10]

KV8 – Tumba de Merenptah.[11]

KV9 – Também conhecida como tumba de Memnon ou La Tombe de la Métempsychose, essa é a tumba de Ramsés V e Ramsés VI.[12]

KV10 – Tumba de Amenmesés.[13]

KV11 – Tumba de Ramsés III (ou "A Tumba de Bruce" e "A Tumba dos Harpistas").[14]

KV12 – O dono dessa tumba ainda é desconhecido. Era, provavelmente, uma tumba familiar.[15]
KV13 – Tumba de Bay e depois de Amen-herkhepeshef.[16]

KV14 – Tumba de Tausert, reutilizada após por Setnakht.[17]

KV15 – Tumba de Seti II.[18]
KV16 – Tumba de Ramsés I.[19]

KV17 – Tumba de Seti I também conhecida por tumba de Belzoni, tumba de Apis, ou a tumba de Psammis, filho de Necho.[20]

Detalhes da decoração da KV9.KV18 – Tumba de Ramsés X.[21]

KV19 – Tumba de Mentuherkhepeshef.[22]

KV20 – Tumba de Hatchepsut e Tutmés I.[23]

KV21 – Dono original desconhecido.[24]

KV22, 23, 24, 25 – Veja abaixo no Vale Ocidental com os nomes WV.

KV26, KV27, KV28, KV29 – Donos originais ainda não descobertos.[25][26][27][28]

KV30 – Conecida como Tuba do Lord Belmore. Seu ocupante original ainda é desconhecido.[29]

KV31 - Dono original desconhecido.[30]

KV32 – Tumba de Tiaa, esposa de Amen-hotep II.[31]

KV33 – Dono original desconhecido.[32]

KV34 – Tumba de Tutmés III.[33]

KV35 – Era originalmente a tumba de Amen-hotep II. Porém, mais de uma dezena de múmias, muitas da realeza, foram colocadas nesta tumba.[34]

KV36 – Tumba do nobre Maiherperi.[35]

KV37 – Dono original desconhecido.[36]

KV38 – Tumba de Tutmés I.[37]

KV39 – Possível tumba de Amen-hotep I.[38]

KV40 – Dono original desconhecido.[39]

KV41 – O dono original é incerto, mas acredita-se ser da rainha Teticheri.[40]

KV42 – Tumba de Hatchepsut-Meryt-Ra.[41]

KV43 – Tumba de Tutmés IV.[42]
KV44 – Dono original desconhecido.[43]

KV45 – Tumba do nobre Userhet.[44]

KV46 – Tumba dos nobres Yuia e Tuiu. Possivelmente os pais da rainha Tiy. Antes da descoberta da tumba de Tutankhamon, essa era a tumba mais preservada do vale.[45]

KV47 – Tumba de Siptah.[46]

KV48 – Tumba do nobre Amenemopet-Pairy vizir do faraó Amen-hotep II.[47]

KV49 – Dono original desconhecido. Talvez uma sala de armazenagem.[48]

KV50, KV51 e KV52 – Pequenas tumbas com túmulos dos possíveis animais de estimação de Amen-hotep II, cuja tumba fica próxima.[49][50][51]

KV53 – Dono original desconhecido.[52]

KV54 – Provavelmente a câmara de embalsamento de Tutankhamon.[53]

KV55 – Provavelmente outro esconderijo de múmias e túmulo de muitas pessoas da corte do período Amarna; Tiy e Semenkhkaré/Akhenaton.[54]

KV56 – Conhecida como A Tumba de Ouro, não teve o dono original descoberto.[55]

A representação da planta da tumba KV62

.KV57 – Tumba de Horemheb.[56]

KV58 – Conheida como A Tumba da Biga, consiste em depósitos da tumba de Ay.[57]

KV59 – Dono original desconhecido.[58]

KV60 – Tumba do nobre Sit-re In.[59]

KV61 – Esta tumba aparenta não ter sido usada.[60]

KV62 – Tumba do faraó Tutankhamon, a primeira tumba real a ser descoberta.[61]

KV63 – Dono original ainda incerto, talvez seja apenas uma câmara de armazenamento de intens de embalsamento.[4]

KV64 – "Bolsa" de ar escoberta por um radar, acredita-se que seja uma tumba ou uma câmara.[62]

KV65 – A mais nova tumba descoberta, anunciada em agosto de 2008.[62]

KVF – Tumba sem túmulo, pode ter sido um projeto para uma tumba e abandonado.[63]

 Vale Ocidental (West Valley)

A numeração do Vale Oeste entra na sequência do Vale Leste, onde há apenas quatro tumbas funerárias.

WV22 – Tumba de Amenhotep III. Atualmente, está sendo estudada e não é aberta ao público.[64]

WV23 – Tumba de Ay e é a única aberta ao público no Vale Oeste.[65]

WV24 – Dono original desconhecido.[66]

WV25 – Pode ter sido aberta para Akhenaton, mas nunca foi terminada.[67]

WVA – Câmara de armazenamento de Amen-hotep III cuja tumba é próxima.[68]


Esfinge


A esfinge de Gizé, com a pirâmide de Quéfren atrás delaEsfinge é uma imagem icônica de um leão estendido com a cabeça de um falcão ou de uma pessoa, inventada pelos egípcios do império antigo, mas uma cultura importada da mitologia grega.

A esfinge egípcia é uma antiga criatura mística usualmente tida como um leão estendido — animal com associações solares sacras — com uma cabeça humana, usualmente a de um faraó. Também usada para demonstração de poder, assim como as pirâmides no Egito.

Avenida de Criosfinges em Karnak em LuxorVistas como guardiãs na estatuária egípcia, esfinges são descritas em uma destas duas formas:

Androsfinge (Sphinco Andro)- corpo de leão com cabeça de pessoa;

Hierocosfinge (Sphinco Oedipus Rex)- corpo de leão com cabeça de falcão.

A maior e mais famosa é Sesheps, a esfinge de Gizé, sita no planalto de Gizé no banco oeste do rio Nilo, feito em dois ao leste, com um pequeno templo entre suas patas. O rosto daquela esfinge é considerada como a cabeça do faraó Quéfren ou possivelmente a de seu irmão, o faraó Djedefré, que dataria sua construção da quarta dinastia (2723 a.C.–2563 a.C.). Contudo, há algumas teorias alternativas que redatam a esfinge ao pré-antigo império – e, de acordo com uma hipótese, a tempos pré-históricos.

Outras esfinges egípcias famosas incluem a esfinge de alabastro de Mênfis, hoje localizada dentro do museu ao ar livre naquele local; e as esfinges com cabeça de ovelha (em grego, criosfinges) representando o deus Amon, em Tebas, de que havia originalmente algumas novecentas.

Que nome ou nomes os construtores deram às estátuas é desconhecido. A inscrição em uma estela na esfinge de Gizé a data de mil anos após a esfinge ser esculpida,[1] dá três nomes do sol: Kheperi - Re - Atum. O nome arábico da esfinge de Gizé, Abu al-Hôl, traduz como Pai do Terror. O nome grego esfinge foi aplicado a ela na antigüidade. Mas ela tem a cabeça de um homem, não de uma mulher.

Museu do Templo de Apolo, Delfos Esfinge grega

Havia uma única esfinge na mitologia grega, um demônio exclusivo de destruição e má sorte, de acordo com Hesíodo uma filha da Quimera e de Ortro ou, de acordo com outros, de Tifão e de Equidna— todas destas figuras ctônicas. Ela era representada em pintura de vaso e baixos-relevos mais freqüentemente assentada ereta de preferência do que estendida, como um leão alado com uma cabeça de mulher; ou ela foi uma mulher com as patas, garras e peitos de um leão, uma cauda de serpente e asas de águia. Hera ou Ares mandaram a esfinge de sua casa na Etiópia (os gregos lembraram a origem estrangeira da esfinge) para Tebas e, em Édipo Rei de Sófocles, pergunta a todos que passam o quebra-cabeça mais famoso da história, conhecido como o enigma da esfinge, decifra-me ou devoro-te:
Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois, e à tarde tem três? Ela estrangulava qualquer inábil a responder, dai a origem do nome esfinge, que deriva do grego sphingo, querendo dizer estrangular.                                                       
Édipo resolveu o quebra-cabeça: O homem — engatinha como bebê, anda sobre dois pés na idade adulta, e usa um arrimo (bengala) quando é ancião.
Furiosa com tal resposta, a esfinge teria cometido suicídio, atirando-se de um precipício. Versão alternativa diz que ela devorou-se.
O quebra-cabeça exato perguntado pela esfinge não foi especificado por vários contadores da história e não foi estandartizado como o dado sobre até muito mais tarde na história grega.[2] Assim Édipo pode ser reconhecido como um limiar ou figura de solado de porta, ajudando efeito a transição entre as velhas práticas religiosas, representadas pela esfinge, e novas, unidade olímpica.

 Criaturas similares

Antigas esfinges de 3000 anos foram importadas do Egito para embelezar espaços públicos em São Petersburgo e outras capitais européiasNem todos os animais com cabeça humana da antigüidade são esfinges. Na antiga Assíria, por exemplo, baixos-relevos de touros com as cabeças de reis barbados guardavam as entradas de templos.

Na mitologia olímpica clássica da Grécia, todos os deuses tinham forma humana, embora elas assumissem suas naturezas animais bem como. Todas as criaturas do mito grego que combinam forma humana e animal são sobreviventes da religião pré-olímpica: centauros, Tifão, Medusa, Lâmia.

Na tradição hindu, un dos avatares de Vixnu era a Narasimha, que significa homem-leão. O avatar tinha um corpo humano e a cabeça de um leão.

 Esfinge maneirista

A revivida esfinge maneirista do século XVI é às vezes tida como a esfinge francesa. Sua cabeça é ereta e ela tem o lindo busto de uma jovem mulher. Freqüentemente ela usa brincos e pérolas. Seu corpo é naturalisticamente feito como um leão estendido. Tais esfinges foram revividas quando as grotescas decorações da descoberta Casa Dourada (Domus Aurea) de Nero foi levada à luz na Roma do recente século XV, e ela foi incorporada dentro do vocabulário clássico de desenhos de arabesco que foi difundido por toda Europa em gravuras durante os séculos XVI e XVII. Suas primeiras aparições na arte francesa estão na escola de Fontainebleau nas décadas de 1520 e de 1530; suas últimas aparições estão no estilo barroco da regência francesa (1715–1723).

 Século XIX e simbolismo

As esfinges eram um tema frequente no rococó, mas tenderam a desaparecer do repertório artístico europeu - até reviver no século XIX com o advento do romantismo, e depois no simbolismo. Muitas destas esfinges aludiam à esfinge grega do mito de Édipo, mais de que à egípcia.

A carícia: versão simbolista de uma esfinge, por Fernand Khnopff.[editar] Esfinges mencionadas em ficção e jogos

Esfinges freqüentemente aparecem em literatura de fantasia e RPG como corridas ou espécies de criaturas monstruosas com a cabeça de uma pessoa e o corpo de um leão, usualmente também com um par de asas ou os quartos traseiros de um touro.
Egito
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جمهورية مصر العربية

(Gumhūriyyat Miṣr al-ʿArabiyyah)

República Árabe do Egito

Bandeira Brasão de armas

Localização do Egito (em verde) no continente africano
Capital Cairo

Cidade mais populosa Cairo
Língua oficial árabe
Governo República Semipresidencialista

- Presidente Hosni Mubarak
- Primeiro-ministro Ahmed Nazif

Formação
- Primeira dinastia c. 3150 a.C.
- Independência do Reino Unido 28 de Fevereiro de 1922
- Declaração da República 18 de Junho de 1953

Área
- Total 1 002 450 km² (30.º)
- Água (%) 0,632

População
- Estimativa de Julho de 2008 81 713 517 hab. (14.º)
- Censo 2001
- Densidade 74 hab./km² (120.º)

PIB (base PPC) Estimativa de 2007
- Total US$ 403 961 milhões (27.º)
- Per capita US$ 5 491 (97.º)

Indicadores sociais
- Gini (2000) 34,4 – médio
- IDH (2007) 0,703[2] (123.º) – médio
- Esper. de vida 71,3 anos (106.º)
- Mort. infantil 29,3/mil nasc. (115.º)
- Alfabetização 71,4% (132.º)

Moeda Libra egípcia (EGP)

O Egito (português brasileiro) ou Egipto (português europeu) (AO 1990: Egito) (em egípcio: Kemet; em copta Ⲭⲏⲙⲓ, transl. Kīmi; em em árabe: مصر, transl. ‎Miṣr, nome oficial: República Árabe do Egito) é um país do norte da África que inclui também a península do Sinai, na Ásia, o que o torna um estado transcontinental.
Com uma área de cerca de 1 001 450 km², o Egito limita a oeste com a Líbia, ao sul com o Sudão e a leste com a Faixa de Gaza e Israel. O litoral norte é banhado pelo mar Mediterrâneo e o litoral oriental pelo mar Vermelho. A península do Sinai é banhada pelos golfos de Suez e de Acaba. A sua capital é a cidade do Cairo.
O Egito é um dos países mais populosos de África. A grande maioria da população, estimada em 80 milhões de habitantes (2007), vive nas margens do rio Nilo, praticamente a única área não desértica do país, com cerca de 40 000 kmª; O da Líbia, a oeste, o Oriental ou Arábico, a leste, ambos parte do Saara, e o do Sinai, têm muito pouca população. Cerca de metade da população egípcia vive nos centros urbanos, em especial no Cairo, em Alexandria e nas outras grandes cidades do Delta do Nilo, de maior densidade demográfica.
O país é conhecido pela sua antiga civilização e por alguns dos monumentos mais famosos do mundo, como as pirâmides de Gizé e a Grande Esfinge. Ao sul, a cidade de Luxor abriga diversos sítios antigos, como o templo de Karnak e o vale dos Reis. O Egito é reconhecido como um país política e culturalmente importante do Médio Oriente e do Norte de África.
Os gentílicos para o país são "egípcio", "egipciano" e "egipcíaco",[3] embora as últimas formas raramente sejam usadas.

Índice
1 Etimologia
2 História
3 Geografia
3.1 Hidrografia
3.2 Clima
4 Demografia
4.1 Religião
5 Política
5.1 Política externa
5.2 Símbolos nacionais
6 Subdivisões
7 Economia
8 Cultura
8.1 Feriados nacionais
9 Referências
10 Ligações externas

 Etimologia
Um dos antigos nomes egípcios para o país, Kemet (kṃt), ou "terra negra" (de kem, "negro"), advém do solo fértil negro depositado pelas cheias do Nilo, distinto da "terra vermelha" (dechret, dšṛt) do deserto. O nome passou às formas kīmi e kīmə na fase copta da língua egípcia e aparece no grego primitivo como Χημία (Khēmía). Outro nome era t3-mry ("terra da ribeira"). Os nomes do Alto e do Baixo Egito eram Ta-Sheme'aw (t3-šmˁw), "terra da junça", e Ta-Mehew (t3 mḥw) "terra do norte", respetivamente.
Miṣr, o nome árabe moderno e oficial para o país, é de origem semita, diretamente relacionado com outros termos semíticos para o Egito, como o hebraico מִצְרַיִם (Mizraim), literalmente "os dois estreitos" (referência ao Alto e Baixo Egitos).[4] A palavra possuía originalmente a conotação de "metrópole" ou "civilização" e também significa "país" ou "terra de fronteira".

O termo português "Egito" deriva do grego antigo Αίγυπτος (Aígyptos), por meio do latim Aegyptus, e já era registado no vernáculo no século XIII.[5] A forma grega, por sua vez, advém do egípcio Ha-K-Phtah, "morada de Ptá", denominação de Mênfis, capital do Antigo Império.[6]

História

Pirâmides de Guiza (ou Gizé),[7] um dos monumentos mais emblemáticos do Antigo Egito.Os vestígios de ocupação humana no vale do Nilo desde o Paleolítico assumem a forma de artefatos e petróglifos em formações rochosas ao longo do rio e nos oásis. No décimo milénio a.C., uma cultura de caçadores-recoletores e de pescadores substituiu outra, de moagem de grãos. Em torno de 8 000 a.C., mudanças climáticas ou o abuso de pastagens começou a ressequir as terras pastoris do Egito, de modo a formar o Saara. Povos tribais migraram para o Vale do Nilo, onde desenvolveram uma economia agrícola sedentária e uma sociedade mais centralizada.[8]
Por volta de 6 000 a.C., a agricultura organizada e a construção de grandes edifícios havia surgido no Vale do Nilo. Durante o Neolítico, diversas culturas pré-dinásticas desenvolveram-se de maneira independente no Alto e no Baixo Egito. A cultura badariense e a sua sucessora, a nagadiense, são consideradas as precursoras da civilização egípcia dinástica. O sítio mais antigo conhecido no Baixo Egito, Merimda, antecede os badarienses em cerca de setecentos anos. As comunidades do Baixo e do Alto Egitos coexistiram por mais de dois mil anos, mantendo-se como culturas separadas, mas com contatos comerciais frequentes. Os primeiros exemplos de inscrições hieroglíficas egípcias apareceram no período pré-dinástico, em artefatos de cerâmica de Nagada III datados de cerca de 3 200 a.C.[9]
Cerca de 3 150 a.C., o Rei Mena (ou Menés) fundou um reino unificado e estabeleceu a primeira de uma sequência de dinastias que governaria o Egito pelos três milênios seguintes. Posteriormente, os egípcios passaram a referir-se a seu país unificado com o termo tawy, "duas terras" e, em seguida, kemet (kīmi, em copta), "terra negra". A cultura egípcia floresceu durante este longo período e manteve traços distintos na religião, arte, língua e costumes. Às duas primeiras dinastias do Egito unificado seguiram-se o período do Império Antigo (c. 2 700-2 200 a.C.), famoso pelas pirâmides, em especial a pirâmide de Djoser (III Dinastia) e as pirâmides de Gizé (IV Dinastia).
A Grande Esfinge e as pirâmides de Gizé, erguidas durante o Império Antigo, são hoje ícones nacionais no centro da indústria egípcia do turismo.O Primeiro Período Intermédio foi uma época de distúrbios que durou cerca de 150 anos. Mas as cheias mais vigorosas do Nilo e a estabilização do governo trouxeram prosperidade ao país no Império Médio (c. 2 040 a.C.), que atingiu o zénite durante o reinado do Faraó Amenemhat III. Um segundo período de desunião prenunciou a chegada da primeira dinastia estrangeira a governar o Egito, a dos hicsos semitas. Estes invasores tomaram grande parte do Baixo Egito por volta de 1 650 a.C. e fundaram uma nova capital, em Aváris. Foram expulsos por uma força do Alto Egito chefiada por Amósis I, quem fundou a XVIII Dinastia e transferiu a capital de Mênfis para Tebas, a atual Luxor.
O Império Novo (c. 1 550-1 070 a.C.) teve início com a XVIII Dinastia e marcou a ascensão do Egito como potência internacional que, no seu auge, se expandiu para o sul até Jebel Barkal, na Núbia, e incluía partes do Levante, no leste. Alguns dos faraós mais conhecidos pertencem a este período, como Hatchepsut, Tutmés III, Akhenaton e sua mulher Nefertiti, Tutankhamon e Ramsés II. A primeira expressão do monoteísmo é desta época, com o atonismo. O país foi posteriormente invadido por líbios, núbios e assírios, mas terminou por expulsá-los a todos.
A XXX Dinastia foi a última de origem nativa a governar o país durante a era dos faraós. O último faraó nativo, Nectanebo II, foi derrotado pelos persas aqueménidas em 343 a.C. Posteriormente, o Egito foi conquistado pelos gregos e, em seguida, pelos romanos, num total de mais de dois mil anos de controlo estrangeiro.
Construída pela primeira vez no século III ou IV, a Igreja Suspensa é a mais famosa igreja ortodoxa copta do Cairo.O cristianismo foi trazido ao Egito por São Marcos no primeiro século da era cristã. O reinado de Diocleciano marcou a transição entre os Impérios Romano e Bizantino no país, quando um grande número de cristãos foi perseguido. Naquela altura, o Novo Testamento foi traduzido para a língua egípcia. Após o Concílio de Calcedónia, em 451, uma Igreja Copta Egípcia foi firmemente estabelecida.[10]
Os bizantinos recuperaram o controlo do país após uma breve invasão persa no início do século VII, mantendo-o até 639, quando o Egito foi tomado pelos árabes muçulmanos sunitas. Os egípcios começaram então a misturar a sua nova fé com crenças e práticas locais que sobreviveram através do cristianismo copta, o que deu origem a diversas ordens sufistas que existem até hoje.[11] Os governantes muçulmanos eram nomeados pelo Califado islâmico e mantiveram o controlo do país pelos seis séculos seguintes, inclusive durante o período em que o Egito foi a sede do Califado fatímida. Com o fim da dinastia aiúbida, a casta militar turco-circassiana dos mamelucos tomou o poder em 1250 e continuou a governar até mesmo após a conquista do Egito pelos turcos otomanos em 1517.
A breve invasão francesa do Egito em 1798, chefiada por Napoleão Bonaparte, resultou num grande impacto no país e em sua cultura. Os egípcios foram expostos aos princípios da Revolução Francesa e tiveram a oportunidade de exercitar o auto-governo.[12] À retirada francesa seguiu-se uma série de guerras civis entre os turcos otomanos, os mamelucos e mercenários albaneses, até que Mehmet Ali, de origem albanesa, tomou o controlo do país e foi nomeado vice-rei do Egito pelos otomanos em 1805. Ali promoveu uma campanha de obras públicas modernizadoras, como projetos de irrigação e reformas agrícolas, bem como uma maior industrialização do país, tarefa continuada e ampliada por seu neto e sucessor, Ismail Paxá.
Gravura de 1869 mostrando os primeiros barcos que usaram o canal de Suez entre Kantara and El-Fedane.A Assembleia dos Delegados foi fundada em 1866 com funções consultivas e veio a influenciar de maneira importante as decisões do governo.[13] A abertura do canal de Suez pelo Quediva Ismail, em 1869, tornou o Egito um centro mundial de transporte e comércio, mas fez com que o país contraísse uma pesada dívida junto às potências europeias. Como resultado, o Reino Unido tomou o controlo do governo egípcio em 1882 para proteger os seus interesses financeiros, em especial os relativos ao canal.
Logo após intervir no país, o Reino Unido enviou tropas para Alexandria e para a zona do canal, aproveitando-se da fraqueza das forças armadas egípcias. Com a derrota do exército egípcio na batalha de Tel el-Kebir, as tropas britânicas alcançaram o Cairo, eliminaram o governo nacionalista e dissolveram as forças armadas do país. Tecnicamente, o Egito permaneceu como uma província otomana até 1914, quando o Reino Unido derrubou Abbas II, último quediva egípcio, e formalmente declarou o Egito um protetorado seu. Hussein Kamil, tio de Abbas, foi então nomeado sultão do Egito.[14]
Entre 1882 e 1906, surgiu um movimento nacionalista que propunha a independência. O Incidente de Dinshaway (em que soldados britânicos abriram fogo contra um grupo de egípcios) levou a oposição egípcia a adoptar uma posição mais forte contra a ocupação do país pelo Reino Unido. Fundaram-se os primeiros partidos políticos locais. Após a Primeira Guerra Mundial, Saad Zaghlul e o Partido Wafd chefiaram o movimento nacionalista egípcio, ganhando a maioria da assembleia legislativa local. Quando os britânicos exilaram Zaghlul e seus correligionários para Malta em 8 de Março de 1919, o país levantou-se na primeira revolta de sua história moderna. As constantes rebeliões por todo o país levaram o Reino Unido a proclamar, unilateralmente, a independência do Egito, em 22 de Fevereiro de 1922.[15]
O presidente egípcio Nasser recebe pela primeira vez uma delegação da Fatah, oito meses depois de Yasser Arafat ter assumido a liderança daquela organização, em 1969.O novo governo egípcio promulgou uma constituição em 1923, com base num sistema parlamentarista representativo. Saad Zaghlul foi eleito para o cargo de primeiro-ministro pelo voto popular, em 1924. Em 1936, foi assinado o tratado anglo-egípcio, pelo qual o Reino Unido se comprometia a defender o Egito e recebia o direito de manter tropas no canal de Suez. A continuidade da ingerência britânica no país e o aumento do envolvimento do rei do Egito na política levaram à queda da monarquia e à dissolução do parlamento, por meio de um golpe militar conhecido como a Revolução de 1952. Este "Movimento dos Oficiais Livres" forçou o Rei Faruk a abdicar em favor do seu filho Fuad.
A República do Egito foi proclamada em 18 de Junho de 1953, presidida pelo General Muhammad Naguib. Em 1954, Gamal Abdel Nasser — o verdadeiro arquiteto do movimento de 1952 — forçou Naguib a renunciar, colocando-o em prisão domiciliária. Nasser assumiu a presidência e declarou a total independência do Egito com relação ao Reino Unido, em 18 de Junho de 1956, com a conclusão da retirada das tropas britânicas. Em 26 de Julho daquele ano, nacionalizou o canal de Suez, deflagrando a chamada Crise do Suez.
Vista do Cairo, a maior cidade da África e do Oriente Médio.Nasser faleceu em 1970, três anos após a Guerra dos Seis Dias, na qual Israel invadiu e ocupou a peninsula do Sinai. Sucedeu-o Anwar Al Sadat, que afastou o país da União Soviética e o aproximou dos Estados Unidos, expulsando os conselheiros soviéticos em 1972. Promoveu uma reforma económica chamada "Infitá" e suprimiu de maneira violenta tanto a oposição política quanto a religiosa.
Em 1973, o Egito, juntamente com a Síria, deflagrou a Guerra de Outubro (ou do Yom Kippur), um ataque-surpresa contra as forças israelitas que ocupavam a península do Sinai e as colinas de Golã. Os EUA e a URSS intervieram e chegou-se a um cessar-fogo. Embora não tenha resultado num sucesso militar, a maioria dos historiadores concorda que o conflito representou uma vitória política que lhe permitiu posteriormente recuperar o Sinai em troca da paz com Israel.
A histórica visita de Sadat a Israel, em 1977, levou ao tratado de paz de 1979, que estipulava a retirada israelita completa do Sinai. A iniciativa de Sadat causou enorme controvérsia no mundo árabe e provocou a expulsão do Egito da Liga Árabe, embora fosse apoiada pela grande maioria dos egípcios.[16] Um soldado fundamentalista islâmico assassinou Sadat no Cairo, em 1981. Sucedeu-o Hosni Mubarak. Em 2003, foi lançado o "Movimento Egípcio pela Mudança", que busca o retorno à democracia e a ampliação das liberdades civis.
Geografia
Imagem de satélite do Egito, parte da The Map Library.Com uma área de 1 001 450 km²,[17] o Egito é o 29º maior do mundo, um pouco maior do que o estado brasileiro do Mato Grosso e duas vezes o território da França. Entretanto, devido à aridez do clima do país, os centros urbanos estão concentrados ao longo do estreito vale do rio Nilo e no Delta do Nilo, razão pela qual 99% da população egípcia usam apenas 5,5% da área total.
O Egito faz fronteira com a Líbia a oeste, o Sudão a sul e Israel e a Faixa de Gaza a nordeste. O país controla o canal de Suez, que liga o Mediterrâneo ao Mar Vermelho e, por conseguinte, ao oceano Índico.
Também pertence ao Egito a península do Sinai, na Ásia, a qual, ligada ao restante do país pelo istmo de Suez, caracteriza-o como um Estado transcontinental.
Fora do vale do Nilo, a maior parte do território egípcio é composto por desertos sobretudo rochoso. Nas áreas de areia, os ventos criam dunas que podem ultrapassar 30 m de altura. O país inclui uma parte considerável do Deserto da Líbia, o qual faz parte do Saara, a "terra vermelha", como os chamavam os antigos egípcios, que protegia o reino dos faraós de ameaças a oeste. Os outros desertos são o Oriental ou Arábico, que ocupa a faixa entre a margem direita do Nilo e o Mar Vermelho, e o do Sinai, na península da Arábia.
Além da capital, Cairo, as outras cidades importantes do Egito são Alexandria, Almançora, Assuão, Assiut, El-Mahalla El-Kubra, Gizé, Hurghada, Luxor, Kom Ombo, Safaga, Porto Said, Sharm el Sheikh, Shubra El-Kheima, Suez e Zagazig. Os principais oásis são Bahariya, Dakhla (ou Dakhleh), Farafra, Kharga e Siuá (ou Siwa).

O Rio Nilo em Assuão   Hidrografia

A grande bacia hidrográfica do país é a do Nilo, cujo curso total, com 6 696 km de extensão, é único a atravessar os desertos do NE africano até atingir o Mediterrâneo. A região do vale do Nilo, situada ao sul de Assuão, é quase desértica. A partir de Assuão, onde se localizam a primeira catarata e a grande represa do mesmo nome, o rio corre num leito estreito (2 a 10 km de largura), atingido sua largura máxima em Kom-Ombo (15Km). Nessa região, o vale é ladeado por uma cadeia de colinas rochosas com altitude média de 300 m. A 5 km ao norte do Cairo, o rio divide-se em dois braços principais, formando um dos delta mais férteis do mundo.

 Clima

A precipitação é baixa no Egito, excepto nos meses de inverno nas regiões mais a norte.[19] Ao sul do Cairo, a precipitação média é de apenas cerca de 2 a 5 mm ao ano, em intervalos de muitos anos. Numa faixa estreita do litoral norte, chega a 410 mm,[20] concentrada principalmente entre Outubro e Março. As montanhas do Sinai e algumas cidades litorâneas ao norte, como Damieta, Baltim, Sidi Barrany e, mais raramente, Alexandria, vêem neve.
As temperaturas médias situam-se entre 27 e 32 °C no verão, chegando a 43 °C no litoral do mar Vermelho, e entre 13 e 21 °C no inverno. Um vento constante de noroeste ajuda a baixar a temperatura no litoral mediterrâneo. Outro vento, o Khamsin, sopra do sul na primavera, trazendo areia e poeira, e pode elevar a temperatura no deserto para mais de 38 °C.

 Demografia

Alexandria, a segunda cidade mais populosa do Egito.A população do Egito, concentrada nas margens do Nilo, no Delta e na região próxima ao canal de Suez, é estimada em 81 milhões de habitantes (2008), o que o faz o segundo mais populoso de África.
A esperança média de vida ao nascer é de 71,85 anos (estimativa de 2008), distribuída em 69,3 anos para os homens e 74,52 anos para as mulheres.[carece de fontes?]
Os egípcios são um grupo étnico resultante da fusão dos descendentes da população autóctone do Antigo Egito com gregos, árabes (a partir do século VII) e turcos.
Cerca de 42% dos egípcios vivem em cidades. As mais populosas são o Cairo (a cidade mais populosa do continente africano com 6 789 000 habitantes, segundo dados de 1998) e Alexandria (3 328 000 habitantes). Ao longo do século XX verificou-se uma migração das populações rurais para as cidades, o que se traduziu no surgimento nestas de problemas de saneamento básico, poluição e falta de habitações condignas.[carece de fontes?]
Os núbios são um grupo minoritário do país, oriundo de uma região corresponde ao sul do Egito e ao norte do Sudão. Quando as suas terras foram submergidas pelo Lago Nasser, tiveram que mudar-se para Kom Ombo.[carece de fontes?] No século XIX fixaram-se no Egito comunidades estrangeiras compostas por gregos, italianos, britânicos e franceses; desde que se deu a independência do país, estas populações têm diminuído. A outrora ativa e influente comunidade judaica egípcia praticamente desapareceu; alguns judeus visitam o país em ocasiões religiosas.

Cidades mais populosas do Egito

Posição Cidade Subdivisão População Posição Cidade Subdivisão População

Cairo
Alexandria
Gizé
1 Cairo Cairo 8 105 071 11 Assiut Assiut 403 202
2 Alexandria Alexandria 4 388 219 12 Ismaília Ismaília 352 411
3 Gizé Gizé 3 348 401 13 Faium Faium 338 959
4 Shubra El-Kheima Al-Qalyūbiyah 1 072 951 14 El Zagazig Sharkia 314 331
5 Port Said Port Said 607 353 15 Damieta Damieta 299 296
6 Suez Suez 547 352 16 Assuã Assuã 281 891
7 Luxor Luxor 487 896 17 Menia Menia 253 767
8 El Mansura Dakahlia 480 494 18 Damanhoor Al-Buhaira 252 017
9 El-Mahalla El-Kubra Garbia 458 297 19 Beni Suef Beni Suef 223 789
10 Tanta Garbia 437 793 20 Hurghada Mar Vermelho 223 124

Fonte: World Gazeetter, estimativas para 2010[21]
 Religião

Uma das numerosas mesquitas do Cairo.A religião maioritária do Egito é o islã sunita, aproximadamente 90% da população[22][23][24]. A maior minoria religiosa são os coptas (9% da população). Outras minorias religiosas são os ortodoxos gregos e armênios, tanto católicos quanto protestantes.
Nesta zona viviam os judeus, ainda que em pequeno número de importância econômica. Eles abandonaram o país em 1956, quando forças armadas de Israel, França e Grã-Bretanha atacaram o Egito.
Em 1992 começou uma campanha de violência armada, concentrado em Cairo e no Alto Egito, cujo principal objetivo era estabelecer um governo baseado em uma lei islâmica escrita. As principais vítimas da violência foram funcionários governamentais e turistas. A Organização de Direitos Humanos determinou que o governo egípcio parasse a discriminação contra as vítimas. As leis relativas à construção das igrejas e a prática aberta da religião têm recentemente diminuído, mas o importante trabalho de construção nas igrejas ainda requerem a permissão do governo.

 Política

O Egito é uma república desde 18 de Junho de 1953.
Mohamed Hosni Mubarak, o atual presidente do Egito, durante o Fórum Econômico Mundial de 2008.Mohamed Hosni Mubarak assumiu a presidência do país em 14 de Outubro de 1981, após o assassinato de Anwar Sadat, e, em 2008, estava no seu quinto mandato. Mubarak é o chefe do Partido Democrático Nacional, no poder.
Embora o país seja formalmente uma república semipresidencialista multipartidária, na qual o poder executivo é compartilhado entre o presidente e o primeiro-ministro, na prática o presidente controla o governo e tem sido eleito como candidato único há mais de cinquenta anos. A última eleição presidencial ocorreu em Setembro de 2005.
Em Fevereiro de 2005, Mubarak anunciou uma reforma na lei eleitoral, de modo a permitir uma eleição presidencial multipartidária. Entretanto, a nova lei instituiu restrições draconianas para as candidaturas a presidente, impedindo que políticos conhecidos se candidatassem e permitindo a reeleição de Mubarak em Setembro daquele ano.[25] O pleito foi criticado por alegadas acusações de interferência governamental, fraude e violência policial contra manifestantes da oposição.[26] Como resultado, muitos egípcios parecem cépticos quanto ao processo de redemocratização, já que menos de 25% dos 32 milhões de eleitores compareceram às urnas em 2005.
Em 19 de Março de 2007, o parlamento aprovou 34 emendas constitucionais que proíbem os partidos de usar a religião como base para atividades políticas, autorizam o presidente a dissolver o parlamento e impedem a supervisão judicial das eleições.[27]
O poder legislativo é exercido pela Assembleia Popular, um parlamento unicameral composto por 454 membros. Destes, 444 são eleitos por voto popular para um mandato de cinco anos; os restantes 10 são nomeados pelo presidente da República. Entre as funções da Assembleia Popular estão aprovar o orçamento, fixar os impostos e aprovar os programas de governo. Para além da Assembleia, existe um Conselho Consultivo composto por 264 membros, 176 dos quais são eleitos através de voto popular e 88 nomeados pelo presidente.
Diversas organizações locais e internacionais de direitos humanos, como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, criticam o histórico egípcio referente aos direitos humanos. As violações mais sérias incluem tortura, detenções arbitrárias e julgamentos perante tribunais militares e de segurança do Estado.[28] Também há críticas relativas ao estatuto da mulher e das minorias religiosas.

Missões diplomáticas do Egito  Política externa

O Egito exerce uma grande influência política na África e no Médio Oriente[carece de fontes?] e as suas instituições intelectuais e islâmicas estão no centro do desenvolvimento social e cultural da região. A sede da Liga Árabe encontra-se no Cairo; tradicionalmente, o secretário-geral da organização é egípcio.

O Egito foi o primeiro país árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel depois da assinatura dos acordos de Camp David, em 1978.

O ex-vice-primeiro-ministro Boutros Boutros-Ghali foi secretário-geral das Nações Unidas entre 1991 e 1996.

Símbolos nacionais

A bandeira nacional é composta por 3 faixas horizontais de mesmo tamanho. As faixas são vermelha, branca e preta. A origem dos elementos desta bandeira está no Império Turco-Otomano.

O brasão de armas (em árabe: شعار مصر) é composto por uma águia dourada a olhar para a esquerda (dexter). A "águia de Saladino" ostenta uma inscrição nas suas garras em que o nome do estado aparece escrito em árabe, Jumhuriyat Misr al-Arabiya ("República Árabe do Egito"). A águia carrega no seu peito um escudo com as cores da bandeira - mas com uma vertical, em vez de uma configuração horizontal.

"Bilady, Bilady, Bilady" (Minha Pátria, Minha Pátria, Minha Pátria) é o hino nacional do Egito, composto por Sayed Darwish.

 Subdivisões

O Egito divide-se administrativamente em 27 províncias (mohafazat, em árabe); administradas por governadores nomeados pelo presidente:

Províncias do Egito.

O "Deserto Branco", na região de Farafra, Deserto da Líbia, a cerca de 300 km a ocidente de Assuão.
Um uádi no deserto do Sinai.No. Nome Área (km²) População (2006) Capital
1 Dakahlia 3 471 4 985 187 Almançora[29]
2 Mar Vermelho[30] 203 685 288 233 Hurghada
3 Al-Buhaira[31] 10 130 4 737 129 Damanhur
4 Faium[32] 1 827 2 512 792 Faium
5 Garbia[33] 1 942 4 010 298 Tanta
6 Alexandria 2 679 4 110 015 Alexandria
7 Ismaília[34] 1 442 942 832 Ismaília
8 Guizé[35] 85 153 6 272 571 Guizé
9 Monufia 1 532 3 270 404 Xibin El Kom
10 Minya 32 279 4 179 309 Minya
11 Cairo 214 7 786 640 Cairo
12 Qaliubia 1 001 4 237 003 Banha
13 Luxor 55 451 318 Luxor
14 Vale Novo[36] 376 505 187 256 Kharga
15 Xarqia[37] 4 180 5 340 058 Zagazig
16 Suez 17 840 510 935 Suez
17 Assuão[38] 679 1 184 432 Assuão
18 Assiut[39] 25 926 3 441 597 Assiut
19 Beni Suef 1 322 2 290 527 Beni Suef
20 Porto Said[40] 72 570 768 Porto Said
21 Damieta 589 1 092 316 Damieta
22 Sinai do Sul 33 140 149 335 El-Tor
23 Kafr el-Sheikh 3 437 2 618 111 Kafr el-Sheikh
24 Matruh 212 112 322 341 Marsa Matruh
25 Qina 1 851 3 001 494 Qina
26 Sinai do Norte 27 574 339 752 Alarixe[41]
27 Sohag 1 547 3 746 377 Sohag

 Economia

Centro da cidade do Cairo à noite, o mais importante polo econômico do país.A economia do Egito baseia-se principalmente na agricultura, media, exportações de petróleo[carece de fontes?] e turismo. Mais de três milhões de egípcios trabalham no exterior, em especial na Arábia Saudita, no golfo Pérsico e na Europa. A construção da barragem de Assuão e do lago Nasser, em 1971, alterou a influência histórica do rio Nilo sobre a agricultura e a ecologia do país. O rápido crescimento populacional, a quantidade limitada de terra cultivável e a dependência do rio Nilo continuam a sobrecarregar os recursos e a economia.
O governo tem lutado para preparar a economia para o novo milênio, por meio de reformas económicas e investimentos maciços em comunicações e infra-estrutura física. Desde 1979, o Egito recebe em média 2,2 mil milhões de dólares em ajuda dos Estados Unidos. Sua principal fonte de renda, porém, é o turismo, bem como o tráfego do canal de Suez.
O turismo é uma grande fonte de renda para o Egito. Na imagem, um barco tradicional do Nilo, na zona de Zamalek, Cairo.O país dispõe de um mercado de energia desenvolvido e que se baseia no carvão, petróleo, gás natural e hidroelétricas. O nordeste do Sinai possui depósitos de carvão consideráveis, que são explorados à taxa de cerca de 600 000 toneladas ao ano. Produzem-se petróleo e gás nas regiões desérticas a oeste, no golfo de Suez e no delta do Nilo. As reservas egípcias de gás são enormes, estimadas em mais de 1 100 000 metros cúbicos nos anos 1990, e o país exporta GLP.
Após um período de estagnação, a economia começou a melhorar, com a adopção de políticas económicas mais liberais, que se juntaram ao aumento das receitas turísticas e a um mercado de acções em alta. No seu relatório anual, o FMI avaliou o Egito como um dos principais países do mundo a empreender reformas económicas, que incluem um corte dramático das tarifas de importação. Um novo código tributário, promulgado em 2005, reduziu de 40% para 20% o imposto de renda das pessoas jurídicas e permitiu aumentar a arrecadação em 100% em 2006.
A captação de investimento estrangeiro direto (IED) aumentou consideravelmente nos últimos anos, chegando a mais de 6 mil milhões de dólares em 2006, devido às medidas de liberalização económica. Espera-se que o Egito ultrapasse a África do Sul como maior captador africano de IED em 2007.
Um dos principais obstáculos com que se defronta a economia é a distribuição de renda. Muitos egípcios criticam o governo pelos altos preços de produtos básicos, já que seu padrão de vida e poder aquisitivo permanecem relativamente estagnados.
O PIB do Egito alcançou 107 484 mil milhões de dólares em 2006.[42] Os principais parceiros comerciais do Egipo são os Estados Unidos, a Itália, o Reino Unido e a Alemanha.

O Egito está listado entre as economias dos "Próximos Onze".



Lista de faraós
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A palavra faraó vem da versão grega da Bíblia, onde aparece sob a forma pharâo. Esta palavra grega deriva por sua vez da expressão egípcia per-aá, "a grande casa", que se referia ao palácio real, sede do poder. Os antigos Egípcios não usaram per-aá para se referirem ao soberano durante a maior parte da sua história, usando em vez disso termos como nesu ("rei") ou neb ("senhor"). Contudo, a tradição consagrou o uso da palavra faraó para se referir aos reis do Antigo Egito.
Esta é uma lista de faraós organizada cronologicamente e por dinastias, oriunda de diversas fontes e sujeita a discussão, sobretudo no que diz respeito aos períodos históricos mais obscuros. Não existe uma concordância em torno da cronologia correspondente a cada reinado pelo que se optou por apresentar diferentes datas propostas por diversos especialistas. Trago aqui o resultado das últimas pesquisas sobre o Egito.

Índice

1 Período Protodinástico
1.1 Reino do Baixo Egito (????-3150 a.C.)
1.2 Pré-Dinastia do Baixo Egito (????-3150 a.C.)
2 Reino do Alto Egito (????-3150 a.C.)
2.1 Pré-Dinastia do Alto Egito ou Dinastia Zero (????-3150 a.C.)
3 Período Dinástico (3150-30 a.C.)
3.1 Época Arcaica ou Tinita (3150-2687 a.C.)
3.1.1 I dinastia (3150-2926 a.C.)
3.1.2 II dinastia (2926-2686 a.C.)
3.2 Antigo Reino Menfita (2686-2175 a.C.)
3.2.1 III dinastia (2686-2667 a.C.)
3.2.2 IV dinastia (2613-2494 a.C.)
3.2.3 V dinastia (2493-2344 a.C.)
3.2.4 VI dinastia (2344-2175 a.C.)
3.3 Primeiro Período Intermédio: A Época "Feudal" (2175-2040 a.C.)
3.3.1 VII dinastia (2175-2165 a.C.)
3.3.2 VIII dinastia (2165-2140 a.C.)
3.3.3 IX dinastia
3.3.4 X dinastia
3.3.5 XI dinastia
3.4 Médio Reino Tebano (2040-1773 a.C.)
3.4.1 XI dinastia
3.4.2 XII dinastia
3.5 Segundo Período Intermédio: O Domínio Hicso (1785-1550 a.C.)
3.5.1 XIII dinastia
3.5.2 XIV dinastia
3.5.3 XV dinastia
3.5.4 XVI dinastia
3.5.5 XVII dinastia
3.6 Novo Reino Tebano (1550-1069 a.C.)
3.6.1 XVIII dinastia
3.6.2 XIX dinastia
3.6.3 XX dinastia
3.7 Terceiro Período Intermédio: A Baixa Época (1069-715 a.C.)
3.7.1 XXI dinastia
3.7.2 XXII dinastia
3.7.3 XXIII dinastia
3.7.4 XXIV dinastia
3.7.5 XXV dinastia
3.8 Época Saíta (715-525 a.C.)
3.8.1 XXVI dinastia
3.9 Período Persa (525-332 a.C.)
3.9.1 XXVII dinastia
3.9.2 XXVIII dinastia
3.9.3 XXIX dinastia
3.9.4 XXX dinastia
3.9.5 XXXI dinastia
3.10 Época Greco-Romana (332-30 a.C.)
3.10.1 Dinastia Macedónica
3.10.2 Dinastia Lágida
3.11 Ver também
3.12 Ligações externas

 Período Protodinástico    Reino do Baixo Egito (????-3150 a.C.)

O Reino do Baixo Egito se localizava no norte, na região do Delta do Nilo. Tinha por capital o nomo de Buto e seu soberano cingia a Coroa Vermelha.

 Pré-Dinastia do Baixo Egito (????-3150 a.C.)

Esta dinastia é composta pelos soberanos que governaram a região do Delta do Nilo antes da unificação. Ela não existe na Lista Real de Maneton e possuí apenas alguns vestígios arqueológicos.

Nome Início do governo Fim do governo Notas

1 Hórus [...]peou ???? a.C. ???? a.C.

2 Khaau (?) ???? a.C. ???? a.C.

3 Mekha ???? a.C. ???? a.C.

4 Neheb (?) ???? a.C. ???? a.C.

5 Pu ???? a.C. ???? a.C.

6 Ska ???? a.C. ???? a.C.

7 Tiu ???? a.C. ???? a.C.

8 Thesh ???? a.C. ???? a.C.

9 Hsekiu ???? a.C. ???? a.C.

10 Wazner ???? a.C. 3150 a.C.

 Reino do Alto Egito (????-3150 a.C.)

O Reino do Alto Egito se localizava ao sul do Delta e tinha por capital o nomo de Necken. Seu soberano cingia a Coroa Branca.

Pré-Dinastia do Alto Egito ou Dinastia Zero (????-3150 a.C.)
 Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Orys ???? a.C. ???? a.C.

2 Konkhe ???? a.C. ???? a.C.

3 Elefante ???? a.C. ???? a.C. A titulação desse governante é um serekh encimado por dois falcões, cujo nome não é especificado. Está enterrado em Abydos.

4 Ny-Hor ???? a.C. ???? a.C. A interpretação deste nome permanece controversa e serekhs com este nome foram encontrados em Tura e Tarkhan. Existência contestada.

5 Hatj-Hor ???? a.C. ???? a.C. O seu nome ainda permanece questionável. Provavelmente pertence a ele um serekh encontrado em um vaso de Tura.

6 Pe-Hor ???? a.C. ???? a.C. Serekhs com o nome desse governante foram encontrados no navio de pedra de Qustul e em inscrições perto de Armant, no Deserto Oeste.

7 Hedj-Hor ???? a.C. ???? a.C. Serekhs com esse nome desse governante foram encontrados a leste do Delta e em um pedaço de cerâmica de Tura. Identificam-no com um dos dois chefes derrotados da Paleta de Namer, onde se lê o nome de Wa-Shi.

8 Iry-Hor ???? a.C. ???? a.C. Reinou em Hieracompolis. Foi enterrado na tumba B1-B2 da necrópole de Umm el-Qaab, Abydos.

9 Serket I ???? a.C. 3225 a.C.

10 Ka Sheken 3250 a.C. 3225 a.C. Reinou em Hieracompolis. Na sua tumba de Abydos, se encontraram jarras cilíndricas de cerâmica donde figura seu nome: Hórus Ka.

11 Serket II 3225 a.C. 3200 a.C. O Rei Escorpião O seu nome figura na cabeça da maça de Hieracômpolis.

- Crocodilo ???? a.C. 3150 a.C. Considerado usurpador, governou o Delta ou parte dele, na província de Tarkhan, na época de Narmer.
12 Narmer 3200 a.C. 3150 a.C. Primeiro unificador do Alto e Baixo Egito.

Período Dinástico (3150-30 a.C.)

 Época Arcaica ou Tinita (3150-2687 a.C.)

I dinastia (3150-2926 a.C.)

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Menés (Hórus Aha) 3150 a.C. 3100 a.C. Possivelmente filho de Narmer, consolidou a unificação do Egito. Manteve relações com a Fenícia, fez guerra contra a Líbia e a Núbia, iniciou a construção de Mênfis, canais e barragens no Nilo.

2 Djer 3100 a.C. 3055 a.C. Fez-se enterrar com grande parte de sua corte.

3 Djet 3055 a.C. 3050 a.C. Expedições ao Mar Vermelho e ao Deserto Oriental.

4 Meryt-Neith 3050 a.C. 3045 a.C. Regente

5 Den (Udimu) 3045 a.C. 2995 a.C. Primeiro a usar o título de Rei do Alto e Baixo Egito.

6 Anedjib 2995 a.C. 2969 a.C. Realizou uma expedição militar contra os nômades.

7 Semerkhet 2969 a.C. 2960 a.C. Considerado por alguns pesquisadores como usurpador, perseguiu a memória de Anedjib.

8 Qa’a 2960 a.C. 2926 a.C. Último faraó a fazer-se enterrar com alguns cortesãos.

 II dinastia (2926-2686 a.C.)

# Nome Início do governo Fim do governo Notas

1 Hotepsekhemwy 2926 a.C. 2888 a.C. Em seu reinado deixa-se de usar as tabuletas epônimas da I Dinastia.

2 Raneb (Nebré) 2887 a.C. 2848 a.C. Primeiro faraó a incluir o nome Rá em sua onomástica.

3 Nynetjer 2847 a.C. 2800 a.C. No seu reinado ficou decidido que as mulheres poderiam exercer o poder real.

4 Weneg 2799 a.C. 2792 a.C. Começam as crises dinásticas e lutas internas.

5 Senedj 2791 a.C. 2781 a.C. O Egito volta a se dividir em nomos independentes.

6 Sneferka 2780 a.C. 2772 a.C.

7 Neferkare I Aaka 2771 a.C. 2766 a.C.

8 Neferkasokar 2765 a.C. 2757 a.C.

- Hudjefa I 2765 a.C. 2754 a.C.

9 Sekhemib Seth-Peribsen 2753 a.C. 2727 a.C. Derrota os reis do Baixo Egito.

- Ba 2726 a.C. 2714 a.C.

2 Khasekhem 2714 a.C. 2687 a.C. Sufoca outra rebelião de forma sangrenta. Consolidação definitiva da unificação egípcia.

Antigo Reino Menfita (2686-2175 a.C.)

 III dinastia (2686-2667 a.C.)

# Nome Início do governo Fim do governo Notas

1 Sanakht 2686 a.C. 2667 a.C. Restabelece a situação do país.

2 Djoser 2667 a.C. 2648 a.C. Erige o primeiro grande complexo funerário, em pedra, com a Pirâmide Escalonada de Saqqara, projetada por seu vizir Imhotep.

3 Sekhemkhet 2648 a.C. 2640 a.C. Inicia a construção de um novo complexo funerário em Saqqara.

- Hudjefa (II) ???? a.C. ???? a.C.

4 Khaba 2640 a.C. 2637 a.C. A ele se atribui a pirâmide estratificada inacabada em Zawyet el-Aryan.

5 Huni 2637 a.C. 2613 a.C. Atribui-se a ele a construção da pirâmide de Meydun.

 IV dinastia (2613-2494 a.C.)

# Nome Início do governo Fim do governo Notas

1 Snefru 2613 a.C. 2589 a.C. Constrói as grandes pirâmides de Dashur, termina a de Meydun e várias menores. Expedições bélicas contra a Núbia e a Líbia.

2 Khufu (Kheops) 2589 a.C. 2566 a.C. A ele é creditado a construção da Grande Pirâmide de Gizé e do complexo funerário anexo.

3 Khawab 2566 a.C. 2566 a.C.

4 Djedefre (Redjedef) 2566 a.C. 2558 a.C. Atribuem-no a pirâmide inacabada de Abu Roash. Primeiro faraó da dinastia a usar Rá em seu nome.

5 Khafre (Khefren) 2558 a.C. 2532 a.C. Atribuem-no o complexo funerário, a segunda pirâmide e a Esfinge de Gizé.

- Ba(w)fre 2532 a.C. 2532 a.C. Provavelmente nunca chegou a reinar.

6 Djedefhor 2532 a.C. 2532 a.C. Provavelmente Co-Regente. Considerado sábio e adivinho no Canto do Harpista.

7 Baka (Bikare) 2532 a.C. 2528 a.C. Filho mais velho de Djedefre. Atribuem-no uma pirâmide inacabada em Zawyet el-Aryan.

8 Menkaure (Mykerinos) 2528 a.C. 2500 a.C. Atribuem-no o complexo funerário e a terceira pirâmide de Gizé. Cresce o poder e a influência do clero de Rá.

9 Shepseskef 2500 a.C. 2495 a.C. Conflito com os sacerdotes de Rá. Abandonam-se os símbolos solares funerários. Grande mastaba no sul de Saqqara

- Dedefptah Tamphthis 2495 a.C. 2493 a.C.

 V dinastia (2493-2344 a.C.)

# Nome Início do governo Fim do governo Notas

1 Weserkaf 2493 a.C. 2486 a.C. Chegou ao poder com a ajuda dos sacerdotes de Heliópolis, e ordenou doar muitas terras e bens ao clero. Primeiro faraó a erigir um templo solar. Primeiras relações com os povos do Egeu.

2 Sahure 2486 a.C. 2474 a.C. Manteve uma ativa relação comercial e diplomática com o Oriente Próximo.

3 Neferirkare I Kakay 2474 a.C. 2454 a.C. Patrocinou, de forma excludente, o culto solar.

4 Shepseskare 2454 a.C. 2447 a.C. Parece não existir vínculos familiares entre ele e o resto da dinastia.

5 Neferefre (Reneferef) 2447 a.C. 2444 a.C. Inicia a colonização do Sinai e da Baixa Núbia.

6 Nyuserre Ini 2444 a.C. 2420 a.C. O culto solar alcança seu clímax.

7 Menkauhor 2420 a.C. 2413 a.C. Descentralização administrativa.

8 Djedkare Isesi 2413 a.C. 2374 a.C. Criou o cargo de vizir do Sul para o Alto Egito. Composição das Máximas de Ptahotep.

9 Unas (Wenis) 2374 a.C. 2344 a.C. Surgem os Textos das Pirâmides. Prosseguiu a política de relações com Biblos e Kush.

VI dinastia (2344-2175 a.C.)

# Nome Início do governo Fim do governo Notas

1 Teti 2344 a.C. 2323 a.C. Continuou a política de seus antecessores. Os nomarcas adquirem prerrogativas próprias do faraó.

2 Weserkare 2323 a.C. 2321 a.C. Possível usurpador.

3 Pepi I 2321 a.C. 2287 a.C. Soberano enérgico e empreendedor, último grande rei do Antigo Reino, eficaz guerreiro e construtor.

4 Merenre Nemtyemsaf I 2287 a.C. 2278 a.C. Continua a política expansionista na Núbia e realiza expedições ao Punt.

5 Pepi II 2278 a.C. 2184 a.C. Seu longo reinado, o maior da História, provocou a decadência do poder real e a ascensão dos nomarcas.

6 Merenre Nemtyemsaf II 2184 a.C. 2184 a.C. O culto solar alcança seu clímax.

7 Nitekreti (Nitókris) 2184 a.C. 2182 a.C. Primeira mulher-faraó conhecida nas listas reais, descrita como a mais bela e nobre da época. Sua existência ainda é incerta.

8 Neferka, o Filho 2182 a.C. 2181 a.C.

9 Nefer 2181 a.C. 2180 a.C. Citado pelo Cânon de Turim.

10 Ibi (Aba) 2180 a.C. 2176 a.C. Citado pelo Cânon de Turim.

11 [...] [...] 2176 a.C. 2175 a.C. Citado pelo Cânon de Turim, o seu nome está ilegível.

 Primeiro Período Intermédio: A Época "Feudal" (2175-2040 a.C.)

 VII dinastia (2175-2165 a.C.)

Maneton refere a existência de setenta reis em setenta dias, o que pretende aludir à instabilidade política. Conhece-se pouco sobre os reis desta dinastia.
# Nome Início do governo Fim do governo Notas

1 Netjerikare 2175 a.C. ???? a.C.

2 Menkare ???? a.C. 2171 a.C.

3 Neferkare (II), o Menino 2171 a.C. ???? a.C. Citado pela Lista Real de Abydos.

4 Neferkare Neby ???? a.C. ???? a.C. Possivelmente filho de Pepi II ( VI Dinastia) e da rainha Ankhesenpepi II.

5 Djedkare Shemay ???? a.C. ???? a.C. Mencionado na Lista Real de Abydos.

6 Neferkare (IV) Khendu ???? a.C. ???? a.C. Mencionado na Lista Real de Abydos.

7 Merenhor ???? a.C. ???? a.C.

8 Neferkamin ???? a.C. ???? a.C.

9 Nykare (I) ???? a.C. ???? a.C. Mencionado na Lista Real de Abydos.

10 Neferkare Tereru ???? a.C. ???? a.C. Mencionado na Lista Real de Abydos.

11 Neferkahor ???? a.C. 2165 a.C. Mencionado na Lista Real de Abydos e num cilindro real.

 VIII dinastia (2165-2140 a.C.)

Também não se conhece muito sobre os reis desta dinastia. Muitos tomam o nome Neferirkaré, possivelmente em referência ao rei Pepi II.

# Nome Início do governo Fim do governo Notas

1 Neferkare Papiseneb, o Jovem 2165 a.C. 2161 a.C. Mencionado na Lista Real de Abydos e no Cânon de Turim.

2 Neferkamin Anu 2161 a.C. 2159 a.C. Mencionado na Lista Real de Abydos e no Cânon de Turim.

3 Qakare Ibi 2159 a.C. 2155 a.C. Mencionado na Lista Real de Abydos, no Cânon de Turim e em grafitos na Núbia. Foi enterrado em Saqqara.

4 Neferkaure 2155 a.C. 2154 a.C. Mencionado na Lista Real de Abydos.

5 Neferkauhor Khwiwihepu 2154 a.C. 2153 a.C. A filha mais velha do rei se casa com o vizir do Alto Egito, chamado Shemai.

6 Neferirkare II 2153 a.C. 2152 a.C.

7 Sekhemkare 2152 a.C. ???? a.C. Mencionado pelo Papiro Berlin 10523.

8 Wadjikare II ???? a.C. ???? a.C. É cultuado pelo povo após sua morte.

9 Iti ???? a.C. ???? a.C.

10 Imhotep ???? a.C. ???? a.C.

11 Hotep ???? a.C. ???? a.C.

11 Khwi ???? a.C. ???? a.C. Governante local no centro do Egito.

11 Isu ???? a.C. ???? a.C. Mencionado em um grafito.

11 Iitjenu ???? a.C. 2140 a.C.

 IX dinastia

Kheti I (Aktoés)

Merikaré

Neferkaré VII

Kheti II

Kheti III

Kheti IV

X dinastia

Kheti V

Kheti VI

Kheti VII

 XI dinastia

A XI dinastia divide-se entre o fim do Primeiro Período Intermediário e o começo do Império Médio.

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Mentuhotep I 2134 a.C. ?

2 Antef I 2134 a.C. 2117 a.C.

3 Antef II 2117 a.C. 2069 a.C.

4 Antef III 2069 a.C. 2060 a.C.


 Médio Reino Tebano (2040-1773 a.C.)

 XI dinastia

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

5 Mentuhotep II 2060 a.C. 2010 a.C.

6 Mentuhotep III 2010 a.C. 1998 a.C.

7 Mentuhotep IV 1998 a.C. 1991 a.C.

XII dinastia

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Amenemhat I 1991 a.C. 1962 a.C.

2 Senuseret I 1971 a.C. 1926 a.C.

3 Amenemhat II 1926 a.C. 1895 a.C. O Grande

4 Senuseret II 1895 a.C. 1878 a.C.

5 Senuseret III 1878 a.C. 1860 a.C.

6 Amenemhat III 1860 a.C. 1815 a.C.

7 Amenemhat IV 1815 a.C. 1807 a.C.

8 Neferusobek 1807 a.C. 1803 a.C.

 Segundo Período Intermédio: O Domínio Hicso (1785-1550 a.C.)

XIII dinastia

A ordem dos reis deve ser encarada com cautela, variando conforme os especialistas.

Ugaf

Amenemhat-Senefeb

Khutaui

Amenemhat V

Sehetepibré II

Iufni

Amenemhat VI

Semenkaré

Sehetepibré

Seaudjkaré

Nedjemibré

Sebek-hotep I

Reniseneb

Hor I

Amenemhat VII

Sebek-hotep II

Khendjer

Imirá-mechá

Antef IV

Set

Sebek-hotep III

Neferhotep I

Sihathor

Sebek-hotep IV

Sebek-hotep V

Iaib

Ai

Ini I

Seaudjitu

Ined

Hori

Sebek-hotep VI

Dedumesiu I

Ibi

Hor II

Sé... karé

Senebmiu

Sekhaenré I

Merikheperré

Merikaré

Ameni

Abai

Aaqen (Aaken)

Hornedjheritef

Neferhotep II

Senuseret IV

Mentuemsaf

Dedumesiu II

Neferhotep III

Mentuhotep V

Nerkaré

Usermontu

Sebek-hotep VII

Ini II

Mentuhotep VI

Senaaib

Sebek-hotep VIII

Uepuauetemsaf

XIV dinastia

Nehesi

Khatiré

Nebfauré

Sehebré

Merdjefaré

Seaudjkaré

Nebdjefaré

Uebenré

...djefaré

...uebenré

Autibré

Heribré

Nebsenré

Sekheperenré

Djekheruré

Seankhibré

Kanefertemré

Sekhem...ré

Kakemuré

Neferibré

Kha...ré

Ankhkaré

Semenré

Djedkaré

Hepu

Anati

Bebnem

 XV dinastia

Esta dinastia é composta por reis Hicsos que governaram entre aproximadamente 1650 - 1550. Os reis desta dinastia governaram ao mesmo tempo que alguns reis da XIII, XIV e XVI. A ordem dos reis apresentada pode não corresponder à real ordem de sucessão, difícil de estabelecer.
Salites (Charek)

Khaian

Apopi I

Khamudi

Sekhaenré II

Chechi

Iakub-Hor

Apopi II

Aa-sh-Ra

XVI dinastia

Esta dinastia é composta por alguns reis de origem estrangeira, pertencentes aos Hicsos, que foram contemporâneos aos reis da XV dinastia. A ordem apresentada não reflecte necessariamente a sucessão destes reis.
Anat-Her

Useranat

Semken

Uasa*Zaket

Kar

Pepi III

Bebankh

Nebmaré

Nikaré II

Ahotepré

Aneteriré

Nubankhré

Nubuserré

Khauserré*Iakub-Baal

Iakbam

Ioam

Amu

XVII dinastia

A XVII dinastia estava sediada em Tebas, não dominando todo o Egipto. Os últimos reis desta dinastia iniciaram o combate que levaria à expulsão dos Hicsos.
# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Antef V 1625 a.C. 1622 a.C.

2 Rahotep 1622 a.C. 1619 a.C.

3 Sebekemsaf I 1619 a.C. 1602 a.C.

4 Mentuhotep VII 1602 a.C. 1601 a.C.

5 Nebirau I 1601 a.C. 1601 a.C.

6 Nebirau II 1601 a.C. 1582 a.C.

7 Semenenra 1582 a.C. 1582 a.C.

8 Seuserenra 1580 a.C. 1580 a.C.

9 Sebekemsaf II 1582 a.C. 1570 a.C.

10 Antef VI 1570 a.C. 1560 a.C.

11 Antef VII 1560 a.C. 1560 a.C.

12 Taá I 1560 a.C. 1560 a.C. O Antigo

13 Taá II 1560 a.C. 1554 a.C.

14 Kamés 1554 a.C. 1550 a.C.

Novo Reino Tebano (1550-1069 a.C.)

XVIII dinastia

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Ahmés 1550 a.C. 1525 a.C.

2 Amen-hotep I 1541 a.C. 1520 a.C.

3 Tutmés I 1520 a.C. 1492 a.C.

4 Tutmés II 1492 a.C. 1479 a.C.

5 Tutmés III 1479 a.C. 1425 a.C.

6 Hatchepsut 1473 a.C. 1458 a.C. Primeira rainha-faraó do Egito.

7 Amen-hotep II 1425 a.C. 1400 a.C.

8 Tutmés IV 1400 a.C. 1390 a.C.

9 Amen-hotep III 1390 a.C. 1352 a.C.

10 Amen-hotep IV Akhenaton 1352 a.C. 1334 a.C.

11 Smenkhkare 1334 a.C. 1333 a.C.

12 Tutankamon 1333 a.C. 1324 a.C.

13 Ay 1324 a.C. 1320 a.C.

14 Horemheb 1320 a.C. 1292 a.C.

 XIX dinastia

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Ramsés I 1292 a.C. 1290 a.C.

2 Seti I 1290 a.C. 1279 a.C.

3 Ramsés II 1279 a.C. 1213 a.C. O Grande

4 Merenptah 1213 a.C. 1203 a.C.

5 Amenmesés 1203 a.C. 1200 a.C.

6 Seti II 1203 a.C. 1197 a.C.

7 Siptah 1197 a.C. 1191 a.C.

8 Tauseret 1191 a.C. 1190 a.C.

XX dinastia

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Setnakht 1190 a.C. 1186 a.C.

2 Ramsés III 1186 a.C. 1155 a.C.

3 Ramsés IV 1155 a.C. 1149 a.C.

4 Ramsés V 1149 a.C. 1145 a.C.

5 Ramsés VI 1145 a.C. 1137 a.C.

6 Ramsés VII 1137 a.C. 1130 a.C.

7 Ramsés VIII 1130 a.C. 1129 a.C.

8 Ramsés IX 1129 a.C. 1111 a.C.

9 Ramsés X 1111 a.C. 1107 a.C.

10 Ramsés XI 1107 a.C. 1077 a.C.

 Terceiro Período Intermédio: A Baixa Época (1069-715 a.C.)

XXI dinastia

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Smendes 1077 a.C. 1051 a.C.

2 Amenemnesu 1051 a.C. 1047 a.C.

3 Psusennes I 1047 a.C. 1001 a.C.

4 Amenemope 1001 a.C. 992 a.C.

5 Osorkon 992 a.C. 986 a.C. O Velho

6 Siamon 986 a.C. 967 a.C.

7 Psusennes II 967 a.C. 943 a.C.

 XXII dinastia

Esta dinastia é de origem líbia, tendo governado o Egipto em paralelo com a XXIII, XXIV e XXV dinastias.
# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Chechonk I 943 a.C. 922 a.C.

2 Osorkon I 922 a.C. 887 a.C.

3 Chechonk II 887 a.C. 885 a.C.

4 Takelot I 885 a.C. 872 a.C.

5 Osorkon II 872 a.C. 837 a.C.

6 Chechonk III 837 a.C. 798 a.C.

7 Chechonk IV 798 a.C. 785 a.C.

8 Pami 785 a.C. 778 a.C.

9 Chechonk V 778 a.C. 740 a.C.

10 Osorkon IV 740 a.C. 720 a.C.

 XXIII dinastia

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Takelot II 837 a.C. 826 a.C.

2 Padibastet 826 a.C. 801 a.C.

3 Iuput 812 a.C. 811 a.C.

4 Chechonk VI 801 a.C. 795 a.C.

5 Osorkon III 795 a.C. 773 a.C.

6 Takelot III 773 a.C. 765 a.C.

7 Rudamon 765 a.C. 762 a.C.

 XXIV dinastia

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Tefnakht 732 a.C. 725 a.C.

2 Uahkara-Bakenrenef 725 a.C. 720 a.C.

 XXV dinastia

Dinastia de reis de Napata de origem cuchita que reinaram no Egito antigo
# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Pié 752 a.C. 721 a.C.

2 Chabaka 721 a.C. 707 a.C.

3 Chabataka 707 a.C. 690 a.C.

4 Taharka 690 a.C. 664 a.C.

5 Tanutamon 664 a.C. 653 a.C.
Época Saíta (715-525 a.C.)

 XXVI dinastia

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Necho I 672 a.C. 664 a.C.

2 Psamético I 664 a.C. 610 a.C.

3 Necho II 610 a.C. 595 a.C.

4 Psamético II 595 a.C. 589 a.C.

5 Apriés 589 a.C. 570 a.C.

6 Amásis 570 a.C. 526 a.C.

7 Psamético III 526 a.C. 525 a.C.

Período Persa (525-332 a.C.)

 XXVII dinastia

Esta dinastia é composta pelos reis persas que governaram o Egipto durante o primeiro período de dominação persa.
# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Cambises 525 a.C. 521 a.C.

2 Dário I 521 a.C. 485 a.C. O Grande

3 Xerxes I 485 a.C. 445 a.C. O Grande

4 Artexerxes I 445 a.C. 423 a.C.

5 Dário II 423 a.C. 405 a.C.

 XXVIII dinastia

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Amirteus 404 a.C. 399 a.C.

 XXIX dinastia

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Neferités I 399 a.C. 393 a.C.

2 Psamitus 393 a.C. 393 a.C.

3 Hakor 393 a.C. 380 a.C.

4 Neferités II 380 a.C. 380 a.C.

 XXX dinastia

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Nectanebo I 380 a.C. 362 a.C.

2 Teos 362 a.C. 360 a.C.

3 Nectanebo II 360 a.C. 343 a.C.

XXXI dinastia

Esta dinastia é constituída por reis persas que governaram o Egipto no segundo período de dominação persa.

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Artaxerxes II 343 a.C. 338 a.C.

2 Artaxerxes III Arses 338 a.C. 336 a.C.

3 Dário III 336 a.C. 332 a.C.

Época Greco-Romana (332-30 a.C.)

 Dinastia Macedónica

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Alexandre I 332 a.C. 323 a.C. O Grande

2 Filipe 323 a.C. 317 a.C.

3 Alexandre II 317 a.C. 309 a.C.

 Dinastia Lágida

# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas

1 Ptolemeu I Sóter 305 a.C. 285 a.C. Governa conjuntamente com a esposa, Berenice I.

2 Berenice I ? 285 a.C. Governa conjuntamente com o esposo, Ptolemeu I.

3 Ptolemeu II Filadelfo 285 a.C. 246 a.C. Governa conjuntamente com as suas esposas, Arsínoe I e Arsínoe II.

4 Arsínoe I 284 a.C. 274 a.C. Governa conjuntamente com o esposo, Ptolemeu II, e a sua segunda esposa, Arsinoé II.

5 Arsínoe II 277 a.C. 270 a.C. Governa conjuntamente com o esposo, Ptolemeu II, e a primeira esposa deste, Arsínoe I.

6 Ptolemeu III Evérgeta I 246 a.C. 222 a.C. Governa conjuntamente com a sua esposa, Berenice II.

7 Berenice II 244 a.C. 222 a.C. Governa conjuntamente com o seu esposo, Ptolemeu III

8 Ptolemeu IV Filopator 222 a.C. 204 a.C. Governa conjuntamente com a sua esposa, Arsínoe III.

9 Arsínoe III 220 a.C. 204 a.C. Governa conjuntamente com o esposo, Ptolemeu IV.

10 Ptolemeu V Epifânio 204 a.C. 180 a.C. Governa conjuntamente com a sua esposa, Cleópatra I.

11 Cleópatra I 193 a.C. 176 a.C. Governa conjuntamente com o seu esposo, Ptolemeu V.

12 Ptolemeu VI Filometor 180 a.C. 164 a.C. Governa pela primeira vez, e conjuntamente com a sua esposa, Cleópatra II e com Ptolemeu VIII.

13 Cleópatra II 173 a.C. 164 a.C. Governa pela primeira vez, e conjuntamente com o seu primeiro esposo,
Ptolemeu VI, e com Ptolemeu VIII.

14 Ptolemeu VIII Evérgeta II 171 a.C. 163 a.C. Governa conjuntamente com Ptolemeu VI e Cleópatra II

12 Ptolemeu VI Filometor 163 a.C. 145 a.C. Governa pela segunda vez, e ainda conjuntamente com Cleópatra II.

13 Cleópatra II 163 a.C. 127 a.C. Governa ainda conjuntamente com Ptolemeu VI. Após a morte deste, em 145 a.C., casa-se com Ptolemeu VIII. Em 131 a.C, Cleópatra organiza uma revolta contra Ptolemeu, e destrona-o, passando a governar sozinha.
 
 

15 Ptolemeu VII Neos Filopator 145 a.C. 144 a.C. Filho de Ptolemeu VIII e de Cleópatra II. Foi eleito co-governante pelo pai, e mais tarde, governou sob regência da mãe.

14 Ptolemeu VIII Evérgeta II 145 a.C. 131 a.C. Governa pela segunda vez, conjuntamente com a sua primeira esposa, Cleópatra II, e, mais tarde, com a sua segunda esposa, Cléopatra III.

16 Cleópatra III 142 a.C. 131 a.C. Governa conjuntamente com o esposo, Ptolomeu VIII.

14 Ptolemeu VIII Evérgeta II 127 a.C. 116 a.C. Governa pela terceira vez, e desta vez conjuntamente com a sua segunda esposa, Cleópatra III.

16 Cleópatra III 127 a.C. 107 a.C. Governa pela segunda vez, conjuntamente com Ptolemeu VIII.

13 Cleópatra II 124 a.C. 116 a.C. Governa pela terceira vez. Reconcilia-se com Ptolemeu VIII e governa conjuntamente com este e com Cleópatra III.

17 Ptolemeu IX Sóter II 116 a.C. 110 a.C. Governa pela primeira vez, conjuntamente com a esposa, Cleópatra IV.

18 Cleópatra IV 116 a.C. 115 a.C. Governa conjuntamente com o esposo, Ptolemeu IX.

19 Ptolemeu X Alexandre I 110 a.C. 109 a.C. Filho de Ptolemeu VIII e de Cleópatra III. Governa pela primeira vez.

17 Ptolemeu IX Sóter II 109 a.C. 107 a.C. Governa pela segunda vez.

19 Ptolemeu X Alexandre I 107 a.C. 88 a.C. Governa pela segunda vez.

17 Ptolemeu IX Sóter II 88 a.C. 81 a.C. Governa pela terceira vez.

20 Berenice III 81 a.C. 80 a.C. Foi forçada a casar com Ptolemeu XI; foi assassinada 19 dias após o casamento, segundo as ordens do marido.

21 Ptolemeu XI Alexandre II 80 a.C. 80 a.C. Filho de Ptolemeu X, governou durante 80 dias, antes de ser castigado pelos cidadãos, devido ao assassinato de Berenice III.

22 Ptolemeu XII Neos Dionisos 80 a.C. 58 a.C. Governa pela primeira vez, conjuntamente com a sua esposa, Cleópatra V.

23 Cleópatra V ? 57 a.C. Governa conjuntamente com o seu esposo, Ptolemeu XII.

24 Cleópatra VI ? 58 a.C. Filha de Ptolemeu XII e de Cleópatra V. Irmã de Berenice IV.

25 Berenice IV 58 a.C. 55 a.C. Filha de Ptolemeu XII e de Cleópatra V. Irmã de Cleópatra VI.

22 Ptolemeu XII Neos Dionisos 55 a.C. 51 a.C. Governa pela segunda vez.

26 Cleópatra VII 51 a.C. 30 a.C. Governa conjuntamente com o pai, Ptolemeu XII; com o irmão, Ptolemeu XIII; com o seu irmão e marido, Ptolemeu XIV, e com o filho, Ptolemeu XV.

27 Ptolemeu XIII 51 a.C. 47 a.C. Irmão de Cleópatra VII.

28 Arsínoe IV 48 a.C. 47 a.C. Em oposição a Cleópatra VII.

29 Ptolemeu XIV 47 a.C. 44 a.C. Irmão de Cleópatra VII e de Ptolemeu XIII.

30 Ptolemeu XV Césarion 44 a.C. 30 a.C. Filho de Cleópatra VII. Foi o último faraó do Antigo Egito.








Esfinge



Esfinge











mascara mortuaria de Tutancámon





Sarcófago de Tutancâmon






Nefertite Esposa de Akhenaton




Akhenaton pai de Tutancámon



















                                       ()                                 







O Antigo Egito manteve-se como uma das civilizações mais avançadas do mundo por cerca de 3.000 anos e criou uma cultura tão rica que gerou o seu próprio campo de estudo: a egiptologia. A arte, a arquitetura e a religião egípcia tornaram-se objetos duradouros da nossa fascinação e ainda há muita coisa que nós não sabemos sobre os famosos construtores das pirâmides. Desde o primeiro tratado de paz que se tem notícia até  a paixão dos faraós por antigos jogos de tabuleiro, nessa postagem descobriremos 11 fatos surpreendentes sobre o presente do Nilo.

1 – Cleópatra não era egípcia

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Junto com  Tutancâmon, talvez nenhuma figura associada com o Egito Antigo seja mais famosa do que Cleópatra VII. Nascida em Alexandria, Cleópatra era, na verdade, parte de uma longa linhagem de gregos macedônios originalmente descendentes de Ptolomeu I, um dos generais de confiança de ​​Alexandre, o Grande. A dinastia ptolomaica governou o Egito de 323 a 30 a.C, sendo que a maioria de seus líderes permaneceu em grande parte grega em sua cultura e sensibilidade. Cleópatra era famosa por ser um dos primeiros membros da dinastia ptolemaica que realmente falava a língua egípcia.


2 – Os antigos egípcios fizeram um dos primeiros tratados de paz da história
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Por mais de dois séculos, os egípcios lutaram contra o império hitita pelo  controle das terras do que é hoje a moderna Síria. O conflito deu origem a confrontos sangrentos como a Batalha de Kadesh, em 1274 a.C. Lá pela época do faraó Ramsés II,  nenhum dos lados tinha conseguido subjugar o outro. Os egípcios e os hititas passaram a enfrentar ameaças de outros povos, então, em 1259 a.C, Ramsés II e o rei hitita Hatusil III negociaram um famoso tratado de paz. O acordo punha fim ao conflito e decretava que os dois reinos ajudariam um ao outro em caso de uma invasão por terceiros. O tratado egípcio-hitita é agora reconhecido como um dos primeiros acordos de paz da história. Uma cópia dele pode até mesmo ser vista na entrada para a Câmara do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque.


3 – Os antigos egípcios tinham paixão por jogos de tabuleiro

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Depois de um longo dia de trabalho ao longo do rio Nilo, os egípcios muitas vezes relaxavam jogando jogos de tabuleiro. Existiam vários jogos diferentes, incluindo "Mehen" e "Cães e Chacais", porém,  o mais popular talvez tenha sido um jogo de azar conhecido como "Senet." A idade desse passatempo remonta tão longe quanto 3500 a.C. Ele era jogado em uma placa longa com 30 quadrados pintados nela. Cada jogador tinha um conjunto de peças que eram movidas ao longo da placa de acordo com o número indicado por quatro plaquinhas de madeira. Os historiadores ainda se debatem sobre as regras exatas do Senet, mas há pouca dúvida sobre a popularidade do jogo. Pinturas retratam a rainha Nefertari jogando Senet e faraós, como Tutancâmon, tinham tabuleiros do jogo enterrados com eles em suas tumbas.


4 – As mulheres egípcias tinham uma ampla gama de direitos e liberdades

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Embora possam ter sido publicamente e socialmente vistas como inferiores aos homens, as mulheres egípcias desfrutavam de uma grande dose de independência jurídica e financeira. Elas podiam comprar e vender bens, atuar como membros de um júri, fazer testamentos e até mesmo assinar contratos legais. As mulheres do Antigo Egito não costumavam trabalhar fora de casa, mas quando o faziam, elas geralmente recebiam um salário equivalente ao dos homens, quando realizavam o mesmo trabalho. Ao contrário das mulheres da Grécia antiga, que eram efetivamente  propriedade de seus maridos, as mulheres egípcias também tinham o direito de se divorciar e de se casar novamente. Os casais egípcios são conhecidos por negociar um antigo acordo pré-nupcial. Esses contratos listavam todos os bens e riquezas que a mulher havia trazido para o casamento e garantiam que ela  seria compensada, no caso de um divórcio.


5 – Os trabalhadores do Antigo Egito organizavam greves
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Mesmo considerando o faraó uma espécie de deus vivo, os trabalhadores egípcios não tinham medo de protestar por melhores condições de trabalho. O exemplo mais famoso vem do século XII a.C, no Império Novo, durante o reinado do faraó Ramsés III. Quando os trabalhadores envolvidos na construção da necrópole real em Deir el-Medina não receberam seu pagamento habitual de grãos, eles organizaram uma das primeiras greves registradas da história. Os operários simplesmente entravam nos templos mortuários próximos e lá ficavam sentados, se recusando a sair até que suas queixas fossem ouvidas. A estratégia funcionou; eles acabaram recebendo os salários atrasados.


6 – Os faraós geralmente eram gordos

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A arte egípcia geralmente retrata os faraós como tendo corpos esculturais, mas é provável que não tenha sido bem assim. A dieta egípcia de cerveja, vinho, pão e mel, era rica em açúcar, e estudos mostram que ela pode ter feito um estrago nas cinturas reais do Antigo Egito. Exames em múmias indicaram que muitos governantes egípcios eram doentes, acima do peso e que muitos deles sofriam de diabetes. Um exemplo notável é a lendária rainha Hatshepsut, que viveu no século XV a.C, seu sarcófago a retrata como esbelta e atlética, mas os historiadores acreditam que ela era, na verdade, gorda e com pouco cabelo.


7 – As pirâmides não foram construídas por escravos

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A vida de um construtor de pirâmides certamente não era fácil. Os esqueletos dos trabalhadores dessas construções mostram comumente sinais de artrite e de outras doenças laborais, mas as evidências sugerem que os túmulos dos faraós  foram construídos não por escravos, mas por trabalhadores pagos. Essa antiga massa de trabalho da construção era formada por artesãos qualificados e por trabalhadores temporários que pegavam no pesado. Alguns deles parecem ter tido muito orgulho por seu ofício. Desenhos encontrados perto dos monumentos sugerem que muitas vezes os trabalhadores davam nomes humorísticos aos seus grupos, como os "Bêbados de Miquerinos" ou os "Amigos de Khufu." A ideia de que escravos construíram as pirâmides ao estalo de um chicote, foi evocada pela primeira vez pelo historiador grego Heródoto, no século V a.C, mas a maioria dos historiadores modernos a rejeita, considerando-a um mito. Contudo, os antigos egípcios certamente não eram contrários a manter escravos, tudo indica que eles eram usados principalmente nas lavouras e como servos domésticos.

Veja também: 10 mitos sobre o Antigo Egito


8 – Tutancâmon pode ter sido morto por um hipopótamo

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Pouco se sabe sobre a vida do faraó menino Tutancâmon, mas alguns historiadores acreditam que sabem como ele morreu. Tomografias do corpo do jovem monarca mostram que ele foi embalsamado sem o seu coração ou sem  a sua parede torácica. Esse desvio drástico da prática tradicional do sepultamento egípcio, sugere que ele pode ter sofrido uma lesão horrível antes de sua morte. De acordo com um punhado de egiptólogos, uma das causas mais prováveis ​​para esta ferida teria sido a mordida de um hipopótamo. As evidências indicam que os egípcios caçavam esse animais por esporte, e estátuas encontradas na tumba de Tutancâmon o retratam no ato de atirar uma lança. Se o faraó menino, de fato apreciava caçar hipopótamos, então talvez, sua morte tenha sido o resultado de uma caçada que deu errado.


9 – Alguns médicos egípcios se especializavam em certos campos da medicina
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Um antigo médico  geralmente era pau para toda obra, mas existem provas de que os médicos egípcios, por vezes, se focavam no tratamento de apenas uma parte do corpo humano. Essa forma inicial de especialização médica foi observada pela primeira vez em 450 a.C pelo viajante e historiador Heródoto. Descrevendo a medicina egípcia, ele escreveu: "Cada médico é curandeiro de uma doença e não mais ... alguns dos olhos, alguns dos dentes, outros do que se refere à barriga." Esses especialistas egípcios tinham nomes específicos. Dentistas eram conhecidos como "os médicos dos dentes", já o termo para proctologista se traduz literalmente como "pastor do ânus."


10 – Os antigos egípcios criavam e adestravam animais de estimação
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Os egípcios viam os animais como encarnações dos deuses e foram uma das primeiras civilizações a manter animais de estimação. Eles gostavam particularmente  de gatos, que eram associados com a deusa Bastet, mas também reverenciavam os falcões, íbis, cachorros, leões e babuínos. Esses animais ocupavam um lugar especial no lar egípcio e muitas vezes eram mumificados e enterrados com seus donos depois de terem morrido. Outras criaturas eram especialmente treinadas para trabalhar como animais auxiliares. Policiais egípcios, por exemplo, eram conhecidos por usar cães e macacos treinados para ajudá-los quando em patrulha.


11 – Egípcios de ambos os sexos usavam maquiagem
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A vaidade é tão antiga quanto a civilização e os antigos egípcios não eram exceção. Tanto homens como mulheres eram conhecidos por usar grandes quantidades de maquiagem, que segundo a crença, dava-lhes a proteção dos deuses Hórus e Rá. Esses cosméticos eram feitos por moagem de minérios como malaquita e galena em uma substância chamada Kohl. Em seguida, eram aplicados ao redor dos olhos com utensílios feitos de madeira, osso e marfim. As mulheres também enfeitavam suas bochechas com tinta vermelha e usavam henna para colorir as mãos e unhas; ambos os sexos usavam perfumes feitos a partir de óleos, mirra e canela. Os egípcios acreditavam que sua maquiagem tinha poderes mágicos de cura e não estavam totalmente errados: pesquisas comprovaram que os cosméticos à base de chumbo usados ​​ao longo do Nilo, realmente ajudavam a evitar infecções oculares.

22 antigas e raras fotografias das pirâmides do Egito
Hoje, com as facilidades da fotografia, há provavelmente milhões de belas imagens das Grandes Pirâmides de Gizé, no entanto, nesta postagem, vamos dar uma olhada em algumas das fotografias mais raras e mais antigas desses incríveis e misteriosos monumentos do Antigo Egito. Nosso objetivo é mostrar  algumas fotografias das  pirâmides que talvez você nunca tenha visto.


Pirâmides
D. Pedro II junto à Esfinge em sua primeira viagem ao Egito (1871).


Pirâmides
A Esfinge e as Pirâmides de Quefrén e Miquerinos (cerca de 1870 - 1875).


Pirâmides
Beduínos com as Pirâmides de Gizé ao fundo (cerca de 1870 - 1875).


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As Pirâmides de Gizé fotografadas em 1870.


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As pirâmides vistas das margens do rio Nilo (1900).


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Turistas na frente da Esfinge de Gizé (1880).


Pirâmides do Egito
Soldados escoceses na esfinge de Gizé, após sua vitória na batalha de Tel-el-Kebir, durante o conflito anglo-egípcio pelo o controle do Canal de Suez (1882).


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Vista para as Grandes Pirâmides (Cerca de 1870 - 1875).


Pirâmides
Caminho para o Planalto de Gizé (cerca de 1870 - 1875).


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Vilarejo de Kafr, perto das Grandes Pirâmides (Cerca de 1870 - 1875 ).


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Caminho para o Planalto de Gizé (cerca de 1870 - 1875).


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Vista para as Grandes Pirâmides (cerca de 1870 - 1875).


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A enfermeira Bessie Pocock na Esfinge no Egito durante a Primeira Guerra Mundial.


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O coronel Cluny MacPherson do Regimento Real da Terra Nova, no Egito, em setembro de 1915.


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Um grupo de crianças egípcias posa na frente das pirâmides (cerca de 1920).


Pirâmides do Egito
T. M. Moore, que atravessou o deserto da Líbia em uma moto, perto do fim de sua jornada, em frente das  pirâmides (cerca de 1925).


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Bombardeiros-transportadores britânicos voando sobre as pirâmides no deserto egípcio em 1936.

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Um tanque britânico com uma das pirâmides egípcias ao fundo, durante a II Guerra Mundial, em 21 de abril de 1939.


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Membros das forças da Nova Zelândia descansam com seus guias nativos, durante uma visita à Esfinge e às Pirâmides de Gizé (cerca de 1940).


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Um avião de transporte da Força Aérea do Exército Americano voa sobre as pirâmides do Egito, carregado com suprimentos de guerra em 1943.


Pirâmides
Um fotógrafo tira uma fotografia de turistas em Gizé,  na frente da grande pirâmide de Quéops (cerca de 1950).


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Um muçulmano em seu momento de oração com as pirâmides como pano de fundo (cerca de 1955).

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