quinta-feira, 22 de setembro de 2016


 

 

 

 

 

As ruínas de Laodiceia e o fim do mundo

"Sou rico e cheio de bem, de nada tenho falta;
e não sabes que és um infeliz,
e miserável, e pobre, e cego, e nu."
Ruínas de Laodicéia
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Em meio às ruínas de Laodiceia foi localizado o local da antiga igreja católica, informaram o diário italiano “Avvenire” e o turco Hurriyet.

Laodiceia é uma das sete Igrejas para as quais São João escreve no Apocalipse, último livro da Bíblia.

A cidade de Laodiceia ‒ hoje em território turco ‒ foi inteiramente arruinada e abandonada, mas os escombros que ficam falam de sua grandeza, riqueza e esplendor.

A cidade morna na Fé acabou desaparecendo totalmente.

Tal vez os habitantes dos tempos apostólicos julgassem que essa perspectiva era impensável, entretanto foi prevista no profético livro do Apocalipse.

A descoberta foi confirmada pelo professor Celal Simsek, chefe da missão arqueológica turca que realizou as escavações.

Os restos do edifício sagrado foram identificados com o auxílio de um radar subterrâneo.

Ministro da Cultura turco visita ruínas descobertas
O templo foi construído na época romana e ocupava uma superfície apreciável: perto de 2000 metros quadrados. Ele está em bom estado de conservação.

As escavações devem continuar a fim de que o local possa ser visitado pelos turistas.

Também foi recuperada a pia batismal, que segundo o ministro da cultura turco Ertugrul Gunay è ainda mais bela que a da famosa catedral de Santa Sofia em Istambul.

As pesquisas arqueológicas confirmaram que Laodiceia já existia por volta do século IV a.C. e tornou-se um dos principais centros do cristianismo nascente por volta do ano 40/50 d.C. Ela foi sede episcopal.

A comunidade cristã de Laodiceia é mencionada na Epístola aos Colossenses de São Paulo (2,1; 4, 13ss), além do Apocalipse (3,14 ss).

São João escreveu para a última das famosas sete igrejas do Apocalipse:
São João escreve para a igreja de Laodiceia,
Apocalipse de Bamberg
“E ao anjo da Igreja de Laodiceia escreve: Isto diz o Amém (isto é, aquele que é a mesma verdade), a testemunha fiel e verdadeira que é principio das criaturas de Deus.

“Conheço as tuas obras, que és nem frio nem quente oxalá foras frio ou quente; mas porque és morno, e nem frio nem quente começar-te-ei a vomitar da minha boca, porque dizer: Sou rico e cheio de bem, de nada tenho falta; e não sabes que és um infeliz, e miserável, e pobre, e cego, e nu.

“Aconselho-te, que me compres ouro provado no fogo, para te fazeres rico, e te vestires de roupas brancas (da santidade), e não se descubra a vergonha da tua nudez, e unge os teus olhos com um colírio, para que vejas. Eu, aos que amo repreendo e castigo.

“Tem, pois, zelo, e faz penitência. Eis que estou à porta (do teu coração), e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e me abrir a porta, entrarei nele, e cearei com ele e ele comigo.
"Eis que estou à porta, e bato" (3,14 ss)

“Aquele que vencer eu o farei sentar comigo no meu trono, assim como eu mesmo também venci, e me sentei com meu Pai no seu trono. Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas”. (3,14 ss)

Os escritos bíblicos têm várias profundidades de interpretação.

A primeira ‒ que é o início de conversa ‒ é a interpretação histórica.

Quer dizer, o que é descrito, é uma realidade existente ou que historicamente existiu.

No caso, a recente descoberta arqueológica forneceu mais uma confirmação científica, colateral mas preciosa, da vida e existência dessa cidade desaparecida.

Laodiceia não é um mito, uma saga, uma mera alegoria literária, mística ou profética.

Foi uma cidade, com a riqueza e a vaidade apontadas, com seus habitantes merecedores da increpação divina: “oxalá foras frio ou quente; mas porque és morno, e nem frio nem quente começar-te-ei a vomitar da minha boca” (3,14 ss).

As ruínas achadas estão ai para confirmar a realização histórica dessa profecia.

As grandiosas ruínas confirmam também as palavras do discípulo amado à cidade orgulhosa e relativista: “Sou rico e cheio de bem, de nada tenho falta; e não sabes que és um infeliz, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (3,14 ss).

"Porque és morno, e nem frio nem quente
começar-te-ei a vomitar da minha boca" (3,14 ss). Ruínas de Laodiceia
A cidade rica ficou nua: mais nada a protegeu da intempérie, as ruínas estão a céu aberto.

Num segundo passo a interpretação visa o significado simbólico do trecho bíblico.

No entender de grandes intérpretes das Escrituras como os famosíssimos Pe. Cornélio a Lápide SJ e Pe. Bartolomeu Holzhauser, as sete igrejas representam as épocas em que se divide a História a partir da Redenção até o fim do mundo.

A Igreja de Laodiceia é a última das sete e as palavras referem-se ao estado da Igreja e da humanidade na última era histórica.

Quer dizer, no fim do mundo quando Nosso Senhor Jesus Cristo voltará em pompa e majestade a julgar aos vivos e aos mortos.

Ruínas de Laodiceia
O fato de Jesus Cristo vomitar a humanidade do fim do mundo não é tanto por ignomínias dessa época conclusiva dos tempos.

Mas aparece como causada pela mediocridade e pela indiferença, quer dizer pelo relativismo geral instalado nela: “porque és morno, e nem frio nem quente começar-te-ei a vomitar da minha boca”.

Simultaneamente, o texto de São João fala de uma coluna que assegurará a permanência da Igreja.

É, portanto, um resto de fiéis à Igreja que Nosso Senhor não vomitará.

Podemos supor que sejam aqueles fiéis que, segundo diversas e avalizadas interpretações não vão morrer na conflagração final.

E uma referência também aos fiéis que, em em todas as épocas, e malgrado as piores crises, se mantêm coerentes com a solidez inabalável da Fé.

O Amém com que começa o vaticínio divinamente inspirado parece também significar que chegou o fim da História.

São João lé o Livro. Apocalipse, Bodleian Library
A Laodiceia Deus pediu penitência:

“Tem, pois, zelo, e faz penitência. Eis que estou à porta (do teu coração), e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e me abrir a porta, entrarei nele, e cearei com ele e ele comigo“ (3,14 ss).

Em La Salette, em Lourdes, em Fátima, Nossa Senhora veio também a nos pedir penitência, mas prometeu uma restauração futura da Igreja.

Portanto, essas intervenções da Mãe de Deus não apontam para o fim do mundo em nossos dias, mas estabelecem uma certa analogia de defeitos morais entre uma e outra época.

Essas aparições sugerem que o nosso tempo não é o prefigurado pela igreja de Laodiceia.

Porém, as palavras de Nossa Senhora contêm analogias com ele.

E muitas coisas dirigidas a essa igreja merecem ser dignas de uma meditação e de uma aplicação séria à nossa época.




 

 

 

 

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

 

 

 

Catedrais góticas:
façanha técnica maior que a das pirâmides do Egito

Nave central da catedral de Reims, França
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




A técnica é definida pela Escolástica, da mesma forma que as artes, como “recta ratio factibilium”. Quer dizer, a reta ordenação do trabalho, ou também, a ciência de trabalhar bem.

Hoje, o mal uso da técnica, a empurra para produzir para além do que é bom, e espalhar instrumentos que afligem a vida dos homens.

Nos tempos em que o espírito do Evangelho penetrava todas as instituições, a técnica produziu frutos que vão além do tudo o que a Humanidade conheceu previamente.

E, dizem especialistas, criaram prédios portentosos que parecem um quebra-cabeça para a mais sofisticada tecnologia moderna.

Um desses frutos inigualados foram as catedrais medievais.

A catedral de Colônia resistiu aos bombardeios que arrasaram a cidade na II Guerra Mundial
A catedral de Colônia
resistiu aos bombardeios que
arrasaram a cidade na II Guerra Mundial.
Até hoje especialistas tentam decifrar como fizeram os arquitetos da Idade Média para, com tão pobres instrumentos, criar obras colossais que “humilham” as técnicas modernas mais avançadas.

Os técnicos das mais variadas especialidades da construção e também da física, da química e das matemáticas se debruçam para tentar descobrir como os medievais erigiram esses prodígios arquitetônicos.

Mergulham eles nos “mistérios das catedrais”.

São muitos os mistérios que até agora não estão elucidados. Desde as fórmulas químicas desaparecidas que dão aos vitrais tonalidades únicas e irreproduzíveis até os mais complexos cálculos matemáticos e astronômicos que orientaram as proporções cósmicas das Bíblias de pedra.

Como decifrar esses enigmas?

Catedral de Ourense, Espanha, detalhe do pórtico de ingresso ou 'Pórtico del Paraiso'
Catedral de Ourense, Espanha, detalhe do pórtico de ingresso ou 'Pórtico del Paraiso'
“As catedrais se burlam de nós há oito séculos. Elas resistiram não só às intempéries e aos ataques insidiosos do clima, mas mais ainda por vezes a provas tão violentas como os bombardeios.

“Como é que estas catedrais loucas aguentam em pé
?”, pergunta o arquiteto, historiador e geógrafo Roland Bechmann em seu livro “As raízes das catedrais”.

O livro de Bechmann recebeu elogios das maiores autoridades acadêmicas da França.

Ele tem o mérito de mexer numa polêmica de que se fala pouco, mas está aberta como uma chaga nas almas de inúmeros franceses.

Enquanto o mundo parece rumar para uma modernidade cada vez mais caótica, as catedrais góticas em seu mutismo eloquente apontam um caminho inteiramente diverso.

O comentarista Paul François Paoli, do jornal “Le Figaro”, resume esse conflito interior dos franceses:

Catedral de Salisbury, Inglaterra
Catedral de Salisbury, Inglaterra
As catedrais góticas são as pirâmides do Ocidente e nós não acabamos ainda de compreender como é que elas puderam ser construídas numa época considerada como obscura e arcaica do ponto de vista científico”.

O historiador Jacques Le Goff saudou o livro de Bechmann como uma obra prima de interdisciplinaridade sobre “esses prodígios de pedra que continuamos admirando em Amiens, Chartres ou Paris”.

Mas, segundo Bechmann, esses prodígios dizem uma coisa aos homens do século XXI: “como vocês são pequenos!”

“No fim da época gótica ‒ explica o autor ‒ havia uma igreja para cada 200 habitantes da França, e esses prédios considerados em seu conjunto podiam abrigar uma população maior que a do país inteiro.

“Calcula-se que em trezentos anos a França extraiu, transportou de charrete e erigiu mais pedra que o antigo Egito em toda sua história”.

Mas não é só uma questão de tamanho e volumes, não, diz Bechmann. É uma questão de ciência e grandeza de alma. E explica:

“Se hoje nós devêssemos construir catedrais góticas com os meios de que eles dispunham, nós não conseguiríamos. E mesmo que nós conhecêssemos até os pormenores de seus procedimentos, nós não ousaríamos.

“Calcular a resistência de construções como eles souberam realizar exigiria a ajuda de computadores. E ainda que nós conseguíssemos, haveria todas as chances de que nós chegássemos à conclusão de que essas catedrais, segundo as normas e coeficientes de segurança que nós aplicamos hoje, não poderiam ficar em pé...”

Notre Dame de Paris, França
E, entretanto, elas continuam de pé e continuam nos emocionando, acrescenta Paul F. Paoli, jornalista do “Figaro”.

Este enigma profundo das catedrais e dos homens que as conceberam e realizaram em tão grande número e variedade nos conduz a considerações que superam a própria ciência e à própria técnica.

A primeira e mais imediata consideração é sobre a sabedoria dos construtores.

Monges, teólogos, arquitetos, artistas, simples pedreiros, neles parecia habitar uma sabedoria que ia muito além de suas naturezas humanas, por vezes rudes e imperfeitas.

Pelos frutos se conhece a árvore. Pela catedral se conhece a alma de seus construtores.

Como foi possível tal afloração simultânea de homens com almas sólidas e plácidas, fortes e delicadas, lógicas e jeitosas, como as que fizeram essas Bíblias de pedra?

Foram homens que encarnaram a virtude da sabedoria.

Da sabedoria sobrenatural que só a graça divina dispensa às almas mais fervorosas.

E essa é uma segunda consideração de natureza espiritual.

Foi essa sabedoria sobrenatural, de que a Igreja Católica é a tesoureira, que gerou aqueles homens e suas catedrais.

Longe da Igreja, o homem do terceiro milênio sente-se apequenado, tristonho e cheio de incertezas.

Vezelay, França
Mas, as portas da Igreja estão abertas de par em par, como as portas das catedrais, para acolher esse homem de hoje e reconduzi-lo maternalmente pelas vias da Sabedoria eterna e encarnada, Nosso Senhor Jesus Cristo, pela intercessão de sua Santíssima Mãe.

Basta que a alma queira se abrir inteiramente a esse influxo sobrenatural.


P.S.: Alguém poderia perguntar: como me doar à Igreja para receber essa sabedoria? Eu tento e não consigo... sou tão fraco...

Há séculos um grande santo respondeu isso para nós. Ele até excogitou um método para nós miseráveis pecadores receber a Sabedoria eterna e encarnada “sem esforço”.

Foi São Luis Maria Grignion de Montfort com seu método de consagração à Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, na qualidade de servos e escravos. Conheça mais clicando AQUI.

Foi Ela que inspirou as mais gloriosas catedrais que levam seu nome: Notre Dame.

Essa devoção está explicada no famosíssimo livro, disponível em todas as línguas: “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”.


Como foram construídas as catedrais



 

 

 

 

 


Descoberta traz à tona o trágico fim de Herodes,
o rei que mandou matar os Santos Inocentes


Herodes ordena o massacre dos Santos Inocentes. Matteo di Giovanni, Galleria Nazionale di Capodimonte.
Herodes ordena o massacre dos Santos Inocentes.
Matteo di Giovanni, Galleria Nazionale di Capodimonte.




O rei Herodes, o Grande (73 a.C. aprox. — primeiros anos da era cristã), passou para a História como um das figuras mais relevantes da vida judaica na transição do Antigo para o Novo Testamento.

Deve-se a ele a restauração do Segundo Templo de Jerusalém e muitas obras arquitetônicas de grande fôlego em Israel.

Porém, ele foi responsável por crimes espantosos, entre os quais o massacre dos santos inocentes em Belém. Através desse mosticínio ele tentou matar o Menino Jesus, o Messias prometido, que os Reis Magos foram adorar, segundo o Evangelho de São Mateus (Mt 2,13-18).

13. um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar.

14. José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito.

15. Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho (Os 11,1).


16. Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos.

17. Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias:

18. Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem (Jer 31,15)!

Herodium: a entrada descoberta. Mas a localização do túmulo ainda é mistério.
Herodium: a entrada descoberta. Mas a localização do túmulo ainda é mistério.
O péssimo Herodes construiu para si próprio um sofisticado túmulo com caracteres de fortaleza e condutos secretos ainda não plenamente revelados.

Ele era odiado pelos judeus pois além de crudelíssimo era gentio.

Mais precisamente pertencia ao povo dos idumeus ou edomitas, isto é, descendentes de Esaú, o homem símbolo dos maus, que haviam sido parcialmente judaizados.

Herodes temia que o povo se revoltasse contra ele quando estava ainda vivo, ou que destruísse sua última moradia depois de morto.

Escavado na pedra no alto de uma elevação cônica, o local é conhecido como Herodium, a 12 quilômetros de Jerusalém e a sudeste de Belém.

O acatado historiador Flávio Josefo (in Antiguidades Judaicas, 17.6.4) diz que Herodes morreu depois de um eclipse lunar.

Josefo descreveu a doença final de Herodes – às vezes chamada “Mal de Herodes” – que era insuportável.

Alguns peritos médicos hodiernos concluíram que o rei padecia de doença renal crônica complicada por gangrena de Fournier.

Os estudiosos modernos concordam que ele sofreu durante toda a sua vida de depressão e paranoia.

Sintomas similares ficaram registrados por ocasião da morte de seu neto Agripa I, em 44 a.C., de quem se relata que os vermes eram visíveis porque a putrefação atingiu-o em vida.

Segundo o historiador Josefo, Herodes estava obcecado pela probabilidade de ninguém lamentar sua morte.

Herodium: no alto de um morro cônico uma fortaleza-túmulo
Herodium: no alto de um morro cônico uma fortaleza-túmulo
Ele, então, convocou um grande grupo de homens ilustres em Jericó, e deu ordem pública de assassiná-los no momento da sua morte para patentear a dor que ele ansiava ver no povo pela sua perda.

Felizmente a ordem não foi cumprida.

O Herodium sobreviveu nas mãos de seus descendentes, entre os quais Herodes Antipas (20 a.C. – depois de 39 d.C.), filho de Herodes o Grande.

Antipas martirizou a São João Batista e teve o deplorável desempenho na condenação de Nosso Senhor narrado nos Evangelhos.

Contudo, na última revolta contra os romanos, os judeus acabaram se atrincheirando em Herodium e os romanos o destruíram no ano 71 d.C.

Mas os restos de Herodes, ou seu sarcófago, ainda não foram localizados.

Arqueólogos israelenses e estrangeiros não cessam hoje de investigar e escavar, fazendo curiosas e impressionantes descobertas na estranha montanha que foi comparada a um ameaçador artefato no deserto.

Herodium: o acesso inconcluso ao túmulo secreto
Herodium: o acesso inconcluso ao túmulo secreto
Agora, uma equipe de pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém descobriu uma entrada monumental que devia conduzir ao topo do Herodium, informou o jornal britânico “The Telegraph”

O corredor de cerca de 20 metros de extensão e 6 metros de altura está formado por um complexo sistema de arcos em três níveis.

Três arqueólogos israelenses concluíram que Herodes – talvez temendo uma vingança popular pelo massacre das criancinhas de Belém – concebeu o corredor como parte da fortaleza que perpetuaria sua memória e ocultaria seu corpo após a morte. Um como que monumento fúnebre real numa escala épica.

As escavações apontaram que o corredor não chegou a ser concluído:

“Parece que a interrupção aconteceu quando Herodes percebeu que sua morte se aproximava e resolveu converter todo o topo do morro num complexo em sua memória”.

Os Santos inocentes junto com São João Evangelista. Igreja de San Tiago, Plaza de España
Os Santos inocentes junto com São João Evangelista.
Igreja de San Tiago, Plaza de España
O corredor foi fechado e enchido de entulho durante os trabalhos da colina de Herodium.

Problemas políticos israelo-palestinos hoje dificultam os trabalhos no local, mas os objetos recuperados estão em exposição e poderão voltar a ele, dependendo de futuras negociações.

Espanta pensar no fim de pesadelo desse rei, perseguido pela própria consciência, consumido pela doença somática e psíquica, rodeado pelo desprezo popular pelo fato de ter martirizado os Santos Inocentes. Uma prefigura de seu destino eterno.

Do outro lado, os Santos Inocentes reinam por todo o sempre no Céu junto a Jesus Cristo, que também nasceu em Belém, envolvidos de glória e gozosa bem-aventurança.

Por maiores que tenham sido os cuidados materiais de Herodes, o Grande, para preservar seu corpo perecível, nada disso lhe garantiu a felicidade eterna e tal vez a afastou para sempre.




 

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