quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A Arte da Antiguidade - Arte Egípcia (Continuação)


 
NOVO IMPÉRIO

O Novo Império (1570 - 715 a.C.) começou com a XVIII dinastia e foi uam época de grande poder, riqueza e influência. Deu-se novamente a unificação do Egipto e a arte volta a ter mais uma das suas épocas de ouro, com um novo começo em que se vão reavivar as tradições do passado e em que as forças criadoras vão erguer vários edifícios de pedra de construção arrojada e que ainda hoje podem ser admirados.
 
- Arquitectura - Quase todos os faraós desta época se preocuparam em ampliar e enriquecer o conjunto de templos de Karnak (figuras em baixo), centro de culto a Amon, ao qual quase todos os monarcas acrescentaram pilones (porta monumental flanqueada por duas torres trapezoidais), que assim se converteu num dos mais impressionantes complexos religiosos da História. A partir da época do Novo Império os templos egípcios começam a seguir uma estrutura clássica. Possuíam um caminho decorado com esfinges, o "dromos", que partia do rio Nilo; antes de se atingir o pilone, várias estátuas colossais do rei ou de deuses, bem como obeliscos, antecediam a porta monumental. Atravessando o pilone encontrava-se um pátio, que era a parte pública do templo egípcio. Ao contrário dos locais de culto das religiões actuais, um templo egípcio só era acessível ao faraó e aos sacerdotes. O pátio era a única zona a que o povo podia aceder mas, mesmo assim, apenas em datas especiais.
 
 
Neste período destacam-se ainda o Templo de Luxor e e o Templo da Rainha Hatshepsut.
Templo da Rainha Hatshepsut
 
     Templo de Luxor
  
 - A escultura alcançou uma nova dimensão e surgiu um estilo cortesão, no qual se combinavam perfeitamente a elegância e a atenção aos pormenores mais delicados; a imobilidade tradicional da arte egípcia desapareceu, as esculturas ganham um maior realismo e naturalismo nas atitudes e nas posições.
 
                                                                                        Busto da Rainha Nefertiti
 
Busto de uma das filhas de Akhenaton         
 
- A pintura predominou na decoração dos túmulos privados. A necrópole de Tebas é uma rica fonte de informação sobre a lenta evolução da tradição artística e das magníficas ilustrações sobre a vida daquela época. Neste período deu-se o pico da pintura e do relevo e a literatura abandonou o pessimismo voltando-se para o relato ligeiro de histórias mitológicas, fábulas, épicos de guerra e também para a poesia romântica. 
- As artes decorativas, a pintura e a escultura atingiram as mais elevadas etapas de perfeição e beleza. Os objectos de uso quotidiano, utilizados pela corte real e pela nobreza, foram maravilhosamente desenhados e elaborados com grande destreza técnica.
Peitoral egípcio encontrado no túmulo de Tutankhamen
 
 
 
TERCEIRO PERÍODO INTERMEDIÁRIO
- O Terceiro Período Intermediário, época que compreende cerca de trezentos e cinquenta anos e que corresponde à XXI até à XIV dinastias, vai continuar no essencial a arte desenvolvida no Império Novo. É marcado pela progressiva desagregação do poder faraónico, sendo os últimos soberanos da XX dinastia meros reis fantoches.
- Neste período destaca-se a perfeição alcançada no trabalho dos metais, que se detecta em trabalhos como as máscaras funerárias de vários reis.
           
    Pendente em ouro de Osorkon II     

A Arte da Antiguidade - Arte Egípcia (Continuação)



MÉDIO IMPÉRIO



Após o período de decadência do poder central e de instabilidade política do Primeiro Período Intermediário (e que se reflectiu na arte com o abandono dos cânones estabelecidos) inicia-se o Império Médio ( 2134 - 1782 a.C.) que corresponde à XI e XII dinastias.

- Mentuhotep II foi o primeiro Faraó do novo Egipto unficado do Médio Império. Criou um novo tipo de monumento arquitectónico funerário, com influências da arte do Antigo Império.
Mandou construir na região de Tebas Ocidental, o seu complexo funerário, como um templo no vale ligado por um longo caminho real a outro templo que se encontrava instalado na encosta da montanha. Formado por uma mastaba coroada por uma pirâmide e rodeado de pórticos em dois níveis, os muros foram decorados com relevos que representavam o Faraó na companhia dos Deuses.
- Na escultura, a expressão humana ganha uma maior dimensão, passando-se a representar nas estátuas reais o envelhecimento;
 
- A representação bidimensional perde a sua dependência dos cânones adoptando uma maior naturalidade e até noções de profundidade tridimensional. Nesta época criam-se esfinges reais nas quais o rosto do monarca surge emoldurado por uma juba.
- A pintura egípcia do Médio Império manifestou-se em túmulos de governadores nomos, onde recriou cenas de caça, pesca, banquetes ou danças. Seguindo a tradição do Antigo Império, o dono do túmulo surge representado em tamanho superior às outras personagens. A pintura é realizada sobre estuque e relevo. 
Como em todos os outros períodos foi essencialmente simbólica e seguiu rígidos padrões de representação, como a lei da frontalidade (os olhos, ombros e peito representam-se vistos de frente; a cabeça e as pernas representam-se vistos de lado); as áreas espaciais são bem definidas e o tamanho e posição  das figuras no espaço são estipuladas segundo regras hierárquicas; os traços são estilizados e rígidos, as formas bidimensionais (ausência de volume) e a cor é aplicada plana (sem modelado) e em manchas uniformes.

 
- As artes decorativas conhecem uma das épocas mais importantes, sobretudo no que diz respeito aos trabalhos de joalharia, que usavam metais preciososo e incrustações de pedras coloridas. Os amuletos, os pentes, os espelhos, as caixas e as candeiais caracterizam-se pela sua beleza. São bastante conhecidos os pequenos hipopótamos em faiança decorados com motivos vegetais. Neste período aparece a técnica do granulado e o barro vidrado alcançou grande importância na elaboração de amuletos e pequenas figuras.

 
SEGUNDO PERÍODO INTERMEDIÁRIO
- 1782 - 1570 a.C.;
- Este é mais um período escuro e de inseguridade do qual pouco se sabe e no qual se desenvolveu a matemática, a medicina e a cópia de papiros de épocas anteriores.

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